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História Between Coffees and Roses - O Caminho Para as Montanhas


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


OLHA QUEM VEIO DE MADRUGADA POSTAR CAP NOVO PRA VCS???
Malz ae pelo horário nada apropriado para uma overdose de JiHope amorzinho, mas as minhas constantes demoras em atualizar me deixam com a consciência pesada e isso faz eu querer postar assim que termino de escrever.
Em função disso gente, ja vou pedindo de antemão que perdoem qualquer erro ou me avisem nas DMs do twt caso encontrem algo. Eu revisei, mas por ser tarde, pode ser que tenha passado algo, então perdão mesmo!
Enfim, bora parar de enrolar e sofrer um pouco pelo OTP??
Vejo vcs la embaixo!
Kisskiss
~~Ashmedhai

Capítulo 26 - O Caminho Para as Montanhas


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - O Caminho Para as Montanhas

O Caminho Para as Montanhas

 

Enquanto dirigia para casa, Hoseok não conseguia parar de pensar sobre como aquele dia havia começado a ficar bom. A reação totalmente pacifica de NamJoon lhe apoiando completamente, inclusive se encarregando da parte burocrática da sua licença, o fazia sentir-se grato aos céus por ter um chefe como ele. Toda a papelada que precisaria voltar para assinar nos próximos dias e os tramites que ficaram pendentes quanto ao seu afastamento do caso e das suas funções ficaram a cargo do delegado que, munido de uma procuração rapidamente confeccionada e registrada no cartório que ficava no quarteirão seguinte, tinha total liberdade de assinar por si e percebeu nisso um ato maior do que o de encarregado responsável. Viu ali um ato de amizade puro pois sabia perfeitamente o quão inapropriado era se afastar do trabalho em um momento tão importante, mas sabia também o porque de NamJoon lhe apoiar. Com certeza se fosse SeokJin correndo os riscos que Jimin corria, o Delegado agiria exatamente como estava agindo. O Kim abdicaria de tudo por quem amava e por isso auxiliou Hoseok, porque entendia a necessidade do mais novo de deixar a pessoa que lhe ocupava o peito, em segurança.

Quase que apressadamente, o investigador se pôs a arrumar as bagagens. Encheu as malas com roupas quentes já que sabia através do seu telefonema ao tio, que fazia muito frio no interior. Pegou também sua câmera fotográfica, notebook, alguns livros que havia comprado há algum tempo e não conseguido ler e outros pertences pessoais que sabia que precisaria e em menos de uma hora, já trancava a porta do apartamento e descia ao estacionamento para ir encontrar com o ruivo em sua cafeteria.

Já Jimin, desde que Hoseok partiu no inicio da manhã e o amigo se ofereceu para ajudar-lhe com as bagagens, se sentia nervoso e vez ou outra soltava gritinhos de excitação, totalmente eufórico e sorridente enquanto corria pelo quarto e pensava o tempo todo sobre o que precisaria ou não nos dias que ficaria fora e Taehyung até queria acalmar o mais velho, lhe dizer para parar com aquele surto besta de adolescente apaixonado que faria sua primeira viagem com o namorado, mas não podia. Não podia jogar um balde de água fria na felicidade do amigo, não podia lhe lembrar que aqueles dias não eram exatamente uma lua de mel como estava se comportando ser, mas sim uma espécie de fuga, no entanto vê-lo sorrindo novamente como não sorria há cinco anos faziam o peito do moreno se aquecer e sabia que era crueldade demais tirar aquele brilho dos olhos do Park justamente depois de tanto tempo sem tê-lo visto.

A custo de muito esforço, após aproximadamente duas horas naquela aflição gostosa toda, Jimin conseguiu fechar a segunda mala cheia de casacos quentes, botas para neve e coisas variadas que nem sabia se precisaria ou não, mas que optou em levar por via das duvidas. Sendo repreendido pelo exagero, o ruivo olhou orgulhoso para as bagagens, sempre com a sensação de que estava esquecendo de algo e ainda ao observar as malas paradas ao lado da porta do quarto, sentiu as mãos do Kim pousando sobre seus ombros e logo lhe virando em direção ao banheiro e outra onda de nervosismo lhe cobriu enquanto se lavava.

A cada minuto que passava, mais próximo ficava a chegada de Hoseok e só de lembrar do policial, o Park se sentia inquieto. Sentindo a água quente do chuveiro escorrer pelo corpo tomou ciência de que ficaria sozinho com o Jung, provavelmente dormiriam juntos, e tal pensamento pela primeira vez lhe deixou receoso. Uma serie de possibilidades lhe passou pela cabeça e ponderou que apesar de ter sido respeitado desde o começo pelas atitudes do mais velho dentro das suas “limitações físicas”, as circunstancias naquela viagem alteravam-se sutilmente com a grande privacidade que teriam, e por um minuto pediu aos céus para que a hospedagem deles nos próximos dias fosse realmente na casa de algum parente de Hoseok para não precisar se preocupar sobre como fugiria dos toques mais íntimos que provavelmente o mais velho teria vontade de executar. Tinha medo por fim, de não saber como agir, não saber como responder ou como afastar o policial sem magoa-lo caso ele tentasse algo a mais e, pior ainda, se iria querer afasta-lo mesmo, já que não podia negar o quanto as reações do seu corpo na noite anterior haviam sido diferentes de todas as reações que sempre teve com relação a outras mãos passeando pela sua pele e envolto em tais pensamentos, suspirou pesadamente desligando o chuveiro e logo vendo Taehyung invadindo o banheiro e mexendo no armário.

- Você quase esqueceu dos remédios. – Disse o moreno com a cara enfiada em meio as portas pequenas de madeira. – Falando nisso... Você deveria levar isso aqui com você... – Um riso anasalado escapou do mais novo e quando Jimin saiu de dentro do Box embaçado, ficou quase roxo de vergonha ao ver o frasco de lubrificante sendo segurado pelo amigo.

