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História Between The Living Deads - Capitulo 9


Escrita por: megandelacour

Capítulo 10 - Capitulo 9


— Bom dia. - esfreguei os olhos entrando na cantina, não havia muita luz por causa do racionamento e também porque estávamos no subterrâneo.

Sentei-me à mesa e me servi um copo de suco, Carl parecia animado, pisquei para ele sorrindo. O xerife Grimes surgiu onde minutos antes eu estava, repetindo exatamente as mesmas palavras que eu.

— Está de ressaca? - o menino perguntou com um ar de diversão e Lori o encarou com repreensão – Mamãe disse que você estaria.

— Mamãe está certa. - respondeu se sentando.

— Mamãe tem esse costume chato. - sua esposa comentou fazendo com que eu revirasse os olhos.

— Ovos! - T-dog surgiu da cozinha com uma frigideira – Desidratados, mas eu os faço bem.

O coreano a minha esquerda gemeu, aquilo sim era uma ressaca e sua cara fez com que eu risse.

— Não é legal Vic.. - gemeu novamente.

— Aprenda a beber, simples.

— Proteína ajuda na ressaca. - T-dog comentou passando a frigideira na nossa frente e colocando um pouco no prato de Glenn.

— De onde isso tudo veio? - Rick perguntou encarando um pote de remédio.

— Jenner. - Lori pegou da sua mão abrindo – Ele achou que precisaríamos.

— E estava certo. - falei com as bochechas repletas de comida.

— Deus, você anda tanto com o Dixon que está se tornando uma. - Dale fez careta.

— Nunca, nunca mais me deixem beber de novo. - Glenn gemeu.

Shane entrou no recinto dando oi, mas de uma maneira estranha. Continuei comendo, mastigando vagarosamente, avaliando sua conversa com o xerife que agia como um bom amigo. Nosso cozinheiro observou e indagou sobre alguns dos arranhões que Lori havia feito no seu pescoço e ele apenas respondeu que devia ter feito enquanto dormia. Jenner foi o próximo a chegar.

— Doutor, não quero te encher de perguntas a essa hora.. - Dale começou.

—Mas você vai mesmo assim.

— Não viemos pelos ovos. - completou Andrea.

Está certo, saber sobre o apocalipse era importante, muito importante, mas precisava mesmo ser agora? Eu tinha certeza que não comeria ovos mexidos tão cedo novamente. O médico/cientista do CDC nos levou até a sala principal, aquela cheia de computadores, sentei em uma das cadeiras segurando a minha caneca de café com leite, se eu ia entender alguma coisa sobre tudo que estava acontecendo ia ser acompanhado de algum tipo de bebida.

— Mostre a gravação do ST-19. - Jenner pediu e a voz eletrônica repetiu suas palavras. - Poucas pessoas puderam ver isso. Muito poucas.

A tela principal se acendeu mostrando alguns encefalogramas.

— Isso é um cérebro? - Carl perguntou.

— Um extraordinário. - o médico sorriu ao responder. - Não que importe no final. Mostre a VIA. - “Visão Interna Aumentada” a voz eletrônica pronunciou enquanto aproximava a imagem de um dos encefalogramas mostrando luzes azuis pulsantes, essas luzes nada mais eram do que os sinais elétricos que os neurônios mandavam uns para os outros.

— O que são essas luzes? - Shane perguntou.

— É a vida de uma pessoa. Experiências, memórias.. tudo. - Jenner começou a explicar, servia mais para os outros do que para mim, eu entendia dessas coisas. - Em algum lugar em toda essa rede orgânica em todas essas ondas de luz.. está você. O que o torna único e humano.

— Você nunca faz sentido? - o caipira cruzou os braços.

— São sinapses – falei tomando um gole do café e atraindo a atenção de todos – impulsos elétricos no cérebro que levam todas as mensagens.

— Eles determinam tudo que alguém diz, faz ou pensa desde o nascimento até a morte.– Jenner me olhou com aprovação, tendo certeza que, pelo menos, um de nós entendia o que ele falava.

— Morte? É isso que isso é? Uma vigília? - Rick encarou o doutor.

— Sim.. Ou a gravação da vigília.

— Essa pessoa morreu? - Andrea perguntou. - Quem é?

— Sujeito teste 19. - explicou. - Alguém que foi mordido e infectado e foi voluntário para gravarmos o processo. VI, vá para o primeiro evento. - “Indo ao primeiro evento”.

O encefalograma tornou-se o que parecia uma rede escura de veias, mas ainda com sinapses.

