História Between the Flowers - Kryftó Parte 2

A pedidos insistentes de Iris, Eu, Louis e mais 7 pessoas para sermos os pegadores, àquela altura o sol já se pôs, e a lua estava cheia e sob o mar, o céu estava cheio de estrelas, o céu era um azul em degrade de uma púrpura viva que estava no horizonte, sinal de que o sol já podia ser mais visto, mas sua luz ainda estava presente por mais alguns minutos.

Ao longe dava para ver algumas nuvens se aproximando, provavelmente uma chuva viria a cair dentro de algumas horas, então provavelmente só poderíamos brincar por mais algumas horas.

Novamente eu tomei Louis pela mão e saímos com os outros pegadores da praça, tínhamos apenas dez minutos para encontrarmos um lugar de vantagem, algumas ruas que antes estavam vazias começavam a ganhar vida, pois afinal eram sete horas em ponto, geralmente é nesse horários que os turistas costumam sair das pousadas para jantar ou até mesmo caminhar pela cidade, dando uma olhada em lojas, bares, restaurantes e cafés, e quando as noites aqui são muito quentes, o clube local abre as portas para que tanto moradores quanto turistas possam nadar.

-Para onde? -Louis perguntou.

-Aquela cachorra! -Eu exclamei -Ela provavelmente pediu para sermos os pegadores nessa rodada, pois é nesses horários que a maioria das ruas ficam movimentadas, o que torna mais fácil de se esconder entre a multidão.

-Mas não há muitas pessoas na cidade ainda, não? -Louis perguntou -Quero dizer o verão está apenas começando.

-Sim -Eu respondi -Mas ainda dá para dar umas despistadas nos pegadores.

Tínhamos apenas 5 minutos para encontrar um lugar antes de primeira badalada, caso isso ocorresse, eu e Louis teríamos de ficar parados e esperar até a segunda, mas enfim todos já conhecemos as regras que a Iris criou.

Por sorte encontramos um local ideal, a praça da igreja de Santa Clara, ela estava movimentada, mas havia alguns lugares em potencial pelo qual os escondedores procurariam se esconder, esperamos um tempo, então ouvimos a primeira badalada, não poderíamos sair dali até a segunda.

Mal o jogo começou e alguns escondedores deram de cara conosco, e ele se viram obrigados a retornar a praça da qual mal haviam saído.

Eu estava distraído olhando para o céu estrelado, quando senti uma mão tocando meu cabelo, era Louis.

-Seu cabelo é engraçado -Ele disse -Todo bagunçado.

-O seu também é -Eu disse olhando o cabelo um pouco longo. -Dá até vontade de passar a tesoura.

-Ninguém mexe no meu cabelo Chanel! -Ele exclamou -Ai de você se fizer isso!

Eu comecei a rir, enquanto ele me dava empurrões, mas sem sucesso, eu conseguia manter o equilíbrio.

Ficamos os seguintes dez minutos conversando sobre o cabelo, um assunto fútil, mas que serviu de distração até ouvirmos a segunda, finalmente poderíamos sair de lá e procurar pelo outros, seguimos para feirinha e lá encontramos Amanda e Matt lendo um jornal.

-Podem parar -Eu disse me aproximando dele -Já vimos vocês.

-Como? -Amanda perguntou -O jornal parecia que ia dar certo!

-Primeiro -Louis disse -Isso é clichê.

-Segundo -Eu disse -Você pode ler jornais, mas eu sei que o Matt não, e terceiro... bem... não arranjei um terceiro motivo, mas não muda o fato de estarem pegos, vão logo para a praça!

Amanda Bufou e pegou Matt pela mão, mas antes de ir embora ela voltou e apertou o traseiro de Louis.

-Passar bem! -Ela disse e bufou logo em seguida indo para a praça.