- CLARO QUE NÃO, TAEHYUNG! – Gritou se jogando sobre o amigo e tomando o recipiente das suas mãos e guardando-o no lugar de origem. – Não vai acontecer nada disso nessa viagem! – Completou juntando as sobrancelhas, dividido entre irritado e envergonhado e percebeu o revirar de olhos do Kim.

- Jimin, sejamos realistas! – Falou encarando-o seriamente, segurando seus ombros para que o menor não fugisse. – Vocês ficarão vários dias fora, provavelmente dividirão um quarto e passarão todas as horas desses dias juntos. Pode até não ser sua intenção, mas não minta pra você mesmo dizendo que acha que não vai acontecer nada perto disso. – Quase com um choramingo, Jimin bufou e antes que contestasse, Taehyung prosseguiu. – Jimin, pare de agir como se isso fosse algo que você não quer de jeito nenhum ou que é uma ideia assustadora e que te desagrada porque a gente sabe que isso não é verdade! – E novamente como em um grito, respondeu-o

- A ideia é assustadora sim! Tae, depois de tanto tempo ninguém nunca me tocou alem de você! Eu tenho todo direito de ter medo! – O choramingo do mais velho fez o moreno rir soprado dele e achando aquela cena uma das coisas mais fofas que havia visto, o fazendo ter ciência do quão infantil estava sendo.

- Jimin, eu tenho certeza que o Hoseok não te obrigará a nada que não queira. – Percebeu-o erguendo o olhar e calmamente prosseguiu. – O fato é que não há nada de errado em querer! Eu já te disse isso um milhão de vezes, mas vou repetir mais uma pra ver se entra nessa sua cabecinha de fósforo: Nem todo mundo é como o Jungkook! Se vocês transarem ou não, isso não quer dizer que ele gostará menos ou mais de você! Olha o que ele ta fazendo só pra você ficar seguro! Ele ta largando o caso da carreira dele pra você não correr mais riscos! – E percebendo um certo olhar inquisidor do amigo, o moreno tratou de se explicar. -  Não to dizendo que você tem que transar com ele porque ele ta tirando você da cidade. Não é isso! Só to te dizendo que ele gosta de você o suficiente pra largar tudo por ti, e isso prova que ele te respeitará assim como tem feito desde que vocês começaram com esse rolo aí.

- Então se ele me respeita não preciso levar, oras!  Eu não vou querer! – O ar nada crente de Taehyung arrancou uma risada gostosa de ambos e por fim, Jimin se deu por vencido. – Ta bom, coloca isso junto com a frasqueira de banho. Mas nem começa com as piadinhas que eu ainda acho que não vai rolar nada! – Concluiu já aumentando algumas oitavas na voz para ser ouvido pelo Kim que já estava no quarto guardando os pertences que havia pego no banheiro e mentalmente Jimin rezava para estar certo. Não por não querer que nada acontecesse de fato, mas porque realmente se sentia inseguro quanto àquele assunto e tinha medo de como as coisas poderiam correr  posteriormente, caso ele e Hoseok chegassem a transar de fato.

A verdade que se negava admitir era que apesar de ser uma ideia idiota, ainda havia um parte de si que temia ser abandonada. Havia um lado seu que pensava automaticamente que caso ele e Hoseok se envolvessem intimamente, ele sofreria de novo, seria humilhado mais uma vez, seria largado sozinho para sofrer e se curar das feridas que tudo aquilo criaria. Esse seu lado temeroso era o lado que guardava na memória a única vez que havia de fato se entregado a alguém por amor e em função dessa entrega, sua vida havia virado de cabeça para baixo. Mas ainda havia seu lado racional – alimentado pelas palavras de Taehyung – lhe dizendo que era impossível aquilo tudo acontecer novamente.

Abandonando toda a sua confusão mental sobre transar ou não com o Jung, Jimin rumou ao quarto e rapidamente se pôs a se secar e se vestir com as roupas que havia separado para a viagem e ainda antes de secar os cabelos ouviu a buzina do carro do investigador e viu o Kim indo ate a janela do seu quarto e gritar para que o moreno entrasse. Apressadamente terminou de secar os cabelos com a toalha, borrifou um pouco da sua colônia nos pulsos e pescoço e vestiu o casaco pesado que havia deixado de fora da bagagem para usar. Ainda não fazia muito frio na cidade, mas pelo que havia conversado com Hoseok, a cidade que era seu destino ficava nas montanhas, então durante o percurso com certeza esfriaria e pegar um resfriado ou uma gripe justo na sua viagem de “férias” não era uma opção.

Quando finalmente tomou coragem de descer as escadas segurando uma mala em cada mão e uma mochila nas costas, encontrou o mais novo e o policial conversando na sala. Taehyung lhe falava algo sobre horários e frisava que o moreno não podia esquecer tal cronograma e pressupôs que o sócio falava de seus remédios e por fim acabou rindo soprado quando se lembrou da promessa que o Jung havia lhe feito na estufa.

“Se você deixar, eu te farei feliz TODOS os dias” – E imediatamente lhe ocorreu um pensamento: “Talvez eu não precise mais tomar esses remédios daqui pra frente...”

Assim que Hoseok o viu, ainda no meio da escada, se apressou em ir ao seu encontro, tirando ambas as malas das mãos e colocando no chão para logo em seguida lhe abraçar com força e depositar um selar simples mas forte contra os lábios do ruivo que corou imediatamente. Após afastar do beijo, o Jung levou ambas as mãos às bochechas de Jimin acariciando-as ternamente com os polegares procurando suas orbes com o olhar até se fixarem um no outro.

- Tudo certo? Podemos ir? – Perguntou tentando ler se havia algum sinal de arrependimento no mais novo que se limitou a abrir aquele sorriso iluminador que escondia completamente os olhos entre as bochechas fartas.

