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História Between Coffees and Roses - O Primeiro Grande Caso?


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


OiOiOi!! *-*
Eu sei que falei que ia postar só amanhã ou depois mas não me aguentei e cá está o capitulo dois hoje mesmo pq ja tava pronto ha tempos e eu fiquei muito feliz com todos os favs e views <3
Sim gente, eu sou facílima de agradar!
MASSS isso não quer dizer que não quero coments ta ;D
Esse cap continua de onde o anterior termina mesmo, então divirtam-se *-*

Capítulo 2 - O Primeiro Grande Caso?


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - O Primeiro Grande Caso?

O Grande Caso?  

Hoseok e Jin desembarcaram do carro e ergueram o olhar para aquela construção abandonada a frente. O mais velho conferiu a anotação no papel entregue pelo namorado e acenou afirmativamente para o outro investigador que o observava aguardando confirmação do endereço. Fizeram o caminho até a porta do armazém desativado em silencio e com certa pressa, quase que com curiosidade sobre o que encontrariam ali e ao passar pela porta, por muito pouco, não desistiram da missão apenas pelo cheiro insuportável de carne podre que o local exalava. Andaram pelos corredores sujos e mal iluminados e logo ouviram vozes e barulho de flashes de maquinas fotográficas. Perceberam que a policia cientifica já havia chegado e entraram na sala, ficando ambos boquiaberto com o cenário grotesco que havia em frente a eles.

Antes de qualquer ação, foram abordados por um rapaz mais baixo que ambos, de pele extremamente clara e cabelos em um tom acobreado que beirava o rosa. Sem dizer qualquer palavra, tiraram os distintivos dos bolsos do colete e apresentaram e viram o baixinho fazer o mesmo.

- Min YoonGi, chefe da policia cientifica. Vocês devem ser Jung SeokJin e Kim Hoseok? – Falou estreitando os olhos.

- Não, Jung Hoseok e Kim SeokJin, você confundiu. – Falou o mais novo rindo soprado do erro do cientista que franziu o cenho em desaprovação pela correção e ao observar isso, SeokJin pensou consigo mesmo que teriam um grande desafio em dividir o caso com YoonGi.

- Tanto faz. NamJoon os mandou? – Perguntou dando de ombros e recebeu a resposta afirmativa dos investigadores. – Ótimo, podem ficar a vontade para observar a cena, fotografar o que acharem relevante, não mecham em nada, enfim. Vocês conhecem os procedimentos muito bem, não estou falando com amadores. Divirtam-se! – Concluiu com um tom de tédio na voz e saiu em direção aos demais policiais de jaleco branco que andavam pelo local.

Os colegas trocaram olhares e engoliram em seco ao se tocar que teriam que vasculhar a cena do crime atrás de pistas do autor e sem mais delongas também vestiram as luvas cirúrgicas e munidos de pinças de sacos esterilizados, se colocaram a observar tudo.

SeokJin já havia visto varias cenas de crimes grotescos na jurisdição que trabalhava antes de ser transferido para ali. Havia solucionado casos cruéis de agressão e sequestro, mas nada se comparava a maldade que o autor daquele crime a sua frente deixou marcado no corpo da vitima e no espaço em que estavam.

Se afastou um pouco para tentar gravar na memória a cena por completo.

Do teto desciam quatro correntes grossas, elas seguiam até onde o corpo estava, próximo a parede do lado direito da sala. Não conseguia ver as extremidades dela, mas sabia que terminavam nas costas do garoto morto. O Cadáver estava deitado em um banco de carro velho e aquela era a pior visão de toda a sala.

O Rosto estava muito inchado o que dificultaria bastante o reconhecimento de feições ou fisionomia. Não conseguiria dizer se era pelo tempo que havia morrido ou por ter sido agredido na face. Tudo estava tingido em um tom escuro de vermelho. Sangue seco. O que indicava que o óbito havia ocorrido há mais de 24horas, e pelo cheiro, provavelmente, mais de 48.

Descendo olhar pelo tronco, viu o tórax aberto e a curiosidade o fez se aproximar mais e com isso pode perceber que o corte era irregular. Olhou em volta e viu uma serra elétrica, daquelas usadas na construção civil para cortar cerâmica, caída. Já sabia a causa da morte.