— O que é aquilo? - Glenn torceu o rosto em uma careta.

— Ele invade o cérebro como meningite. As glândulas renais sagram, o cérebro para de funcionar, depois os órgãos principais. - a tela se tornou escura, sem nenhuma das luzes de antes. - Então ele morre. Tudo o que foi ou o que iria ser se vai.

— Foi o que aconteceu com Jim? - Sophia perguntou a mãe.

— Sim.

Andrea começou a chorar e Lori explicou a Jenner que Amy havia morrido.

— Eu perdi alguém também. Sei como é devastador. - tentou ser compreensivo ao seu modo. - Vá ao segundo evento. - voltou sua atenção para a inteligência artificial novamente. - O tempo de ressurreição varia, temos relatórios de acontecendo em menos de três minutos, o mais demorado foi de oito horas. No caso desse paciente, foi de duas horas, um minuto e sete segundos.

A imagem mostrava o encefalograma negro de segundos atrás, mas agora pequenos impulsos elétricos surgiam localizados no centro e apenas alguns se espalhavam. Larguei a xícara na mesa e levantei me aproximando.

— O cérebro volta a funcionar? - Lori indagou.

— Isso é.. - apontei com o dedo- o tronco cerebral, não é?

— Sim, é só o que volta a funcionar. - Jenner completou.

— É por isso que eles andam.. - as coisas começavam a fazer sentido.

— Basicamente, os deixa em pé e andando.

— Mas não estão vivos? - o xerife perguntou.

— Me diga você.

— É diferente de antes, a maio parte do cérebro está preta.

— Preta, sem vida, morta. - o doutor o encarou – O lobo frontal, o neocortex, a parte humana, não voltam. A parte que é você. É apenas um casco movido por um instinto irracional.

— É como se fossemos animais. - mordi o lábio.

Um brilho forte e uma coisa abriram caminho no cérebro do paciente no video.

— Deus, o que foi aquilo? - Carol se pronunciou.

— Ele atirou na cabeça do paciente. - Andrea concluiu. - Não foi?

— VI, desligue as telas principais e as estações. - as telas ficaram pretas.

— Não faz ideia do que seja, não é? - a loira cruzou os braços.

— Pode ser microbial, viral, parasita, fungoso.

— Ou a fúria de deus? - Jackie interrompeu o doutor.

— Tem isso também.

— Alguém deve saber de algo. - Andrea voltou a falar.

— Isso pegou todos de surpresa e sem querer ser pessimista – comecei cruzando os braços – eu não acho que tenha volta, todos nós vimos, o exército cedeu, não tem mais ninguém além de quem conseguiu por um milagre sobreviver feito nós.

— Pode haver algumas outras instalações, pessoas como eu – Edwin sugeriu.

— Mas você não sabe? Como pode não saber? - Rick se irritou.

— Tudo parou de funcionar. Comunicações, diretrizes. Tudo. Estou sem comunicação há quase um mês.

— Então não é apenas aqui? - a loira encarou-os. - Não há mais nada em lugar nenhum? Nada? É isso que está dizendo, certo?

Um silêncio imperou na sala, não me assustou em nada, eu meio que já esperava aquela resposta mesmo antes de ter a chance de fazer qualquer pergunta.

— Cara, vou encher a cara de novo. - o caipira caminhou com as mãos no rosto até ficar ao meu lado.

— Dr. Jenner, sei que tem sido difícil e odeio ter que fazer outra pergunta, mas.. Aquele relógio está voltando. - Dale apontou para uma grande contagem regressiva em vermelho. - O que acontece quando chegar ao zero?

Essa pergunta fez um arrepio correr por todo o meu corpo, como se uma brisa gelada e imaginaria me atravessasse.

— Os geradores do depósito ficarão sem combustível.

— E então? - Grimes indagou, mas Edwin não respondeu. - VI, o que acontece quando a energia acabar?

— “Quando a energia acabar haverá a descontaminação da instalação.”.

Xerife, Glenn, T-dog e Shane resolveram ir até os geradores, eu me sentei em uma cadeira raciocinando, nem tudo eram músculos no fim do mundo, Jenner tinha saído da sala e nos deixado sem respostas. De repente as luzes piscaram e VI anunciou que as luzes de emergência tinham sido ligadas.

— Daryl – levantei da cadeira – Quarto, vamos pegar nossas coisas agora! - Ele assentiu.

— Porque essa correria?

