História Between flowers and paperwork - Capítulo Um (get drunk in moonlight)

    Era primavera novamente, dia 20 de março. Primeiro dia da primavera e meu não tão aguardado aniversário. Minha irmã Sofia havia me abandonado por um pau vestido, portanto eu tinha de comemorar sozinho, entre algumas áspas. O bar estava lotado e a música, embora muito boa, estava num volume ensurdecedor, ao menos minha vodka estava bem gelada e eu tinha um pote de cerejas em conserva em mãos, cortesia do bartender. Ryan era uma das poucas pessoas que eu considerava como amigo, tinha cerca de 22 anos, um diploma em desing e coxas que me deixavam delirante.

    Uma de minhas manias era entregar meu coração a quem era comprometido, Ryan, por exemplo. Por mais leve que fosse a demonstração de gentileza eu me entregava, lembrar desse fato me fez morder uma cereja com raiva. Meus dedos estavam vermelhos pela calda e cheiravam doce, mas outro cheiro me atraiu, era um perfume masculino. Terno, cabelo loiro levemente escuro e olhos verdes como folhas novas, o moço que gostava da cor jade.

    Sorri ao reconhecê-lo e Ryan me olhou de forma interrogativa. Eu lhe pedi que servisse uma dose de whiskey para ele, por minha conta, e, quando o rapaz virou para mim, eu acenei de forma simpática. Aproximando-se de mim de forma tímida e com o copo na mão, sentando-se ao meu lado.

   "Seu lindo arranjo me redeu três ótimos meses de namoro."

    "E o senhor rendeu uma irmã apaixonada para mim com sua beleza."

  "Nossa... impressionante. Meu nome é Rafael, e o seu?"

    "Jade." Eu disse simplesmente, colocando uma cereja na boca.

 "Um belo nome." Corei levemente pelo elogio. Poderia muito bem dizer que era por causa do álcool se eu quisesse, mas eu havia gostado de mais para fazê-lo.

   "Não elogie tanto, posso achar que quer algo mais de mim." Terminei a vodka com um só gole, sentindo o álcool queimar minha garganta de forma consoladora.

    "Se continuar assim vai acabar com nosso estoque de vodka, Jade." Ryan riu antes de encher meu copo novamente. "Sei que sua tolerância para álcool é bem alta, mas isso vai ferrar seu fígado." Suspirei, era fofa a preocupação dele.

    Alguns copos de whiskey depois, seis se eu havia contado direito, Rafael estava completamente bêbado, deitado sobre a mesa do bar. "Nem sequer me sinto atraído por mulheres, mas até o suicida abestado do meu irmão tem alguém, eu também quero alguém." Reclamou, bocejando.

   "Cala a boca, tá começando a me irritar." Resmungo colocando a última cereja na boca. "Se mulheres não te atraem tenta sair com um cara, eu até sairia com você, mas prefiro alguém que saiba beber."

   "Você é lindo e eu gostaria de te beijar, principalmente agora com seus lábios vermelhos assim."

     "Cala a boca..."

   "E quero fazer mais coisas também." O sorriso pervertido dele não era de todo desagradável, mas era extremamente irritante o fato dele estar se afogando em álcool.

*~*

    Como não sabia onde ele vivia, resolvi levá-lo para o meu apartamento, no andar de cima da floricultura. Deixei Rafael deitado no sofá e fui até o banheiro para tomar um banho, água gelada deveria ajudar a pensar mais claramente e calmamente.

    Eu era um tolo, deixando-me ser atraidp por um garoto mais novo que eu e, ainda por cima, completamente bêbado. Logo saí do banheiro, toalha enrolada na cintura e cabelo ainda pingando um pouco, queria me vestir logo, mas uma mão segurando meu pulso deteve a ação.

    Eu gostaria de ter gritado e xingado, mas uma mão cobriu minha boca enquanto lábios pressionavam levemente meu pescoço. Minhas palavras sairam abafadas qua do pedi que se afastasse e gemi quando Rafael mordeu minha orelha.

    Irritado, mordi sua mão e acotovelei-o no estômago, ao que ele se curvou, sem ar. Consegui me soltar e vesti uma cueca rapidamente enquanto ele respirava ofegante. "Você te algum tipo de demência? Nunca que vou transar com alguém bêbado."

    "E se eu não estivesse bêbado?" Ri diante da pergunta.

    "Eu pensaria no seu caso." Eu disse com um sorriso malicioso.