Tentando não vomitar, olhou para o abdômen da vitima que era para si a marca da crueldade do assassino em questão. O músculo que segurava as entranhas estava totalmente exposto, a pele havia sido completamente arrancada e ainda ali perto do banco de automóvel viu os pedaços da derme com uma farta camada de gordura jogados de qualquer jeito pelo chão.

Sabendo que tudo o que observava não era de sua competência, chamou YoonGi novamente e perguntou o que sabiam do caso.

O Acobreado disse que ainda não poderiam afirmar a identidade da vitima com precisão, mas que na madrugada de quinta para sexta-feira uma família havia registrado um boletim de ocorrência alegando o desaparecimento do filho de 17 anos e, a principio, parecia se encaixar no perfil físico daquele cadáver.

SeokJin riu debochado da afirmação do Cientista e o mesmo indagou irritado qual era a graça e o mais alto respondeu que não conseguia entender como YoonGi sabia as características de um cadáver tão horrendamente desfigurado. Um sorriso presunçoso nasceu nos lábios do menor.

- É bem fácil, na verdade. Ele não é muito alto – Falou apontando para as pernas do rapaz que não encostavam no chão. – É um estudante. – Falou apontando um uniforme escolar rasgado jogado no canto da sala. – E o principal! – Caminhou até o lado do banco e pegou um daqueles pedaços de carne. – Você sabe o que é isso? Tecido adiposo. Sabe o que é tecido adiposo? Gordura. Olha em volta. Olha a quantia de pedaços desses espalhados. Esse garoto era gordo pra caralho! – YoonGi colocou a carne que segurava sobre o morto e andou até próximo a uma mesa que estava no meio daquela sala, se abaixou e com uma pinça que havia recém tirado do bolso, ergue um emaranhado de metal com pedaços de vidro. – AH! Ele usava óculos também! – Concluiu colocando o objeto em um daqueles sacos plásticos.

Hoseok estava do lado oposto da sala do parceiro e também observava o espaço. Havia uma bancada e a mesma estava limpa, sem poeira antiga, o que o fez pensar que quem quer que fosse o autor daquilo, não havia agido tão no impulso, já que havia se preocupado em higienizar o local. Andou e viu uma garrafa térmica. Ajeitando melhor a luva nos pulsos, pegou-a e a abriu. O liquido que estava dentro era escuro e ao cheirar soube que era café. Mais uma vez o pensamento de que o crime havia sido planejado lhe passou pela cabeça. Olhou em volta procurando por copos descartáveis, lixeiro ou qualquer coisa que pudesse ter sido usado para servir a bebida e, com isso, talvez ter DNA do algoz, mas não encontrou nada. Talvez a equipe cientifica tivesse achado o recipiente antes de si já o tivesse coletado.

Entregou a garrafa para um dos subordinados de YoonGi, pedindo uma analise de impressão digital ou material genético e o mesmo assentiu, colocando o objeto dentro de mais um daqueles sacos lacrados. Caminhou lentamente até o fim da bancada e ao lado dela havia uma mesinha menor, coberta de materiais cortantes aparentemente bem limpos, exceto por duas facas grandes que estavam cobertas de sangue. Repetiu o ato de empacotar os materiais e entregou a equipe cientifica.

Todos ali procuravam freneticamente por alguma pista, alguma peça que, com mais informação, pudesse levar ao assassino e mal perceberam quando o carro do Instituto médico legal chegou para levar o cadáver para reconstituição e posterior sepultamento.

YoonGi perguntou se os investigadores teriam alguma objeção a isso e ambos negaram. Tudo o que poderiam captar sozinhos já havia sido captado. Agora precisariam de todos os laudos dos legistas e rezar para aquele ser mesmo o garoto desaparecido, para aí então interrogar a família e prosseguir com a caça até prender o bandido.

