1. Spirit Fanfics >
  2. Between Coffees and Roses >
  3. O Alivio.

História Between Coffees and Roses - O Alivio.


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


Oi Oi Oi Amores da minha vidaaa o/
Vamos agradecer ao bug no meu relógio biológico que se regulou para dormir logo que chego do trabalho e me despertar de madrugada ajudando MUITO a me inspirar um pouquinho e conseguir escrever melhor pra vcs <3
Capitulo abaixo cheio de pensamentos e arauto de treta nova <3
Boa leitura
divirtam-se e até as notas finais *-*
KissKiss
~~Ashmedhai

Capítulo 19 - O Alivio.


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - O Alivio.

O Alivio

O silencio dentro da viatura era tenso, quase palpável.

Enquanto Hoseok não conseguia mais desvincular o nome “Park Jimin” daqueles crimes, SeokJin bufava irritado, com a certeza absoluta de que o colega sabia algo que ele mesmo não sabia e isso lhe fervia o sangue. Para o mais velho, era quase como se o moreno lhe esfregasse na cara que não confiava em si e isso o magoava profundamente, afinal, não eram conhecidos há um ou dois dias, eram amigos há muito tempo. Fora que alem de tudo isso, ainda existia o peso profissional que o que quer que fosse aquele segredo, tinha certeza que era algo sobre os três homicídios.

Já o Jung, se via dividido. Por mais que a cada informação nova, mais crente ficava de que Jimin fosse o assassino, ainda não tinha como acusa-lo, seu coração ainda tinha esperança de estar errado. Queria estar errado como nunca quis antes e além de toda essa situação de perceber que poderia estar apaixonado por quem deveria prender, ainda tinha o peso da investigação. Sabia que toda informação nova deveria ser compartilhada com os outros membros da equipe, afinal, esse era o intuito de se montar uma. Cada parte do time dividia com as outras os seus pensamentos e juntando tudo, chegariam a uma conclusão. Um podia ver resposta para a lacuna que o outro não resolvia, enfim, três cabeças pensavam melhor que uma e esse era o principio de tudo dentro de uma busca por criminosos, Mas apesar de tudo isso, ainda lhe soava completamente errado e invasivo contar para alguém tudo o que Jimin havia passado, e se fosse compartilhar com os parceiros sobre suas suspeitas, tais declarações seriam inevitáveis. Não tinha como ele contar como havia chegado a conclusão que o culpado era o Park sem contar tudo o que sabia da vida dele e por fim optou por deixar com que aquele desconforto todo os acompanhasse por todo o trajeto do hospital até sua sala na delegacia.

Assim que chegaram no prédio, SeokJin cortou o silencio lhe dizendo que iria conversar com NamJoon sobre o pedido de um psicólogo para o caso, já que agora era oficialmente declarado como crime de assassinato em serie e antes de fazer menção de sair da sala, o ramal de Hoseok tocou e o mais velho atendeu.

Era o próprio delegado que ligava, dizendo que havia visto a viatura de ambos estacionando e perguntou brevemente sobre como havia sido na casa de saúde e foi prontamente respondido, de forma sucinta e resumida, e emendando a resposta, o Kim lhe falou a respeito do pedido do psicólogo. Foi com grande orgulho da inteligência e poder de previsão de NamJoon que o ouviu dizendo que já imaginava algo no sentido assim que a morte de Jaesang havia sido descoberta e que no mesmo dia que pediu os exames que YoonGi tinha esquecido, também entrou em contato com os superiores.

“- A gente tirou a sorte grande dessa vez. Parece que existe um perito especializado em mentes criminosas trabalhando para Interpol e estava baseado no Japão no momento, mas havia pedido transferência para a nossa cidade. Pelo jeito só estava aguardando surgir uma vaga aqui para se mudar.” – Disse Namjoon e imediatamente SeokJin sorriu amplamente.

- Interpol, é? Cachorro grande, esse! O cara já sabe quando vem? Que dia exatamente você fez o pedido? – Questionou o mais velho.

“- No sábado a noite mesmo. Pelo que me informaram o cara embarcou hoje pela manhã, bem cedo. Deve ter chegado aqui perto do meio dia e provável que amanhã, no Maximo depois de amanhã, já se apresente para trabalhar.” – Respondeu e imediatamente se despediram e a ligação foi encerrada.