Conforme andamos pela cidade, demos de cara com um dos jogadores, ela já tinha pego uns escondedores, sendo assim não faltavam muitos, o difícil seria Iris e Anastásia, as duas sabiam se esconder, aliás de vez em quando era necessário para escapar de olhos preconceituosos.

Mas onde elas se esconderiam?

Talvez nos rochedos de Gaia.

Ou na praia das conchas.

Ou...

Espera...

Acho que sei onde elas poderiam estar.

Puxei Louis às pressas pela cidade até minha casa, abri a porta, atravessamos a sala e saímos no jardim, e como eu pensei lá estavam a duas.

-Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí? -Eu perguntei para as duas.

Ambas soltaram um grito assustadas.

-Como sabia que estaríamos aqui? -Iris perguntou incrédula.

-Você tem a cópia da chave da minha casa -Eu respondi -E mesmo que não tivesse, conseguiria entrar no jardim pulando o muro, eu até pensei que vocês pudessem estar nos rochedos, mas pelo visto, vocês sempre se escondem aqui.

-Que droga! -Ana exclamou e fez bico. -Vamos logo Iris.

E assim as duas saíram da minha casa (nem deveriam ter entrado), e retornaram a praça.

Vai ver fazer dupla com o Louis é que está me dando sorte, nunca peguei as duas juntas, mas dessa vez consegui.

-Você traz sorte -Eu comentei-Nunca fui tão longe.

-Que triste –Louis comentou rindo.

-Cala boca, nem vem querer se achar, você é apenas um calouro nesse jogo.

-Sim, mas já encontrei quatro pessoas.

-Com a minha ajuda! -Eu exclamei.

-Como se eu ligasse –Ele disse.

Empurrei ele de leve rindo.

-Vamos dar uma olhada na praça –Eu disse.

Saímos de minha casa em direção a praça e olha, eu to chocado, nosso grupo pegou todos os escondedores, graças a mim e a Louis, pois Iris e Ana deviam sempre se esconder naquele lugar, mas agora que descobrimos os esconderijo delas, elas com certeza não vão se atrever a se esconder lá de novo.

-Bem –Disse Iris- Acho que temos tempo para mais uma rodada.

Eu até perderia meu tempo dizendo como foi a terceira rodada, mas no começo dela as nuvens cobriram o céu, e na metade dela começou a chover, eu, Louis, Iris, Amanda, Ana e Matt fomos correndo para minha casa.

-Pelo visto vamos ter de dormir aqui –Disse Iris enxugando o cabelo molhado com uma toalha- Ainda bem que sempre deixamos uma muda de roupa aqui com você Alex.

-Só para ocupar mais espaço no meu armário que já não é grande.

-E o Louis? -Ana perguntou-Ele não pode dormir molhado.

-Eu empresto uma camisa minha para ele - Eu disse.

Andei com ele até meu quarto e peguei a menor camisa que tinha não que tivéssemos um porte físico muito diferente, mas na altura eu era um pouco mais alto.

Entreguei uma camiseta para ele.

-Que cheiro de jasmim - Louis disse.

-Para de cheirar minha camisa! –Eu disse rindo.

Ele riu, tirou a camisa molhada e colocou a seca, logo depois ele tirou a calça ficando apenas de Box.

Qualquer garoto ficaria estranhado, mas eu já estava acostumado em ver o Matt usando só cueca, ou Iris de roupa intima, ninguém lá se preocupava com a minha reação, afinal eu não gosto de ninguém e nem vou gostar.

Como eu sempre estava acostumados com o fato dos meus amigos quase sempre virem dormir aqui, afinal aqui eles têm um pouco mais de liberdade, eu sempre deixo colchões para os casais, mas com Louis não sei se ele poderia dividir a cama de um deles, e se os meus amigos iriam deixa, por sorte meu sofá é um sofá-cama, eu sempre durmo nele em noites muito quentes, eu o abri e arrumei o local onde eu e ele dormiríamos juntos. Após todos nós tomarmos banho (Até mesmo Louis mesmo depois de já ter colocado o “pijama” afinal é sempre bom tomar um banho depois de correr pela cidade), nos reunimos na sala e ficamos lá deitados conversando por um tempo, até que então as garotas resolveram dormir, restando eu, Louis e Matt.