Quando os legistas levantaram o corpo para coloca-lo dentro da cuba mortuária, SeokJin pode perceber que as correntes do teto estavam presas por ganchos ao couro das costas do cadáver e ao olhar para cima imaginou aquele rapaz que agora estava morto pendurado ali e balançando, gritando de dor. Engoliu seco constatando que estava lidando com um monstro e prometeu a si mesmo que o pegaria. Vivo ou morto, aquele criminoso seria pego.

~~~~

Como Taehyung o havia dito, a manhã na cafeteria era realmente bem mais calma que o segundo turno. As vendas se resumiam a cafés rápidos e vez ou outra algum doce ou bolo que havia na vitrine. A clientela também era em sua maioria os policiais trabalhadores da delegacia vizinha ou pessoas que passavam por ali e resolviam se alimentar rapidamente antes de seguir suas rotinas diárias. Jimin, por diversas vezes, se perguntava quantos daqueles clientes eram assíduos e viriam no dia seguinte e quantos apenas estavam casualmente de passagem.

Já estava próximo ao horário em que seu amigo voltaria do primeiro dia de aula quando viu um rosto conhecido atravessando a rua em direção ao seu estabelecimento. O rapaz de cabelos acobreados que sempre vinha no meio da noite para tomar um cappuccino estava entrando pela porta quando Jimin se questionou internamente se ele vinha mais de uma vez todos os dias ou se coincidentemente também havia mudado de horário.

Observou o rapaz sentar-se e imediatamente pegou o bloco de pedidos e se encaminhou para atende-lo.

- Bom dia! – Cumprimentou e aguardou enquanto o cliente olhava o cardápio.

- Bom dia! Vou querer um cappuccino bem doce, por favor. – Falou depositando o pequeno livro sobre a mesa e só então percebeu que era o mesmo rapaz que o atendia todos os dias. – Oh! Você! Também teve que mudar de turno? – Questionou e Jimin sorriu antes de responder.

- Meu sócio não poderá mais trabalhar pela manhã, então trocamos. Agora ele que lhe servira o cappuccino da noite. – Disse divertidamente e observou o rapaz de jaleco branco expressar uma falsa tristeza.

- Na verdade não. Tive que assumir um caso que me obrigará a trabalhar pela manhã por um tempo. Odeio acordar cedo! – Bufou revirando os olhos e o barista riu soprado.

- Com o tempo você se acostuma, YoonGi. – Falou de forma encorajadora e o cliente sorriu.

Enquanto Jimin preparava a bebida do policial, a sineta da porta tocou indicando que mais clientes haviam chegado. Quando olhou, viu o mesmo homem fardado que havia vindo bem no começo da manhã acompanhado de mais um homem alto trajado igualmente na farda negra, de ombros largos e cabelos pretos. Ambos se encaminharam diretamente a mesa de YoonGi e iniciaram uma conversa que parecia muito seria. Ao terminar o preparo, levou a bebida para o menor dos três e já se preparou para anotar os próximos pedidos. Um americano duplo sem açúcar para Hoseok e um expresso para o rapaz alto que agora sabia se chamar SeokJin. Riu ao perceber que, mesmo dentre a grande variedades de café que servia, Hoseok havia pedido novamente o mesmo e sentiu-se levemente orgulhoso por conhecer melhor o gosto de mais um cliente seu.

Hoseok viu uma certa informalidade, quase que uma “intimidade”, diria assim, entre o Ruivo e o Cientista e questionou se eles se conheciam há muito tempo.

- Na verdade venho todas as noites aqui nos meus minutos de folga. Até fiquei triste ao saber que teria que mudar de turno por causa desse caso e com isso, não teria mais o café dele, mas tive sorte! Parece que ele também mudou de turno. Ruim vai ser quando a gente encerrar esse caso e eu voltar a trabalhar a noite! – Suspirou e levantou o olhar vendo que SeokJin olhava fixamente em direção ao balcão e seguindo o seu olhar, percebeu que o Policial estava nitidamente encarando o Barista.

Hoseok também percebeu o ato do amigo e o cutucou por debaixo da mesa.

- AI! O que é que foi? – Perguntou Jin e Hoseok franziu o cenho reprovando silenciosamente o seu ato de observar o ruivo. – AH! Fala serio Hoseok, ele é lindo! Deixa eu babar vai, olhar não tira pedaço! – Falou debochadamente e o colega logo preferiu intervir.

- Olhar não tira pedaço mas o Namjoon tira, então melhor parar de gracinha senão conto pra ele sobre essa sua mania de “observar” garotos por aí. – Repreendeu em voz baixa de forma que só os três da mesa ouvissem.

- Ta com ciuminho é? Se você quiser eu pego o telefone do bundudo pra você. – Deu uma piscadela e Hoseok corou de forma violenta.

