1. Spirit Fanfics >
  2. Between Law and Love >
  3. Capítulo 22 - Verdades.

História Between Law and Love - Capítulo 22 - Verdades.


Escrita por: Semi-Harmonizer

Notas do Autor


HEEEEEEEEEY! Volteeei antes de 2017!!!

Capítulo 22 - Capítulo 22 - Verdades.


— Tem certeza que quer saber? — perguntei, sabendo qual seria a resposta, mas tentando ganhar tempo pra colocar meus pensamentos em ordem.

 

— Camila, eu estou tentando entrar em algum tipo de relacionamento com você, já lhe disse como me sinto, mas para isso ir pra frente eu preciso te conhecer e te entender — Lauren disse calma e eu suspirei.

 

— Você me conhece — murmurei contrariada, ouvindo seu suspiro alto.

 

— Eu sei praticamente toda a história da vida de Dinah porque ela nos contou, e nós nem somos próximas — Lauren comentou, calma — Agora, nós duas já temos mais intimidade física do que qualquer outra coisa, e eu ainda não sei sua história.

 

— É diferente, Dinah estava em perigo — a lembrei, vendo seus olhos rolarem.

 

— Vai esperar estar em perigo para confiar em mim? — Lauren questionou, um pouco chateada e eu senti meu coração acelerar.

 

Eu já confiava nela há muito tempo. Já estava na hora de ser sincera.

 

— Papai era um detetive da polícia de Chicago — comecei devagar, tentando não olhar para o rosto surpreso de Lauren por eu ter começado a contar e tentando não me apegar a essas lembranças que começavam a invadir minha mente — E minha mãe era uma policial, eles se conheceram por causa de um caso que trabalhavam juntos, se apaixonaram e se casaram, dois anos depois, eu nasci — suspirei, acabando por sorrir ao ter memórias antigas da minha infância — Éramos felizes, papai adorava me ensinar como ser uma detetive e minha mãe era uma boa mãe, do tipo que me pegava no colo e me escondia quando papai brincava de ser um monstro — ri baixinho, com as lembranças e vi um sorrisinho no rosto de Lauren.

 

— O que aconteceu? — ela perguntou calma.

 

– Eu lembro de fazer 9 anos e mamãe dizer que estava grávida — contei, fazendo um esforço maior para me recordar — Sofia nasceu e era uma menininha saudável e adorável — sorri com as lembranças da minha pequena irmã — A primeira palavra que ela falou foi Kaki, para mim, mamãe ficou louca que ela não havia dito "mama", como eu.

 

— Kaki? — Lauren questionou e eu apenas dei um meio sorriso.

 

— Ela não sabia dizer meu nome — dei ombros, vendo deu rosto confuso.

 

— Mas de Camila para Kaki é meio estranho — ela disse desconfiada e eu desviei o olhar.

 

— Você vai entender — falei baixo e não dei chances para ela responder — Hm, eu não lembro muito bem de tudo, mas em uma época papai descobriu corrupção dentro da polícia de Miami, onde nós morávamos, e sua vida se tornou aquilo, descobrir quais eram os policiais corruptos, que roubavam dinheiro e drogas das apreensões — expliquei, vendo o olhar chocado de Lauren — Na mesma época, lembro de sempre ver minha mãe com um amigo policial, seu parceiro, até que um dia, os peguei se beijando — desviei o olhar para a parede, engolindo em seco ao me lembrar daquela cena — Minha mãe não me viu, e eu saí dali, encontrei com meu pai, que também havia visto a cena, me lembro que ele apenas me pegou no colo e me levou para meu quarto, foi a primeira e única vez que o vi chorar.

 

— Eu, eu, nem sei o que dizer, Camila — Lauren sussurrou, porém eu apenas respirei fundo e continuei.

 

— Os dias seguintes foram tensos, lembro de brigas entre meus pais, mas não lembro o que diziam — senti meus olhos marejarem, mas continuei tentando manter a voz firme — Um dia, estávamos eu, papai e Sofia em meu colo, na garagem, papai estava tentando consertar seu carro, a sirene de polícia não estava funcionando, eu estava atrás do carro, tentando fazer com que Sofia parasse de tentar entrar pra debaixo do carro — acabei sorrindo sem humor, Sofia era só um pequeno bebê que só sabia balbuciar meu apelido e chamar nossos pais — Eu lembro do parceiro da mamãe entrando na garagem, ele estava irritado e falava alto, lembro do meu pai me olhando devagar e discretamente, me mandando ficar quieta, foi difícil fazer Sofia parar de se mexer e ficar quieta — senti um enjôo repentino e fechei os olhos tentando reprimir as imagens que aparecessem em minha mente — Lembro do homem erguer uma arma, eu podia ver tudo da ontem estava, eles eram altos e eu podia ver por cima do capo do carro, eu sabia o que era uma arma, papai e mamãe sempre me mandaram ficar longe das deles, e tiravam as balas de dentro sempre que chegavam em casa para que eu não machucasse. Hm, lembro do barulho, foi alto, estrondoso, e meu pai caiu, a camisa branca que ele usava virando vermelha em segundos, o sangue escorreu pelo chão, e acabou chegando onde eu e Sofia estávamos, nos manchando de vermelho também, tive que tampar a boca da minha irmã para que ela não chorasse.