- Um psicólogo cedido pela Interpol já está a caminho. Da pra acreditar nisso? – Falou SeokJin encarando Hoseok que olhava pela janela para o outro lado da rua, totalmente perdido dentro das suas batalhas internas.

 

~~

 

Jungkook não se lembrava de quando havia sido a ultima vez que havia se sentido tão cansado e tão necessitado de um banho quente e da sua cama como se sentia naquele inicio de manhã.

Apesar da satisfação com o trabalho que havia executado, não sabia se naquele momento realmente se sentia bem ainda. Passada a euforia de ter concluído com êxito mais aquele crime, o garçom se pegou questionando sua sanidade, se perguntando quando foi que havia se permitido enlouquecer a ponto de alucinar enquanto se divertia, e toda aquela sensação de perca de controle que dominava a sua cabeça o fez pensar que talvez perdesse o controle dos seus atos fora daquelas situações também, e com isso um temor muito grande lhe tomou. O medo de sair de si a qualquer momento o fez ter ciência de que sua mente não lhe daria tanto tempo quanto achava que precisava para aperfeiçoar sua técnica e por fim concluiu que teria que matar Jimin de uma vez. Pôr um ponto final definitivo no seu passado todo e sair daquela cidade logo. E era isso que passaria a planejar a partir dali, tinha que se focar em como faria para dar cabo do Park e sumir sem deixar pistas, mas não era algo que tinha capacidade de pensar com clareza naquele momento.

Voltando seus pensamentos aos delírios, depois de ter tomado o seu tão esperado banho, ali dentro do seu quarto olhando para as suas paredes, tinha certeza que quem havia matado era o atendente da sorveteria – inclusive fora o ultimo rosto que vira naquele sitio –, no entanto, também tinha certeza de ter visto Jimin varias vezes durante o seu rito de tortura. Seu cérebro travava uma batalha ferrenha entre o que havia visto – sim, tinha certeza de ter visto – e sobre o que a lógica lhe mostrava. Era impossível uma pessoa se transformar em outra, era pouco provável ele ter se enganado e levado Jimin mesmo, era ridículo achar que realmente estava certo no que vira, mas ao mesmo tempo era como se algo lhe dissesse, lhe lembrasse constantemente do rosto do barista la naquele abatedouro. A voz dele lhe provocando, as gargalhadas e até os gemidos, absolutamente tudo o deixava confuso sobre o que realmente havia visto, ouvido ou feito ou o que era só coisa da sua cabeça. Sua mente estava um verdadeiro turbilhão mas mesmo assim o cansaço lhe venceu e acabou adormecendo, deitado de qualquer jeito em seu leito, sem nem ter se dado ao trabalho de vestir-se.

Já era próximo as 15 horas quando foi desperto. Ainda estava meio grogue quando se sentou na cama e olhou o relógio de parede indicando o meio da tarde, mas tudo parecia em silencio ali. Pegou o celular que estava sobre a mesa de cabeceira e não havia notificações, o que o fez se questionar sobre o que o havia acordado e então o som da campainha reverberou pelo apartamento até então silencioso e com isso a sua duvida foi sanada.

Gritou que já estava indo enquanto se levantava e procurava uma roupa qualquer para vestir, se questionando sobre quem poderia estar lhe procurando aquela hora. A única pessoa que o buscava diretamente no apartamento era YoonGi e pelo horário, deduziu que não deveria ser ele pois o mesmo estaria trabalhando então passaram-se duas possibilidades: Ou havia acontecido algo para o legista lhe procurar tão cedo, ou era outra pessoa, mas não conseguia pensar sobre quem poderia ser, e deixando todos os devaneios de lado, rumou diretamente a porta e a abriu, quase caindo pra trás com a imagem que se fez a sua frente.

- Desculpa não ter avisado antes, meu filho. Essa semana tem sido tão corrida pra mim que não tive tempo de lhe ligar comunicando que finalmente havia conseguido minha transferência. – Falou HunBee com um amplo sorriso e os braços abertos, observando o ar espantado do enteado que mal conseguia balbuciar uma resposta. – Será que posso entrar? – Questionou abaixando os braços e se sentindo frustrada ao ver que não foi correspondida como imaginava no abraço que há tanto sentia saudade e finalmente Jungkook pareceu voltar ao mundo real, lhe dando passagem em seguida.