— Eu fiquei pensando, não tinha certeza ainda – apressei o passo no corredor – mas quando as luzes apagaram, o ar-condicionado parou de funcionar… estamos em um prédio do governo, de controle de doenças – os olhos azuis me encaravam a procura de uma explicação mais clara – Daryl, eu fiz uma faculdade de enfermagem ok? Quando se fala sobre descontaminação quer meio que dizer “eliminar o perigo” - fiz aspas com os dedos.

— Fala de uma vez. - resmungou abrindo a porta.

— Um prédio sobre controle de doenças tem vários tipos de mecanismos contra a contaminação por doenças, essa contagem regressiva Daryl.. eu não sei, eu realmente acho que esse lugar vai pelos ares.

— Como assim? Explodir? - Assenti. - Porra.

Começamos a socar tudo rapidamente dentro das mochilas, menos de uma hora era o que tínhamos, Lori, Andrea, Dale começaram a surgir pelo corredor perguntando o que estava acontecendo. Tudo começou a apagar, Jenner com uma garrafa de whiskey passou por nós e disse que a zona 5 estava se desligando.

— O que quer dizer com “se desligando”? - Dale perguntou.

— Ficaria surpreso.

Rick surgiu do “porão” junto com os outros.

— Jenner, o que está havendo?

— Hey! - falei um pouco mais alto. - A descontaminação, significa que esse lugar vai explodir, não é?

— Foram os franceses. - ignorou a minha pergunta.

— O que? - Andrea perguntou com expressão confusa.

— Foram eles que aguentaram mais tempo pelo que eu sei, enquanto estávamos fugindo e nos suicidando eles ficaram nos laboratórios até o fim. Achavam que estavam perto de uma solução.

— O que aconteceu? - Jackie indagou.

— A mesma coisa que está acontecendo aqui, sem rede elétrica, ficaram sem combustível. - estávamos todos de volta a sala de computadores, encarando Jenner – O mundo é movido por combustível fóssil. O quão estúpido é isso?

— Deixe-me dizer o quão… - Shane tentou avançar, mas Rick o puxou interrompendo.

— Que se dane Shane, não ligo, pessoal peguem suas coisas.

— Rick, qual é o plano? - ele me encarou e eu indiquei a alça da mochila no ombro.

— VAMOS SAIR DAQUI AGORA!

Luzes vermelhas e um som de alarme começaram a soar pela sala.

— O que é isso? - alguém perguntou.

— “Trinta minutos para a descontaminação” - a voz automática do computador soou nos alto-falantes.

— PEGUEM SUAS COISAS AGORA – gritei.

Assim que completei a frase portas de contenção desceram e selaram a sala onde estávamos.

— Você nos trancou? ELE NOS TRANCOU AQUI! - Glenn estava branco.

Jenner sentou em uma das cadeiras e começou a falar com a câmera do computador, meu cérebro estava a mil e minhas mãos tremiam.

— SEU FILHO DA PUTA! NOS PRENDEU AQUI! - Daryl avançou sobre o médico enquanto Rick gritava por Shane.

O policial avançou sobre o caipira antes que ele chegasse ao seu objetivo, segurando-o e impedindo que ele batesse.

— Rick, temos que fazê-lo abrir. - encarei o xerife. - Jenner, abra a porta!

— Não há razão. - respondeu. - Tudo lá em cima está trancado. Saídas de emergência também.

— Então abra! - Rick pediu, estava suando, todos estávamos.

— Não posso controlar, são os computadores que fazem isso.

— Jenner, eu não vou morrer aqui – cerrei os dentes – eu não passei por tudo isso pra morrer sem antes ter lutado!

— Eu avisei. A porta permaneceria fechada. Você me ouviu. É melhor assim.

— O que é? O que acontece em 28 minutos? - o xerife olhou para a contagem regressiva. - O QUE ACONTECE EM 28 MINUTOS?

— SABE QUE LUGAR É ESSE? - Jenner levantou da cadeira com raiva - SERÁ QUE SÓ A SUA AMIGA TEM INTELIGENCIA O SUFICIENTE PRA ENTENDER ISSO? - apontou pra mim - ELA JÁ DEU A RESPOSTA A VOCÊS! PROTEGEMOS AS PESSOAS DE COISAS MUITO RUINS, VARÍOLA USADA COMO ARMA, EBOLA QUE PODERIA ACABAR COM METADE DO PAIS, COISAS QUE NÃO QUER QUE SE ESPALHEM NUNCA! - ele se acalmou sentando novamente – Se houver uma enorme queda de energia no caso de um ataque terrorista, por exemplo, ETAIs são posicionados para prevenir que organismos saiam.

— ETAIs? - a voz de Rick era de extrema preocupação.

— VI, defina.