-Claro! Vamos! – Respondeu e já se direcionou a Taehyung o abraçando com força e lhe deixando uma serie de recomendações sobre priorizar o curso e só abrir a cafeteria no período da tarde e da noite, enfatizando que o estudo do mais novo era mais importante que dinheiro e ouviu-o dizendo que sabia de tudo o que falava e que só abriria de manhã nos dias que não tivesse aula mesmo e por fim, o Kim lhe empurrava pra fora de casa revirando os olhos com a preocupação exagerada do mais velho.

Hoseok pegou as bagagens do Park e foi na frente, logo abrindo o porta-malas do carro e guardando tudo ali. Poucos minutos depois o ruivo apareceu na calçada e mais uma vez o policial lhe abraçou com força e depositou um beijo terno nos lábios e depois na testa e ao soltá-lo, imediatamente abriu a porta do passageiro para Jimin entrar, esperou acomodar-se e fechou-a para só depois assumir o banco do motorista, dando partida e logo acelerando pelas ruas.

Aos poucos a paisagem urbana foi ficando mais escassa. Os prédios gradativamente deram lugar a casas menores, depois a casas espaçadas e por fim a pastagens e plantações. A visão de Hoseok alternava entre a estrada e o ruivo de tempos em tempos e o sorriso lhe surgia sozinho ao vê-lo com os olhos brilhando, observando atentamente cada detalhe da paisagem borrada pela janela, vez ou outra apontava algo que via ao longe e achava interessante, e o coração do Jung parecia não caber no tórax perante àqueles olhos tão vivos e brilhantes, curiosos, quase infantis de tão puros e inocentes que eram. Suspirar era fácil e automático para si olhando Jimin tão contente como estava.

O Park nunca havia ido para as montanhas. Assim que a capital ficou completamente para traz e a imagem que se fazia a beira da rodovia ficava ainda mais pitoresca, as casas assumiam ainda mais um ar rústico e tudo perdia o semblante cinza e urbano ao qual era tão habituado, e o Barista sentia-se sendo hipnotizado por cada detalhe a sua volta. Não faziam nem duas horas que estava na estrada e tinha a impressão que seu cérebro já havia criado uma serie de memórias boas só pelo que havia visto de dentro do carro. E junto a tudo isso ainda havia Hoseok ao seu lado, lhe encarando de tempos em tempos, sorrindo daquele jeito escandaloso que lhe era tão unicamente seu. Tinha a impressão de estar sonhando, de estar em um universo paralelo onde a palavra tristeza não existia e estava amando aquilo.

Como NamJoon havia ficado responsável pela burocracia a cerca da sua licença, Hoseok havia conseguido chegar relativamente cedo na casa do mais baixo e com isso optaram por almoçarem na estrada. Foi em meio a gargalhadas oriundas de qualquer piada banal que os dois perceberam a fome do um outro pelos roncos sonoros nas barrigas e assim que decidiram que era hora de fazerem uma pausa para comerem e “se esticarem” um pouco, o motorista lembrou de um restaurante ao pé da serra que sempre parava quando viajava por aquela estrada com seus pais.

Mais uma vez seu sorriso se escancarou ao Maximo quando viu Jimin desembarcando com a boca entreaberta e o olhar embasbacado sobre a construção de madeira escura que terminava num paredão de pedras e tinha um córrego correndo a sua direita em direção ao rio imenso que havia do outro lado da rodovia.

- Não me diga que esse córrego... – Disse com olhos brilhantes, sem conseguir continuar de expressar sua surpresa com a beleza do lugar.

- Exatamente isso! O restaurante é construído em volta do córrego. Vem! La dentro é ainda mais bonito. – Falou já entrelaçando os dedos com a mão do mais novo e o puxando para o interior da casa.

Ao passar pela porta, o queixo de Jimin caiu de uma vez. O restaurante se resumia em um grande casarão com pilastras grossas de troncos de arvores esculpidos em formatos de peixes variados, as paredes eram boa parte de vidro dando uma visão privilegiada da estrada e da paisagem envolta. E o mais belo de tudo: Daquele paredão de pedras que havia visto ser o fim da construção, vertia a água daquele pequeno riacho que era guiado para fora por um caminho de pedras ornamentado com vários tipos de plantas aquáticas e pequenos musgos. Era como se estivesse em um jardim e o barulho calmo da água escorrendo ali lhe acalentava de uma forma que o fazia querer ficar ali pra sempre.

Assim que percebeu que Jimin havia observado o local por tempo suficiente, o guiou ate uma serie de aquários dispostos próximo a uma espécie de Buffet. Logo um funcionário da casa veio até eles e então escolheram o peixe que apreciariam naquele almoço tardio e em menos de uma hora, ambos degustavam o prato preparado com muito capricho. O Park fez a nota mental de ir mais vezes àquele lugar mesmo sendo demasiado longe de casa só pela perfeição e calma que exalava de cada parede dali.

A imagem do mais novo tão tranquilo e sereno era algo que só havia visto enquanto ele dormia e tal ciência fazia o coração do policial solavancar. Hoseok pausou por diversas vezes a sua refeição apenas para apreciar a beleza do sorriso contente de Jimin, a paz que exalava de cada respiração dele, os risinhos tímidos que soltava quando flagrava-o observando e o tom róseo que sua face assumia com isso. Era tudo tão perfeito que a ideia de não registrar aquilo para lembrar pra sempre lhe desagradava e após concluir seu prato, o Jung pegou seu celular do bolso e fingiu mexer em qualquer coisa e quando percebeu o Park distraído novamente, fotografou-o.

Era pra ser uma foto boba, guardada mais na memória do seu coração do que do seu celular, mas Hoseok foi percebido em seu ato devido ao barulho que o aparelho imitava de uma câmera convencional e tal som mudou completamente o semblante do barista de tranquilo para parcialmente irritado.

