Aquele amor parecia escorrer de seus dedos como areia
Era como se o tempo se esgotasse
Algo o prendia,
Era impossível concertar o estrago que ele causara
Ele acordara cedo, não sabia por que, mas manchas escuras estavam estragando o seu olhar, talvez estivesse cansado demais até para dormir, sentia que o mundo pesava cada dia mais sobre sua cabeça, assim que se formasse ele se casaria, e sua vida terminaria ali, ele só queria colocar uma música alta e dançar até seus pés doerem, mas ele não podia contrariar as ordens do tio, então foi até o banheiro e tomou um banho rápido, quando procurava algo para vestir, encontrou a jaqueta na qual o café derramara quando Mi-Hi esbarrou nele, ele se lembrava disso e ria, a garota parecia tão indefesa, ele queria segurá-la em seus braços, protegendo-a de todo o mal, mas não podia fazer isso, ele resolveu usar a jaqueta para se sentir mais depressivo do que já estava.
Ao chegar lá, tentou se esconder da “futura esposa”, mas ela o viu parecia mesmo que o estava procurando, ela correu até ele passando os braços pelo pescoço do mais velho, que revirou os olhos e bufava, quando seus olhos encontraram com os de M-Hi e vendo que ela saia de onde estava para longe dali, ele soltou a garota automaticamente e com passos firmes andava apressado, ele procurava a mais nova, mas não queria ser notado.
Lá estava ela, na sala sozinha, mantinha a cabeça baixa e tentava controlar os soluços, o mais velho sentiu seu coração se partir em mil pedaços, e as pernas falharem, então só se encostou à porta, e deixou que algumas lágrimas rolassem, ele sentiu que alguém iria abrir a porta, então saiu da frente, e pendeu a cabeça para trás mordendo o lábio inferior, tentando manter-se calmo enquanto a garota lhe encarava por alguns segundos, ela parecia analisar a alma dele, quando ela se virou para sair ele segurou seu braço, mas ela relutou e ele a deixou ir.
Sentiu como se todas as suas forças tivessem sido sugadas, ele caminhou até o banheiro da escola e o choro aumentava, seu corpo doía, sua alma doía, maldito momento que ele planejara voltar para Seul, enquanto se xingava mentalmente, em um impulso deu um enorme soco no espelho, fazendo com que cacos voassem e alguns ficassem presos em sua mão, certamente ele pagaria pelo estrago, mas sua mão estava completamente machucada, um aluno percebeu o barulho e ao ver que a mão de Chung-Ho pingava sangue tirou o casaco e enrolou o ferimento para que estancasse e carregou o garoto para a enfermaria, a enfermeira que sem perguntar nada tirou os cacos que estavam lá e fez alguns curativos, dizendo que era um milagre não ter que dar ponto.
- Bom, não sei quem você é mais eu agradeço pelo que fez por mim, eu acho que surtei, e se você não estivesse lá eu realmente não sei o que eu faria. Chung-Ho olhava para o rapaz enquanto ele somente balançava a cabeça e suspirava.
- Eu sou Kim Woo-Jin, prazer, e você é Lee Chung-Ho. O garoto de cabelos platinados e que parecia ser um pouco mais velho que Chung-Ho estendeu a mão para ele com um sorriso gentil e amigável.
- De onde me conhece? O mais novo perguntou arqueando a sobrancelha.
- Não reconhece o sobrenome e a beleza? Sou irmão de Kim Yang-Min se não me engano vocês irão se casar em breve, mas percebi que você não parece feliz.
- Aquela maluca deve ter te falando muito de mim, me desculpe, mas eu realmente não a suporto, Chung-Ho ria, a companhia do mais velho era realmente agradável, ele não confiava em ninguém que não fosse Park Mi-Hi, mas esse garoto parecia digno de confiança.
- Bom ninguém a suporta, se ela fosse uma menina tão legal quando aquela bailarina que fica olhando 24 horas para você, eu daria felicidades ao casal, mas meu amigo, eu te desejo sorte.
Os dois já haviam se tornado amigos mais rápido do que o esperado, enquanto voltavam pra aula e o mais velho puxava Chung-Ho com a cabeça presa em seu braço dizendo que se ele fizesse algo assim de novo ele o mataria, ele descobriu que Woo-Jin já fora interessado em Mi-Hi, mas ao ver que não teria nenhuma chance de conquistar a garota já que o namorado dela que ele chamava carinhosamente de Viking havia chegado antes, Woo-Jin contara que o tal namorado a era de uma família muito problemática, então ele fugiu de casa em Busan e veio morar em Seul, logo que viu Mi-Hi criou uma obsessão e desejo de ter a garota para ele, fez de tudo para conquistá-la até que ela caiu na lábia dele.