— Não precisa. - interrompi. - Significa Explosivos Termobaricos de Alto Impulso, tem noção do que é isso? - suor escorria pela minha pele, todos ainda me encaravam com uma interrogação na cara – Essa droga põem fogo no ar, é uma bomba que põem fogo no ar, a única coisa mais poderosa que isso é uma bomba nuclear!

Carol começou a chorar abraçada na filha, Rick abraçou a esposa e o filho e Andrea ficou seria.

— O ar pega fogo. Sem dor. - Jenner murmurou. - Um fim para o sofrimento. - o grupo permanecia quieto.

— Não vou morrer aqui. - e eu não ia mesmo.

Daryl jogou a garrafa de whiskey na porta, o que obviamente não fez sequer um arranhão.

— ABRA ESSA PORRA DE PORTA! - berrou.

— SAIAM DA MINHA FRENTE! - Shane surgiu com um machado.

— DARYL! - T-dog jogou outro para o caipira e ambos começaram a bater na porta.

As crianças choravam agarradas em suas mães, observei Carl.. foi quando decidi que o melhor jeito, o único jeito, era na base da conversa, sentei na mesa bem na frente do doutor.

— Olhe pra eles.. é uma questão de escolha doutor – suspirei- Você quer que a sua dor acabe, mas os outros estão sentido dor ao desistir, muitos de nós querem lutar, querem viver, seja aqui, seja lá fora com eles, você precisa abrir a porta.

— Deveriam ter ido embora. Teria sido mais fácil.

— Fácil pra quem? - Lori ficou indignada.

— Todos vocês. Sabem o que tem lá fora, uma vida curta e cruel, uma morte agonizante. - ele olhou para Andrea – Qual era o nome da sua irmã?

— Amy.

— Sabe o que isso faz. Você já viu.

— Eu escolho essa vida a vida nenhuma. - encarei seus olhos.

— É isso mesmo que você quer? Quer isso para o homem que está com você? Pra esse menino que você olha de cinco em cinco minutos?

— Nós temos uma chance lá fora.

Rick e Shane comentaram que a porta sequer amassava e Daryl avançou com o machado para cima de Jenner novamente, mas metade do grupo o segurou.

— Você quer isso. Você falou ontem à noite. - ele encarou o xerife – Falou que sabia que era uma questão de tempo até que todos que você ama estivessem mortos.

— O que?

— Disse isso mesmo? - Shane falou entre baforadas – Depois de todo aquele sermão?

— Eu tinha que manter as esperanças.

— Não há esperança. Nunca houve. - Edwin olhou para todos nós.

— Sempre há esperança, talvez não seja você, talvez não seja aqui, mas alguém em algum lugar.

— Que parte de “tudo se foi” você não entendeu Rick? - Andrea estava sentada no chão.

— Ouça sua amiga, ela entende. - eu já estava feito uma louca, o relógio estava cada vez mais perto de zerar. - É a nossa extinção.

— Não doutor – passei as mãos no rosto – Essa é a sua escolha, a humanidade não vai ser extinta enquanto houver pessoas como eu, como nós, que querem viver!

— Isso não esta certo. - Carol falou com a voz embargada pelo choro – Não pode nos prender aqui.

— Ela tem razão Jenner – eu engolia metade da minha raiva e da minha vontade de berrar.

— Um milissegundo, sem dor. - ele disse.

— Minha filha não merece morrer assim. - ela chorou mais um pouco.

— Não seria mais gentil?

— CHEGA! - explodi – PARA DE PENSAR QUE PODE ESCOLHER POR TODOS NÓS, ABRA ESSAS MALDITAS PORTAS, QUEM QUISER MORRER QUE FIQUE. EU NÃO QUERO MORRER, EU NÃO VOU MORRER, EU NÃO PASSEI POR UM APOCALIPSE ZUMBI, POR 50 MEXICANOS ARMADOS E POR QUASE SER MORDIDA PRA CHEGAR AQUI E MORRER PORQUE UM IDIOTA QUE DESISTIU DA VIDA DECIDIU ISSO! EU NÃO DESISTI DA MINHA VIDA AINDA DOUTOR EDWIN JENNER, EU NÃO DESISTI E NEM VOU DESISTIR ENTÃO ABRE ESSAS PORTAS! - minha voz baixou e eu falei pausadamente – Eu. Vou. Viver.

O clique de uma espingarda soou no recinto e Shane surgiu apontando a arma para o médico, Rick tentou impedi-lo mas não conseguiu, o policial colou o cano da arma no rosto do filho da mãe.

