História Between love and blood - Capitulo 2

Capitulo 2

P.O.V. Clarke 

 Finalmente após mais um dia de trabalho sem parar cheguei em casa. Não vou mentir que meu maior desejo agora seria me jogar no sofá e ver algum filme aleatório que estivesse passando na TV até cair no sono, mas querendo ou não eu tenho um compromisso com Finn. 

Fui direto para o quarto, coloquei nos respectivos lugares algumas coisas que estavam desorganizadas ~ se tem uma coisa que me incomoda é bagunça ~, separei um vestido preto simples mas delicado e antes de me arrumar fui tomar um banho quente para aliviar a tensão do dia. 

Enquanto a água caia sobre meus ombros os pensamentos vieram à mente... ...Parece que foi ontem que eu estava cursando Direito, preocupada com minha carreira e garantir um futuro promissor, eis que comecei a fazer estágio na Advocacia Collins. De inicio estava tudo tranquilo e como tinha planejado, mas num piscar de olhos me dei conta que o dono da Advocacia, Finn Collins, havia se apaixonado por mim. Como num sonho de uma adolescente quase adulta, envolver-se com um ”príncipe” da vida real bem sucedido é claro que estava na listinha de metas para serem alcançadas. Deixei-me levar e com o passar do tempo lá estava eu formada e já com emprego garantido na Advocacia de Finn que agora é meu namorado...

Terminei meu banho, peguei a toalha e fui em direção ao quarto para começar a me arrumar.

[...]

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Lexa tinha acabado de chegar a sua casa e sua irmã já vinha testar sua paciência.

 - Mais flores, Lex?! – Anya disse logo que viu sua irmã fechando a porta da casa – Desse jeito você vai falir a floricultura do Lincoln! Todo dia que volta de lá você traz um tipo de flor diferente.

 - Que exagero Anya - Lexa revirou os olhos - Ele oferece e eu não posso recusar essa oferta, além disso, eu ajudo com as coisas da loja, tenho mais que o direito disso. - colocou as chaves de casa sobre a mesinha da sala e foi em direção à cozinha em busca de arrumar algum objeto para colocar as flores.

 - Eu não sei como ele te aguenta todos os dias durante o verão - Anya levantou do sofá e foi seguindo Lexa.- Se bem que é apenas durante esse período, pois aposto que se fosse o ano todo você já estaria demitida – Anya soltou uma risadinha olhando para Lexa que colocava as flores em um tipo de vaso.

 - Muita engraçadinha você – Lexa fez uma careta mostrando sua insatisfação em relação ao comentário de Anya – Onde está a mamãe?

 - Ela já deve estar voltando do escritório – Anya respondeu desviando seus olhos para o relógio da cozinha – Nesse último mês a demanda de serviço foi maior, ainda mais que estamos gerenciando a venda dos novos imóveis de duas companhias... – Anya deu um suspiro e passando as mãos pelos seus cabelos - ...sendo que uma dessas companhias está dando o maior problema pra nós.

 - Problemas? Que tipo de problemas? – Lexa perguntou, colocando o vaso na mesa e puxando a cadeira para se sentar, mas no fundo ela só quis ser legal em se mostrar preocupada.

 - Ahh... – Anya pegou uma maçã e sentou-se de frente para Lexa – O tipo de problema que você não se interessa... – Ela deu um sorriso de lado – Apenas que o representante de uma das companhias diz que estamos desviando lucros para nosso próprio beneficio, mas nada que uma boa conversa possa resolver tudo isso. – Deu uma mordida na maçã e logo se levantou indo em direção a porta – Esqueci de te avisar – virou o rosto para trás – Octavia estava aqui te procurando um pouco antes de você chegar – Anya sorriu e saiu da cozinha.

 - POR QUE NÃO ME AVISOU QUANDO CHEGUEI? – Lexa gritou e foi correndo pegar seu celular já imaginando as mil ligações e mensagens que teria recebido de sua amiga.

[...]

P.O.V. LEXA

Quando vi as 14 chamadas perdidas e incontáveis mensagens de Octavia eu já imaginava o quanto seria xingada quando a respondesse. Me joguei na cama enquanto discava o número dela e não demorou muito para ela atender.