-Então... -Disse Matt -Estão gostando de alguma garota?

-Nem vem -Eu disse -Você já sabe minha opinião, não vai fazer que nem a três aí que vivem me enchendo.

-Concordo com o Alex -Disse Louis -Também não sou fã de garotas.

-Depende -Disse Matt -Alex não quer saber nem de garotos e garotas, e você?

-Eu só não gosto de garotas, garotos talvez -Louis respondeu -E por que ele não quer saber nem de garotas e nem de garotos?

-Ele tem medo de se apaixonar.

Louis riu.

-Isso soa tão ridículo, não adianta ter medo de se apaixonar, isso não resolve nada -Disse Louis.

-O amor vem quando você menos espera -Disse Matt- E quando você menos espera já está gemendo o nome dessa pessoa nos seus sonhos.

Matt brincou fazendo sons de gemidos junto de Louis.

-Calem a boca vocês -Eu disse.

-Calem a boca vocês três -Disse Iris -Eu, Amanda e Ana queremos dormir, preciso do meu sono de beleza.

-Ele não faz milagre Iris -Eu disse.

-Alex, eu já mandei você ir tomar no cu hoje? -Iris perguntou rindo.

-Umas três vezes pelo menos -Eu respondi.

-E faço questão de mandar mais uma vez, vai tomar no seu cu! -Iris Exclamou.

-Vai você já que você faz tanta questão assim -Disse Matt.

-Vou ter que bater em você? -Iris brincou.

-Fica longe do Matt e da bunda dele! -Amanda exclamou.

-Sendo assim vou bater nos dois solteirões -Iris disse.

-Vai mesmo ter esse esforço? -Louis perguntou. -Duvido muito que consiga.

-Já chega! -Disse Iris -Anastásia, segura meu sutiã!

-Que sutiã? -Eu perguntei.

-Não sabia que ela usava sutiã -Louis comentou -Achei que ela não precisasse, não dá para ver nada mesmo.

Mal dissemos aquilo Iris se jogou em cima da gente e começou a puxar nossos cabelos.

-Iris -Disse Ana -Deixa eles e vem se deitar comigo, eu gosto do fato de você não ter muito peito.

-Eu vou deixar eles para bater em você, sua sem graça -Disse Iris fazendo bico enquanto chocava a minha cabeça com a do Louis.

-Vamos Iris -Disse Ana de forma manhosa.

Ela bufou e assentiu, mas antes de sair do sofá e se deitar com Ana, ela chocou mais uma vez a minha cabeça com a do Louis, eu e Louis rimos jutos, ficamos um olhando para cara do outro até dormirmos.

Eu acordei de madrugada, devia ser pelo menos umas cinco horas da manhã, Louis não estava deitado do meu lado, eu notei a porta para o meu jardim aberta.

Saindo no jardim me deparei com Louis olhando para um canteiro de papoulas.

O céu estava limpo e com estrelas, o sol já devia estar nascendo do outro lado da cidade.

-É lindo esse jardim -Disse Louis- Você passa o tempo todo cuidando dele?

-Eu tenho alguns irrigadores que fazem esse trabalho por mim -Eu disse- Mas eu que adubo e coloco remédios.

-Elas não deixam de ser lindas -Disse Louis admirado indo em direção a um canteiro de gerânios.

-Obrigado, eu preciso continuar o que meus pais faziam -Eu disse.

-Eles não estão mais vivos? -Louis perguntou.

-Sim, eles eram floristas, desde pequeno eu via eles cultivarem a criarem arranjos, minha mãe morreu quando eu tinha cinco, e meu pai morreu alguns anos depois de desgosto e tristeza, desde então só sobrou minha avó.

-Não tem outros parentes?