- Nossa! Desculpe eu pela grosseria! Vamos mãe, entre! Faz tanto tempo desde que você ligou dizendo que voltaria e depois não comentou mais nada... – Disse o rapaz já pegando as malas da senhora e levando para o meio da sala e dessa vez foi em sua direção e abraçou o corpo magro da mulher. – Achei que havia mudado de ideia e preferido se manter no Japão mais esse ano. – Concluiu se soltando do abraço e logo a mulher sentou-se no sofá e puxou o rapaz para seu colo, abraçando o corpo dele que era muito maior que o seu, e de forma desajeitada passou a acariciar os cabelos negros do menino, que se aninhou ainda mais para apreciar as caricias.

- Eu também achei que não voltaria esse ano ainda, mas entrei com uma liminar na justiça internacional e um pedido no consulado. Eu NECESSITAVA voltar o mais rápido possível e com isso, eles disponibilizaram meus trabalhos para todas as áreas em que eu poderia atuar e não só as que eu sou especializada, mas por fim tive sorte! Sábado fui comunicada que precisarão de mim exatamente para o tipo de trabalho que sou habituada a fazer. – Explicou e logo deixou um beijo terno na bochecha de Jungkook que se soltou do abraço e sentou-se ao seu lado, tomado pela curiosidade, não só pela profissão da madrasta –que nunca lhe contava exatamente com o que trabalhava – mas também sobre qual seria o motivo de necessitar tanto voltar para a cidade de uma vez, e deixando sua curiosidade se verbalizar, questionou.

- Eu realmente fico feliz que você tenha voltado! Senti tanto sua falta! – Choramingou abraçando-a de lado. – Mas estou curioso sobre o que exatamente fez você querer tanto largar sua vida no Japão para voltar pra cá. Pelo que você sempre falava, era maravilhoso viver la. – O Garçom observou HunBee lhe olhar com um ar triste e hesitante, como se ponderasse o que deveria ou não contar para o garoto e isso o fez franzir o cenho e abrir um pouco mais os olhos, como se dissesse de forma muda que não deveria lhe esconder nada, e por fim a mulher suspirou.

- Ok, de qualquer forma você precisa saber de tudo até porque ele virá até aqui. – Falou de uma vez com um quê cansado na voz e o Jeon se pôs a questionar internamente sobre o que ou quem ela estava falando até que, após mais um suspiro, a voz feminina continuou. – Filho, primeiro de tudo quero que você fique calmo e tenha em mente que não importa o que aconteça, apesar de não ser sua mãe biológica, pra mim você é meu filho sim, e eu vou te proteger! – O sangue do mais novo gelou nas veias e a única coisa que sentia era seu coração se apertando de medo, mesmo sem saber do que.

- Você sabe que pra mim, você é minha mãe e nunca tratarei você diferente disso, mas por favor, fala logo o que ta acontecendo que eu to ficando agoniado! – Suplicou e pela terceira vez ouviu-a suspirar, tendo ciência de que não era nada bom o que ela tinha pra contar.

- Jeon, você sabe que mês passado fez quatro anos e seis meses que seu pai está preso, não sabe? – O garoto arregalou os olhos e sua espinha se arrepiou de extremo a extremo só de ouvir uma menção àquele homem. – Você também sabe que a condena dele é de nove anos, mas que, se ele tivesse bom comportamento, poderia sair para regime semiaberto quando cumprisse dois terços da pena, certo? – Questionou e o garoto franziu o cenho confuso quanto ao rumo que a conversa tomava.

- Sim, eu sei disso. Se ele não fizesse merda nenhuma na cadeia, ele sairia quando completasse seis anos. – O Garçom encarou-a confuso, sem entender o que aquilo tudo tinha a ver com a pressa dela em voltar e continuou. – Não entendo porque quis tanto largar tudo la agora, falta um ano e meio pra ele sair da cadeia... Não falta? – perguntou observando-a abaixar o olhar.