“- Porra Lexa, por que demorou tanto?? Achei que íamos sair hoje...” – Octavia disse num tom de voz nada amigável."

- Oi pra você também, O – respondi me ajeitando entre as almofadas da minha  cama – Desculpa a demora, cheguei em casa e perdi o tempo conversando com minha irmã.

“- Você tendo uma conversa tranquila com sua irmã? Essa é nova pra mim. – soltou uma risadinha irônica – Quais as novas então?”

- Ah nada de muito diferente – disse enrolando os fios de meu cabelo nos dedos – Você tá ocupada? Poderíamos ver algum filme ou fofocar se você viesse pra cá...

Mal terminei de falar e Octavia já me cortou respondendo: 

“- Por um momento achei que você não iria fazer essa pergunta. Já já estarei ai, me espere.” 

Dei uma risadinha ouvindo o tom de animação na voz de Octavia e desliguei o celular. Com muito esforço, já que a preguiça estava quase me consumindo, levantei da cama e fui tomar um banho antes de O. chegar.

[...]

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- Tinha me esquecido de como a comida daqui é tão boa – Finn disse e deu um gole da sua taça de vinho olhando para Clarke.

- Eu também, nem me lembro da última vez que viemos aqui – Clarke sorriu – Mas então, como anda as papeladas e documentos que estava correndo atrás hoje mais cedo?

- Bem, bem... – Finn respondeu fazendo um movimento com a cabeça – Posso considerar que esse é um dos casos mais complicados já que envolve muito dinheiro em jogo... – disse cortando um pedaço de comida que havia no seu prato – Aliás, será que você poderia fazer um favor para mim na segunda? 

- Claro meu amor, o que você precisa? 

- Pedi uns documentos muito importantes para uma empresa que está envolvida nesse processo e após muito esforço consegui fazer com que eles prometessem em entregar na semana que vem para eu tirar umas dúvidas – Finn levou o garfo até sua boca – e infelizmente não conseguirei pegá-los, mas creio uma pessoa de confiança como você poderia fazer esse favorzinho para mim..

- Tudo bem, farei esse favorzinho para você, só não se esqueça de passar o endereço da empresa para mim. – Clarke terminou de comer e ficou encarando Finn.

- Okay linda... Por que está me olhando assim? – Finn fez uma cara de confuso.

- Há tempos que não jantamos nesse restaurante – Clarke dizia olhando Finn.  – Estou curiosa, qual o verdadeiro motivo de estarmos aqui?

- Só estava com saudades dos momentos que passávamos juntos apenas aproveitando o momento – Finn respondeu sorrindo para Clarke – Estamos tão atarefados com o trabalho que nem sobra tempos para nós.- pegou a mão de Clarke que estava sobre a mesa.

- Eu também sinto falta – Clarke alisava seu polegar na mão de Finn – O que você tinha de importante para falar? Creio que o motivo não é eu ir buscar os documentos na segunda – Clarke soltou uma risadinha.

- Ah sim... – Finn desistiu da comida e olhou para Clarke – É uma coisa muito importante...

- Fala logo Finn, está me deixando nervosa – Clarke apertou a mão dele.

- Calma flor – ele sorriu e tirou sua mão que estava junto com a de Clarke – Tenho uma coisa – tirou uma caixinha do bolso – uma coisa muito importante – abriu a caixinha e olhou nos olhos de Clarke – Você aceita ser minha noiva? 

- Socorroo Finnn – Clarke disse levando suas mãos até a boca mostrando-se surpresa – Eee...euu aceito, claro que aceito... que anel mais lindo – disse pegando-o da caixinha e colocando no seu dedo – oobrigada...obrigada – respondeu sorrindo com os olhos inchados de lagrimas da emoção do momento.

- Que bom que gostou e aceitou o pedido amor – Finn falou pegando a mão que estava o anel – ficou maravilhoso em você – disse sorrindo 

- Estou sem palavras, me desculpe, acho que estou em choque.... não estava esperando por isso.... – Clarke respondeu tentando raciocinar tudo que estava acontecendo.