-Ei! Você não ta tirando foto de mim não né, Hoseok? – A cara indignada do ruivo arrancou uma risada do policial e aquilo respondeu por si só a pergunta do mais novo. – Eu não acredito! Eu to horroroso! Pode apagar isso, por favor? – disse já se levantando sutilmente e tentando tomar o aparelho das mãos do investigador que imediatamente se afastou para traz e erguia a mão tentando deixar o celular mais distante do Park.

- Não vou apagar! – deu um tapa leve na mão do menor e riu vendo-o tentando pegar o telefone novamente. – Para com isso, eu não vou apagar! Você ficou lindo na foto! – Vendo Jimin se sentar novamente bufando, com o cenho franzido, finalmente dando-se por vencido, Hoseok ajeitou-se na cadeira e para provocar-lhe mais um pouco, colocou a imagem como tela de bloqueio e logo virou o visor para que o mais novo visse. – Ta vendo como ficou perfeito? Nunca mais vou trocar o papel de parede desse celular! – disse as gargalhadas provocadas pelo beiço infantil formado no rosto do ruivo e logo ouviu-o murmurando algo. – O que você disse?

- Eu disse que eu te odeio, Jung Hoseok! – falou com um tom totalmente birrento e aquilo fez o moreno se lembrar da imagem de uma criança contrariada. Fofo demais para ser ignorado ou para fazer-lhe levar a serio em suas palavras.

Percebendo que Jimin também já havia terminado de comer, levantou-se, foi até as costas dele e depositou um selinho cálido na sua nuca antes de puxar a cadeira para o barista se levantar e mais uma vez viu o rubor tomando conta das feições angelicais do garoto.

- Hoseok, não faz isso! Tem gente olhando! – Sussurrou com o olhar baixo e logo o policial levou a mão direita ate seu queixo e puxou brevemente para que o encarasse.

- Eu realmente não me importo! Eu gosto de você e não vou deixar de demonstrar isso por receio que alguém se desagrade. Você merece todo o carinho do mundo e não vou escolher lugar para te dar isso. – E ao concluir a fala, viu as bochechas que já estavam rosadas, ficando vermelhas e isso lhe encorajou a beijar-lhe ternamente. Um simples encostar de bocas, mas que fez o peito do Park se esquentar muito.

Enquanto Hoseok acertava as contas no caixa, Jimin se dirigiu para fora do estabelecimento. Ao passar pela porta, dando de cara com a vista do rio imenso que passava do outro lado da rodovia, suspirou profundamente, ainda perdido nos pensamentos sobre o que o outro havia recém lhe dito. Seu coração palpitava e sentia seu corpo relativamente tremulo e sabia perfeitamente que nada daquilo era causado pela temperatura que baixava aos poucos. Por alguns minutos disse para si mesmo que aquilo era um sonho, que ele não deveria se apegar a tais palavras pois logo acordaria em sua cama sendo chacoalhado por Taehyung e daria de cara com a realidade de sempre. Tinha medo de abrir os olhos e ver que Hoseok não passava de uma criação fértil da sua mente sôfrega e isso doía porque se realmente o Jung não existisse, ele estaria se apegando a uma imaginação boba, a personificação de um sonho de amor platônico adolescente mas logo a realidade lhe bateu a porta da forma mais gostosa possível. Ainda estava observando o leito do rio, temeroso por achar que estava sonhando quando sentiu um par de braços magros lhe abraçando a cintura com força, sentiu um beijo em seu pescoço e um roçar de nariz em sua bochecha e como se seu peito explodisse em felicidade, percebeu que não, não estava sonhando. Era real. Hoseok era real, seu carinho e cuidado eram verdadeiros. Seus sentimentos eram reais.

- Vamos? Ainda temos muita estrada pela frente. – Ouviu, e logo virou-se sendo surpreendido em seguida por um selinho roubado.

Ao entrar no carro, Hoseok percebeu Jimin um pouco mais quieto. O olhar dele estava sutilmente perdido e o Jung ponderou que talvez o ruivo se sentisse como ele mesmo se sentia. Talvez o Park também duvidasse da doce realidade que eles estavam criando e isso o deixava com medo. Tentando acalmar mais o seu peito do que o do mais novo, levou sua mão direita até a esquerda dele e entrelaçou os dedos, olhando-o de soslaio e tentando ler que reação o barista teria, e realmente seu peito se aqueceu e aquietou quando sentiu o enlace sendo apertado por Jimin e mais uma vez sorriu escandalosamente observando-o se ajeitar de lado no banco, ficando de frente para si e apoiando a cabeça contra o estofado e por fim, voltou a prestar atenção única e exclusivamente na estrada.

O motorista não sabia precisar quanto tempo havia passado desde que olhara Jimin pela ultima vez quando percebeu o entrelaçar de dedos se afrouxando, mas sabia ser muito já que o sol estava quase se pondo e a estrada que havia sido cheia de curvas e completamente íngreme devido a paisagem serrana, agora era mais plana e reta. Ao olhar novamente para o ruivo, viu-o todo encolhido, os joelhos dobrados sobre o banco e sua respiração lenta e calma, dormindo profundamente. Rapidamente estacionou no acostamento sem nem desligar o motor do carro, se esticou em direção ao banco traseiro e pegou o cobertor que havia trazido e esticou sobre o corpo inerte de Jimin e ao perceber-lhe se mexendo, fez um carinho suave em seus cabelos e viu-o se endireitando no banco, despertando aos poucos, se espreguiçando, e logo viu a cara surpresa do mais novo enquanto olhava em volta.

- Já ta escurecendo?! Nossa! Quanto tempo eu dormi? – Perguntou com olhos arregalados arrancando um riso soprado de Hoseok.