-Tenho sim, tenho tios, um deles vivem em Swansea, País de Galês, a outra vive em Copenhagen na Dinamarca, tem também meus padrinhos que vivem em Oslo na Noruega.

-E primos? E seus outros avós? -Louis perguntou insistente.

-É difícil dizer, não vejo muito o resto da minha família, só sei que estão espalhados pela Europa, mais pais preferiram ficar na terra natal.

-Sinto muito -Disse Louis -Sente falta deles.

-No começo senti, mas percebi que chorar não iria traze-los de volta, então em homenagem a eles comecei a cuidar da loja com minha avó, é o único modo de não deixar o legado deles morrer.

-Bem... -Disse Louis -Acho melhor irmos voltar a dormir.

Eu assenti e voltamos para dentro.

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O sol por fim nasceu, acordamos, tomamos café da manhã, nos trocamos e nos separamos, cada um foi cuidar dos seus afazeres.

Eu, Iris e minha avó estávamos cuidando dos arranjos que iriam ser usados no casamento, não muitos comparados as encomendas que recebemos, ainda é começo do vão e da temporada de turismo, com certeza quando esse lugar encher, as encomendas vão crescer.

Nesse momento Amanda entrou acompanhada de Louis, ela usava um vestido vermelho com cauda de sereia, ele era meio estranho, ela carregava em uma das mãos castanholas, e usava uma rosa no cabelo.

-O que acharam? -Ela perguntou. -Vou usar isso no festival de dança.

-Ah! -Iris pareceu surpresa -É esse final de semana não é mesmo?

Amanda assentiu.

-Eu vou dançar flamenco -Disse a mesma- O único problema é esse vestido, ele é meio apertado nas pernas, e o último rasgou, só sobrou esse que mi abuela usava.

-Se quiser, posso costurar um para você -Louis se ofereceu -Eu aprendi a costurar com minha avó.

-Consegue fazer um vestido de flamenco? -Amanda perguntou.

-Acho que sim, mas se quiser eu posso apenas melhorar esse daí, e tirar essa cauda de sereia, talvez até mesmo deixa-lo um pouco mais leve para que você possa dançar melhor.

-Feito! -Amanda falou entusiasmada, e para demonstrar, ele pisou forte no chão com seu salto preto no chão, enquanto girava suas mãos e as erguia para cima, batendo com foça as castanholas, fazendo-as emitir um som. -O que vão dançar?

-Eu vou dançar Sirtaki -Eu disse.

-Que? -Amanda, Iris e Louis perguntaram em coro.

-O Zorba -Eu especifiquei.

Sirtaki, é uma dança clássica grega, onde rapazes dançam em uma única fileira de braços dados, com o mesmo ritmo, eu geralmente danço com alguns colegas, e este ano eu vou dançar de novo.

-Eu vou dançar dança irlandesa -Disse Iris – Óbvio.

-E Ana? -Amanda -Vai dançar dança russa.

-Provavelmente balé -Iris respondeu -Pode ser algo de origem francesa, mas na Rússia, ou melhor São Petersburgo é a capital mundial do balé, ela quer dançar isso, então para que criticar, provavelmente vai fazer um solo.

-Não sei se Matt vai dançar algo, ele nunca dança, sempre tem medo de palco -Disse Amanda. -E Louis?

-Também não sou fã de palco, mas posso pensar em algo, mas que tal agora você me levar até uma loja de tecidos, para já decidirmos como será seu vestido? -Louis perguntou.

Amanda sorriu e puxou Louis para fora da loja.

E nisso eu e Iris voltamos ao trabalho de fazer arranjos, com certeza quero só ver como será o festival desse ano, sempre tem coisas interessantes nele, mas agora preciso me concentrar em terminar esses arranjos e o buque.

O Louis até que é gentil, não é igual aos estereótipos que dizem sobre os franceses, ele é muito gentil e conquistou a amizade de todos muito fácil, ele é realmente especial.