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História Between Coffees and Roses - Uma Possibilidade E O Outro Lado Da Moeda


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


OiOiOi *-*
Então genten, Como prometido, capitulo 7 aí pra vcs!
Sem mais delongas, bora pra leitura!
Divirtam-se
KissKiss
~~Ashmedhai

Capítulo 7 - Uma Possibilidade E O Outro Lado Da Moeda


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - Uma Possibilidade E O Outro Lado Da Moeda

Uma Possibilidade E O Outro Lado Da Moeda

Já era 20:30 horas quando, finalmente, o ultimo cliente havia deixado a cafeteria. Taehyung estava exausto e questionava o próprio azar de, justamente o sábado que tivera que ficar sozinho em seu estabelecimento, ter sido um dos dias mais movimentados que se lembrava de ter vivido, mas por fim agradeceu. Com isso o lucro havia sido alto e o tempo passado depressa. Mal havia percebido o Sol se por.

Sentindo a dor nas costas, pediu desculpas mentalmente para Jimin e se pôs a organizar a casa para o fechamento mesmo sendo meia hora antes do horário costumeiro. Tinha impressão que seus braços abandonariam o corpo de tão dormentes que estavam pelo uso constante nas ultimas treze horas e a única coisa que queria era deitar e dormir. Com esse pensamento, desligou as maquinas, passou um pano úmido pela bancada e trancou a porta, dirigindo-se para o interior da moradia.

Quando passou pela madeira que separava a casa do local de trabalho, avistou ao fim do corredor a porta que levava ao jardim aberta. Ponderou por um momento sobre o significado daquilo até se lembrar que Jimin havia saído de madrugada e provavelmente estava de volta, talvez em sua estufa no momento. Caminhou com o intuito de ir ao jardim particular do ruivo ver como ele estava e conversar mas antes de chegar ao batente, o mesmo apareceu ali, com um ar leve no rosto e a mochila nas costas. Seu sorriso solto aquietou o coração do mais novo que sem pensar duas vezes o abraçou e foi imediatamente correspondido.

- Jiminniie! Não gostei nada do que fez!  - Falou o moreno, ainda envolto nos braços fortes do mais velho que imediatamente entendeu sobre o que ele falava.

- Me perdoa TaeTae, eu realmente precisava espairecer. Talvez você não tenha percebido por ter bebido demais, mas a noite de ontem foi realmente pesada. – Falou abaixando o olhar e Taehyung percebeu que ele queria conversar, já que havia citado parte do que ocorrera.

Pegou a mão do mais velho e o puxou escada acima, guiando-os até o quarto dele e la largou a mochila que o havia tomado no chão, pegou uma muda de roupas limpas dentro do armário e lhe entregou, logo em seguida o empurrando pelos ombros pra dentro do banheiro.

- Vai tomar um banho rápido que eu também vou, me espera na sala que assim que eu terminar vou fazer algo pra gente comer e então conversaremos, tudo bem? – Perguntou olhando as Iris castanhas do amigo que sorriu pequeno novamente e lhe obedeceu.

A vontade do mais novo era de deitar em sua cama, já sentindo o corpo relaxado pelo banho quente que havia tomado, e dormir ate a tarde do domingo, mas Jimin quase nunca lhe falava sobre o que incomodava ou desabafava logo em seguida a algum acontecimento. Se algo o atormentava a respeito da noite anterior e havia tocado no assunto, era sinal de que realmente estava incomodado demais para guardar tudo para si, então colocou todo o cansaço de lado e rumou a cozinha, fez uma lasanha de micro-ondas para ambos e voltou a sala com a bandeja contendo dois pratos da massa e dois copos de suco.

Ao chegar no cômodo viu que Jimin já estava sentado no canto do sofá com ambos os pés sobre o móvel, a televisão estava ligada e o mais velho dedilhando entediadamente o controle remoto a procura de algo interessante para assistir e assim que ouviu os passos de Tae, se levantou para ajuda-lo com o peso. Pegou um prato para si e os dois copos da bebida, depositando-os sobre a mesa de centro com um pensamento relutante sobre comer aquela hora, mas já afastou a ideia por não querer deixar o amigo chateado. Logo se puseram a fazer a refeição e o silencio se manteve. Taehyung já estava desistindo do dialogo quando Jimin pousou o prato vazio na mesinha a sua frente e o olhou.

- Tae, você sabe quem é dono do bar que a gente foi ontem? – O mais novo quase engasgou com o suco que tomava, já percebendo qual seria o assunto e assim que conseguiu respirar normalmente respondeu.

- Não sabia até chegar la, Jiminnie... – Falava em um tom baixo tentando achar um jeito de se justificar, já que achava que o ruivo estava bravo consigo por ter causado o indesejado reencontro, sentindo a culpa por ter dado a ideia do programa. – Eu juro que só soube depois que já estávamos la. Me desculpa! – Se aproximou e pegou a mão de Jimin que abaixou o olhar pensativo e Taehyung pode ter certeza que ele choraria a qualquer instante só pelo tom sombrio que as orbes tinham.

- Eu achei que ele tinha ido embora, morrido, sei la! Nunca achei que fosse ver JungKook de novo fora dos meus pesadelos. – Tae estava certo, assim que tocou no nome do outro, os olhos marejaram e um par de lagrimas escorreu, mas como se lembrasse de algo bom, Jimin enxugou-as e recobrou um sorriso leve que trazia consigo quando entrou em casa. – Mas por um lado foi bom! Não sei se você viu, mas aquele investigador que vem todo dia aqui. O do americano sem açúcar, Hoseok é o nome dele. Ele estava la também. – Explicou tendo em mente o estado alcoólico em que o amigo se encontrava e logo o viu com um meio sorriso nos lábios.