- Algumas horas, mas não muito. Da a impressão de ser tarde por causa do inverno mas é recém 17h. – Respondeu sorrindo e logo acariciando o rosto inchado e marcado pelas costuras do estofado do banco. – Pode voltar a dormir, ainda temos um bom caminho pela frente. – Concluiu e viu-o se recostando novamente, logo lhe selando os lábios com carinho e percebeu-o sorrindo em meio ao beijo.

- Eu não quero dormir mais! Desse jeito você vai me achar um chato por não lhe fazer companhia direito. – Dessa vez Jimin que o Beijou e Hoseok que sorriu.

- Pode ficar tranquilo que você precisará de mais do que algumas sonecas pra me fazer te achar chato, seu bobo! – Mais um beijo e logo o Jung retomou a estrada para menos de meia hora depois, perceber o ruivo apagado novamente.

Em outras circunstancias, talvez Hoseok até concordasse em ser chato dirigir sem sua companhia conversando consigo. Poderia até ficar sonolento ao volante por dirigir tantas horas em silencio, mas era incrível para si como a simples presença de Jimin lhe deixava completamente desperto, alerta, atento a cada movimento dele, a cada suspiro que o rapaz dava em meio ao sono. Era automático para si vigia-lo, observa-lo em seus mínimos detalhes e sinais. Era difícil para si ter que manter atenção completamente na estrada, não pelo cansaço de horas na direção do carro, mas porque cada respiração diferente de Jimin o puxava o olhar imediatamente para si na intenção de verificar se tudo estava bem, se não estava tendo algum pesadelo ou se só não estava desconfortável no acento do veiculo, mas por fim a estrada deserta e calma do inicio de noite colaborava para que fizesse o trajeto o mais rápido possível rumo à casa de seus avós, onde poderia pegar a chave da casa de campo para passarem as semanas que com certeza seriam guardadas em sua memória como as mais bonitas que já havia vivido, apenas por saber que seriam passadas na companhia do barista de bochechas fartas e olhar de chocolate que dormia pesadamente ao seu lado segurando a sua mão.

Quando finalmente estacionou em frente a casa dos avós, Já passava as 19 horas e por saber o quão cansativo havia sido o trajeto até ali, preferiu não acordar Jimin e assim decidiu que iria apenas pegar as chaves rapidamente e prometer voltar no dia seguinte para apresentar o rapaz para a família.

Com muito custo, desfez o enlace dos seus dedos, abriu a porta do carro com cautela e desembarcou, tudo sem tirar os olhos do menor que mal se mexeu desde que estacionara o carro. Fechou a porta com cuidado e caminhou apressadamente em direção a entrada da moradia dos mais velhos, já pensando no que falaria para encurtar a conversa e rumar finalmente para o refugio nas montanhas. Tocou a campainha, ouviu passos lentos e pesados e logo a porta se abriu revelando a imagem de um velhinho de cabelos escassos e braços, os óculos apoiados na ponta do nariz, e o ar rabugento de sempre arrancou dois sorrisos extremamente parecidos e assim ambos se abraçaram.

- Oi vô! Que saudade do senhor! – Disse o policial erguendo o corpo cansado do idoso que gemeu em meio ao enlace e lhe deu tapas fracos nas costas pedindo que o soltasse.

- Tem saudade mas não vem me ver né? Seu filho da mãe! – Disse rindo e sendo acompanhado pelo neto. – Vem, entra um pouco. Sua avó ta na cozinha terminando o jantar.

- Eu to com um pouco de pressa, vô. Meu amigo ta dormindo no carro, não quero demorar. – Viu o velho andando em direção ao sofá que estava a poucos metros deles e pegando um cachimbo aceso que estava apoiado à mesa de centro e o olhar encolhido, direcionado por cima das lentes do óculos, fizeram um pequeno arrepio desgostoso percorrer o corpo todo do policial.

- “Amigo” É? Eu achei que você já tinha parado com essas coisas erradas todas, Hoseok... – Disse o senhor Jung com um tom nada contente na voz e o peito do neto se apertou.

- Não há nada de errado aqui, vô. – Percebeu-o bufar e tentando evitar uma discussão desnecessária, resolveu ir direto ao assunto. – Bom, a gente ta cansado, a viagem foi longa... Eu só vim pegar a chave do chalé mesmo.

- Eu realmente espero que você e esse seu “amiguinho” respeitem a casa que seu avô aqui construiu para a nossa família. Não faça nada de errado la, Hoseok. – A paciência de Jung, que já estava se esvaindo por conta dos olhares julgadores do avô terminou de ir para a vala ao ouvi-lo.

- Nada de errado? O que você quer dizer com isso? – Questionou já elevando a voz em algumas oitavas sem nem perceber e viu um ar debochado no rosto do velho.

- Desde que você foi pra capital tem esses hábitos estranhos aí de “ser amigo demais” das pessoas. De homens principalmente... – O sangue de Hoseok fervia a cada palavra ouvida do avô e já estava a ponto de manda-lo a merda quando a melodiosa voz da senhora que sempre lhe apoiava, se fez presente, novamente em função de defender-lhe.

- Não dê ouvidos pra esse velho rabugento e antiquado que é o seu avô, Hoseok querido! Seja amigo de quem quiser, o quanto quiser e se divirta nas montanhas! – Disse a avó já lhe entregando a chave da casa e lhe abraçando forte. – Venham almoçar aqui conosco amanhã. Seus tios virão também, assim você poderá apresentar seu namorado pra gente. Aposto que ele é lindo! – Mais um bufar foi ouvido vindo do avô e a pele o policial queimava, indicando que com certeza estava vermelho pela afirmação tão convicta da senhora. Ele retribuiu o sorriso da mulher e já se encaminhava para a porta quando percebeu-a sussurrando para si. – Não dê bola pro que os outros falam não, meu filho! O importante é ele te fazer bem, e pelo sorriso imenso que você tinha quando chegou aqui, tenho certeza que o faz! Não vejo a hora de conhecê-lo! - Concluiu animada já se despedindo, e assim, Hoseok encaminhou-se novamente para o carro, ponderando sobre ir ou não ao tal almoço do dia seguinte.