Que SeokJin era homossexual, não era segredo pra ninguém, era só observa-lo um pouco que logo notaria uma serie de trejeitos femininos. Mas Hoseok não era assim. Alias, ele não se considerava gay. Bissexual seria o termo mais indicado já que seus últimos dois relacionamentos haviam sido com mulheres. No entanto não podia ser hipócrita e negar o fato de que tinha uma preferência maior por homens. Se eles tiverem um corpo bem esculpido e um bumbum redondinho então, seria perfeito. E era exatamente isso que o Ruivo aparentava esconder debaixo daquele uniforme social da cafeteria.

- Você também é gay, Hoseok? – A voz do acobreado lhe tirou do breve devaneio e por mais que tivesse a opção de não responder, preferiu falar a verdade.

- Bi, digamos assim. Me relaciono mais com mulheres, mas não me prendo a gênero, sabe.

- Mentira! Não pode ver um bombadinho por aí que já sai arrastando asa! – Se intrometeu SeokJin rindo e ao terminar a frase quase ficou com medo do olhar cortante que o parceiro de equipe lhe lançava.

- Ok, Não estamos aqui pra falar de relacionamentos ou vida sexual de ninguém, não! – Cortou Hoseok antes que o amigo começasse a contar todas as suas experiências para o Legista. – E então? O que temos de novo?

- Na verdade ainda não temos muita coisa. Realmente foi confirmado que a vitima era o menino desaparecido. Kim Shindong o nome dele. Dezessete anos, Um metro e setenta e cinco, cento e quatro quilos. Tinha miopia e usava óculos para isso. Estava cursando ultimo ano do ensino médio. Pelas amostras de coagulação e estado de decomposição, o crime ocorreu na quinta-feira. Horário da morte estimado entre 21h e 00h mas isso sem muita precisão já que foram quatro dias. Isso foi o que os exames superficiais mostraram. Coletamos amostra de quase todos os tecidos do menino. Não há sinal de agressão sexual, mas ainda não foi feita lavagem estomacal então pode ser que ele tenha feito algo antes. A família, como vocês já sabem, virá para interrogatório no começo da tarde, aí essa parte de “diga com quem tu andas que eu direi quem vai te matar” é com vocês. – Falou direto e sem pausa deixando ambos os investigadores pensativos por alguns segundos enquanto absorviam as informações.

- Quanto tempo o IML pediu pra família antes de liberar o corpo pra sepultamento? – Questionou SeokJin e foi interrompido pelo Ruivo que lhe trazia as bebidas pedidas anteriormente. Assim que viram o dono da cafeteria voltar ao caixa, YoonGi se pronunciou.

- Na verdade não damos ou pedimos datas em casos assim. Veja bem, foi um crime brutal. Posso apostar que até o fim da tarde os abutres da imprensa já vão estar estampando a noticia em cada esquina da cidade só pra gerar pânico na população. Eu falei pra mãe dele que precisaria de tempo pra analisar melhor o corpo e que assim que não conseguíssemos extrair qualquer informação nova, lhe entregaríamos o filho dela. – Falou dando de ombros – Por fim vai ser até melhor pra eles porque se resolvessem fazer um velório ou coisa assim essa semana, com o assunto em pauta nos jornais, ia encher de reporterzinhos tentando entrevistar a família e expor as lagrimas deles, só por mais uns pontos de audiência. – Bufou, tomou um gole do café e concluiu. – O Ser humano tem prazer em ver o sofrimento alheio!

Ambos concordaram porque sabiam que era verdade. Sabiam que a grande massa gostava de assistir tragédia e quanto mais cruel e desumano fosse, mais falado o assunto seria.

- Conseguiram averiguar mais alguma coisa da vida do garoto? Ou algo sobre o autor? O Local me aparentou ter sido preparado para o crime pelo assassino. Crime premeditado, entende? Sua equipe conseguiu achar algo? – Questionou Hoseok e YoonGi negou com um aceno de cabeça antes de continuar.

- Por enquanto nada de pistas. Reviramos a cena e nada de cabelos, digitais ou qualquer outra coisa que pudesse indicar quem foi. Parece até que foi um fantasma e dos bem cuidadosos. Concordo com você. Para mim só o fato de não ter digitais do criminoso já é um indicio que ele planejou de alguma forma o que aconteceria. Levou luvas, provavelmente. Cuidou para não deixar rastro e não pisar nas poças de sangue. Das duas uma: Ou o cara que fez isso tinha muita raiva desse garoto ou é um completo doente.

- Ou talvez tenha raiva de algo que o garoto represente. – Falou SeokJin com o olhar perdido na borda da xícara de café. – Pode ser que seja uma vitima simbólica ou algum amor não correspondido. Lembrem-se da Rosa achada sobre o corpo. – Concluiu.

- Exato, e isso só reforça que estamos lidando com um doente. – Completou Hoseok.