- Eu vi muito bem que vocês “conversaram” bastante... – Comentou fazendo aspas com os dedos, com um olhar malicioso e Jimin se pôs a socar-lhe o braço fingindo vergonha e as gargalhadas dos dois se irromperam pela sala.

Era comum os dois brincarem um com o outro e sempre estarem se socando ou se abraçando ou coisas desse gênero, mas conforme a lutinha entre eles foi se intensificando e Jimin, por ser mais forte e já ter a vantagem de ter iniciado tudo, se colocou sobre o corpo do mais novo, os soquinhos foram virando cócegas e quando menos perceberam, o ruivo estava sentado no colo de Taehyung que, ainda durante a brincadeira sentiu o seu membro ser pressionado pelo quadril de Jimin, que mesmo que involuntariamente lhe arrancou um gemido baixo, bem diferente dos que havia soltado até então, fazendo ambos congelarem no lugar e avermelharem imediatamente, tomando noção da proporção que a brincadeira deles havia tomado e principalmente, o rumo que tomaria se não se separassem ali.

No entanto tinham que admitir. Os dois estavam sem qualquer contato físico com outra pessoa há tempos. Taehyung havia se trancafiado em casa para estudar e passar na prova que lhe permitiria cursar confeitaria e por isso não saia a alguma balada e nem ficava com ninguém desde que Jimin se formara. Quase um ano isso. E Jimin, bom, Jimin nunca mais se deixou tocar por ninguém depois do ocorrido na casa de maquinas. Ninguém além de Taehyung que volta e meia acabava lhe ajudando com os efeitos colaterais dos antidepressivos que tomava.

Em geral, as drágeas tiravam completamente a libido do ruivo e as vezes ele se questionava se havia se tornado uma folha de papel de tão apático com relação àquele assunto, no entanto, vez ou outra o remédio parecia lhe fazer o efeito contrario e acabava se excitando até com as coisas mais banais do mundo como o contato da cueca com o órgão genital. A sensibilidade se multiplicava de tal forma que não podia sequer se vestir sem acabar um uma ereção latente e dolorida dentro das roupas.

No começo ele tentava se aliviar sozinho, tentava focar em outras coisas ou apelar para o banho gelado, mas a cada vez que esses episódios aconteciam, menos funcionais eram suas táticas até o dia que Taehyung, na época brigado com o tal namorado que era colega de classe deles no ensino médio, bêbado de vinho e totalmente fora de si, percebeu que ele estava em um daqueles dias sensíveis e se propôs a “ajuda-lo” a se livrar do problema. Jimin tentou mesmo frear o mais novo naquela tarde de inverno, mas não conseguiu e cedeu ao prazer também. Jamais admitiria isso para alguém, mas havia sido uma tarde realmente prazerosa, apesar do remorso por ter estragado o namoro do moreno – que ele sabia muito bem já ser resumido apenas a sexo há muito tempo – e com isso veio o fim daquele relacionamento de cinco anos.

Por outro lado, Taehyung tinha plena ciência dos efeitos do remédio e sabia que episódios como aqueles eram extremamente raros, mas depois daquela tarde passou a gostar cada vez mais de quando aconteciam e toda vez que via Jimin naquela situação, fazia todo um discurso sobre o fato de que a amizade deles não se abalaria pelos contatos mais íntimos e o convencia a ser ajudado. Apesar de ver Jimin como um irmão e saber que seus sentimentos nunca seriam o mesmos de um namorado ou que eles nunca teriam nada nesse sentido, não poderia nunca negar o quão prazeroso era transar com o amigo mesmo que fosse quase um “favor” e sabia que a sua opinião e todos os sentimentos envolvidos no ato eram espelhados pelo mais velho. Aqueles momentos era apenas sexo, como se fosse com qualquer outro desconhecido e não o cara que havia crescido ao seu lado e queria mesmo que fosse assim até o dia que algum deles arrumasse um namorado ou um parceiro para si.

O Moreno pensou em aproveitar que Jimin ainda estava paralisado em seu colo e beijar-lhe com o intuito de deixar claro que o “ajudaria” naquela noite, mas antes que se movesse, o ruivo levantou e se sentou novamente na outra ponta do sofá. Foi só aí que lembrou mais uma vez que o mais velho estava abalado por ter reencontrado aquele que era real motivo do mais velho precisar de todos aqueles remédios e se sentiu a pior das pessoas do mundo por ter pensado obscenidades enquanto o outro só pensava em tudo de ruim que o havia acontecido. Ainda dentro da sua autoconsciência, se aproximou dele e tomou-lhe as mãos lhe encorajando a continuar.

- Bom, como eu estava falando, Hoseok estava la e eu chamei ele pra conversar, sabe? Nada demais mesmo. Só queria falar e ouvir ele falando sobre o trabalho e tal... Queria me aproximar dele, tenho muita curiosidade sobre ele, mas eu me esqueci que era o Jungkook que cuidava do bar e acabei levando o Hoseok comigo até la pra gente beber. Enquanto a gente conversava tenho certeza que ele me reconheceu! Se ele não me reconheceu pelo menos achou que eu lembrava o gordinho maldito que eu era no colégio e ficou olhando a gente.- Ele fez uma pausa e olhou para Tae que o observava em silencio, atento a tudo que o amigo contava. – Eu comecei a me sentir incomodado com ele me olhando daquele jeito e reparei que Hoseok estava me olhando diferente, sabe? Com um certo interesse... Aí eu pensei “porque não?” E beijei ele. O pior não foi isso. O pior foi o filho da puta ter coragem de dar uma flor de papel pra mim dizendo que era “presente da casa pelo novo casal” Todo debochado! – Concluiu com os olhos cheios de água novamente. – Tae, por que ele fez isso? Parecia até que ele tava com ciúme, Tae!

