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História Between Lie And Love - VII. We have a party


Escrita por: dreams-flowers

Notas do Autor


Boa leitura! ♥♥

Capítulo 7 - VII. We have a party


KATE FULLER


     EU ACORDO do meu sono conturbado com Charlie me balançando, avisando que nós tinhamos chegado. Ele tem um ar cômico no rosto, e sei que há algo de errado.


     _ Você fica adorável ao acordar, à propósito _ Ele comenta, rindo. Eu o lanço um olhar mal-humorado, procurando um espelho dentro da minha bolsa, tentando, além disso, me preparar para ver a mim mesma através do espelhinho que carrego na bolsa.


     Eu não sou agradável - esteticamente ou em qualquer outro ponto - pela manhã, então naturalmente eu me empurro para baixo na poltrona, tentando esconder minha vergonha. Meu cabelo está uma completa bagunça, sem contar que há uma linha branca no canto da minha boca deixando claro que eu havia babado. Além disso, eu poderia ser comparada á um panda, porque o rímel está borrado, espalhando-se ao redor dos olhos, os cílios pregados uns nos outros e a pele oleosa, com base acumulada em alguns lugares específicos. Você consegue arrebentar a boca do balão, às vezes! Digo em pensamentos, tentando, de alguma forma, arrumar um pouco da bagunça que se transformou meu rosto e cabelo.


     _ Nós precisamos ir para a estação para pegar um trem para Rye _ Aviso para Charlie, depois de nós já termos passado pelo check-in e buscado as malas.


     Rye é uma cidade no sudeste de Londres. É pequena e desconhecida pela maioria das pessoas de fora, mas nós que vivemos no Reino Unido a contecemos bem. Quando Lisa e eu éramos pequenas, beirando os dez anos de idade, papai e mamãe costumavam nos levar para passar fins de semana em Rye. Eram bons momentos que passávamos por lá, e fiquei um tanto emocionada ao saber que Lisa havia escolhido a cidade em questão para casar-se.


     _ Hey, nós não precisamos estar lá até amanhã. Podemos aproveitar Londres e ir à algum pub à noite. Vamos lá Kate! _ Charlie implora, quando estamos fora do aeroporto buscando por algum táxi.


     Pondero sobre a idéia: faz um longo tempo desde que saí para me divertir. Nos últimos dois anos eu havia mais me concentrado em trabalhar do que qualquer outra coisa. Então, naturalmente, a idéia não me pareceu tão ruim no fim das contas.


     _ Tudo bem, mas nós precisamos sair amanhã bem cedo e...


     _ VOCÊ É FANTÁSTICA! _ Charlie grita, soltando sua mala para me balançar em um abraço quase sufocante. Eu rio entre seus apertos, e empurro de lado o pensamento negativo de que tudo pode dar errado.


     Eu não quero que dê errado, pelo menos uma vez na vida, e a ideia de que sou merecedora de um momento de diversão, mesmo que com Charlie ao meu lado, me faz ficar animada também.


***



     A casa que eu havia morado a minha infância e adolescência praticamente toda está agora reformada e muito maior do que já era, e toda essa grandeza, desde o denso gramado verde e podado ao redor com um extenso jardim até os cômodos, dá um ar quase antagônico à casa. Não existe familiaridade em suas cores escuras, os móveis estilo vitoriano e todas as pinturas e estátuas clássicas espalhadas pela casa. 


     É claro que, enquanto vivia aqui, ainda assim a achava familiar.


     _ Agora consigo entender porque foi embora de casa tão cedo _ Charlie comenta depois de uma rápida análise no ambiente. _ Por que exatamente sua família gosta de viver num museu da época vitoriana?


     Eu não posso deixar de soltar uma risada diante de sua pergunta.


     _ Minha mãe é apreciadora de objetos antigos, papai também, então os dois formam um casal completo, e esse fato leva ao que vemos hoje _ Eu explico, abrindo os braços para abranger todo o espaço.


     _ Interessante _ Ele diz, distraído por um quadro específico na parede perto do corrimão da escada espaçosa que levava para os quartos no segundo andar. _ Não posso acreditar que possuem um Picasso em sua fase azul bem aqui na sala de estar _ Sua voz é um misto de pura admiração e fascínio.


