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História Betting Hearts - One Last Try


Escrita por: Jinae

Notas do Autor


Finalmente! Eu terminei esse capítulo fazia uns dias e estava morrendo de ansiedade pra postar. Espero que gostem, porque vai demorar até o próximo sair... Eu estarei em provas até o dia 28, então, vai ser meio impossível eu conseguir escrever até lá. Sequer consegui escrever a base para o próximo capítulo. Mas enfim, eu espero que gostem desse... BinWoo is back. <3
E perdoem a qualidade da capa do capítulo, não achei a foto em hq. hehe

Capítulo 14 - One Last Try


Fanfic / Fanfiction Betting Hearts - One Last Try

                O destino realmente parecia ser algo engraçado. Há alguns dias, Dongmin poderia estar em sua casa, tomando o café da manhã que sua mãe lhe faria com muito amor e carinho, e agora estava em uma cafeteria acompanhado de uma jovem, que sequer desviava o olhar de seu telefone. O moreno vez ou outra se focava na garota, mas a maior parte do tempo seu olhar era fixado em sua comida: panquecas com calda e um capuccino caprichado. Faziam dias que não comia algo tão saboroso, talvez o fato de ter aceitado a proposta de emprego inusitada – até demais, parava para pensar – tivesse suas vantagens.
                - Termine logo sua comida. – Ergueu o olhar para a jovem que se pronunciava, a qual sequer o olhava enquanto falava. – Não pode se atrasar. – De boca cheia, o mais novo simplesmente moveu a cabeça positivamente, tentando comer um pouco mais rápido.
                O local onde havia tomado seu café, por sorte, era próximo da empresa. Poderia andar até lá tranquilamente e teria tempo de sobra, por mais que a jovem diante de si insistisse que iriam se atrasar. Talvez ela sofresse de algum tipo de ansiedade? Gostaria de poder ajudar, mas agora não era tempo para pensar naquilo. Assim que passavam pelas grandes portas duas pessoas já chegavam apressadas até Eunwoo, falavam ao mesmo tempo e mais pessoas pareciam surgir pelo caminho, deixando o moreno confuso. A vida de modelo era sempre assim, agitada? Parecia que seus olhos saltariam das órbitas de tão desnorteado que ficava.
                - Finalmente! – Era Samantha, a vice-presidente, andando na direção do rapaz, mas o ignorando completamente. – Você deveria tomar conta dele, Jane, temos horários aqui!
                - Me desculpe, senhora. Eu tentei avisá-lo, mas...
                - Sem desculpas. Levem-no para se arrumar. – Fez um gesto com uma das mãos, e nisso o rapaz era arrastado por três pessoas até uma sala vizinha.
                Aquilo tudo ainda era confuso. E afinal, por que estavam atrasados se faltavam cinco minutos para o horário combinado? Nunca entenderia o que estas pessoas pensavam.
                Parecia que uma eternidade havia se passado e ainda estavam o ajeitando. Eram tantas pessoas diante de si, tirando medidas e depois escolhendo figurinos, ajeitando seus cabelos e passando maquiagem em seu rosto. Talvez o único lado bom disso tudo fossem as palavras da maquiadora, que elogiava a pele perfeita e feições belas do rapaz, alegando que eles nem precisavam tê-la chamado. Chegou a se questionar porque então ela ainda passava aqueles produtos nele, mas, no fim das contas, eles eram os profissionais... Não questionaria o trabalho de ninguém.
                Os cabelos ajeitados, mas não perfeitamente e sim levemente bagunçados, como se fossem acariciados por uma leve brisa. A camiseta simples era coberta com um blazer e trajava uma calça no estilo social, mas bastante casual. Seu coração pareceu querer pular de sua boca quando ouviu os presentes dizerem que haviam terminado seu trabalho, a sessão de fotos começaria em breve.
                O que deveria fazer? Quais poses ele faria? Quais eram as expressões mais adequadas? Não fazia a mínima ideia de como agir naquela situação, tanto que continuou sentado diante do espelho por uns minutos. Não teve muito tempo a sós, porém, pois logo vinham procurá-lo.