 

Senti meu rosto molhado e só então me dei conta que tinha deixado algumas lágrimas caírem, olhei rapidamente para o rosto chocado de Lauren, mas desviei logo, não iria suportar aquele tipo de olhar novamente.

 

— Minha mãe entrou na garagem, ela não chorou, ou gritou, ela só olhou o corpo do meu pai, e depois, ela olhou pro parceiro dela, e ela, ela, ela o beijou! Ali! Com meu pai morto no chão — minha voz saiu um pouco mais alta e eu respirei fundo para me acalmar, o enjôo que senti naquele dia voltando para mim — Só que, eu acabei soltando Sofia, que acabou chorando, foi aí que nossa mãe nos viu, lembro da cara assustada dela quando começou a gritar com o parceiro, não lembro da discussão, mas lembro da minha mãe pegando Sofia, tentando acalmar a pequena, enquanto me olhava, nunca soube o que aquele olhar dizia. Mas lembro da minha mãe me fazendo ficar de pé, e com dificuldade me fazer sair dali, passando pelo corpo do meu pai, sujando todo meu tênis de sangue. Entramos em casa, mas ninguém ligou para a ambulância, e eu não entendia, perguntei pra mamãe porque ninguém estava ligando para ajudarem o papai, mas ela não respondia, então eu mesmo liguei, quando ela não estava olhando, afinal, papai havia me ensinado. Só que, assim que o barulho da ambulância chegou, mamãe simplesmente me deixou ali com Sofia e saiu com seu parceiro, me mandou cuidar da minha irmã e se foi.

 

Respirei fundo mais uma vez, não aguentando o peso do meu próprio corpo e deixando minhas costas baterem contra o colchão, vi olhar de Lauren sobre mim, seu silêncio me dando a oportunidade de continuar a história.

 

— Quando os paramédicos entraram na casa e viram a mim e minha irmã, e o corpo do papai no chão, ligaram para polícia. Daí em diante, só lembro relances — admiti entre um suspiro — Aparentemente eu era nova demais para entender, mas, mamãe nunca mais apareceu e eu e Sofia fomos mandadas para cá, Nova York, para morar com nossa tia, irmã mais velha do meu pai, e então, titia me disse que não podiam mais me chamar pelo meu nome, assim como minha irmã.

 

— Vocês entraram no programa de proteção à testemunha — Lauren deduziu surpresa, e eu assenti, voltando a me sentar corretamente — Seu pai descobriu coisas, não foi?

 

— É, muitas coisas — suspirei — Enfim, foi naquele dia que eu e minha irmã viramos Camila e Sofia Cabello — contei baixo, nunca havia contato tudo aquilo para ninguém exceto Dinah, nem mesmo Ariana sabia a história completa.

 

— Como foi seu nome de batismo? — Lauren perguntou e eu sorri de lado.

 

— Karla Estrabao — respondi, sentindo como aquele nome soava estranho em meus lábios depois de todos esses anos — E Sofia era Isabella Estrabao — completei antes que ela perguntasse. — Mas, meu nome é Camila, uso esse há tanto tempo, e me sinto melhor assim, Camila Cabello combina mais comigo.

 

— Kaki — murmurou, compreendendo o apelido e eu assenti — Por que Cabello?

 

— Titia escolheu, parece que era o sobrenome de solteira da vovó, e ela queria algo da família do meu pai ainda em nós — expliquei dando ombros.

 

— Eu sinto muito, Camila, mais do que posso dizer em palavras — Lauren disse baixo, encontrando minha mão e entrelaçando com a sua, gesto que me fez sorrir.

 

— Eu também sinto, Laur — sussurrei — Enfim, meus pais se chamavam Alejandro e Sinuhe Estrabao.

 

— Mas, hm, eu ainda não entendo porque não posso ver os registros deles — Lauren disse um pouco frustrada — E nunca entendi sua primeira prisão.