Assim que deu partida, mais uma vez percebeu Jimin despertando com o ar surpreso e os olhos arregalados, girando o corpo no banco e tentando ver onde estava através da escuridão que se fazia fora do carro, totalmente confuso sobre o que estava acontecendo envolta.

- A gente já chegou? – Perguntou tirando o celular do bolso da calça e olhando as horas. – Eu não acredito que você me deixou dormir tanto de novo! – disse com um ar irritado fazendo Hoseok rir de si mais uma vez.

- Ainda não chegamos. Só parei na casa dos meus avós pegar a chave do chalé. – Explicou e olhou-o rapidamente vendo um bico formado em seus olhos e as sobrancelhas juntas. – Você tava dormindo tão bonitinho que eu não quis te acordar. Mas fica tranquilo que foi coisa rápida, agora só mais uns quinze minutos de estrada e já chegamos na casa das montanhas.

- Sua família vai me odiar! Olha que péssima primeira impressão que eu deixei! Eles vão achar que eu sou um metidinho que nem quis descer do carro para cumprimentar eles! Hoseok, você tinha que ter me acordado! – Falou irritado novamente e logo teve um selinho roubado.

- Para com essa cisma! Eu não demorei nem dez minutos la, fora que amanhã a gente vai voltar aqui para almoçar então vou te apresentar direito pra todo mundo. Fica tranquilo que todo mundo vai adorar você. – Disse sorrindo e logo lembrando da avó. – Inclusive, minha vó disse que já gosta de você só por me fazer bem. – Concluiu rindo e viu os olhos do ruivo se abrindo ainda mais.

- Sua avó sabe de mim? Quer dizer... Que a gente não é só única e exclusivamente amigo? – Disse com um ar temeroso e viu uma risada divertida saindo da garganta do Jung.

- Mais que isso! Ela acha que a gente é namorado mesmo. – E tal afirmação, feita ainda em meio ao riso, fez o peito de Jimin se apertar, mas preferiu terminar tal assunto por ali alegando estar com fome.

Como era uma cidade pequena e sem grandes opções de onde comer àquela hora, decidiram fazer uma rápida parada no mercado da cidade onde compraram macarrão instantâneo e alguns pratos congelados e logo voltaram para a estrada. Poucos quilômetros após deixarem o diminuto centro urbano, novamente a rodovia se tornou íngreme e em alguns minutos, o Park percebeu Hoseok deixando a estrada e tomando uma via de terra paralela que logo se embrenhava em meio a um caminho cercado por paredões de pedra. Era relativamente assustador devido a baixa visibilidade do caminho, mas podia notar que era uma espécie de mata bem fechada que se dava sobre a montanha e imaginar como aquilo era o bonito durante a luz do dia, acabava por tirar todo o ar temeroso da estrada.

Pouco depois de terem tomado a rua de terra, estacionaram em frente ao que Jimin julgou ser o chalé onde passariam os próximos dias, e foi com uma grande surpresa que percebeu, mesmo com dificuldade pela escuridão da noite, que a tal casa era realmente bem maior do que imaginava. Ainda do lado de fora, notou que a construção era um grande sobrado de pedras com janelas de madeira escura em um estilo colonial que realmente lhe lembrava as casas do meio rural.

 Mal teve tempo de observar o lado de fora do chalé quando sentiu as mãos de Hoseok se juntando as suas, lhe chamando para entrar, e assim o seguiu, observando o mais velho procurar a chave certa com alguma dificuldade e logo a porta se abriu. O Jung entrou primeiro, tateando a parede em busca do interruptor e quando a luz se fez, pode observar a sala ampla a sua frente, o piso de madeira bem lustrada e a mobília rústica reforçando ainda mais o ar pitoresco que tudo naquele lugar aparentava ter. Era grande, mas ainda assim aconchegante e logo ouviu o convite do anfitrião para que entrasse e assim o fez, percebendo-o sair da casa e ir em direção ao carro novamente e voltando com as malas lhe lotando ambos os braços e Jimin riu da dificuldade que Hoseok tinha em carregar toda a bagagem de ambos, logo indo em sua direção para ajudar-lhe.

Assim que pegou algumas bolsas do moreno, viu-o subindo as escadarias e novamente o seguiu, observando os quadros com fotos da família, algumas paisagens pintadas e vários vasos de flores dispostos sobre aparadores de madeira. Era tudo tão simples e tão belo que realmente o faziam lembrar da tranquilidade que somente “casas de vovós” tinham e ao chegar no quarto, novamente se viu impressionado com o tamanho do cômodo.

Havia uma cama grande separada da janela por um criado-mudo, um armário de madeira, também grande. O chão era de tacos e era gostoso ouvir os pequenos sons que emitia a cada passo e do lado esquerdo do quarto havia uma porta que logo descobriu ser um banheiro.

Hoseok depositou as bagagens sobre a cama e caminhou até a tal porta e Jimin logo ouviu barulho de água vindo de lá.

- Vou colocar a banheira pra encher e vou no porão ligar a caldeira. Vai ser melhor ter toda a casa aquecida ao invés de só a água do chuveiro. – Disse rindo e Jimin assentiu, logo dizendo que iria arrumar as coisas dentro dos armários e assim que o moreno saiu, não sem antes lhe beijar, se pôs a executar tais tarefas, a cada minuto com um sorriso maior no rosto.