                - Você não ouviu? Sessão de fotos, nós te contratamos pra isso! – Ditava Jones, percebendo conforme se aproximava como o moreno parecia um tanto ansioso. Suspirou, apoiando-se na bancada onde havia os produtos de beleza e o espelho iluminado. - Nervoso?
                - Um pouco. – Murmurou.
                - A primeira vez é sempre emocionante. – Sorriu levemente. Alguns segundos de silêncio constrangedor se passaram até que a de cabelos castanhos se recordou, estava com algo que pertencia ao jovem. Ou, pelo menos, passaria a pertencer. – Aqui. – Lhe entregou o aparelho. – Já está desbloqueado, o seu número está salvo e pode ver por aqui. – Fez um sinal com o dedo, como se deslizasse o dedo na tela para baixo, ato que foi imitado pelo garoto que já observava o celular. – Pode ligar para quem quiser agora, só não vá ser roubado de novo.
                - Posso mesmo ligar para quem eu quiser? – Ergueu o olhar, fixando-o na mulher. – Qualquer lugar mesmo?
                - Imagino que sim. – Deu de ombros, afastando-se enquanto completava a frase. – Você tem cinco minutos.
                Eunwoo piscou levemente por alguns segundos, voltando a sua atenção para o telefone novo que havia ganhado. Parecia ser bastante caro, teria de trabalhar meses para conseguir algo naquele nível por sua própria conta. Mas aquele não era o momento para pensar nisso, apenas resolveu usá-lo para entrar em contato com a pessoa que mais queria ver naquele instante. A pessoa que, só de pensar em ouvir a voz, seu coração chegou a acelerar e os olhos queriam se encher de lágrimas. Sentia tanta falta do abraço carinhoso, as palavras que soavam tão bem aos seus ouvidos e os sorrisos belos, que chegava a pensar porque ainda estava parado ali. Deveria ter buscado mais.
                Seus dedos trêmulos discavam o número, sequer imaginava quanto custaria a tal ligação, e não queria pensar naquilo no momento. Ela era mais importante.
                “Alô?”, soou a voz n’outro lado da linha, fazendo com que o garoto se estremecesse por inteiro, “Quem está falando?”.
                - Mãe? – Engoliu em seco, tentando controlar as emoções. – Sou eu, o Dongmin. – Sorriu fraco, finalmente sentindo seu coração no lugar.
                Sentia-se, enfim, um pouco mais perto de casa.
                - Tudo certo? – Depois de algum tempo no telefone Eunwoo chegava até a área para as fotos. Moveu a cabeça positivamente, vendo que a mulher em seu terninho preto o observava de cima a baixo, fazendo um sinal para a maquiadora. Havia chorado, claro, aquilo arruinaria a maquiagem. Mas o que poderia fazer? Sentia falta de sua família, e havia passado por tanto... Mas pelo menos seus pais estavam completamente tranquilos, felizes pela oportunidade. Óbvio, havia mentido, dizendo que fazia alguns “bicos” a pedido de um novo amigo e ficaria mais tempo por conta do dito estágio, que sequer existiu. Era estranho mentir para seus pais. – Vamos começar logo com isso.
                Por não ter experiência alguma, a todo o momento Samantha tratou de dar indicações sobre como agir. Em que posição ficaria em seu melhor ângulo, como deveria olhar para a câmera, quais expressões ele deveria manter, e assim a sessão seguia tranquilamente. Precisavam acertar aquilo o quanto antes, afinal, teve a noticia de que o prazo se encurtava.
                A mulher suspirava, tinha noção de que não daria conta de certas informações por conta própria, mas só lhe restava contar os dias e torcer pelo melhor. Era completamente competente e tinha conhecimento disso, mas o fato de terem diminuído o prazo para seis dias dali acabavam com todos os planos perfeitamente arquitetados. A este ponto ela apenas torcia para que tudo saísse em seu perfeito estado, assim não teria de ouvir baboseiras de seu chefe.