O mais novo entendeu tudo o que se passava no coração do amigo ali. Ele estava confuso. Depois de cinco anos o cara que ele havia amado tanto antes de se machucar aparece e demonstra descontento ao vê-lo com outro cara e era bem difícil não considerar aquela ação um ato de ciúme mesmo. Mas Taehyung havia prometido a si que não deixaria Jungkook machucar o ruivo novamente.

- As vezes foi alguma forma de zoar vocês por ser dois caras, sabe? Lembra do quão homofóbico ele foi contigo no colégio? Das coisas que ele te disse? As vezes foi só isso... – Falou tentando tirar a ilusão da cabeça do amigo e suspirou aliviado quando ele assentiu, parecendo aceitar bem aquela ideia.

Depois disso ambos conversaram sobre outros assuntos banais. Jimin não perdeu a oportunidade de “tirar uma” com a cara de Taehyung que havia beijado o “policial Hetero de jaleco branco” e viu o moreno enrubescer de vergonha por ter sido flagrado e comentou que não lembrava de muita coisa com detalhes por causa do estado alcoólico mas lembrava de ter anotado o numero do próprio celular no telefone do acobreado e ter ouvido a promessa de uma ligação no dia seguinte e ambos riram porque já era quase 23 horas do tal dia seguinte e nada de ligações. Taehyung também comentou que ele não havia aparecido para tomar seu café, que já sabia ser diário, no meio da manhã e aproveitou para revidar a chacota do amigo, contando-lhe que Hoseok havia vindo bem cedo e perguntado pelo ruivo, mas que depois disso nenhum dos vizinhos retornou e até havia estranhado o fato de não ter visto movimentação deles em frente a delegacia.