Não demorou nem quinze minutos até o Jung voltar e encontrar as malas de Jimin já quase vazias. Se pôs a lhe ajudar, agora arrumando suas coisas dentro do guarda-roupas e com isso, o ruivo foi ao banheiro desligar a água e  isso o lembrou de guardar seus remédios que estava na tal frasqueira de banho. Voltou ao quarto e quando pensou em abrir a pequena bolsinha para pegar os remédios, shampoo, condicionador e sabonete de lá, se lembrou que tal bagagem guardava um produto a mais que só de lembrar já lhe deixava com vergonha, e assim decidiu que abriria apenas dentro do comodo anexo e mais uma vez, ao encarar o frasco repleto de drágeas, envolto naquela tarja negra que lhe lembrava perfeitamente o porque de precisar delas, suspirou pensando sobre a possibilidade de finalmente talvez não precisar mais delas, mas mesmo assim retirou uma capsula de cada pote e as ingeriu.

Voltou ao quarto e colocou a bolsinha que ainda guardava o vidro de lubrificante, dentro de uma das malas grandes que agora estava vazia, fechou-a e colocou-a ao lado de uma das malas de Hoseok, encima do guarda-roupas e logo percebeu-o já concluindo a atividade de desfazer a bagagem.

- Acho que terminamos de arrumar o básico. Vamos comer enquanto a água esfria um pouco? Ela vem muito quente do reservatório. Depois do banho a gente pode dormir porque, sinceramente, to arrebentado! – Disse o mais velho lhe abraçando mais uma vez e concordando mudamente, viu-o guiando escada abaixo até a cozinha onde fizeram uma torta de frango de micro-ondas e comeram enquanto conversavam sobre banalidades e planejavam o que poderiam fazer ali nos próximos dias.

A cada palavra que Hoseok proferia, mais encantado Jimin ficava. Cada plano do mais alto era visivelmente feito pensando nos gostos e vontades do ruivo que se sentia lisonjeado só de perceber o olhar do moreno sobre si. Era como se venerasse-o e por mais que se sentisse sutilmente constrangido, não poderia pedir que parasse ou que mudasse isso por simplesmente estar amando a sensação de, pela primeira vez, estar sendo o centro das atenções de alguém que não era um familiar seu. Era gostoso sentir sua mão sendo tocada carinhosamente sobre a mesa, era bom vê-lo sorrindo e saber que provavelmente ele era o motivo desse sorriso e se perguntava se Hoseok tinha noção de que o próprio sorriso era motivado pelo policial.

Após concluírem a refeição, limparam rapidamente a pequena bagunça que fizeram e novamente voltaram ao quarto. Hoseok se encaminhou diretamente para o banheiro e sem se tocar completamente da intenção do moreno de banhar-se, Jimin o seguiu com o intuito de escovar os dentes e se assustou ao passar pelo batente e ver o investigador trajando apenas a calça.

- Desculpa! Eu só... Eu só queria escovar os dentes... – Gaguejou enquanto tampava os olhos e logo ouviu a gargalhada alta do mais velho.

- Para com isso, Jimin! Não sei se você se lembra, mas a gente já se viu trajando muito menos do que isso. – Falou divertidamente e a pele do rosto e do pescoço do menor assumiu um tom vivo de escarlate ao recordar-se do dia anterior. Tal vergonha muito mais motivada pela memória de como seu corpo se sentiu com os carinhos inocentes de Hoseok do que pela semi-nudez em si.

- Pode tomar banho primeiro que eu escovo os dentes e tomo banho depois. – Disse já se encaminhando a porta e toda aquela timidez do ruivo atiçou a vontade de provocar do Jung.

- Você que sabe... Por mim você poderia tomar banho comigo mesmo, assim você aproveita a água mais quente. Cabe nós dois aqui perfeitamente. – Disse quase que de forma desafiante e notou o rosto de Jimin, já corado o bastante ficando quase roxo de vergonha.

- Eu prefiro esperar você tomar primeiro! – Ditou já saindo do banheiro e fechando a porta atrás de si e Hoseok mais uma vez riu soprado da fofura que Jimin tinha quando ficava constrangido.

O Park respirou fundo tentando entender o turbilhão que a imagem do tórax exposto do policial lhe causava. Era incomum demais para ignorar aquilo e por um momento ponderou se isso não era o tal efeito colateral do remédio se manifestando, mas alem de não ver razão pra isso já que o havia tomado corretamente, também não sentia os sintomas incômodos como a pele flamejante e o baixo ventre dolorido e ali ponderou que poderia ser só desejo mesmo, poderia ser só seu corpo abandonando o estado de “folha de papel” e tal ciência o deixou com ainda mais medo e logo se lembrou de Taehyung lhe zombando e amaldiçoou o amigo por ele ter feito piada com algo tão serio e que agora se mostrava tão eminente.

Não demorou até o anfitrião deixar o banheiro e o ruivo assumir seu lugar na banheira pouco depois de trocar a água, se afundando até ficar completamente submerso no liquido quente, na esperança de que ela lavasse seus pensamentos também, e percebendo ser uma tentativa vã, preferiu agilizar sua atividade de lavar-se para poder dormir logo, já sentindo seu calmante fazer efeito e lhe deixando sonolento, mesmo depois de ter dormido tanto durante a tarde.

Assim que deixou o banheiro, encontrou Hoseok sentado a cama com o secador de cabelos em mãos, ainda enrolado na toalha, e tentou a todo custo não olhar o corpo do mais velho por mais curioso que estivesse sobre ele e assim que foi notado, viu-o sorrindo para si e o chamando para sentar ao seu lado. Jimin negou imediatamente dizendo que queria se vestir antes e Hoseok protestou alegando que se o ruivo se vestisse com os cabelos molhados, molharia a roupa também, e mesmo relutante, obedeceu-o.