                                                                                              ✧

                Mais um dia tedioso como muitos outros, era assim que Moonbin enxergava seu tempo de férias para “revigorar-se”. No fim das contas, descansar era a última coisa que acabava fazendo, física ou mentalmente. Sua namorada sempre estava ao seu redor, cobrando atenção, passeios e mimos, tudo o que ela acreditava ter direito depois de passar tanto tempo longe. A jovem não percebia como ele parecia aéreo, longe de toda aquela realidade, ou pelo menos fingia não enxergar.
                Mas Yeoreum não era a única se fazendo de cega por ali. Moonbin também fingia não ver, sua mente lhe pregava peças e quando notava já se encontrava em outro planeta, na companhia da única pessoa que invadia seus pensamentos nos últimos dias. Cha Eunwoo aparecia em seus momentos de fraqueza, quando estava distraído, e perdia-se nos sorrisos dados pela miragem. A namorada, por minutos, pensava que o companheiro sorria por sua causa. Mal sabia ela, coitada...
                E, em seus sonhos, finalmente o tinha por perto. Apenas acordava assustado no meio da noite e chamando pelo rapaz de cabelos escuros quando os momentos aprazíveis tornavam-se pesadelos, assombrando-o com o dia infeliz onde o expulsou. Estava claramente arrependido de seus atos, apenas não entendia os motivos de seus sentimentos tão intensos... Quem sabe estivesse confuso ou culpado? Isto, só podia ser esse o motivo, sentia-se mal por ter deixado o rapaz à própria sorte.
                Claro que isso não explicava os momentos em que fantasiava os lábios macios e rosados contra os seus... Só o pensamento fazia seu corpo se arrepiar e as bochechas avermelharem.
                - Está tudo bem, meu amor? – Perguntava a jovem, que retornava até a mesa com o café da manhã. – Você está tão vermelho. É febre?
                - Estou bem. – Afastou a mão da jovem logo quando ela tentava alcançá-lo, visando medir sua temperatura. – Só ansioso. Retorno ao trabalho em cinco dias. – A ruiva franziu o cenho, dando de ombros logo depois e se ajeitando à mesa para comer.
                - Uma pena que tenha passado tão rápido, não?
                - É. – Respondeu baixo. Não achava a volta para seu emprego algo ruim, em verdade, sentia falta. Realmente precisava de algo para ocupar sua mente, assim talvez parasse de pensar em Eunwoo.

