Emily Mallette POV
- Será que vocês podem andar rápido com isso? A Clarke e o Justin vão chegar em vinte minutos - Falei para os meninos que estavam terminando de levar o berço da Julie para o quarto do casal.
Já tinham se passado cinco dias desde do parto, Amy tinha simplesmente desaparecido sem dizer a ninguém absolutamente nada sobre quem era o pai do filho.
Chaz voltou de viagem assim que recebeu uma mensagem do Ryan dizendo que a Julie iria gostar mais dele porque ele tinha visto o nascimento dela.
Consequência disso? Chaz estava na porta de casa no dia seguinte cheio de ursos, bonecas e coisas rosas e fez do quarto de hóspedes "O quarto do brinquedo", dizendo que a Julie nem iria lembrar do Ryan quando visse aquilo. Acho que ele ficou bem decepcionado quando viu a criança recém nascida que só sabia dormir e mamar.
Nós tivemos que arrumar todas as janelas da casa que foram atingidas pelos tiros e trocar os vidros por vidros blindados e contratar um batalhão de segurança, tanto para ficar no hospital esses dias que eles ficaram lá quanto aqui em casa. O Justin nem vinha mais em casa, era o pai mais bobo do planeta, quase quis bater no Ryan quando ele questionou o porque da Julie ter cabelo preto se não era a cor nem do cabelo do Justin e nem da Clarke.
E eu? Por mais que meu coração estivesse feliz por ter uma sobrinha linda e saudável eu estava confusa quanto os sentimentos do Ryan por mim e os meus por ele. Depois daquela noite nunca mais conseguimos nos olhar diretamente.
- Ei Em - Ryan me chamou para o quarto depois que o Chaz saiu.
- O que disse? - Olhei para ele me referindo ao "Em"
- Eu só te chamei.
- Do que você me chamou?
- Em - Disse dando os ombros.
- E o que é isso? - Perguntei.
- Um apelido, o que mais?
- E por que? - Questionei.
- Não sei, você não gostou do apelido? - Me olhou arqueando as sombrancelhas.
- Pessoas próximas usam apelidos - Falei rapidamente.
- Nós somos próximos? - Perguntou com aquela cara lerda.
- Não sei foi você que me chamou de Em - Tentei agir normalmente mas já estava bem agitada com aquela conversa, se é que podemos chamar de conversa.
- Adolescentes - Ele resmungou baixinho pensando que eu não ouviria mas estava errado.
- Desculpe, o que foi que você disse? - Cheguei mais perto o encarando.
- Droga Emily, você não melhora nada agindo assim.
- Agindo como?
- Feito uma criança.
- Eu não sou uma criança - Falei quebrando mais a mínima distância que existia entre nós. Já conseguia sentir a respiração dele batendo no meu rosto.
- Então - Ele encostou seus lábios nos meus - Prove.
Comecei um beijo, é eu tinha feito isso.
No fundo eu estava mesmo querendo sentir o gosto do beijo dele outra vez, suas mãos desceram para minhas pernas me dando impulso para subir em seu colo, ele me levou até a penteadeira da Clarke me colocando em cima da mesma deixando suas mãos livres para segurarem minha cintura. Passei meus dedos pela sua nuca o sentindo arrepiar, parei o beijo por um segundo rindo da reação que tinha provocado nele.
Ryan apenas sacudiu a cabeça e voltou a me beijar, agora mais intensamente, ouvi algumas coisas caírem no chão por conta dos movimentos que fizemos e então…
- Eu sabia.
Porra Chaz.
- E o prêmio de estraga prazeres vai para… - Ryan disse apontando para ele.
Provavelmente eu estava vermelha de vergonha.
- Eu vou ver se a nova empregada fez tudo certinho na cozinha - Falei em uma tentativa falha de me livrar das prováveis brincadeirinhas do Chaz.
- Ah queridinha, não pense que vai ser fácil pegar o meu homem - Ele disse afeminando a voz e alisando o peitoral do Ryan.
- Você não tem jeito Chaz - Ri e fui a cozinha.
A nova empregada se chamava Beth, ela era uma graça, deveria estar na fase dos 39 anos e tinha uma filha que estava estudando moda, eu acho.
- Como vai a comida Beth? - Cheguei alegre perto dela.
- Só falta as pessoas para comer - Ela disse retribuindo minha animação. F
inalmente estava perto de ter a minha sobrinha em casa.
Clarke Hudson POV
- Justin para com isso - Falei enquanto ele olhava toda hora para trás, dizendo ele que era para checar se estava tudo bem.
- Tem certeza que ela está confortável nessa cadeirinha? - Perguntou voltando a atenção para a rua.
- Ela está dormindo - Falei olhando para a pequena na minha frente, era a coisa mais linda do mundo. O bebê com mais cabelo que eu já vi na vida. Parecia um algodão doce, toda rosa.
Eu estava tão feliz, mas a situação com a Amy me intrigava e ainda tinha a Pattie e o Jeremy que ao quê tudo indicava tinham saído da cidade porque abusaram das autoridades. Mas poderia ser mentira.
- E os seus pais? - Perguntei.
- Parece que saíram mesmo da cidade, mas nós estamos preparados caso eles voltem ou tentem alguma coisa.
- E a Amanda?
- Não temos notícias dela, de todo jeito, pare de me lembrar de coisas ruins - Ele disse desviando o olhar para nós novamente.
- Justin! - Alterei um pouco a voz e acabei acordando a Julie.