- Faltaria filho... O Problema é que o sistema carcerário do país é muito precário e a superlotação é o maior problema e pensando nisso, há mais ou menos uns dez anos, o governo implantou uma merda chamada “programas de remissão de pena” – Falou fazendo aspas com o dedo e expressando nojo na voz. – Você sabe que seu pai não concluiu os estudos por ter se dedicado aos ringues muito jovem, praticamente na infância. Com isso ele pode entrar pra escola que tem dentro da penitenciaria, depois ele começou a trabalhar la. Enfim, todas as atividades dele lhes rendia dias a menos preso, e há alguns meses atrás ele fez um pedido de revisão de pena que concomitou em um ano e quatro meses a menos do que ele precisaria cumprir em regime fechado. – Os olhos de ambos se encontraram e ao perceber o menino mais tremulo do que já estava, segurou ambas as mãos dele, tentando lhe passar alguma segurança antes de concluir. – Quando ele foi a julgamento, você ainda estava no hospital e eu já tinha essa propriedade no meu nome e realmente não esperava que fosse ser transferida para o Japão, então quando a policia pediu o endereço fixo dele, eu passei essa casa como se fosse dele. Como não oficializamos divorcio e eu nem transferi esse apartamento pra você, na secretaria de segurança do estado ainda consta esse como endereço dele, então quando ele ganhar a liberdade, será pra cá que ele tem que vir. Filho, seu pai vai ser solto em menos de um mês e nós não temos muito o que fazer alem de aguardar que ele venha morar aqui até o fim dos nove anos de condena dele. Ele não pode deixar a cidade nesse meio tempo e tenho certeza que ele também não nos deixará partir.

Naquele segundo em que ouvira aquilo, Jungkook sentiu seu mundo todo desabar, suas estruturas ruírem e ao fechar os olhos para tentar assimilar aquilo tudo, se viu novamente no porão da casa que vivia cinco anos atrás. Viu-se acorrentado às vigas que sustentavam o teto do cômodo e o olhar malévolo que o progenitor lançava sobre si enquanto girava o taco de beisebol no ar.

“Gosta de aventuras Jungkook? Que tal experimentar voar? Não era isso que procurava quando se envolvia com outros garotos igual um viadinho de merda? Não era adrenalina e diversão que buscava?” A gargalhada grave e tomada pelo álcool invadia seus ouvidos junto com o temor do que poderia lhe acontecer.

“Hoje você será o passarinho. Gosta de voar?”

- Mas não vamos nos preocupar com isso agora. – A voz de HunBee lhe despertou - Ele deve ter se arrependido do que fez e assim que você lhe apresentar uma namorada, talvez ele nem lembre tudo o que aconteceu. Vamos rezar para ter paz e pra ele voltar como o bom homem que era antes de tudo aquilo acontecer, sim?  - Concluiu sorrindo de forma doce e sendo retribuída com um sorriso amarelo, mas que também não a fazia julga-lo. Ela entendia muito bem o sofrimento do filho e temia como tudo aconteceria tanto quanto ele.

Após ajudar a madrasta se instalar no quarto de hospedes, Jungkook decidiu que precisava ocupar a cabeça com trabalho e informou-a que iria abrir o bar naquela noite e ela lhe respondeu que iria descansar pois a viagem havia sido cansativa e no dia seguinte teria que se apresentar ao novo trabalho e após o breve dialogo, o garçom deixou o apartamento rumo a escadaria metálica que levava ao seu oficio.

Ainda antes de chegar a calçada, Jeon viu seu carro estacionado no pequeno beco e foi só aí que se lembrou da grande falha que cometera. Ele havia esquecido de guardar todas as coisas que havia usado na madrugada anterior e ao olhar pela vidraça do veiculo, seu sangue gelou. O taco de beisebol estava no banco traseiro, coberto de sangue que àquela hora já deveria estar seco, mas não havia secado a tempo suficiente de salvar o estofado do banco de uma bela mancha vermelha e olhando para a porta da moradia com o intuito de ter certeza que não era observado por HunBee, apressou-se em abrir o veiculo, pegar o taco e correr para o porão onde guardava seus artefatos de “diversão”.

Sua preocupação atingiu o limite sobre o que sua mãe postiça poderia ou não ter visto e sobre como explicaria aquilo caso fosse questionado e ainda ali, decidiu que era melhor se apressar em guardar tudo o que havia usado. Voltou ao carro abrindo o porta-malas, pegou a mochila e as cordas e voltou rapidamente para o porão e já dentro do cômodo, trancou a porta.