 

— Eu cresci acreditando que minha mãe era inocente — admiti um pouco envergonhada — Sempre tentava achar desculpas pros seus atos, e mesmo sendo um pouco rebelde, do tipo que matava aula e manipulava minhas provas, eu era uma boa garota, do tipo que levava e buscava minha irmã na escola e assistia desenhos animados com ela, e ajudava minha tia com tudo — sorri fraco, lembrando dessa minha pré adolescência, era tão bobo e fácil — Mas, quando fiz 16, Titia já estava mais velha e disse que eu já tinha idade pra saber a verdade e ela queria me contar antes de morrer — suspirei, tendo o olhar atento de Lauren em mim — Ela me contou tudo. Papai descobriu que minha mãe e seu parceiro eram praticamente os líderes da corrupção na polícia, roubavam o dinheiro e as drogas eles traficavam, e quando meu pai descobriu, tentou denúncia-los, ele descobriu da traição da minha mãe na mesma época, o que o fez ficar mais decidido a denunciar. Mas o parceiro da minha mãe tinha outros planos, que era assassinar meu pai — fechei meu punho, irritada, tentando controlar a raiva que há anos eu não me permitia sentir — E a mulher que se dizia minha mãe, concordou, por isso ela estava lá, ela devia dirigir o carro para fuga, mas se atrasou porque o retardado do seu amante, matou um homem na frente das suas duas filhas!

 

— Camila, se acalme, por favor Camz — a voz de Lauren soou rouca e arrastada e eu suspirei, sentindo meus batimentos desaceleram automaticamente, com Lauren acariciando meus cabelos enquanto me puxava para deitar a cabeça em seu ombro.

 

— Ela me contou tudo aquilo porque mamãe também estava indo para a delegacia de Nova York, o julgamento final como cúmplice de assassinato — expliquei — Por isso joguei aquela pedra, foi o único jeito de entrar, os policiais logo me algemaram e me fizeram entrar, e enquanto eu ia pra cela, tive o prazer de ver minha mãe, de gritar na cara dela que ela matou meu pai, e que ela nunca seria minha mãe e nunca mais veria a mim ou Sofia — senti meu sangue ferver me lembrando de quando fiz isso — Me senti ótima na hora, mas foi só entrar na cela pra eu desabar. Foi quando eu conheci Dinah, ela me viu chorando, e sem me conhecer ou saber porque eu estava presa, me abraçou e disse que as coisas ficariam bem, é engraçado pensar nisso, porque, eu nunca fui boa em fazer amigos na escola, era sempre a mais inteligente, e mais bagunceira, não gostavam de mim, mas então, numa cela de prisão, conheci uma garota, três meses mais nova que eu, mas acabou virando minha irmã mais velha — sorri, a melhor coisa que me aconteceu graças as estupidez da minha mãe, definitivamente foi conhecer Dinah — Enfim, DJ estava presa por ter roubado um talão de cheques em branco, ter assinado iguazinho ao dono e ter passado o último mês pagando coisas com cheques sem fundo. 

 

— Um momento, ela tinha 16 anos, nessa época? — Lauren me cortou um pouco incrédula. 

 

— Na verdade 15, foi umas semanas antes do aniversário dela — dei ombros, sem me importar, Dinah era um gênio e eu, bom, eu era quase isso — Por causa do meu pequeno tumulto, eles não tiveram tempo de me fichar, e Dinah ainda estava presa porque não tinha registro e se recusava a dizer seu nome, então, fugimos. 

 

— Você está me dizendo que uma garota de 16 anos e outra de 15 fugiram de uma delegacia de Nova York? — Lauren questionou, ainda desconfiada. 

 

— Não fique assim, você só tinha 20 anos, era nova demais pra me pegar — sorri de lado, a vendo revirar os olhos — Eles estavam ocupados demais com uma assassina para se importarem com duas adolescentes sem algemas andando para fora — expliquei dando ombros, a vendo assentir conformada — Continuando, levei Dinah para conhecer minha tia e Sofi, ela se tornou família, nós ainda não fazíamos nada contra a lei, mas então, titia morreu no mesmo ano — suspirei, e antes que Lauren soltasse um 'sinto muito', continuei — Então, Dinah me viu pintando, e me deu a idéia de falsificar um quadro e vender como se fosse o original, foi aí que tudo começou — expliquei e acabei sorrindo — Três anos depois, você começou ir atrás de mim.

 

— Ah, disso eu me lembro — Lauren disse com um leve sorriso — Foi um dos meus primeiros casos, falsificação de títulos bancários, você teve a audácia de me parar na rua, como uma cidadã modelo e me perguntar o que havia acontecido. 