~~~~

Do outro lado do balcão, Jimin, mesmo sem querer, ouvia toda a conversa entre os policiais devido ao espaço diminuto e ao baixo movimento que o estabelecimento tinha naquela hora. Um arrepio lhe correu a espinha ao pensar no que os homens falavam.

Tentando se distrair, foi até a televisão pendurada próximo a porta de entrada e ligou-a. Estava passando um desenho animado, programação característica das manhãs, já que a esse horário maioria das crianças da cidade ainda não haviam ido para escola e as emissoras acabavam por faturar mais entretendo os pequenos. Olhou no relógio e percebendo que já estava próximo ao meio dia resolveu manter naquele canal, já que havia um noticiário que passava durante a hora do almoço e naquele dia em especifico queria muito assisti-lo.

Jimin se distraiu vendo o programa infantil e mal percebeu quando Taehyung entrou na cafeteria trazendo uma mochila pesada nas costas e um ar cansado.

- Oi Hyung! Trouxe o almoço pronto pra gente comer hoje. – Falou erguendo uma sacola e Jimin despertou do seu transe sorrindo para o amigo.

 - Pode ir comer primeiro que quando você voltar, eu vou. Aí eu aproveito e vou para a estufa relaxar um pouco. – Respondeu o mais velho enquanto o moreno acenava afirmativamente e entrava pela porta que dava acesso a moradia.

Assim que se viu sozinho no balcão novamente, voltou a prestar atenção na televisão e viu o noticiário começando. Com o controle, aumentou um pouco o volume do áudio e escorou-se no balcão. Logo a primeira matéria era a que lhe interessava.

A gravação mostrava uma moça trajando roupas sociais com um microfone contendo a logomarca da emissora. Estava parada em frente a um armazém abandonado que apesar da ação do tempo, lhe era familiar, e ao fundo podia-se ver intensa movimentação do corpo policial e também varias viaturas e outros homens usando jalecos brancos.

Ela contava que naquela manhã havia sido encontrado um corpo mutilado e em estado de decomposição. Descreveu o corpo como sendo o de um adolescente, estudante do colégio do bairro, acima do peso que media entre 1,70 a 1,75 de altura. Até então a vitima não havia sido reconhecida. A matéria foi concluída com a informação de que não se sabia da autoria e nem do motivo do crime e que por isso a população deveria tomar cuidado pois poderia haver um monstro a solta na sociedade e tal frase fez Jimin Sorrir.

“A Sociedade está cheia de monstros a solta por aí, a diferença é que esse tem garras...” Pensou consigo.

Assim que a imagem voltou a mostrar o estúdio do canal, Jimin desligou o aparelho e Taehyung logo em seguida voltou para traz do balcão.

- Jiminie, vai comer. Você ta aqui a manhã toda, deve estar faminto e cansado! – Disse o moreno massageando levemente os ombros do menor e o mais velho sorriu.

- Eu estou bem, Tae. Depois eu como, agora quero saber como foi seu dia no curso. – respondeu se virando e pegando as mãos do amigo, massageando-as com carinho, usando os polegares.

Desde que terminaram o ensino médio, ambos decidiram que fariam gastronomia. Quando estavam cursando o terceiro ano, Taehyung terminou seu namoro de cinco anos, chocando todos a sua volta. Ele afirmava que não era aquele tipo de relacionamento que queria para o resto da vida e ninguém questionava. O fato era que Taehyung sempre foi traído pelo agora ex-namorado e a única pessoa que sabia dessa verdade era Jimin. Por ser do tipo caseiro e muito raramente sair para festas e baladas, o namorado ia sozinho e La, não se prezava a manter fidelidade alguma. No fundo isso nunca incomodou o moreno o suficiente para terminar já que tinha ciência, naquela altura do campeonato, que não amava o namorado e por fim mal ligava para o que fazia ou deixava de fazer. No entanto Taehyung tinha caráter e o que motivou o termino não fora as traições do namorado para consigo, mas sim o peso na consciência que lhe acometeu quando ele mesmo, em uma tarde fria regada a vinho na companhia do melhor amigo se descontrolou e traiu o parceiro.