Ao depositar seu material sobre a bancada, sentiu-se irritado ao perceber que sua corda estava coberta de sangue. Apesar de relutante, não havia muito o que fazer a não ser descarta-la, o problema era: Onde. Não podia correr o risco de simplesmente joga-la fora em uma lixeira qualquer. Até o mais imbecil dos seres estranharia a coloração escarlate que o objeto carregava e isso poderia lhe render algum problema, então por hora, optou por escondê-la ali mesmo e por conta de ter mais alguém habitando sua casa agora, teria que manter o cômodo trancafiado. Rumou a mochila e de la tirou as facas que estavam perfeitamente limpas por terem sido poupadas do trabalho na noite anterior e após observar com um certo carinho, uma a uma, se lembrou de Mark e se questionou sobre como ele se sentiria quando achasse um cadáver em sua propriedade.

Com tal pensamento, se recordou que a primeira vez que havia visitado o abatedouro, no sábado a noite, ele estava completamente abandonado e sem qualquer sinal de que alguém havia ido la por muito tempo, no entanto, naquela madrugada era visível que o local tinha recebido visitas poucas horas antes de chegar la e assim, constatou que as idas de Mark até seu sitio se davam em períodos bem espaçados e com isso suspirou aliviado.

“Da próxima vez que o Cheff Mark for até la, o máximo que vai encontrar é um amontoado de carne podre cheia de vermes. Mesmo que ele reconheça como uma pessoa, a policia não conseguirá colher informação alguma!”- Pensava orgulhoso de si mesmo.

Depositou todas as laminas no balcão, pegou sua câmera e suas fotografias já pensando em guarda-las e observando desgostosamente a qualidade da resolução das fotos, ponderou mais uma vez sobre comprar outra câmera melhor, mas aí se lembrou do que pensava quando chegou em casa.

Quantas outras mortes ainda cometeria? Quantas outras vezes praticaria até enfim executar seu plano inicial de acabar com o ex gordinho? Se viu pensativo sobre tudo o que seus atos envolviam e suspirou profundamente.

Era um fato que a policia estava em seu encalço. Como YoonGi havia ficado muito ocupado e distante nos últimos dias, não tinha muita certeza sobre o que a investigadoria sabia a respeito da segunda morte. Até se sentia tranquilo quanto aquela terceira pois como havia executado tudo em um lugar remoto, esperava que demorassem até achar o cadáver, dificultando a investigação por um todo, e talvez até nem ligassem aquele crime aos outros, mas ainda assim sentia o temor de ser descoberto.

Jungkook não era tolo a ponto de achar que a policia nunca chegaria ao real criminoso, principalmente se as mortes continuassem, então isso por si só já reduzia muito seu numero de possíveis ensaios antes do “Gran Finalle”, mas ainda imerso naquilo tudo se lembrou do pior.

Seu pai estaria ali naquele apartamento em menos de um mês. Menos de 30 dias era o que tinha para executar todas as suas vontades antes de jogar a mala no carro e sumir no mundo sem deixar rastros pra trás, sem levar o passado consigo. Parecia pouco tempo e tudo lhe soava muito apressado, mas por fim, acabava até se sentindo ansioso. Mal podia esperar para finalmente se ver livre dos seus demônios e poder dormir em paz, sem nenhum pesadelo, sem nenhum remorso, sem o peso que a sede de vingança trazia ao seu peito. Menos de 30 dias até poder ser o Jeon Jungkook que era quando fez a maldita transferência para aquela escola amaldiçoada, há quase seis anos. Menos de trinta dias para apagar de vez a existência de Park Jimin na sua vida.

E foi com o peito mais tranquilo por sentir ter tomado a decisão certa em adiantar as coisas, que rumou para fora do porão, trancando-o e colocando a chave do cômodo no bolso e logo seguindo para seu bar. Por fim, aquela era uma noite que já iria começar agradável para si, apesar de tudo.

 

~~

“Onde você foi agora?”

Era o que Hoseok se questionava olhando para a janela e vendo, do outro lado da rua, Taehyung atendendo os clientes sozinho atrás daquele balcão.

Havia ouvido Jin falando sobre o psicólogo cedido pela Interpol e mesmo ficando feliz por saber que agora haviam ainda mais chances de solucionar de vez aqueles casos, não conseguia tirar da cabeça todas as suas suspeitas quanto aquele ruivo.