 

~~~~

 

Passava da meia noite quando finalmente os laudos do corpo da segunda vitima foram liberados e Seokjin, pela primeira vez na vida, teve vontade de decapitar o namorado que pediu uma analise completa e um relatório ainda para aquela noite. Tudo bem que era um caso importante, de obvia ligação com o caso de Shindong, mas não poderia ficar para a manhã seguinte? ou para segunda-feira? Não era como se fossem descobrir a identidade do autor naquela hora.

Jin não era o único irritado. Hoseok tinha que se esforçar muito para não dormir de pé mesmo, já que havia dormido muito tarde na noite anterior e levantado muito cedo e desde que chegara a delegacia, havia corrido como louco. Visitou a cena do crime, foi ao necrotério reavaliar as amostras do corpo de Shindong, interrogatório com os funcionários da escola, familiares e amigos da vitima e por fim teria agora a analise dos exames do novo cadáver para fazer. Estava quase mandando um “foda-se” bem mandado para NamJoon com a intenção de ir pra casa descansar quando YoonGi entrou na sala segurando um envelope grosso e aparentava ser o único feliz por estar trabalhando até aquela hora.

- Meninas, vamos aos trabalhos! – Exclamou debochadamente contente, já se sentando na cadeira vaga em frente a mesa de Hoseok e tirando o maço de folhas de dentro do envelope.- Ok, vamos pelo começo: O que os Funcionários da escola que acharam o corpo falaram? – Perguntou e logo SeokJin apoiou o rosto na palma da mão que estava sobre a mesa e revirou os olhos.

- Contaram a rotina da escola. Falaram que as sete horas começava o expediente e a primeira atividade deles era lavar o ginásio. Sábado é o único dia que não há treinos dos alunos pela manhã e que era rotina fazerem isso. Ao chegarem encontraram a porta aberta, a câmera quebrada e ao entrar avistaram o corpo e ligaram pra policia imediatamente. – Respondeu entendiado.

- Viram alguém saindo? Algum carro diferente? – questionou novamente o legista.

- Nada. Também falaram que a porta não havia sido arrombada. – Respondeu Hoseok.

- Vocês sabem como era o sistema de segurança do ginásio? – Questionou SeokJin olhando agora para as fotos do caso que estavam espalhadas pela mesa, procurando por alguma que mostrasse a estrutura do prédio.

- Pelo que a direção da escola disse ainda na cena do crime, é um sistema de senha numérica simples, estava no orçamento a implantação de mais câmeras e troca do sistema mas ainda estavam em processo de licitação. – Respondeu YoonGi e novamente os outros dois viram os olhos dele brilhando como se tivesse achado uma das muitas peças perdidas do quebra-cabeças. – Eles também falaram que os alunos tem a senha para poderem entrar e treinar mesmo fora dos cronogramas... – Concluiu levantando o olhar para os outros dois.

- Ok, digamos que seja o mesmo assassino de Shindong... – Falou Hoseok já se levantando e indo em direção a sua imaculada lousa branca, tirou o pincel próprio para o quadro de dentro do apagador e se preparava para escrever. – Alguém forte o bastante para carregar cento e quatro quilos, e que tem a senha de segurança da quadra. – Bufou frustrado. – Acho que eu estava subestimando a força desses adolescentes...

- Pode ser um funcionário da escola também... – Ponderou SeokJin fitando o vazio.

- Ou um Ex-aluno... – Respondeu YoonGi. – Pelo que falaram o sistema não é atualizado há anos, então pode ser que alguém que estudou La ainda tenha acesso e se aproveitou de saber como funciona a rotina do colégio para usar o espaço. – Concluiu e viu os investigadores assentindo e logo aquelas hipóteses foram anotadas na lousa e as fotos da porta intacta colada com fita adesiva ao lado.

- Ok, vamos a vitima agora. – Falou Hoseok pegando as primeiras folhas da pilha de papeis que YoonGi havia trazido consigo. – Wang Jaesang, Dezenove anos, morava com os pais no interior até metade do ano passado e veio para cá morar com os tios depois disso, para tentar fazer uma faculdade mas pelo que foi dito ele não se interessava por nada disso. Vivia as custas do dinheiro que a família mandava e usava boa parte para beber alem de ter se envolvido em varias brigas nas boates da região central. A tia também comentou sobre ele sempre ter comportamento homofóbico e que a maioria das surras que ele tomava eram de travestis que ele incomodava na rua. – Concluiu rindo anasalado.

- A delegacia da região central informou que ele tem varias passagens por perturbação de ordem publica, agressão e homofobia. O Pronto socorro local  também passou sua ficha onde todos os internamentos são devido a ferimentos por brigas. Perfil psicológico inicial do clássico baderneiro. – Falou SeokJin depositando as folhas de papel impressas sobre a mesa.

- Ok, sabemos que é um vagabundo beberrão preconceituoso. Agora vamos ao que ME interessa – Falou o Min esfregando as palmas em excitação. – Bom, temos quase que um perfil físico de vitima a escolha do assassino: 1,72 de altura, quase a mesma altura da primeira vitima. Cento e doze quilos, também peso próximo ao de Shindong. Analise da retina indicou Hipermetropia próxima a casa dos seis graus, provavelmente usava óculos e...

- Foram encontrados? – Interrompeu Hoseok e percebeu o Acobreado lhe fuzilando com o olhar irritado.

 - Não! Continuando: Massa de gordura bem acima da muscular o que indicava que apesar de grande, era fraco...

- Falando em gordura, um dos pedaços de carne que fora extraído da barriga dele tinha um “J” desenhado, Será que isso não quer dizer alguma coisa? – Interrompeu Hoseok Novamente.

- O Nome dele é Jaesang. Começa com “J”. Não acho que tenha alguma importância essa marca. – Falou SeokJin Sendo também observado de forma repreensiva por YoonGi que se limitou em bufar alto e logo afastaram a ideia inicial da conversa. O Min pressionou com o indicador e o polegar a sua fonte nasal e continuou.

 - Onde eu havia parado? Ah sim! Haviam cordas no local, mas não foram encontradas marcas nem nos pulsos nem nos tornozelos causadas por elas, o que também me leva a crer que assim como Shindong, Jaesang chegou ao local do crime desacordado...

- Ou foi morto em outro lugar e levado pra la depois... – Interrompeu SeokJin com o olhar perdido na vista noturna da janela.

- Da pra vocês dois calarem a boca e me deixarem terminar? – Falou YoonGi exasperado e assim teve a atenção de ambos voltados para si novamente. – Não cara, não tem como ele ter sido morto em outro lugar, não havia rastro de sangue que levasse pra fora da quadra. Todo o crime aconteceu ali mesmo onde o corpo foi achado. Se ele tivesse sido morto em outro lugar e só despedaçado na quadra, não teria tanto sangue no chão porque o processo de coagulação pós-óbito já estaria em andamento. – Explicou e teve o assentimento dos outros dois. – Continuando novamente: Apesar de não ter marcas nos pulsos e tornozelos, havia uma marca na linha das axilas, o que me leva a crer que ele foi pendurado também. Se o couro da barriga não tivesse sido arrancado, é provável que tivesse marcas iguais la. Outra coisa que me chamou atenção ao analisar o cadáver: Ele foi abusado. – YoonGi levantou o olhar para os outros dois policiais e Hoseok se sentou na cadeira a sua frente aguardando o prosseguimento do discurso, ansioso pelo que viria já que também havia pensado nisso na cena do crime. – Antes que vocês fiquem felizes, não, não havia sêmen dentro dele nem qualquer material genético. Havia apenas vestígios de Latex e do material lubrificante de preservativo. O babaca foi cuidadoso de novo! – Bufou e soltou os documentos sobre a mesa por já saber de cor tudo que continha ali. – Outra diferença entre os casos foram os cortes e varias fraturas nos braços e pernas e os ossos dos dedos estavam quebrados também. Isso me leva a crê que: Ou o assassino estava com muito mais raiva de Jaesang do que estava de Shindong ou ele se importava com Shindong de uma forma que não se importava com Jaesang. – Concluiu e se escorou na cadeira levando ambas as mãos a nuca. – Pronto! Agora as duas comadres podem tagarelar! – Falou debochadamente e viu os dois lhe mostrarem o dedo do meio.

- Isso da violência extra... – Falou Hoseok depois de vários minutos tentando ponderar sobre como expressaria o que pensava. – Sabemos que ele tinha uma certa “amizade” com Shindong, certo? – Questionou e viu os outros acenarem afirmativamente com a cabeça. – Pode ser que Jaesang seja só uma vitima aleatória. Talvez não soubesse nada além do nome, por isso não se sentiu comovido em torturar mais, de alguma forma. – Concluiu e logo SeokJin negou com a cabeça.

- Ou Talvez o assassino seja Homossexual... – Pausou também tentando se organizar – Jaesang aparenta ser conhecido pela população LGBT do centro da cidade e pode ter sido isso que motivou o crime.

- Mas se fosse por ser homossexual, o que teria levado o assassino a matar ShinDong? Nos áudios ele não demonstra interesse nenhum na vida amorosa ou sexual do garoto pra soar como uma paixão não correspondida ou algo do gênero – Questionou YoonGi e SeokJin assentiu com o ar derrotado.

- Ou... – Ponderou Hoseok com o olhar fixo nas fotos de ambos os corpos sobre a ideia que havia lhe passado pela cabeça. – Pera! Pode ser que ele não os tenha matado por serem “eles” Entendem? – Questionou e os outros dois policiais franziram o cenho confusos.- Digo, pode ser que nem ShinDong nem Jaesang tenham significado nenhum pro criminoso! Talvez eles REPRESENTEM algo, mas não fossem eles mesmos que o assassino quisesse matar! Talvez fossem meio que vitimas simbólicas...

- Hoseok, não to entendendo bosta nenhuma do que você quer dizer! – Falou YoonGi confuso e logo o moreno se pôs a revirar as fotos e documentos do caso que estavam sobre a mesa e aos poucos ir colando na sua lousa e rabiscando.

- Aqui! – Falou apontando os corpos nas fotografias. – Os dois são baixinhos, certo? – Ainda sem entender os colegas assentiram. – Os dois eram gordinhos e usavam óculos, certo? – Novamente SeokJin e YoonGi concordaram. – Os dois tinham alguma relação com a região central da cidade. Jaesang morava La e ShinDong havia estudado naquela escola. – Os olhos de Hoseok começavam a brilhar entusiasmados e SeokJin pegou a pasta de Shindong afirmando que não lembrava do fato da primeira vitima ser ex-aluno do Colégio Bom Jesus. – Pra mim, o assassino tem um perfil de vitima e não raiva contra eles dois. Ao que tudo indica, a raiva do criminoso é contra gordinhos de óculos que tenham alguma relação com esse lugar!

- Faz sentido... – Falou YoonGi lentamente deixando o olhar vagar pela sala e SeokJin logo se jogou sobre a cadeira revirando novamente os documentos.

- Mais que isso! – Falou triunfante enquanto organizava os papeis a sua frente. – Ai ai Hoseok, o que acha de ser o primeiro investigador a lidar com um caso desse gênero na cidade, heim? – Questionou e viu o moreno agora imitar sua cara de “não entendi”. – Temos um padrão de vitima... – Falou expondo as fotos dos corpos. – Temos um Ritual de morte... – Falou mostrando os closes das tiras de couro com gordura jogados pelo chão e as unhas extraídas e a foto dos tórax abertos pelas serras. – E... – Falou tirando as fotos com as garrafas de café e as rosas brancas. – Uma assinatura. – Levantou o olhar até o moreno que o observava ansioso pela resposta. – Apesar de termos apenas duas mortes, não duvido que a terceira seja questão de tempo. Sim, meu amigo! Pra mim estamos lidando com um Serial Killer!

 