- Aí tá vendo, acordou ela - Diz balançando a cabeça.
- Ande logo, só mamando de novo para ela dormir.
Resumo? Ela dormiu antes de chegar em casa.
O lugar do corte ainda doía para andar e ficar em pé mas tinha aliviado bastante do que ficou no segundo dia.
Entramos na casa com o Justin segurando o Julie e sorrindo que nem bobo, olhei as janelas e estavam todas intactas, quase não parecia que tinha acontecido um tiroteio ali.
- Ai meu Deus eles chegaram - Emily se levantou do acento do piano e veio correndo até nós estendendo os braços para pegar a Julie mas Justin negou.
- Uau que fora - Ryan riu e ela mostrou o dedo do meio para ele.
- Posso usar o meu para fazer coisas melhores com você - Ele disse em resposta.
- Acho que a minha filha vai ter uma ótima educação morando com vocês - Falei me sentando no sofá.
- Nossa amor, nossa filha - Diz Justin me corrigindo e se sentando ao meu lado, me virei para ele e fiquei alisando a cabeça da minha bebê.
De repente, o Chaz apareceu com uma fantasia verde e um cabide com a mesma só que de um tamanho bem menor. Foi impossível segurar a risada mas até para rir doía.
- Ok, por que verde? - Justin perguntou enquanto os outros, menos Chaz, riam.
- Se lembra da salada que a Clarke comeu sozinha? Deveria ser a Julie, então eu deduzi que a comida favorita dela seria salada e uma alface gigante seria o mais adequado.
Antes mesmo de ele terminar Ryan já estava rolando pelo chão de tanto rir.
- Eu acho que a Clarke está com fome não é gente? Vamos almoçar - A Emily disse parando de rir.
- Para de dar desculpas para ir comer sua gorda - Ryan falou jogando algumas coisa minúscula que não deu para identificar nela.
- É melhor você correr - E eles saíram correndo para a cozinha.
- Justin coloque ela no berço - Mandei depois de depositar um beijo na testa da Julie.
- Tá bom - Ele me obedeceu fazendo cara feia.
- Não esquece de pegar a babá eletrônica - Falei me levantando com dificuldade para ir em direção a cozinha.
Na cozinha estavam a moça que deveria ser a nova empregada e os três patetas.
- Senhora Clarke, fico muito feliz em finalmente conhece-la - Disse a moça vindo até mim.
- Ei, sem o senhora. Espero que sejamos amigas - Ri para ela e a mesma retribuiu o sorriso.
- Clarke, por que sua barriga ainda tá grande? - Chaz perguntou, minha barriga estava mesmo grande, parecia que tinha seis meses de gravidez.
- Que indelicado - Emily murmurou.
- É uma boa pergunta Chaz, devem ter esquecido algum bebê aqui dentro - Ri e eles me acompanharam.
- Não é justo ela ficar lá sozinha e nós aqui - Justin apareceu com a Julie no carrinho.
- Que babão - Ryan riu e novamente estavam todos nós rindo juntos, me surpreendi vendo como esses momentos eram bons.
[…]
O resto do dia abrindo os presentes do Chaz, Ryan e Emily nós rimos bastante com o tipo de coisas que ele compraram.
Julie ficou acordada a tarde inteira e chorou pelo menos umas cinco vezes e só ficava calma depois de mamar e ir para o colo do Justin, acho que ela tinha só acostumado(ler-se inveja).
Um dos seguranças bateu na porta e entregou um presente que tinha junto uma carta.
- É da Amanda - Falei vendo o nome da garota.
- Leia logo - Justin disse me incentivando.
- Querida Clarke, você foi o mais próximo de amiga que eu tive mas eu não me arrependo de ter transado com seu marido e nem de ter feito o que eu fiz, o Jeremy estava com a minha família e eu só estava tentando protege-los. Infelizmente eu falhei com eles, não estou me afastando por medo de vocês e nem do Jeremy e sim porque eu não quero mais fazer parte disto, vocês são a causa de toda a minha infelicidade mas em parte toda essa situação me deu uma coisa boa, meu bebê. Não, ele não é irmão da Julie, ele é seu irmão. Não quero que me procurem, não ache que tem algum direito sobre o meu bebê porque provavelmente você nunca irá convence-lo e uma última coisa: Eu não era a carta na manga do Jeremy, ele tem alguém mas eu não sei quem é. Tenham uma boa vida.
Depois de ler a carta todos nós ficamos chocados e eu nem consegui raciocinar o que tinha acabado de ler, um irmão.
De qualquer maneira tratei de limpar essa bagunça da minha mente, ela não queria saber de nós e eu teria tempo bastante para decidir o que fazer sobre ter um irmão e se iria querer ir atrás disso.
Eu estava deitada na cama e recostada na parede dando mamar para a Julie quando o Justin saiu do banheiro apenas de toalha amarrada na cintura, era para me torturar mesmo? Ok Clarke, 40 dias. Se controle.
Ele vestiu a roupa e veio até nós duas.
- Você está bem amor? - Ele me pergunta acariciando meu cabelo.
- Só um pouco cansada - Resmunguei baixinho.
- Sobre a Aman… - Ele ia tocar no assunto mas eu o cortei.
- Não vamos falar disso, vamos ter um pouco de felicidade - Falei e ele assentiu - Ou melhor, vamos aproveitar nosso pedacinho de felicidade - Falei olhando para a bebê que mamava tão rápido que parecia que não fazia isso há dias.
É, o nosso pedacinho de felicidade.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.