Meses após o fim do relacionamento, Jimin decidiu que queria sair de casa e finalmente viver uma vida de adulto. Já tinha quase 20 anos e achava que já havia passado da hora de andar com as próprias pernas. Assim que Taehyung soube da novidade se jogou de cabeça na ideia e propôs ao amigo que morassem juntos. Dividiriam as despesas e, assim que conseguissem, montariam o próprio negócio.

Todos ficaram felizes com os planos dos dois e logo os pais de ambos se puseram a planejar a vida nova que seus filhos teriam. Ambos os casais juntaram as economias e decidiram investir no sonho deles. Abriram uma cafeteria e desde então eram totalmente independentes.

Anexo ao prédio adquirido, havia a casa que foi planejada e decorada com muito carinho pelas duas mães enquanto os pais se preocuparam em arrumar o comercio de forma que os dois fizessem ali o que gostavam. Tudo era cômodo para ambos e eles as vezes tinham a impressão de estar sonhando. Primeiro, por poder trabalhar com o que gostavam. Segundo, por poderem ingressar na vida nova juntos.

O Ultimo ano da faculdade foi bem difícil pois precisavam conciliar estudo e trabalho e também havia a distancia entre eles já que para manter o estabelecimento funcionando durante todo o dia precisaram alternar os cronogramas. Mas ainda assim tinhas as noites livres e essas faziam questão de preservar juntos.

Depois de terminar a faculdade, Taehyung quis uma folga. Disse que estava esgotado mentalmente e que se visse mais um livro na sua frente era capaz de incendia-lo. Já Jimin tinha mais um sonho a realizar: Ser um Barista.

O Ruivo sempre foi aficionado por café e por tudo que envolvesse a planta. Amava desde as curiosidades e peculiaridades características do plantio, colheita e todo o processo até a semente virar pó e, principalmente, a gama que lhe parecia infinita, de coisas saborosas que poderia fazer vindo da bebida. Mais um ano de estudo e finalmente pode sustentar o tão sonhado titulo em forma de um diploma carinhosamente emoldurado e pendurado em uma das paredes do estabelecimento. No dia da formatura do curso, Taehyung se sentiu motivado pela conquista do amigo e decidiu que queria estudar novamente e ia começar com o que mais amava: Doces.

Ainda enquanto trocavam afagos e carinhos singelos atrás do balcão, os três policiais se dirigiram ao caixa, e como Taehyung ainda não estava vestido com o Uniforme, Jimin mandou-o se trocar e antes de voltar ao balcão para atender os clientes, deu um selinho rápido, totalmente automático de si, na bochecha do mais novo que imediatamente rumou para casa. Somente após o ato, foi que se tocou do que havia feito e, com a cabeça baixa pela vergonha, calculou o valor a receber em silencio. Assim que se voltou para entregar o troco, sua vergonha aumentou ainda mais com a curiosidade do acobreado sobre si.

- Vocês são namorados? – Perguntou YoonGi sem cerimônia nenhuma e observou o barista ficar ainda mais vermelho. Achou a fofura do rapaz a coisa mais amável que havia visto naquele dia.

- N-Não! Somos amigos apenas. – Respondeu tentando controlar a vergonha que se transformava em nervosismo e o medo de julgamento que sempre lhe atingia quando aquele tipo de assunto era tocado perto de si.

- Huuum! – YoonGi pegou um guardanapo de papel e tirou a caneta do jaleco e começou a fazer anotações enquanto os outros três homens o olhavam curiosos. – Já que você não é namorado dele, esse é meu telefone, pede pra ele me ligar, se não se importar, claro! – Concluiu entregando o papel e dando uma piscadela para Jimin que ficou boquiaberto atrás do balcão.

- O-ok! P-pode ter certeza que eu entrego sim. – Falou ainda de olhos arregalados pelo comportamento surpreendentemente atrevido do cliente.