     Meu olhar voa para ele como se o mesmo tivesse dito algo puro e estraordinariamente fascinante. Tudo bem que as obras de Pablo Picasso podem ser reconhecidas por quase todo mundo, inclusive as pessoas leigas em relação à arte, mas Charlie sabe sobre as fases de Picasso, e isso quer dizer que ele possui algum conhecimento, e esse fato é surpreendente.


     _ Eu também não posso acreditar que você seja do tipo que goste e entende de arte _ Solto, cruzando os braços sobre o busto com um sorriso engraçado em meus lábios. Charlie foca seu olhar no meu com seu típico divertimento.


     _ Baby, das coisas que as pessoas sabem ao meu respeito, não é nada comparado ao que elas não sabem _ Ele pisca para mim como um flerte, e eu pondero entre rir ou lhe mandar o simples, entretanto limpo e vulgar, dedo do meio.


     _ Nós precisamos nos arrumar, porque alguém vai ficar bêbada hoje _ Ele diz, com enorme sorriso em seus lábios. Eu consequentemente também sorrio.


***


     Eu já tomei tomado um bom banho em meu antigo banheiro e me arrumei, mas não consigo deixar o quarto. A minha vontade de pular bêbada ao som de músicas eletrônicas ensurdecedoras está deixando meu corpo aos poucos. Eu não estou preparada para sair e ficar bêbada com Charlie, e nem ficar com alguém, mesmo que já tivesse se passado um longo tempo desde que eu tenha feito as duas coisas.


     Pensar que passarei uma semana vendo meu ex-namorado, provavelmente com outra mulher, sorrindo e com a felicidade de ter me superado - embora, verdade seja dita, ele já tivesse me superado bem antes de terminar comigo - chega quase a ser doloroso, porque eu me sinto novamente como na época do colégio: uma garotinha tola e estúpida que sofre pelo namorado. E apesar de está levando Charlie para fazer todo o teatro que eu tramei, isso não me faz sentir melhor.


      É como se eu estivesse trapaceando com a vida, forjando algo que na realidade ela nunca me deu. E isso, de uma forma boba, me faz sentir como se tivesse parado no tempo. Talvez porque o fato da minha irmã mais nova estar se casando me faça sentir assim.


     Deveria ser eu casando em Rye, na enorme casa que a família costumava se reunir nas épocas comemorativas. Deveria ser eu no altar com alguém que jurasse me amar por toda a eternidade, na saúde e na doença. Mas não é; a vida não escolheu isso para mim, e de certa forma eu sinto a necessidade irracional de gritar com ela por causa desses pequenos, mas relevantes fatos.


     _ Kate, você ainda está viva aí? _ A voz de Charlie me faz sobresaltar sobre a cadeira da minha antiga penteadeira, e então eu posso perceber lágrimas de frustração molhando meus rosto; lágrimas que eu havia prendido por quase todo o tempo que fiquei fora de Londres.


     Seco as minhas bochechas molhadas com a ponta dos dedos, com todo o cuidado possível para não borrar minha maquiagem, e com um imenso sorriso forçado, fazendo uma voz alegre finginda, eu falo alto para que ele escute:


     _ Eu continua viva, e também continuo me arrumando.


     _ Você não vai casar, só pra lembrar _ Ele grita do corredor _ Eu vou estar te esperando no andar de baixo. Por favor, não demore tanto, eu preciso de uma dose uísque.


     Sorrio, apesar de tudo. Passo um pouco mais de pó translúcido sobre a área das bochechas onde as lágrimas haviam molhado e retoco meu batom cor cereja: um presente de Mary.


     _ Ugh Kate, você consegue ser deprimente _ Exclamo com desgosto para o meu reflexo mil vezes mais melhorado com toda a maquiagem que eu havia passado, mas que carrega um evidente abatimento.