                                                                              ✧

                Finalmente. Depois de cinco longos e torturantes dias de tédio e confusão mental, Moonbin estava de volta ao seu “habitat natural”. Rodeado de empresários, reuniões, funcionários, papeladas e modelos... Sua mente estaria tão ocupada que não teria tempo sequer para pensar em respirar, dava graças por esta ser uma atividade natural do corpo, a menos que pensasse sobre ela.
                - Chefe. – Samantha se aproximava com algumas papeladas e um sorriso nos lábios. Aparentemente as coisas iam bem, era a única resposta para que ela estivesse tão radiante.
                - Olá, Jones. – Passaram a andar lado a lado, seguindo em direção ao estúdio. – Estão tirando as fotos com o modelo novo para a campanha ASTRO?
                - Melhor do que isso, nós terminamos tudo.
                - Tão cedo? – Respondeu, pegando a papelada que lhe era alcançada pela jovem. – Espero que o trabalho seja de boa qualidade.
                - Tudo saiu ótimo, por mais do rapaz ser um novato. E ele também é de família coreana, Lee Dongmin. – Iria continuar a falar, mas, naquele mesmo instante, seu telefone acabava tocando. Precisava atender, portanto deixaria seu chefe por conta própria. – As fotos do rapaz estão nessa ficha, caso queira ver. Mas seria melhor o conhecer pessoalmente, é ainda mais belo do que em fotografias. – Riu, seguindo seu caminho.
                - Obrigado. – Agradeceu, já diante da porta de seu escritório, e então entrava no cômodo rumo à sua mesa.
                Finalmente sentia-se em casa, tranquilo como nunca antes, onde nada poderia importunar sua mente. Sentava-se sobre sua cadeira e abria o envelope bege com cuidado, retirando dali as fotografias, queria saber se o tal garoto era tão bom quanto diziam.
                E qual não fora sua surpresa ao perceber nas fotos a pessoa que assombrava seus pensamentos durante dias. Largava as fotos na hora, levantando e esfregando os olhos freneticamente, por um instante pensando não passar de uma miragem pelo estresse. Infelizmente, era tudo muito real. Seu peito subia e descia rapidamente pela respiração profunda, arfante, a raiva estava presente em seu olhar. Sentia vontade de esganar os responsáveis por aquilo, especialmente por saber que tudo cairia em suas costas. Os olhos pareciam ter sido banhados em puro sangue de tanto ódio que se espelhava nos mesmos, estava completamente arrasado, confuso, mas precisava se recompor. Alguém batia à porta.
                - Chefe, com licença. – Surgia um rapaz ruivo, abrindo a porta com cuidado, mas não totalmente, apenas colocando a cabeça para dentro como se estivesse espiando. Franziu o cenho, estranhando o estado em que seu chefe estava, mas prosseguiu. – Estou atrapalhando?
                - Não, não. – Apoiou-se na mesa. – Prossiga.
                - Madame Jones mandou que eu trouxesse o novato para vê-lo, insistências dela. Sabe como é. – Deu um olhar significativo para o moreno, aquele tipo de situação deveria ser quase costumeiro por ali. – Posso mandar que entre?
                - Pode ser, mas... – Fora interrompido. Aparentemente, até os empregados mais simples estavam atarefados por ali, sem que sequer terminasse a frase o ruivo já ia empurrando a tal pessoa para dentro do lugar e virava as costas, fechando a porta antes de sair apressado após ouvir seu nome sendo chamado.
                Os dois apenas ficaram parados por um tempo se encarando, completamente mudos e estáticos, realmente pareciam dois bobos. Eunwoo sentia seu coração tão acelerado que nada vinha em sua mente. O que deveria falar? Como deveria agir? Tudo parecia uma obra estranha do destino, talvez aquilo quisesse significar algo? E, conhecendo o pouco que teve o prazer de saber sobre o Moon, temia que o sentido final fosse guerra.
                - O QUE É ISSO? – Exclamou, ignorando completamente a maneira como o mais jovem havia se assustado com a sua reação repentina. – VOCÊ ESTÁ ME SEGUINDO, É? QUAL O SEU PROBLEMA?
                - Pare de gritar comigo! – Respondeu em um tom alto, mas não chegando a gritar. Tinha medo que todos naquele prédio ouvissem. – F-Foi só um acidente, eu...
                - Um acidente? – Riu em escárnio, completamente desacreditado das palavras do rapaz. – Você vem parar como um maldito modelo na minha empresa por acidente?!
                - Isso mesmo! – Ergue a cabeça, tentando parecer mais confiante, mas logo engolia em seco. Tudo o que Moonbin fez foi rir do quão patético o mais alto parecia.
                - Você é um doente, sabia disso? – Foi se aproximando do mais novo, vendo como ele parecia estar abalado com aquela situação. O empresário não percebia como suas palavras o machucavam. – É só mais um rapaz desprezível que gosta de se aproveitar com os outros, fingiu seu nome achando que conseguiria me enganar, mas parece que se esqueceu de que o chefe dessa maldita empresa sou eu. Eu sempre sei de tudo, cedo ou tarde. E quer saber? Eu já fiz a minha parte, te tirei daquele lugar, te dei dinheiro. O que mais você quer de mim? Vai me seguir para sempre como uma sombra? Eu nunca vou me apaixonar por você, se é o que essa sua cabecinha depravada pensa. – Deu um cutucão forte na testa do maior, que deixava escapar um soluço de repente e escondia o rosto. Não queria que ele o visse chorando, derramando as lágrimas com quem havia lutado até então para conter.