 

Soltei uma risada, eu tinha apenas 19 anos na época, e achava a coisa mais divertida enganar os federais, lembro te ter achado Lauren nova demais e pensado ser divertido dizer a ela boa sorte para prender os culpados. 

 

— Demorou meses para descobrir que era eu — me gabei um pouco, a vendo revirar os olhos — E passou três anos na minha cola, admita que tinha uma queda por mim — sorri de lado,  mas ela apenas riu, negando com a cabeça. 

 

— De qualquer forma, acabei te pegando — deu ombros, mas sorriu em minha direção — Aliás, devo agradecer a você, sua prisão causou a minha promoção! 

 

— Viu? Sempre fazendo o bem para você — brinquei, mas suspirei quando vi seu rosto se tornar sério novamente. 

 

— Você tem dois irmãos — ela comentou baixo, tentando soar casual para que eu lhe contasse. 

 

— Jackson foi complicado — admiti baixo — Digamos que minha mãe faz alguns tipos de trocas na prisão, e Jackson é filho dela com um dos guardas. Dois anos atrás foi o único contato que tive com ela em anos, o pai do Jack é um idiota, e nem quer saber do filho, o que particularmente eu acho melhor. Me liberaram da prisão quando Jackson nasceu, minha mãe teve ele em um hospital próximo ao presídio onde ela está presa, na hora eu não queria saber de um filho dela, não tinha obrigação nenhuma de cuidar dele, mas, quando eu vi aquele menininho — sorri, lembrando da primeira vez que vi aquele rosto fofinho do meu irmão — Ele me conquistou, então, dei meus jeitos, liguei para Dinah, e bem, naquela época, para Ariana também — admiti baixinho, vendo Lauren desviar o olhar — Elas me ajudaram, mesmo presa, eu ainda tinha a guarda de Sofia, graças a Dinah, burlamos o sistema algumas vezes, e juntas, nós três conseguimos alterar alguns dados, fazer algumas falsificações e uma tia falsa foi buscar meu irmão, eu ainda tinha um dia livre antes de voltar, levamos Jackson pra casa, e foi só então que Sofia também soube da história toda — expliquei, vendo Lauren aparentemente tentando se controlar. 

 

— Você tem noção de quantos crimes acabou de me confessar? — disse um pouco ríspida e eu engoli em seco — Não podia ter realmente deixado os dois com algum parente? Você estava presa, Camila! 

 

— Eu não tenho parentes, Lauren — falei, a vendo suspirar — Depois que minha tia morreu, eu te garanto tentei encontrar algum trabalho simples, mas eu tinha 16 anos e uma mãe na cadeia, era complicado. Minha primeira falsificação séria, foi sobre a guarda de Sofia, alterei minha idade no sistema, eles tem tantos casos que nem verificaram uma segunda vez. Éramos só nós, quando eu fui presa, minha irmã iria para um abrigo, eu não podia permitir isso, não podia prejudicá-la por erros meus, porque eu, que sempre quis ser meu pai, acabei virando uma cópia mal feita da minha mãe — desabafei, sentindo meus olhos marejarem — Eu nunca quis isso, desde que consigo me recordar, queria ser como meu pai, desvendando crimes, sendo como Sherlock Holmes, desvendando crimes como os que eu lia nos romances de Agatha Christie. Mas, era só eu, com 16 anos, tentando cuidar de uma criança de 7 anos, com a ajuda da melhor amiga, e precisando de dinheiro, coloquei todos meus ideais pra trás, afinal, minha mãe sempre me dizia que eu parecia com ela mesmo, acabei provando que ela estava certa. 

 

Funguei baixinho, sentindo algumas lágrimas caírem, mas me surpreendi ao sentir braços firmes me puxando para si. Lauren me abraçou com força, deixando que eu chorasse em seu peito.

 

— Você não é como ela, Camila, ela foi presa por corrupção, por tráfico de drogas, e cúmplice de assassinato, você não é assim, Camz — Lauren disse baixo, tentando me confortar — Você comete crimes, não podemos negar isso, mas de uma certa forma, são crimes limpos, não posso dizer que não são errados, porém, Camila, você odeia armas, não assalta ninguém porque não quer machucar as pessoas, você tem uma alma boa, Mila, apenas fez escolhas erradas — senti seus dedos acariciando levemente meus cabelos enquanto ela falava, me deixando mais calma. 

 

— Acha mesmo isso? — perguntei, me afastando um pouco para olhar em seus olhos.

 

— Acho, Camz — ela disse firme, mas suave, secando delicadamente algumas lágrimas que ainda caíam sobre meu rosto — Por exemplo, eu sei que fiquei irritada por você não ter me contado sobre o roubo na galeria de arte, mas, por outro lado, você também se recusou a ir. 