O mais novo sentiu que o ódio pelo namorado da garota só aumentava, assim que o sinal soou estava pronto para ir embora quando sentiu o mais velho o puxando para um abraço, ele não queria admitir mais estava realmente precisando daquilo, Woo-Jin sussurrava algo em seu ouvido enquanto ele sentiu seus olhos marejarem.
- Isso pode soar estranho vindo de um homem, mas eu entendo você, quando minha namorada quis me deixar eu surtei, eu fui um cafajeste com ela, mas eu fiz de tudo para que ela me perdoasse e tentei me tornar o melhor namorado do mundo, e veja agora somos recém casados, não deixe o orgulho te afastar do seu amor verdadeiro, sempre que precisar o Hyung estará aqui para te ajudar seu cabeça dura.
Chung-Ho entrou no carro enquanto secava as lagrimas, mal havia conhecido o garoto, mas sabia que não podia sofrer sozinho, e o mais velho parecia mesmo se importar com ele, talvez por saber que a irmã era o diabo vestido de seda, ele havia percebido grandes cicatrizes nos pulsos do novo Hyung, literalmente o amor era uma arma, poderia salvar a vida de alguém se usada por uma pessoa prudente, ou matar quando usado por um idiota qualquer, e naquele instante o idiota era ele.
Chegou em casa e entrou no banheiro, se despiu e colocou a sinfonia mais triste que encontrara no Ipod, nada poderia ser mais depressivo que Requiem de Mozart, então ele encheu a banheira e ficou lá, por vários minutos, tentando não chorar novamente, enquanto sentia sua mão arder ao encontrar a água quente, sua mente estava confusa, ele só queria ter Mi-Hi perto dele, só assim ele iria se acalmar.
Em um ápice de loucura e sanidade se trocou e desceu rápido pegando o celular e mandando uma mensagem para a garota.
Eu sei que você me odeia, mas eu preciso de ajuda agora,
Preciso do consolo que você me dava
Por favor, venha rápido, e traga as sapatilhas
Mesmo que essa seja nossa ultima dança, quero lembrar-me dela.
Logo a garota apareceu, matinha os olhos baixos e suspirava fundo, talvez pensando na burrice que estava fazendo, mas ela o amava, e não podia negar, ele a puxou para um abraço apertado, e não conteve as lagrimas, chorava cada vez mais até soluçar, dizia para ela não agüentava tanta pressão e que iria morrer, ela passava a mão em seus cabelos e tentava acalmá-lo, ele sentou perto da menina disse:
- Vai coloca as sapatilhas, não vai ser legal dançar sem elas. Ela mal terminou de dar o laço e ele a puxou para um cômodo da casa que ela não conhecia.
- Pra onde estamos indo seu idiota?
- Corre, pensa nos velhos tempos, você vai gostar da surpresa.
Eles chegaram a uma porta, e quando ele abriu a garota colocou a mão na boca soltando um enorme grito, era uma sala de pratica, era enorme, um espelho cobria toda a parede, então ele a puxou para dentro, e os dois se posicionaram, e ele deu play na música, seus passos estavam sincronizados, assim como seus corações, naquele momento toda a mágoa pareceu ter ido embora, e eles estavam realmente felizes, pareciam novamente crianças.
Dançaram até se cansarem e sentarem no chão riam das próprias bobagens, até que ele forçou uma tosse e encarou a mais nova.
- Muito obrigado, eu me sinto tão bem que poderia explodir feito confete.
- Eu também me sinto assim, aquela nostalgia sabe? Parece que nós dois não mudamos nada.
Seus olhos se encontraram, enquanto eles sentiam seus corpos se arrepiarem, Chung-Ho chegou perto da garota, tocando suas bochechas e seguindo direto para um beijo, mas sentiu que ela havia socado seu estomago, e se levantava depressa.
- Nunca mais tente isso! Você sabe que eu não te pertenço, e você não me pertence, se estiver carente vá procurar sua noivinha, ela realmente adora te mimar.
Ela desceu correndo as escadas e antes que ele pudesse correr atrás dela ela já havia fechado a porta, ele soltou um grito de raiva e murmurava para si mesmo:
- Um ponto para sua idiotice Lee Chung-Ho, agora que ela vai te odiar mesmo.
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