— Irmão, irmão, não é assim que se faz. - o xerife olhava Shane – Nunca sairemos daqui.

— Shane, baixa a arma. - Lori pediu.

— Se ele morrer, nós todos vamos morrer! - falei ao seu lado.

Shane gritou e então atirou em um dos computadores, possesso pela raiva, Rick e ele começaram a brigar pela arma até o xerife tirá-la dele e o batê-lo no rosto com a mesma.

— Chega – o empurrei – Nós temos outras prioridades aqui, agora!

Grimes entregou a espingarda a T-dog.

— Acho que está mentindo. - encarou o doutor - sobre não ter esperança, se fosse verdade teria fugido com os outros ou teria escolhido o caminho mais fácil e não fez isso, escolheu o caminho difícil, por quê?

— Não importa.

— Importa sim, sempre importa, ficou quando outros fugiram. Por quê?

— Não foi porque eu quis, eu fiz uma promessa – ele se levantou com raiva, frente a frente com o líder do grupo – a ela. - apontou para a tela grande que tinha na sala. - minha esposa.

— O Sujeito Teste 19 era sua esposa? - Lori perguntou.

— Ela me implorou para continuar o máximo que pudesse. Como eu poderia dizer não? - Daryl voltou a bater na porta com o machado – Ela estava morrendo. Devia ser eu naquela mesa. Não faria diferença a ninguém, ela foi uma perda para o mundo, ela comandava esse lugar, eu só trabalhava aqui. Na nossa área ela era um Einstein. Eu? Sou apenas Edwin Jenner. Ela poderia ter feito algo. Não eu.

— Sua mulher não teve escolha, você tem, é só o que queremos.

— Uma escolha, uma chance. - completei por Rick. - Deixe-nos continuar tentando o máximo que pudermos.

— Eu falei que o andar de cima esta trancado, não posso abri-lo – Edwin saiu andando , chegou até um computador e digitou um código fazendo com que as portas abrisse.

— Vitória! - Daryl gritou – Todos, vamos!

— Lori pega o Carl – falei antes de correr. - TEMOS 4 MINUTOS!

Deus, eu não saberia explicar o quanto corri, não soube explicar o quanto meus pulmões queimavam em desespero por oxigênio. Eu não fiquei para ver porque eles pararam, porque estavam demorando, a minha mente só conseguia pensar em como poderíamos sair dali se o andar de cima ainda estava trancado.

— PORTA? - Daryl gritou me olhando.

— JANELAS, AS PORTAS SÃO QUE NEM AS QUE NOS TRANCARAM NA SALA! PRECISAMOS QUEBRAR UMA DAS JANELAS!

Shane e Daryl batiam no vidro com os machados, mas nada acontecia, as tentativas foram diversas, cadeiras, tiros, mas nada, nada.

— Rick, eu tenho algo que pode ajudar! - Carol mexeu na bolsa tirando uma granada – No seu primeiro dia no acampamento quando lavei seu uniforme, achei isso no bolso.

Meus joelhos quase falharam, um momento de alivio, de desespero, puxei Carl pelo braço sem me importar com Lori, o abracei enquanto Rick tirava o pino e deixava a granada ao lado da janela, antes que ele pudesse chegar até nós ela explodiu e o vidro estilhaçou, Daryl me levantou pela roupa e me puxou correndo, a janela era alta demais para mim então Dixon pulou e eu pulei em seu colo. Puxei a pistola e eu, Rick, Shane, Daryl começamos a atirar nos errantes que estavam no nosso caminho. Olhei para o lado e vi Carl correndo sozinho, estendi o braço pra ele e peguei sua mão, corremos até os carros e antes que pudéssemos sair vimos Andrea e Dale saindo pelo mesmo lugar que nós antes.

— Vamos, vamos! - murmurei.

— TODOS SE ABAIXEM, ANDEM! TODOS ABAIXADOS! - Rick começou a gritar.

Tudo explodiu, o chão tremeu, senti Daryl abraçando as minhas costas, estávamos dentro da caminhonete, eu sequer sabia como tinha ido parar ali ou como tinha empurrado Carl para dentro do motor home. Então o tremor parou e só tinha destroços e fogo onde antes havia o prédio no qual nos sentimos tão seguros e tão desesperados. Não tinha nos restado nada, mas ainda sim tínhamos tudo, tínhamos uns aos outros, tínhamos força, esperança, vontade de viver. Escorei a cabeça na janela e Daryl deu partida no carro, logo voltamos à estrada seguindo os outros, como se nada tivesse acontecido.


Notas Finais


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