Assim que deixaram a cafeteria, Jin olhou para traz e ao perceber através do vidro que Jimin não os olhava mais, deu um tapa fraco no ombro de YoonGi.

-Por que fez isso com ele? Coitado! Você viu a vergonha que ele tava? – Falou rindo repreendendo o menor.

- Eu só fiz isso pra ver se eram só amigos mesmo ou se eram namorados e ele não quis assumir. – Disse dando de ombros

- E a qual conclusão você chegou? Porque, pra mim, a reação dele pode ser interpretada tanto afirmativa como negativamente. – Disse Hoseok.

- Ele não expressou raiva ou ciúme ou qualquer sentimento de posse. Se você namora alguém escondido e outra pessoa da encima do seu parceiro, você vai demonstrar ciúme mesmo que não possa admitir o relacionamento. Ele pegou o guardanapo e guardou, ou seja, ele não tem ciúme do Moreno. – Explicou com tanta simplicidade na voz que nem parecia que estava explicando como a mente humana funcionava.

- E você anotou um numero falso né? Já pensou se ele te liga mesmo? – Falou SeokJin debochando de YoonGi

- Mas a intenção era essa mesmo! Achei o moreno bem interessante. Espero mesmo que ele me ligue! – Disse novamente com um tom de tédio bem característico seu e deixou os dois investigadores embasbacados já que nunca imaginariam alguém como YoonGi se envolvendo com outro homem. – Bom, a conversa está boa, mas meu expediente e tarefas já se esgotaram por hoje! Vocês saem que hora? – Perguntou e aguardou a resposta dos colegas.

- As 17h. Seria bom nos encontrarmos depois do interrogatório para conversarmos sobre o que a família disser e tentar organizar os fatos. O que acham? – Disse Hoseok.

- Por mim tudo bem. Perto da minha casa tem um bar bem gostoso e calmo, não tem muito movimento e tem muita cerveja barata. Se quiserem podemos nos encontrar la. – Sugeriu o menor e viu os dois colegas concordarem. Passou o endereço e se despediu. – Vejo vocês as 18h no balcão! – Concluiu se afastando e esfregando uma mão na outra.

- Vamos entrar que temos mais uma tarde de trabalho para cumprir. – Falou SeokJin puxando Hoseok pra dentro da delegacia.

- Eu realmente deveria ter cursado medicina! – Bufou o mais novo, sentindo a preguiça lhe comer vivo e invejando o Acobreado que, devido ao cargo, trabalhava uma quantia de horas reduzida.

- Mas não cursou e agora você tem um homicídio em mãos pra resolver e não adianta bancar a criança preguiçosa! Daqui a pouco a família chega e precisamos estar atentos aos detalhes dos depoimentos. – respondeu o mais velho ainda lhe içando escada acima em direção a sala deles.

- Só espero que esse caso seja realmente bom e nos renda pelo menos um pouco de reconhecimento! – Falou alto fazendo o outro rir.