                - E-Eu só queria ajudar meu amigo... Ter a minha família de volta, minha vida de volta... – Fungou, esfregando os olhos em vão, já que as lágrimas escapavam agora de modo incontrolável.
                Vê-lo naquele estado abalou o Moon, mas ele nada fez, apenas observou em silêncio enquanto tentava mascarar sua vontade de tomar conta do rapaz. Ele despertava em si um instinto protetor, totalmente diferente do que as suas palavras frias diziam, o coração era muito mais aprazível.
                Eunwoo nem se preocupava com suas palavras, afinal, não eram totalmente mentiras. Havia prometido que ajudaria Jinjin, não tinha como saber se ele continuava preso naquele inferno ou não, e Moonbin tinha seu contato – próximo até demais – com aquele meio.  Era claro que ele poderia ajudar, por mais que não fosse fácil ele querer. Mas, no fundo, todos os seus motivos ainda encobriam o maior, o desejo abafado de encontrar-se novamente com o mais velho. Só não esperava que as coisas fossem ser dessa maneira.
                - Saia daqui. – O moreno virou-se de costas, retornando até a mesa. Porém o companheiro ainda estava parado no mesmo lugar de antes, em prantos, e, sem olhar para trás, o mais velho exclamava. – EU MANDEI SAIR. AGORA.
                Mais nenhuma palavra foi dita, tudo o que Moonbin pode ouvir depois de seu último grito fora o som da porta se fechando. Apoiava-se na mesa com ambas as mãos e tentava respirar fundo, ignorando a grande culpa que tomava conta de seu ser por completo naquele momento. Talvez realmente tivesse sido duro demais por puro medo, por mais que tentasse ignorar seus sentimentos, mais eles queriam escapar. Não havia saída a não ser silencia-los com gritos e manter-se afastado de Eunwoo.
                Eunwoo... Sequer sabia se aquele era seu verdadeiro nome, lembrava-se de ouvir Samantha ter mencionado outro. Mentiras e mais mentiras, porém, no fundo, o mais novo não era o único escondendo algo ali, e Moonbin tinha o conhecimento disso... Só não quis admitir.
                A porta voltava a se abrir e o rapaz apenas olhou por sobre o ombro, percebendo quem entrava no local. Sorriu fraco, tratando de retornar até seu assento.
                - Jones. – Murmurou, apoiando os braços sobre a mesa diante de si enquanto a jovem seguia até a cadeira de frente à dele, n’outro lado da escrivaninha.
                - Eu vim lhe pedir desculpas, chefe. – O moreno arqueou as sobrancelhas, claramente confuso, então a moça prosseguiu. – Não achei que fosse ser um problema tão grande escolher esse rapaz. Digamos que eu ouvi um pouco da confusão, e resolvi pedir desculpas.
                - Está tudo bem, não foi...
                - Minha culpa? – Sorriu de lado. – Eu que o contratei, Moonbin. Fiz tudo no impulso, e você deve imaginar meus motivos. Você mesmo fez a descrição do visual exemplar para a campanha, e ela poderia ter sido o retrato falado dele.
                O garoto teve de desviar o olhar, torcendo para que a moça não percebesse que ele havia corado. Parecia ter esquecido completamente da descrição que havia sido feita para a campanha há algum tempo, mas tudo lhe veio à tona naquele instante. No fim, Eunwoo acabou naquela situação por sua culpa, talvez ele realmente tivesse aparecido apenas para pedir ajuda. A culpa aos poucos tomava conta de si, o que faria? Sua mente parecia girar.
                - Certo. – Tocava as têmporas com suas falanges, massageando-as. – Está tudo bem, de verdade. Só... Essa situação, ainda é difícil de engolir.
                - Creio que tenho más notícias, então. – Se colocou em uma postura mais ereta antes de prosseguir. – O fim do prazo para a campanha é amanhã. Eles diminuíram tudo faz uns cinco dias, nós não temos tempo de trocar os modelos ou começar tudo do zero, o jeito vai ser suportar o garoto. – Correu o olhar pelo moreno, tentando decifrar sua expressão. Ele era sempre tão enigmático. – O que tem entre vocês dois?
                - Nada que seja tão importante. – Mentiu impulsivamente, abrindo uma das gavetas para procurar por algo. Precisava se distrair.
                - Tudo bem. – Levantou-se. – Qualquer coisa, sabe que pode contar comigo.
                - Obrigado. – Murmurou, ficando mais um tempo em completo silêncio e de cabeça baixa antes de resolver levantar-se.
                Precisava daquilo. Precisava falar com Eunwoo.
                Depois de passar longos minutos no banheiro tentando controlar-se, Lee Dongmin deixava o prédio onde esteve até então de cabeça erguida. Não queria parecer fraco, por mais frágil e quebrado que estivesse por dentro, ao menos tentaria se controlar até estar em um local seguro para si mesmo. Precisava de um tempo em seu quarto de hotel, deitado entre os travesseiros com alguma comédia romântica aleatória na TV e quilos de sorvete. Aquilo poderia não curá-lo, mas ao menos conseguiria amenizar a dor.