- Não mudará muita coisa no nosso dia a dia amor, já moramos juntos, compartilhamos o mesmo ambiente de trabalho, estamos mais do que preparados para isso – Finn disse dando uma risadinha 

- Estamos mais do que preparados... – Clarke repetiu o que Finn acabara de dizer e continuou admirando o anel.

- Uhum... Você gostou das flores que mandei entregar na advocacia? 

- Flores... as flores... – Clarke congelou seu olhar e perdeu-se em seus pensamentos por uns segundos talvez minutos.

P.O.V. CLARKE

Ainda estava me recuperando emocionalmente sobre o pedido de casamento de Finn que, quando ele me perguntou sobre as flores eu voltei para a realidade. Queria entender o porquê da primeira coisa que me veio à cabeça quando Finn me perguntou isso foi a menina misteriosa que as entregou ao invés de pensar no vaso lindo em si. A menina das flores...ela que me trouxe a realidade em meus pensamentos, ela me fez questionar se realmente eu estou preparada para prosseguir a uma nova etapa de minha vida. Sei que eu e Finn estamos juntos há muito tempo, mas a palavra casamento traz um ar diferente de responsabilidade, não que eu não seja capaz disso, mas apenas tenho a sensação que as coisas estão indo rápido demais sendo que elas podem esperar seu momento certo para acontecer...

Minhas metas desde pequena eram normais como a maioria das pessoas, conseguir um bom emprego, uma vida saudável e estável, uma pessoa que me acompanhasse e dividisse o dia a dia até que por fim me casar com essa pessoa e quem sabe aumentar mais um membro da família. Porém tudo isso parece estar correndo diante dos meus olhos mais rápido do que imaginava, e pensar que levaria minha vida inteira para alcançar todos esses objetivos o que, na verdade, levei menos da metade dela.

Será que estou fazendo tudo certo? Estou esquecendo de seguir alguma etapa? E é isso? Depois que preenchidas as metas eu continuarei fazendo o mesmo que sempre faço até o fim da minha vida? 

Por que depois que me lembrei da garota das flores eu comecei a pensar sobre isso? Eu estava tão segura e confiante, por que agora estou me sentindo perdida como se algo estivesse incompleto? 

É fato que a garota das flores tocou num ponto meu que ativou todas essas questões em minha mente, mas como isso eu não sei. Talvez seja por me fazer lembrar daquela época em que eu me arriscava e aventurava mais, não que seja ruim, mas um lado meu onde queria jogar tudo para o alto e passar o resto do dia pintando o céu até anoitecer, um lado sem responsabilidade e preocupação, um lado que com certeza não era o Eu de agora....

[...]

- Clarke? Está me ouvindo, Clarkee? – Finn me chamava, mas eu estava completamente fora de orbita. 

- Oii...oi oi – disse coçando meus olhos – Do que estávamos falando? 

- Do vaso de flores... você parou de falar quando perguntei se você tinha gostado dele – ele olhava para mim com uma cara de confuso – Você não gostou?

- Aaah sim, ela é muito linda – respondi ainda meio perdida nos meus pensamentos.

- ela? – Finn parecia estar perdido na conversa – Você quis dizer elas? As flores, certo?

- Ée.. as flores – perguntei para meu subconsciente o motivo de eu ter falado no singular – São lindas, estão dando um ar natural para a minha sala lá na Advocacia – eu dei uma risadinha e pensei o que mais seria tão natural quanto aquelas flores... 

- Depois que virou minha noiva ficou fora de si – Finn soltou uma risada – Vamos voltar para casa...

- Vamos sim, amor... – respondi e desejei que aquela sensação estranha que estava sentindo fosse mesmo em razão do tão surpreso pedido de casamento. 

[...]               

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Após horas escutando Octavia contar das fofocas, Lexa pegou o controle da TV de seu quarto e ligou-a.

- Ouvir você falando da vida das outras pessoas me deu uma canseira – Lexa continua mudando os canais da TV – O que você acha de assistirmos algum filme aleatório que esteja passando aqui?

- Poxa Lex, é tão entediante escutar eu falando? Se não sou eu aqui você não saberia das novas que acontecem durante o período que está lá em L.A. estudando. – Octavia disse se espreguiçando na cama.

- Você tem razão, O. Quem eu seria sem você, não é mesmo? – Lexa olhou para ela erguendo a sobrancelha.