 

— Não seria o certo — murmurei, vendo um leve sorriso no rosto de Lauren. 

 

— Porém, você foi cúmplice, e me omitiu coisas, e eu sou uma agente do FBI, chefe de um departamento inteiro, é difícil confiar em você quando faz coisas assim, é difícil até como parceira, imagine como alguém por quem tenho sentimentos, então — ela confessou, um pouco frustrada. 

 

— Me desculpe — pedi, pelo que acho ser a primeira vez — Só eu complicado para mim, estou nisso há quase dez anos, e mesmo que nunca tenha sido a intenção, eu me tornei isso que sou. 

 

— Mas você quer continuar assim, Camila? Espera que quando sua pena comigo acabe, e sua tornozeleira saía, a primeira coisa que vai fazer é roubar um banco? Só pra voltar para cadeia novamente?  — sua voz saiu irritada, e eu senti um nó na minha garganta. 

 

— Não — Fui firme, engolindo em seco — Eu não posso voltar, Sofia vai para a faculdade e o meu irmão só vai ter a mim, eu não posso voltar — sussurrei. 

 

— Então você tem que tomar algumas atitudes — Lauren foi mais calma, e carinhosa. 

 

— E se eu disser que vou tentar? — questionei, vendo seu olhar esperançoso — Se eu disser que vou tentar mudar, ser mais correta, andar na lei, por você? 

 

— Não quero que faça isso por mim, Camz, por mais que me faça bem ouvir isso, você tem que fazer por você mesmo — Lauren disse, com um leve sorriso, tocando meu rosto, como se quisesse gravar tudo, fazendo com que aquele estúpido frio na barriga voltasse, como sempre que ela me toca. 

 

— Mas é você que me faz querer ser diferente — admiti — Porque eu sou apaixonada por você, Lauren — deixei as palavras escaparam e vi seu olhar surpreso em minha direção — E eu quero você na minha vida, e não quero perder você, eu não posso te perder, então, eu faço de tudo pra ficar contigo.

 

— Camila — ela murmurou, os olhos cheios d'água, o sorriso bobo no rosto — Eu também me apaixonei por você — admitiu, fazendo meu coração acelerar, e o sorriso largo entrar em meu rosto.  

 

Não sei quem deu o primeiro passo, mas logo nossas bocas se encontraram em um beijo... Apaixonado. Minhas mãos foram para sua cintura, a trazendo mais perto enquanto suas mãos se perdiam em meus cabelos. Eu sentia seu coração acelerado em meu peito, e aposto que ela também sentia o meu próprio coração querendo sair do peito. Eu nunca achei que pudesse sentir algo assim novamente, e pelo jeito, estava certa, porque isso. Isso aqui com Lauren, eu nunca senti antes. É novo, é diferente, é confuso, é forte, maior e melhor que tudo que senti antes. E eu estava adorando isso. 

 

— Quem diria que seria você a me prender assim meu coração — Lauren disse, um pouco divertida, quando encerrei o beijo. 

 

— Agora estamos quites — sorri de lado. 

 

— Na verdade, está 3x1 pra mim — Lauren riu, e eu ri achando graça. 

 

— Pra ser honesta, 4x1 pra você, afinal, você também prendeu meu coração — sorri apaixonada, vendo o mesmo sorriso refletido em seu rosto. 

— Temos duas adolescentes e um bebê lá em baixo, acho melhor darmos uma olhada — Lauren sugeriu e eu fiz uma careta — Não faz essa cara, ainda teremos muito tempo pra nós beijamos, meu bem. 

 

— Eu vou cobrar esses beijos ein — avisei, já me levantando da cama, ainda com o sorriso no rosto, sentindo Lauren abraçar por trás enquanto saíamos do quarto.  

 

Talvez, tudo que passei, tudo que contei hoje para Lauren, me tornou quem eu sou, e foi sendo quem eu sou que conheci Lauren, e foi assim que me apaixonei. Então, mesmo que a saudade pelo meu pai ainda esteja em mim e as vezes venha tão forte que chega a doer, sei que onde quer que ele esteja, talvez agora ele esteja começando a se orgulhar de mim novamente. E mesmo minha mãe sendo uma mulher horrível, ela está presa e não pode fazer mais nada, e querendo ou não, ela me deu meus dois melhores presentes, Sofia e Jackson. E Lauren, bom, essa me prendeu de todas as formas possíveis. 


Notas Finais


E então? Achavam que a história da familia estrabao seria assim?? @semiharmonizer


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...