~~~~

 

Apesar de Já ser próximo as dez horas da manhã do domingo, o dia não havia amanhecido por completo. Chovia forte e com isso ainda parecia noite e YoonGi ergueu as mãos aos céus por NamJoon ter ficado satisfeito com os relatórios e dispensado-os do expediente até a terça-feira que seria quando a companhia telefônica liberaria as escutas do celular de Jaesang.

Sua intenção era de ir para casa, tomar um banho quente e aproveitar a escuridão que assolava a cidade para colocar o sono atrasado em dia, mas ao parar num semáforo em especifico e ver a luz de um apartamento tão conhecido seu acesa, desistiu. Estacionou o carro na calçada em frente ao bar e retirou o celular do bolso encarando a tela pensativo, vendo a foto daquele “sorriso de coelhinho” – Como ele gostava de chamar só por vê-lo irritado – como tela de bloqueio e ao lembrar do menino, o seu “Sorriso de gengiva” apareceu – apelido também ganhado do garçom.

Se pôs a pensar quando foi que havia se apegado tanto àquele rapaz e riu de si mesmo ao notar que até havia mudado e já não cultivava mais o habito das conquistas baratas. YoonGi sempre negou se prender em alguém. Sempre achou que “não era justo com o resto do mundo um cara como Min YoonGi preso a uma pessoa só” E acabava até orgulhoso da sua promiscuidade. No entanto, depois de tantos meses, havia pela primeira vez beijado uma boca que não fosse a de JungKook e agora sentia um remorso enorme por ter feito isso, apesar de ter adorado e uma boa parte de si cogitar mesmo ligar para o moreno. Mas ainda havia a outra parte que o fazia se sentir um traidor mesmo sabendo que não tinha nenhum relacionamento firmado com o mais novo e tal autoconsciência quase o fez desistir de vê-lo.

Estava prestes a dar partida no carro e sair dali quando viu a silhueta do garçom próximo a janela, observou mais alguns segundos e viu a vidraça ser aberta e assim que o rosto do rapaz apareceu ele buzinou quase que instintivamente. JungKook olhou em direção ao carro e logo sumiu dentro do apartamento mais uma vez e menos de um minuto depois havia uma mensagem brilhando na sua tela.

De: Kookie.

“Sobe Aqui, a porta está aberta.”

YoonGi pensou em brincar com ele, dizer que não iria subir porque ele tinha dito que só voltaria na segunda-feira e inventar uma serie de provocações, mas a saudade falou mais alto e logo se viu ultrapassando as escadas externas de dois em dois degraus para chegar mais rápido ao seu destino. Não precisou nem tocar a campainha. Assim que seus pés alcançaram o ultimo degrau da escada de metal, a porta se abriu e ele foi puxado pela gola da camisa para dentro da moradia e nem teve tempo de fazer mais nada antes de ter os lábios tomados por um beijo sedento de Jungkook.