Jung já se sentia sufocar com aquelas duvidas, com as perguntas que lhe rondavam a mente e achava que se não desabafasse com alguém, mesmo sabendo que não deveria, acabaria enlouquecendo. Voltou-se para a sua mesa e viu SeokJin rabiscando algo no relatório da morte de Jaesang e perceber o semblante triste do amigo, se sentiu culpado. Sabia que tinha que confiar no parceiro, sabia que Jin merecia acima de qualquer um a sua confiança, mas ainda vacilava quanto a expor o barista desnecessariamente.

“E se eu contar tudo isso pra ele e no fim o Jimin for inocente? Vou ter exposto ele dessa forma toda sem ele sequer ter feito algo. Isso é errado...”

Mas também era errado ocultar coisas do mais velho então decidiu que lhe pediria ajuda, mas de forma velada.

Hoseok andou até a sua cadeira e a puxou com um pouco mais de força para que o barulho chamasse a atenção do amigo e percebeu que havia conseguido quando viu o Kim largando a caneta e apoiando os cotovelos na mesa logo esfregando as mãos ao rosto.

- Seokjin, quero te contar uma historia, mas eu não quero ser interrompido ou questionado. Quero apenas que você me escute e depois conversaremos, tudo bem? – Um pequeno sorriso de alivio surgiu no rosto do mais velho que assentiu prontamente, levando os dedos aos lábios e imitando o gesto de fechar de zíper e novamente direcionando a atenção ao moreno. – Bom, digamos que você conhece alguém que quando era adolescente, foi discriminado por ser gordo, sempre foi a piada da escola e não tinha muitos amigos. – Encarou o mais velho que fez um sinal de cabeça para que continuasse. – Digamos que no fim do colégio esse alguém conheceu uma pessoa e se apaixonou por ela e depois de um tempo essa pessoa se aproxima desse alguém que passa a achar que é correspondido. Esse alguém se entrega a pessoa que gostava, mas no fim, tudo o que eles fizeram acaba virando motivo de chacota pra esse gordinho e se não bastasse isso, as pessoas que praticavam bulling com esse alguém, o espancam e estupram e depois disso esse garoto passa a viver a base de calmantes e antidepressivos pra tentar superar os traumas que viveu. – Encarou novamente o mais velho que ainda estava com o semblante atento a si e tentando formular as próximas frases suspirou. – Bom, digamos que você trabalha na investigação de uma serie de crimes bárbaros... – A risada do mais velho, apesar de fraca lhe interrompeu mas ao invés de brigar, apenas riu nasalmente e colocou o indicador em frente aos lábios pedindo silencio. – Deixa eu terminar, caralho! Digamos que durante os seus trabalhos, você achasse uma serie de coisas que o faz crer que, apesar da sua personalidade não aparentar crueldade em absolutamente nada, ainda há ligações com a ação do criminoso... Ainda há objetos que aparecem nos crimes e que tem ligação com  esse passado conturbado dele. – Suspirou profundamente e observou o cenho do mais velho se franzindo com um ar pensativo adornando o rosto. – SeokJin, o que faria se fosse você que visse tudo isso? – o Kim deu um riso soprado e o olhou de volta com firmeza, mas também com um leve divertimento brincando em suas pupilas.

- Em primeiro lugar eu conversaria de forma franca e honesta com meu colega de trabalho! – Alfinetou prendendo o riso e recebeu um revirar de olhos como resposta. – Ok, brincadeiras a parte, isso tudo que você me falou me leva a crer que você tem uma suspeita sobre alguém. Nem vou perder meu tempo perguntando quem é porque eu sei que você não quer falar. Ou seja, você não confia em mim. – Falou serio e antes que Hoseok protestasse esticou a palma em sua direção indicando que queria continuar. – Bom, em primeiro lugar eu tentaria ver exatamente como são esses vínculos que eu estou enxergando. Se são mesmo reais ou se não são coisas que podem se vincular a outras pessoas também. Não tem como você pelo menos exemplificar o que você está vendo de semelhante entre esse seu amigo aí e o criminoso? – Pelo ar pensativo que o Jung assumiu ao ouvir tal questão, Jin deduziu que poderia ser alguém que ele também conhecesse, mas como ele e Hoseok conheciam praticamente as mesmas pessoas, acabou nem questionando-se sobre quem seria.