 - Tá tá, não precisa ser irônica também af... Me diz então, como foi seu dia? Passou bem na floricultura? Como está seu primo? – Octavia terminou sua frase pegando o controle da TV que estava na minha mão para prender minha atenção somente nela.

- Pera, como está meu primo? Foi essa a pergunta que eu ouvi mesmo? – Lexa respondeu soltando uma risada 

Octavia ficou sem reação e começou a mexer o controle que estava em suas mãos sem conseguir dizer se quer uma palavra. 

- Tudo bem, O. – Lexa por fim quebrou o silêncio – Eu sei que você tem uma quedinha pelo Lincoln e eu te aceito assim – ela tentou conter a risada.

- aaff Lexa – Octavia deu um soco de leve no braço da Lexa – Nada a ver, tá louca?!!

- Uhumm, tá bom tá bom, esperarei ansiosamente o dia em que você irá confessar isso pra mim – Lexa piscou para Octavia

- Enfim... você não me disse como foi seu dia. Tudo normal? 

- Ah tudo a mesma coisa. Se bem que hoje fui fazer uma entrega. – Lexa respondeu 

- Sério?! Que legal! Pra onde? Era de aniversario? Namorados? – Octavia mostrou-se bem interessada no assunto.

- Siim, para aquela Advocacia Collins, sabe?! E sobre o proposito do pedido das flores isso eu não sei.. – Lexa disse relembrando da pessoa que era destino de sua entrega.

- Em uma Advocacia?? Como assim?? – Octavia começou a rir 

- Fiz a mesma pergunta – Lexa embalou na risada de sua amiga – Vai saber né..

- Mas para quem era afinal? Ou será que era apenas para decorar o local?! – Octavia continua a rir imaginando tudo isso.

- Era para uma pessoa sim – Lexa fez uma pausa lembrando dos traços do rosto dessa pessoa, do rosto de Clarke Griffin.

- E....? Tinha nome? Viu quem era? – Octavia mostrando sempre seu lado curioso. 

P.O.V. LEXA

Depois que fiz aquela entrega e voltei para floricultura, confesso que fiquei pensando naquela tal de Clarke Griffin. Por um tempo estava me questionando como uma pessoa que aparenta ser poucos anos mais velha que eu estar lá atrás de uma mesa cheia de papeis se comportando com firmeza e superioridade. Com base em todas as hipóteses, a mais provável é aquela que se assemelha a minha própria vida, Clarke deve ter chegado naquele lugar através de negócios familiares. Mas será que ela é filha dos donos da Advocacia como eu sou da imobiliária Woods? Ou será que não é nada disso e ela simplesmente chegou lá com pura sorte? Tantas dúvidas que me deixam angustiadas em não ter nenhuma resposta concreta. 

Porém, de uma coisa eu tenho certeza, jamais conseguiria me ver presa em uma sala como a dela, por mais que seja bonita é claro, lendo aqueles bolos de papeis. Como será que Clarke conseguia fazer aquilo? Será que ela está de total acordo em ficar ali numa boa? Não vou mentir que ela tem uma beleza incrível que poderia ser mostrada por ai nas ruas e não escondida atrás de paredes...

- Conheço esse olhar fixo em nada – Octavia mexia meu braço – Tem alguma vírgula nessa história ai...

- Não tem nada não – respondi voltando do meu transe de pensamentos – hmm tinha um nome em uma carta que era pra ser entregue junto.... Clarke Griffin.. 

- hmmm Srta. Griffin então... interessante.. – Octavia coçou o queixo – Você viu ela ou..? 

- Vi sim, O. – a imagem dos olhos azuis de Clarke passaram em minha mente, aqueles olhos..

- Então.... – Octavia não desistia em tirar mais informações de mim.

Eu estava prestes a responder quando Anya bateu na porta e entrou no quarto.

- Oi Octavia. – Anya disse olhando para ela e depois voltou-se para mim – Mamãe queria falar com você depois, ela pediu para avisá-la. – terminou de dar o recado e saiu do quarto fechando a porta.

Octavia e eu trocamos um olhar assustado e confuso tentando imaginar o motivo de minha mãe querer falar comigo.