Talvez aquela fosse a chance de conseguir o tão almejado respeito e, quem sabe, o titulo de “mente brilhante” no meio policial.

~~~~ 

Após ver os três policiais fora da cafeteria, Jimin correu pra dentro da casa e se jogou sobre Taehyung que estava terminando de fechar a camisa, parado no meio da sala. Levou as mãos ao pescoço do mais novo e o chacoalhava simulando um enforcamento.

- Por que você deixou eu fazer carinho em você na frente dos clientes, criatura! Quase morri de vergonha agora a pouco! – falou rindo ao lembrar da pergunta do policial e logo o moreno se soltou e questionou o porque daquilo. – O Policial de cabelo avermelhado perguntou se a gente era namorado quando viu que eu dei um beijo nessa sua bochecha fofa aí! – disse fingindo irritação e o moreno gargalhou imaginando o amigo tingido de vermelho pela vergonha.

- Ai hyung! Para de frescura! Qual o problema dele pensar isso? Se é aquele que estava de jaleco, ele não tem cara de ser gay, então não fique achando que estraguei suas chances com ele! – disse debochadamente e ao parar o olhar sobre o amigo percebeu um certo sorriso sugestivo e viu o ruivo estender um papel em sua direção.

- Eu não teria tanta certeza assim de que ele é hetero... Ele deixou isso pra você. – Falou colocando o papel no bolso da camisa do mais novo e com dois tapinhas sobre o guardanapo riu soprado da cara embasbacada que Taehyung mantinha. Dirigiu-se para a porta que levava ao quintal e de lá gritou para o amigo que continuava imóvel com a mão sobre o papel. – E vai logo pro balcão que a cafeteria ta sozinha. Eu to indo pra estufa. Se precisar de mim, é só chamar. – Saiu e fechou a porta.

Ao passar pelo caminho de pedras que levava a sua parte preferida da casa, permitiu-se respirar fundo, puxando um pouco do ar fresco e puro que o quintal arborizado tinha, relaxando um pouco. Caminhou a passos calmos e passou pela porta com estrutura de madeira revestida pelo plástico que também compunha toda a construção destinada ao seu hobby favorito. Floricultura.

Mas não era qualquer tipo de flores que Jimin cultivava. O Ruivo tinha uma paixão imensa por uma planta especificamente. Rosas.

Não sabia ao certo quando sua preferência por elas havia nascido, mas desde que se lembrava, amava rosas em todas as formas e cores. Naquele dia, no entanto, foi até o fundo da pequena casa de plástico e parou em frente a bancada que trazia vários vasos com o mesmo tipo. As Rosas brancas.

Aquelas eram suas preferidas e se um dia lhe perguntassem o motivo, poderia passar horas discorrendo sobre. Mas o principal eram as lembranças. Lembranças maravilhosas de coisas que não voltavam. Memórias boas de um único dia que, agora sabia, era mentira, mas ainda assim eram memórias boas.

Jimin amava as rosas brancas muito antes de elas fazerem parte da sua dor e ajudar a constituir a imagem dos seus demônios internos mais perversos. E só pelo seu amor pela planta ser prévio a isso, não deixava de cultiva-las ali por mais memórias ruins que elas também trouxessem.

Ao fechar os olhos e lembrar daquele sorriso que tanto havia amado e daquelas mãozinhas fofas, quase infantis segurando o ramo da flor, lhe presenteando com ela, uma lagrima rolou pela face e um turbilhão de sentimentos e outras lembranças tão conhecidas por si lhe tomaram por completo e aquela lagrima solitária que havia rolado, logo ganhou companhia de varias outras.

Já haviam passado cinco anos, mas doía como se tivesse sido ha quatro dias...


Notas Finais


Entao pessoas *-*
Esse capitulo pode não parecer dizer muita coisa agora, mas guardem os detalhes dele pq mais pra frente verão que ele tem sim MUITA importância e traz muitos insights da historia em si.
Alias, quero dizer uma coisa para os meus leitores novos: Eu tenho a mania de enfiar Easter egg em tudo, então cada detalhe deve ser tido como importante pq se não o usar no mesmo capitulo, o usarei mais pra frente e as vezes deixar isso passar pode fazer vcs ficarem confusos.
Outra coisa: Esse começo realmente esta confuso pq os "mundos dos personagens" ainda não estão totalmente interligados, mas logo logo eles se chocarão e tudo passará a fazer sentido então NÃO DESISTAM!! <3
Proximo capitulo postarei entre amanhã a noite e terça feira pq como disse, quero aproveitar o feriado ja que quarta volto trabalhar e aí postarei apenas um capitulo por semana (como disse no cap 1, é uma previsão, se conseguir antes postarei antes, mas não contem com isso como certeza)
Capitulo 3 vem com altas emoções e personagens novos, eles não foram citados e nem estão marcados na Fic ainda, mas vcs entenderão quando ver a Tag nova e plz, não me xinguem pelos couples, o foco vai ser JiHope mesmo então as biaseds que me perdoem por maltratar seus bias <3
OBRIGADISSIMO PELOS 23 FAVS EM MENOS DE 24HORAS E PELAS 63 VISUALIZAÇÕES! Espero mesmo corresponder as espectativas de vcs qnto a esse escrito e estou ansiosa pelos comentarios
POR FAVOR COMENTEM!!!! ISSO MOTIVA MUITO O FICWRITER A ESCREVER MAIS *-* Podem seguir no twitter tbm e conversar comigo por la (super amo qndo interagem comigo la e as vezes até fogem uns spoilers ç.ç) @Ashmedhai é meu nick.
Até amanhã *-*
Kisskiss
~~Ashmedhai


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