O mais novo poderia beija-lo daquele jeito outras milhões de vezes que YoonGi continuaria com a sensação de que não se acostumaria. Quando se conheceram no bar, o Legista se encantou com o garoto logo na primeira olhada e se sentia frustrado nas primeiras semanas quando o mesmo o ignorava ou tratava-o como um simples cliente, no Maximo um amigo, mas Min não desistiu e por mais que ouvisse milhões de vezes que o Garçom não gostava de homens ele não acreditava e continuava investindo até que em um sábado a tarde resolveu visitar o bar antes do expediente e o encontrou chorando. A partir dali soube que o moreno não cansaria de surpreendê-lo pois em meio as lagrimas acabou beijando-o e YoonGi não teve outra escolha a não ser corresponder e desde então se viam todos os dias, e a cada dia mais próximo do garçom o Policial se sentia.

JungKook não deixou o mais velho falar nada, ainda segurando-o pela gola da camisa o guiou até o quarto e la mataram as saudades que haviam criado nas horas que ficaram separados. Depois de recobrarem os sentidos, o Mais novo Se vestiu e preparou algo para eles comerem já que estava próximo ao meio dia e enquanto comiam foi questionado sobre sua saída.

Contou que havia sido chamado pelo pai para pescarem no sitio da família há algumas horas da cidade. Comentou que o senhor andava se sentindo muito sozinho pela mãe estar em constantes viagens a trabalho e por isso não conseguia dizer não ao senhor Jeon. Contou também que a pescaria foi um fracasso total já que havia chovido muito nas terras dele e por isso acabou voltando pra casa antes do planejado com o intuito de descansar para a rotina da semana e sentiu o sangue gelar quando YoonGi falou que adoraria conhecer o progenitor do garoto. Após a refeição, o Legista alegou estar muito cansado e sonolento e disse que iria pra casa dormir e ao se despedir, prometeu voltar naquela noite para dormir com o mais novo que assentiu sorrindo.

Ao ver YoonGi Fora do seu apartamento, fechou a porta e se permitiu escorregar pela madeira, sentando-se no chão e abraçando os joelhos enquanto as lagrimas fugiam dos seus olhos, não só pela ciência de ter mentido sobre o real tipo de visita que havia feito ao seu progenitor, mas por todas as coisas que tentava esconder com a imagem de pai e família perfeita que sua cabeça exteriorizava quando questionado sobre seu passado.

Cerrou as pálpebras e aquele triste filme lhe veio a memória.

FlashBack:

Estava no fim penúltimo ano do ensino médio e desde o inicio daquele ano sua vida havia virado um inferno. Não importava se ele fosse filho de um dos ícones Box nacional do passado, não importava se seu pai havia sido um lutador profissional reconhecido e premiado, ou ele mesmo fosse bem forte, os seus colegas de sala simplesmente não lhe davam paz.

Diariamente sofria com as chacotas e piadinhas de mal gosto jogando na cara que ele parecia uma garota, que era feminino, que era um viadinho e mais uma serie infindável de coisas que só de pensar o tiravam do chão. Como se por um acaso ele fosse mesmo gay, isso o tornaria alguém inferior.

O fato era que até a metade daquele ano, nem o próprio Jungkook sabia se era gay ou não. Havia beijado garotas, mas não se sentia seguro quanto a isso por nunca ter beijado um menino também e se odiava ao perceber que tinha sim vontade de beijar um.

Kim Yugyeom

JungKook odiava profundamente a si mesmo toda vez que via o garoto do ultimo ano passando e sua cabeça lhe dizia “Eles tem razão cara, tu é um viadinho!”

Mas a pior parte não era o bulling dos colegas ou as piadinhas, a pior parte veio quando finalmente cedeu a vontade do pai e entrou para o time de basquete da escola e com isso acabou se aproximando de Yugyeom. A amizade deles cresceu muito em questão de dias e logo passaram a dividir as rotinas fora da escola também. Almoçavam juntos, passavam a tarde jogando vídeo game, estudavam e a cada dia JungKook questionava mais ainda sobre os próprios gostos.

Como nada de bom durava muito na vida do menino, logo o pai - aposentado por invalidez devido a uma fratura, alcoólatra e totalmente perturbado por saber que seu filho nunca realizaria seu sonho de vê-lo lutando em um ringue – Começou a desconfiar da amizade “próxima demais” do filho com o colega da escola e em um dia que era pra ser o mais perfeito para o garoto por finalmente ter sanado todas as suas duvidas internas, o progenitor o flagrou beijando o menino mais velho.

Foi a ultima vez que JungKook o viu.

Não tinha absolutamente nada registrado na memória sobre o que havia acontecido após entrar em casa daquele dia até o dia que acordou no hospital. Sabia que havia apanhado muito mas não lembrava de nada e agradecia por isso. Ainda antes de sair da casa de saúde, sua madrasta veio conversar consigo para contar que ele havia sido transferido para outra escola, aconselhou o menino a não cometer o mesmo erro e frisou que seu pai não duraria muito tempo vivo, que levava uma vida toda errada e morreria logo, então era só ele ter paciência. Assim que o pai morresse poderia fazer o que quisesse da vida e só precisaria aguentar mais um ano na escola, depois não precisaria se preocupar com colegas lhe importunando.

O Garoto assentiu a tudo e ao sair daquela ala hospitalar, prometeu a si mesmo que o garoto frágil e doce ficava ali. Ele estava tendo a chance de recomeçar em uma escola nova onde ninguém o conhecia. Ele se transformaria no tipo de pessoa que mais odiava justamente pra não ser alvo desse ódio e rezava todos os dias naquelas férias para não encontrar no ano que logo se iniciaria, ninguém que o bagunçasse dentro dos seus objetivos. Se juntaria ao time de basquete desde o primeiro dia letivo, faria amizades, ostentaria o titulo de orgulhoso Filho do Lutador Jeon – coisa que nunca dera importância – e esperava ter paz por um ano, nem que fosse apenas aquele ano. O Que faria depois disso não era algo que queria pensar.