O Park se sentou no meio da cama com as pernas cruzadas e logo sentiu a cama abaixando atrás de si e se viu surpreso quando notou as pernas de Hoseok cada uma de um lado do seu corpo. Sabia que o Jung estava nu sob a toalha e a imagem que se fez a sua mente sobre como ele estava agora, com as pernas abertas o fez ficar tão tenso que mal conseguia se mexer, e logo seus ouvidos foram preenchidos pelo som alto do aparelho e imediatamente sentiu o ar quente contra o couro cabeludo e os dedos longos e finos do moreno passeando sobre sua cabeça e por fim conseguiu relaxar minimamente e não pensar no constrangimento que era estar sentado tão próximo ao mais velho, ambos cobertos apenas por duas meras toalhas.

Já para o Jung, era tudo ainda mais difícil. Não podia deixar de reparar no desconforto existente no mais novo e nem em como era magnífica a imagem dos músculos bem trabalhados das costas dele, totalmente retesados por tal tensão. Por diversas vezes teve que se frear para não levar as mãos até toda aquela pele exposta, teve que se esforçar muito para não toca-lo e era difícil demais vê-lo assim e se segurar para não invadir o espaço pessoal de Jimin, principalmente por saber que aquela tensão toda era causada pela sua proximidade.

Quando a tarefa de secar os cabelos ruivos do menor finalmente chegou ao fim, ambos suspiraram aliviados e Hoseok sentia-se até orgulhoso de si mesmo por ter conseguido frear tão bem seus instintos mais primitivos que clamavam a cada segundo pelo corpo do mais novo. Assim que o barulho do secador cessou, Jimin se levantou quase que correndo, pegou uma muda de roupas e se trancou no banheiro para se vestir e ao fechar a porta, ficou embasbacado ao perceber que seu corpo quase reagira a Hoseok sem ele sequer ter tocado-o. Apenas as sensações que proximidade excessiva, a ciência de que o outro estava despido e a imagem do tórax magro do Jung haviam lhe causado naquela noite, quase a mesma sensação que os toques singelos trocados na banheira da sua casa na noite anterior, fez o ruivo se perguntava o que diabos estava acontecendo consigo. Era tudo tão novo e tão diferente que era impossível não ter impressão de que havia deixado de se conhecer e sabia que isso tudo era culpa do moreno de sorriso escandaloso que agora batia na porta perguntando se tudo estava bem e ao ouvi-lo, teve ciência de que estava demorando demais dentro dos seus devaneios e assim, apressou-se em se vestir de uma vez e voltar ao quarto para encontra-lo já deitado, batendo levemente sobre o lugar vago ao seu lado no colchão e mesmo receoso com tudo o que estava sentindo, Jimin o obedeceu.

Assim que se deitou sob as cobertas, imediatamente se sentiu puxado para cima do peito do investigador e a familiaridade que tal ato já tinha pra si, finalmente o acalmou. Ouviu suspirar sob si e lhe beijar o topo da cabeça, arrancando-lhe um sorriso bobo mais uma vez.

- Tenho a impressão que amanhã será um dia longo por conta desse almoço. – Disse o Jung e a curiosidade não permitiu que Jimin ficasse quieto.

- Por que? Sua família é tão ruim assim? – Questionou divertidamente e logo ouviu um suspiro.

- Na verdade não. Eles são bem normais até. – Outro riso soprado e assim, Hoseok preferiu prevenir o mais novo a fim de evitar chateações maiores. – Jimin, só quero te pedir pra, por favor, não dar ouvidos ao meu avô. Ele é um velho já, de mente retrograda. Claro que não justifica desrespeito, mas releve caso ele lhe ofenda ou diga algo que lhe desagrade. – Entendendo perfeitamente o que o mais velho queria dizer, Park apenas concordou mudamente. – Minha avó também. Ela é do tipo romântica incorrigível que vê o amor em tudo, então se ela fizer algum comentário invasivo demais, apenas não responda-a.

E tais falas novamente fizeram o peito do ruivo se apertar. Lembrou-se de como o tal “namoro” sugerido pela senhora havia sido tratado como uma espécie de piada pelo mais velho e ali naqueles ponderamentos, Jimin se viu inseguro pela primeira vez ao lado de Hoseok e uma duvida lhe surgiu: “Se definitivamente não somos namorados, mas também não somos só amigos, então afinal, o que somos?”. Era uma pergunta que tinha medo de verbalizar justamente por não saber e temer a resposta e assim, Jimin acabou por adormecer com um único pensamento em mente.

“Talvez você esteja errado sobre o amor incondicional de Hoseok, Taehyung!” 


Notas Finais


Pras JiHopa (vulgo todas nós), Como podem perceber, isso é só o começo dessa viagem que olha... Vai ser foda em VARIOS sentidos! (não to falando de putaria aqui não em, suas tarada!)
Bom gente, eu queria mesmo fazer uma nota final decente mas é mais de 2:30 da madrugada e eu to caindo de sono então só quero reforçar o quanto amo cada um de vocês e dizer MUITO OBRIGADA!!!!
hoje mais do que nunca quero agradecer vcs pq cara... Eu ja disse em uma outra nota final que nem imaginava ter mais de 2k de views e PUTA QUE PARIU CARALHO MEU DEUS DO CÉU!!!!
10FUNCKINGK
ISSO MESMO
10378 VISUALIZAÇÕES É COISA DE LOUCO GENTE SERIO MESMO NÃO TO ACREDITANDO ATÉ AGORA TO BERRANDO MUITO TODA VEZ QUE VEJO ESSES NÚMEROS!
não tem nem o que falar... A gratidão se personificou em mim e serio... não tem como não amar vcs!
Enfim amores, eu sei que é o tipo de capitulo amorzinho que arranca muitos surtos e poucas palavras então não se sintam obrigadas a comentar, mas saibam que eu amarei ver os surtos de vcs OAKSOAKSOAKSOASKAOK
A Tia Ash ama vcs (não custa lembrar né oaksoksaoakoak)
Enfim, podem me xingar e amar no twt tbm <3
https://twitter.com/Ashmedhai
Tenham uma semana linda e novamente não prometo comeback!
Kisskiss
~~Ashmedhai


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