- Tudo bem, mas não quero que fique tentando procurar nomes. Só quero que tenha um ponto de vista semelhante ao meu para me ajudar. – O outro assentiu com a cabeça e se escorou na cadeira enquanto Hoseok engolia em seco. – Digamos que esse garoto tenha ganhado rosas brancas do menino que ele gostava e que ele também tenha bebido café com ele no dia que as coisas ruins aconteceram e que essas duas coisas ainda estão presentes em sua vida hoje em dia... – Suspirou receoso e por fim bufou frustrado sem saber como ilustrar melhor o que sabia sem falar demais. – Enfim SeokJin, digamos que existem muito mais coisas Entre Cafés e Rosas do que se pode pensar... -  O mais velho levou os dedos ao queixo e mantinha a expressão pensativa enquanto tentava formular alguma teoria em sua cabeça.

- E como é a personalidade do seu amigo? Quero dizer, você acha que ele seria capaz de algo? Ele lhe parece alguém cruel a ponto de cometer tudo o que o assassino fez? – Questionou e viu Hoseok se levantando irritado, puxando os cabelos e quase choramingando.

- Eu não sei, Jin! Pra mim ele parece um ser completamente doce, receoso, frágil, sabe? Aquele estereotipo que faz você querer colocá-lo numa cúpula de vidro e nunca mais deixar alguém tocar! Ele é tão amedrontado com tudo que me lembra um gatinho se escondendo do mundo. – Bufou se jogando na cadeira sem nem perceber o sorriso que nascia no rosto de SeokJin – Apesar de tudo indicar que é ele o assassino eu não consigo acreditar que ele seja capaz!

- E o que mais indica? Vamos Hoseok, desembuche sua teoria! – Instigou o outro cruzando os braços na frente do peito aguardado a resposta do mais novo.

- Ok, Primeiro: Ele era gordo e sofria por isso, certo? As vitimas também são gordas então pode ser que ele fez isso por ter raiva de gordinhos e o fato da pele ter sido extraída dos dois primeiros cadáveres, pra mim, parecem que é algo como “Saia desse corpo, gordura inútil”. – Jin Assentiu e girou a mão no ar indicando que continuasse. – Óculos. Ele usava óculos e as duas primeiras vitimas também. – Jin repetiu seus gestos. – E sei la, as rosas podem ser uma forma de ele lembrar o que sofreu e o café também, enfim. É isso que eu acho.

- Huum... – Mais uma vez Jin massageava o queixo com um quê pensativo enquanto Hoseok o observava ansioso pelo que falaria. – Olha Jung, realmente faz um pouco de sentido a sua teoria, apesar de eu ter certeza que tem mais coisa aí que você não quer me contar e que podem inocentar ou culpar ele de vez, mas vou falar com base no que você me disse, ok? – o Mais novo assentiu afoito e logo Jin se ajeitou na cadeira, apoiou os cotovelos na mesa e entrelaçou os dedos, logo apoiando o queixo ali. – Eu não tenho muita experiência com essas coisas de psicologia e tudo o mais, mas se ele é realmente tão amedrontado e sofre tanto de forma depressiva com o que aconteceu, isso por si só não me deixa muito crente de que é ele. – Encarou Hoseok que estava atento lhe olhando com um ar ansioso. – Mas assim, você disse que associou ele ao crime por causa de ele ser gordo, das rosas e do café, certo? – O moreno assentiu. – Mas você parou pra pensar que talvez esse garoto que o agrediu também pode ter ligação com esses objetos? Quero dizer, esse cara que zombou dele e que o estuprou ou sei la, deixou que o estuprassem, você já pensou que eles dividiram a rosa e o café nas mesmas circunstancias? Esse cara a foi capaz de um ato cruel antes, provável que também não goste de gordinhos, tem ligação com café e rosas tanto quanto o seu amigo... Se você souber quem é esse agressor, por favor me avise porque teremos que vigia-lo de perto porque pra mim, o criminoso não é o seu amigo e sim o cara que fez mal a ele. Pense sobre isso. – Concluiu se levantando e dizendo que iria ver como Namjoon estava.