Mal sabia ele que sim, estava errado.

Ainda na primeira semana já se viu encantado por um sorriso doce, que faziam os olhinhos sumirem dentro das bochechas e eram marcadas por um óculos grande e redondo tornando tudo ainda mais fofo. Mal sabia ele que teria que se controlar muito para manter sua pose de “Macho Alpha” e seu personagem recém criado porque na realidade, desde a primeira vez que viu aquele sorriso, sua vontade foi de se aproximar de Park Jimin e mandar a merda todos aqueles caras que ele sabia que teria que carregar como “amizades” pelo menos pelos próximos meses.

Lhe doía muito quando o baixinho se aproximava de si e ele se via na obrigação de afasta-lo ou ignora-lo pra não deixar sua verdadeira imagem transparecer, para não expor o seu “lado viadinho” e doía mais ainda a serie quase interminável de zombarias que os colegas dirigiam ao garoto que lhe parecia tão doce e inocente a ponto de nem ligar para o que os outros falavam sobre seu peso. Se viu de mãos atadas e com isso cada dia mais difícil era afastar o menino quando na verdade o queria cada vez mais perto, queria saber mais dele a cada dia,  e assim passou a planejar melhor sua rotina escolar de forma que conseguisse se ver livre dos garotos, que já aí odiava, para ter alguns momentos com o gordinho fofo que aprendera a gostar tão fácil.

No entanto, o azar de Jungkook não era segredo pra ninguém. Depois de um ano do incidente com Yugyeom, quem passou a se incomodar com sua amizade, mesmo que as escondidas, foi seu capitão do time de basquete, Jackson. JungKook nunca soube como ele havia descoberto sua amizade, mas o fato era que havia sim sido descoberto e em um dia que havia tirado para lanchar com Jimin por achar que todos os outros garotos estariam fazendo provas de recuperação de nota, o Capitão os seguiu e após ver os dois terminarem suas conversas abordou JungKook e o ameaçou. Haveria a final do campeonato de basquete na semana seguinte e todo mundo sabia que Jackson mandava na escalação muito mais que o próprio treinador que parecia até temer o menino loiro e com essa carta na manga, forçou um trato com o adolescente.

“É bem simples na verdade... Você traça o gordinho, a gente filma, espalha pela escola, ganha semanas de risadas grátis e em troca, alem de poder comer uma bunda, você poderá jogar na final. Se algum olheiro gostar de você, tu ainda ganha bolsa na faculdade”

“É serio que você quer fazer isso com o menino só pelas risadas?” – ele perguntou incrédulo tentando esconder seu real temor pelo menino.

“Na verdade eu tenho nojo dele mesmo. Ver aquela bola de gordura andando por aí me revira o estomago! Eu até faria o serviço mas ele não vai com a minha cara, e já de você, é visível que ele gosta. E Sejamos claros, JungKook: Não é como se você tivesse opção. Ou faz o que eu to mandando, ou ta fora da partida, condenado a viver as custas do teu pai pra sempre já que nunca vai entrar numa faculdade sozinho. Com um pouco de sorte eu também não conto nada pro Senhor Jeon, já que até onde eu sei ele não ficaria feliz de saber que você é um amigo tão próximo de outro garoto”

Lembrar do que havia acontecido consigo por causa de Yugyeom fez seu coração falhar algumas batidas e mesmo odiando a si próprio a partir daquele momento, aceitou o plano do capitão.

Jackson Escolheu um parque pouco movimentado que havia recém inaugurado e lhe mostrou onde as câmeras ficariam instaladas. JungKook o fez jurar que não revelaria nada sobre sua identidade a ninguém justamente para que não corresse o risco de ser descoberto pelo pai e o loiro concordou.

Quando o sábado a tarde chegou, ao mesmo tempo que ansiava por ver o garoto, rezava para que o frio intenso o atrapalhasse e ele não fosse e bufou frustrado quando o viu atravessando a rua, com aquele sorriso que escondia os olhos estampado no rosto e seu coração parou por um momento ao pensar em tudo de ruim que era obrigado a fazer consigo. Tentando não se culpar ainda mais, procurou fazer com que Jimin se sentisse bem, se sentisse confortável e guardasse pelo menos uma ou duas memórias boas daquele dia que ele sabia estar fadado a ser terrível desde o começo. Tomaram café juntos, passearam pelo parque, e como combinado, JungKook levou Jimin para a sala de maquinas e lá, concluiu o plano.

Assim que a nevasca diminuiu, o novato teve vontade de se levantar e destruir todas as câmeras que sabia estarem instaladas no recinto, sentiu vontade de chorar mas ao ver os olhos brilhantes do gordinho lhe fitando e ouvir aquela frase, a única coisa que pensava era que Jimin realmente conseguisse cumprir a promessa que o havia feito.

“Eu amo Você JungKook, não importa o que aconteça eu sempre vou querer ficar com você!”

Havia doído ouvir aquilo e doeu mais ser obrigado a rejeitá-lo na segunda-feira porque Jackson passou o dia todo em seu encalce enquanto espalhava aquelas imagens tão perturbadoras que nem pareciam ter sido capturadas em um momento tão mágico como o que eles haviam vivido. No intervalo foi procurado por Jimin e mesmo sangrando por dentro, soube pelo olhar repreensor de Jackson que não deveria agir como seu coração mandava, não poderia abraça-lo e pedir desculpas por tudo. Teria que vestir sua mascara e rejeita-lo e novamente rezou para que ele cumprisse sua promessa depois do fim das aulas e lhe perdoasse, ficasse consigo e namorassem de verdade. Era só isso que sonhava quando via aquele gordinho andando cabisbaixo pela escola naquele dia. No entanto na hora de ir pra casa, o capitão veio lhe zombar novamente e por mais que JungKook soubesse que tinha que manter seu personagem pelo menos até o fim das aulas, explodiu ao lembrar o olhar magoado que Jimin havia lhe lançado horas antes e sem medir a força que tinha desferiu um soco no loiro que não fez absolutamente nada, mas o olhar que lhe lançou antes de sair, deixou claro pro moreno que aquilo não ficaria de graça.