     Eu não tenho tantos vestidos comprados especialmente para saídas casuais á noite, então vesti um jeans claro apertado, uma camiseta de alças branca colocada estrategicamente  dentro da calça, sapatos pretos com saltos altos e um sobretudo cinza, já que lá fora faz, evidentemente, frio. Gostei do resultado da roupa, então procurei nas malas - que Charlie tinha me ajudado a trazer para cima depois de muito tempo insistindo - uma clutche com estampa de onça que combina muito divinamente com a roupa. Alguns acessórios básicos e estou pronta, e mesmo que esteja insegura e não mais com vontade de sair, abro a porta do quarto decidida que, a partir deste momento em diante, eu pararei de choramingar pelos cantos por todas as coisas que não havia dado certo em minha vida.


     _ Uau, você consegue surpreender as pessoas Kate _ Charlie exclama, depois de eu descer as escadas e lhe tocar o ombro, já que ele estava distraído digitando em seu celular.


     _ Se eu ligasse teria ficado ofendida por esse seu não-elogio _ Retruco, sorrindo.


     _ Puxa, eu tenho muita sorte em ter uma namorada gostosa, cheirosa e que não se importa _ Ele comenta, e nós rimos em unissono.


     _ Você não presta Charlie _ Eu digo, respirando fundo depois das gargalhadas.


     Nós dois caminhamos para a garagem onde Charlie tinha deixado o carro alugado. Nós resolvemos que seria mais barato alugar um carro do que ficar gastando com táxi. E, na realidade, é a mais pura verdade.


     _ Tudo bem, nós precisamos estabelecer quem vai ser o motorista da noite _ Eu falo, quando já estamos na garagem.


     _ Eu posso abrir mão de uma noite de embriaguez pra você _ Ele pisca, e eu concordo, entranto no carro e me sentando no lugar do carona.


     _ Você pode ser um bom ser humano em alguns momentos _ Digo, segurando um sorriso divertido em meus lábios.


     Charlie dá partida no carro e dirige pelas ruas de Londres como se as conhecesse bem, e isso me deixa momentaneamente curiosa. Eu ia perguntar se ele já tinha morado aqui por algum tempo, mas o meu celular berra Back In Black dentro da minha bolsa antes que eu possa perguntar qualquer coisa.


     _ Deus me ajude _ Eu digo ao ver quem é no visor. Charlie me encara curioso, desviando os olhos da pista por um instante, mas soltA um "Ah" quando eu falo: _ Oi mãe!


     _ KATE! Onde você se meteu? Por que não chegou em Rye ainda? Não me diga que perdeu o voo _ Ela me bombardeia com um tipo de desespero contigo em sua voz.


     _ Eu não perdi o voo. Na verdade já estou em Londres, mas Charlie e eu achamos melhor viajar para Rye amanhã, pela manhã _ Explico, com meus olhos fortemente fechados, na esperança de que ela não resolva dar um chilique.


     _ Oh, graças á Deus! Eu teria enlouquecido se tivesse perdido o voo. Bem, alguns parentes chegaram hoje, e você deveria ter chegado também querida _ Ela mantém um tom de voz amável que me surpreende. Em outras circunstâncias, eu teria escutado um longo sermão.


     _ Eu sei mãe... _ Penso que envolver Charlie como motivo para chegar um dia atrasada para as atividades do casamento - que, pelo amor de Deus, durariam uma semana inteira - faria com que ela esquecesse o estresse. _ Bem, eu quis ficar à sós com Charlie um pouco mais. _ Olho para o lado e constato que ele está prendendo o riso. Soco seu braço, levando o indicador para meus lábios, pedindo silêncio sem emitir nenhum som, e recebo um "ai" como protesto.


     _ Oh querida, você está me deixando ansiosa para conhecê-lo! _Ela comenta, empolgada, e eu sorrio.


     Eu iria adorar o fato de que, por uma semana da minha vida, minha mãe não iria me criticar ou pegar no meu pé, porque ela iria está ocupada babando Charlie, e isso me fez animadamente engatar num assunto breve sobre quem havia chegado e como estavam as coisas.



Notas Finais


Oooi lindas! ♥♥

Espero que tenham gostado! Comentem e me deixem saber o que estão achando!

XOXO, Jess.


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