Após ver a porta se batendo a sua frente, se levantou e foi até a janela novamente e viu Min YoonGi conversando com outros policiais na calçada, o acobreado falava de forma descontraída, sustentando seu amado cigarro entre os dedos e ao observa-lo uma serie de lembranças lhe bateram como uma bola de demolição.

O Quadro de formatura com a inscrição “Formandos do 3° Ano de 2007 – Colégio Bom Jesus”.

Os fragmentos da voz de Taehyung lhe ecoando nos ouvidos:

“Ele tava apaixonado pelo Jungkook...”

“...Só falou que eles haviam tomado café e que ele tinha ganhado uma rosa branca do Jeon...”

Lembrou vagamente de Jeon entregando uma flor branca e papel a Jimin no dia que se beijaram em seu bar, ainda antes de saber da historia deles dois.

“...eu não posso dizer com certeza se foram os amigos do JungKook ou se foi o próprio Jeon, mas o fato foi que espancaram muito ele, estupraram ele e só Deus sabe o que mais fizeram...”

E então, ainda olhando o legista na rua, as vozes de NamJoon e de SeokJin reverberou em sua cabeça:

“...Pode ser que nem ele saiba que está se encontrando ou que conhece o assassino...”

“...Todas as pessoas que se relacionam com Min YoonGi”

Foi como ter tomado um tiro no meio da cara.

Jeon Jungkook já havia sido muito cruel em seu passado

Jeon Jungkook tinha também ligação com Rosas brancas e café, devido ao dia que havia passado com Jimin.

E a pior constatação até ali: Jungkook era extremamente próximo a Min YoonGi.

“Devo ficar feliz por Jimin não ser mais tão obviamente culpado ou triste por ter que investigar o namoradinho do meu colega?” – Era o que se questionava sentindo pela primeira vez naquele dia, o alivio lhe tomando o peito.


Notas Finais


VAMOS DAR UM SALVE A KIM SEOKJIN SALVANDO A NAÇÃO JIHOPE O/
Gente, hoje não tenho muito o que falar não (talvez até teria, mas o sono ta foda OAKSOASKOAKSOA)
Enfim, HunBee (madrasta de JungKook que foi citada no cap 10) Voltou!
Quero que vcs tenham em mente que o que é citado no cap 10 é meio que um POV do JK, ou seja, como tudo que sai da mente desse garoto, pode ser bem distorcido e não tão condizente com a realidade, mas com ela presente (BEM presente) nos próximos capítulos, as coisas ficarão um pouco mais claras.
GENTE QUERO BEIJAR SEOKJIN, VCS NÃO FAZEM IDEIA! oaskoaskoaksoaskaoskaoskao
BTW, quero MUITO agradecer todos vocês pelo carinho, serio mesmo! NUNCA na minha vida achei que um dia algo que eu escrevesse ia passar de 2mil views e PQP Quase 5.5k é MUITA COISA! vcs me matam!
E o que dizer dos 247 favs? vcs me tombam mesmo viu viados! AOSKAOSKAOSK
Serio AMO VCS DE CORAÇÃO!
Ja disse isso milhares de vezes mas como sou cuzona vou falar de novo: MUITO OBRIGADA por cada view, por cada comentário, por cada fav, por cada demonstração de afeto mesmo que minima (na visão de vcs né, pq sempre me derreto até com um "Oi Ash") E até os fantasminhas que só leem, serio, nunca conseguirei dizer o quão grata sou por todo o amor que recebo de vcs e até pelas risadas que dou com os hates e ataques das JiKookas que pararam de me incomodar e agora acho mó graça <3
Enfim gente, próximo cap provável que saia sábado mas não vou adiantar nada por razões de: Eu não o escrevi ainda (EEEEETTTAAA AUTORA PREGUIÇOSA PQP!!)
Serio gente, desculpem por estar desperdiçando tanto tempo sofrendo por miaus de bosta no twt ao invés de escrever logo, mas isso me ajuda a me sentir melhor e a me inspirar fora que os tiros do Bangtan doem, mas são maravilhosos de sentir *-*
Ok, Ja falei de mais!
Ja sabem né? Me sigam la no twt pra gente chorar a perfeição do BTS juntas e pra gente curtir de amor e sofrimento na parceria o/
https://twitter.com/Ashmedhai
Tenham um bom restinho de semana e divirtam-se o/
KissKiss
~~Ashmedhai


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...