Na terça feira Jackson e nenhum dos seus colegas foram para a escola e isso deixou JungKook temeroso, mas se sentiu mais tranquilo ao perceber que o seu amado gordinho de óculos já não era pauta dos assuntos entre os alunos, no entanto na quarta-feira o capitão e todos os outros garotos do time o esperavam na saída e, como se tivesse voltado um ano no tempo, ouviu todas aquelas chacotas e zombarias contra si novamente, mas decidiu que negaria, não ficaria quieto como da outra vez e novamente mergulhou no personagem, mentindo que não sentia nada por Jimin e já havia provado aquilo na segunda-feira, que se a intenção do capitão era afronta-lo ou machuca-lo, não conseguiria daquela forma e ao fim do discurso, o sorriso maquiavélico de Jackson dizendo que não havia sido suficiente, que queria mais provas da sua apatia contra Jimin o fez temer o que viria e realmente não poderia ser pior.

Menos de dez minutos após a conversa Jackson o levou até atrás do ginásio de esportes e logo viu os outros colegas vindo em sua direção e ao ver Jimin os acompanhando, quase sorrindo por lhe ver ali, teve vontade de pedir para que ele fugisse, corresse para longe o mais rápido possível. Queria livrar o garoto de feição pura e inocente das garras dos colegas mas não teve tempo. Assim que o gordinho ficou de frente para si, viu Jackson avançando em direção a ele e o socando com todas as forças que aquele corpo era capaz de exteriorizar.

“Vem JungKook! Vem defender sua donzela! Eu sei que você quer me fazer parar, então vem fazer”

Era como um pesadelo. Os Gritos e gemidos de dor do menino ecoavam pela sua cabeça e ele não conseguia sequer se mexer e quando fez menção a isso, os outros colegas interferiram e por fim teve que assistir toda a sessão de espancamento até Jimin parecer desacordar. Quando finalmente achou que havia acabado, Jackson se levantou ofegante e mais uma vez o olhar macabro lhe causou arrepios. Percebeu tarde demais que o loiro estava abrindo as calças e ali teve ciência do que aconteceria. Sentindo-se imobilizado pelos braços dos outros rapazes, fechou os olhos para não ver o que aconteceria, mas era impossível não ouvir e soube ali que aqueles gritos nunca sairiam da sua memória. Estava nauseando, quase vomitando e perdendo as forças quando os gritos deram lugar ao choro e um gemido arrastado do loiro se fez presente indicando que ele havia acabado com a sua “brincadeirinha”.

“Achou o que, JungKook? Que só você ia se divertir com o gordinho?”

E antes que pudesse revidar algo, se viu arrastado para fora da escola enquanto seu amado era abandonado ali, ferido, sangrando e principalmente, coberto de ódio por si. Ódio por ele ter sido fraco e não ter se negado a machuca-lo desde o começo. Ódio por ter sido egoísta desde o primeiro momento. Ódio por não ter lutado o mínimo que fosse por ele.

JungKook sabia que Jimin sentiria ódio dele, mas não era maior que o ódio que sentia de si mesmo e tinha certeza que carregaria esse sentimento consigo até a cova.


Notas Finais


Entãããão pessoas.
Acho que muita gente já não me odeia mais por saber que não, eu não fiz um JK filho da puta desgraçado. (Não por completo) E até o Fim da Fic o povo vai achar que eu sou Jungkook Biased. (sou ot7 com Jimin de Utt da vida toda ta gente ;D)
MAS quero deixar claro que essa treta dos dois não acaba aí ta. O Ultimo fato da treta vai acabar dizendo quem é o assassino e "justificando" tudo.
E aí o que acharam do VMin? Pessoal comentou no outro cap cheio de expectativa com putaria e talz, mas não amigas, não sei nem se vai ter algo nesse sentido mas essas informações e talz sobre o que rola entre eles vai ser útil mais pra frente então guardem bem XD
E pega esse YoonGi ficando de 4 pelo garçom! Altas duvidas e remorsos na cabeça! Sim gente, ele vai sofrer ta, se preparem!
SPOILER ALERT: Próximo cap tem gente doente XD asokaoskoaksoakso
Enfim, Eu só tenho a agradecer a todos vocês que me favoritaram e me leram! *-* Quase me sinto boa escritora com isso! 95 favs, 942 views e 33 coments! De coração. MUITO OBRIGADA MESMO! VCS ME ALEGRAM DEMAIS ASSIM!!
A todos os fantasminhas, sintam-se a vontade para expor suas opiniões e palpites sobre tudo e sobre todos (inclusive sobre mim mesma OAKSOAKSOA)
Qualquer duvida ou sugestão, podem me seguir no Twitter tbm e perguntar por lá que eu sou puro Make Love gente, não tenham medo de mim: https://twitter.com/Ashmedhai
Até sábado que vem pessoas o/ (pq não quero prometer cap no meio da semana sem certeza de cumprir, então deixo sábado pq é a unica data que tenho certeza)
Tenham Uma ótima semana o/
KissKiss
~~Ashmedhai


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