                Foram questão de segundos depois de ter saído que o moreno ouvia seu nome sendo chamado, reconhecia perfeitamente aquela voz, e acabava congelando onde estava. Queria se mover, era o que mais queria em todo o mundo naquele instante, mas não conseguia. Já era tarde, e ele finalmente o alcançava e tocava-lhe o ombro.
                - Eunwoo... Digo, Dongmin. – Sacudiu a cabeça, afastando a mão e percebendo que o companheiro mudava o foco para ele. – Desculpe, isso ainda é confuso. Acho que temos muito que conversar, não acha?
                O Lee suspirou, dando de ombros em seguida.
                - Não sei. O que você acha? – O maior fez questão de dar ênfase no “você”.
                - Você... Está bem? Depois de eu ter... Ah, você sabe. – Corou, desviando o olhar. No fundo o mais novo achou aquele tipo de reação tão espontânea adorável, mas tentava não deixar isto transparecer.
                - Estou vivo. Por pouco, mas ainda estou inteiro. – Riu fraco.
                Por pouco... Então ele havia corrido perigo? Céus, agora sim que o mais velho sentia-se um completo monstro. No fundo sabia que não queria... Não gostaria e tampouco deveria ter expulsado o rapaz de sua casa, mas qual era a sua escolha? O que diria para Yeoreum? Ela poderia enlouquecer, preferiu não arriscar, e agora ele sofria por sua culpa. Precisava corrigir a situação, especialmente pelo bem da campanha na qual trabalhariam juntos, ao menos era o que dizia para si mesmo.
                - Sabe, que tal uma trégua? Pelo trabalho. Não temos tempo de voltar atrás com a campanha.
                O mais novo o olhava por alguns segundos e então desviava o olhar para a rua movimentada mais uma vez, suspirando antes de se pronunciar.
                - Só se você me ajudar a encontrar o meu amigo.
                - Fechado.
                - E eu preciso ir embora. Estou exausto, física e... – Coçou a cabeça brevemente, engolindo em seco. Teve medo de completar a frase, afinal, poderia parecer que estava “atacando” Moonbin com indiretas. Estava magoado, claro, mas agiria como um adulto maduro.
                - Eu paro um táxi pra você.
                - Não é... – Quando notou o moreno já seguia até a rua e fazia sinal para algum táxi que passava parar por ali. - ...Necessário. – Murmurou. Ele não daria ouvidos, de qualquer jeito.
                Um táxi parava em breve ali, e o mais velho fez questão de abrir a porta para Dongmin, que corou.
                - Tenha uma boa viagem.
                - O-Obrigado. – Quando estava prestes a entrar no carro o jovem teve o pulso agarrado, então virava seu rosto para dar de encontro com o alheio próximo de si. Bem próximo. Na realidade, próximo até demais, a ponto de se esquecer de respirar. – M-Moonbin?
                O menor simplesmente sorriu. Queria tanto se aproximar mais, os lábios com os quais havia sonhado por tantas noites estavam ali, diante de si, e pareciam tão... Doces. Saborosos. O desejo de uni-los apenas crescia, só mais um pouco e finalmente iria conseguir, poucos centímetros e saciaria seu desejo. Mas isto não acabava se realizando.
                - Bin! – Soava uma voz não muito longe dali, sobressaltando os rapazes.
                O Lee apenas puxou seu braço e murmurou mais um agradecimento antes de entrar no veículo, o coração tão acelerado que mal conseguiu dar o endereço para o motorista sem gaguejar. Enquanto isso, o empresário ficava para trás, observando o carro se afastar até que a dona da voz chegava perto de si com algumas sacolas de compras.
                - Amor, o que houve? – Ficou na ponta dos pés, tentando ver o táxi que já estava longe dali. – Quem era?
                - Fique tranquila, Yeoreum. Era um modelo novato, só quis ser simpático.
                A jovem arqueou as sobrancelhas, analisando com cuidado ao próprio namorado. Ele parecia... Estranho. Sentia que havia algo anormal em suas palavras e atos, trataria de prestar mais atenção. O que estaria acontecendo? Será que tinha algo a ver com o tal modelo?
                Não, não, aquilo não. Ela com certeza deveria estar imaginando coisas. Estavam bem, certo? Havia passado um tempo de qualidade lado a lado, talvez ele só estivesse estressado por voltar a trabalhar depois de alguns dias.
                - Hm... Bem, olhe as coisas que eu comprei. – Sorriu animada, enlaçando seu braço ao do namorado e o puxando para dentro do prédio da empresa.
                Antes de continuar, mais uma vez Moonbin olhava para a rua movimentada, vendo todos os carros passando ao longe, imaginando o quão distante Dongmin estava agora.


Notas Finais


BinWoo já voltou com tudo, né? E parece que o Moonbin está... Confuso, ainda, mas talvez retornando aos eixos. No que será que isso vai dar? Bem, espero que tenham gostado, digam aí o que acharam nos comentários! E até a próxima, prometo que irei me esforçar nas provas pra não ficar de exame e poder voltar o quanto antes.


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