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História Between The Living Deads - Capitulo 12


Escrita por: megandelacour

Capítulo 13 - Capitulo 12


Grimes estendeu sobre o capo de um dos carros o pequeno arsenal que o filho tinha encontrado.

- Todos, peguem uma arma.

- Não precisamos dessas facas e machadinhas. – Andrea mudou o peso de uma perna para a outra – E as armas?

- Já falamos sobre isso. – Shane estava escorado no trailer – Daryl, Vic, Rick e eu vamos carrega-las. Não queremos que ninguém morra cada vez que uma arvore se mexer.

- Porque ela tem o direito de ficar com uma? – o rosto da loira estava tomado de indignação.

- O pai dela era militar – Daryl mastigou um capim – Ela sabe o que faz.

- Se alguém disparar um tiro sem querer e uma horda estiver perto, é fim de jogo pra todos nós. – o policial a encarou. – Precisa superar isso.

- O plano é ir até o riacho, que está a 8 km e voltar pelo outro lado. – sorri, o caipira agarrava a alça da besta em seu ombro de forma acanhada enquanto fala – ela deve estar pelo riacho, é seu único território.

- Fiquem quietos e atentos – Rick tomou a palavra – mantenham espaço entre si, mas sempre protegendo o outro.

Shane começou a informar o pessoal para juntar suas coisas, peguei minha mochila do chão e a joguei sobre o ombro, a pistola, mais cedo me dada, estava no cós do meu jeans e na minha mão o facão com o qual estava acostumada. Daryl já estava no limiar da floresta, então caminhei até ele, parecia impaciente.

- Nunca te vi assim..

- Só quero achar aquela garotinha de uma vez. – resmungou virando de costas e começando a andar.

- Okay..

Entramos na floresta, sem muito humor, desisti de me aproximar de Daryl então segui próxima a Carl.

- Shane, olha – o garoto mostrou algo que estava em suas mãos para o policial – papai disse que poderia levar mas a mamãe..

- Fale baixo, estamos procurando por Sophia! – Walsh o cortou com o tom de voz duro – Temos que nos focar na nossa tarefa.

Cabisbaixo, Carl seguiu em frente, alcançando a mãe.  A floresta não era muito densa, mas estávamos em fila, eu era a penúltima e logo atrás de mim estava Shane, desacelerei o passo ficando mais próxima do mesmo.

- Pare de descontar as suas frustrações no menino.. – sussurrei, semicerrando os olhos em sua direção.

- Até onde eu sei isso não tem nada haver com você, pare de se meter Campbell.

- Tudo que tem haver com o garoto tem haver comigo entendeu? Só porque você mentiu pra Lori e tentou tomar o lugar do seu melhor amigo não significa que tenha que ser um idiota com uma das poucas pessoas que ainda gostam de te ter por perto.. – dei uma cotovelada em seu braço, estava prestes a voltar para meu lugar na fila quando ele me segurou.

- Cai na real, o Carl tem mãe e pai, ele não precisa de você pra nada, você não é a mamãezinha dele e eu não sou o único que quer algo que não me pertence. – seus olhos estavam cravados nos meus e seu aperto se intensificou.

- Eu não quero algo que não me pertence, eu amo e cuido de alguém que eu me importo e ao contrario de você, eu não fodi e tentei roubar a família do meu melhor amigo! Eu só tomo conta do garoto porque me importo com ele, não porque quero roubar ele da mãe, seu babaca!

- Algum problema ai? – a voz de Rick nos interrompeu.

Sequer tinha percebido que tínhamos parado de caminhar, a cena obviamente parecia suspeita, eu e Walsh estávamos próximos e sua mão segurava meu braço. O grupo inteiro nos encarava a alguns metros de distancia, esperando por uma resposta.

- Não, nenhum – sorri rapidamente sem mostrar os dentes – Eu só escorreguei e Shane me segurou, vamos continuar. – me soltei e segui andando, passado por Lori e ficando a frente de Carl.

Depois de alguns minutos de caminhada o caipira fez com que todos parassem, me esgueirei por entre as arvores, a poucos metros de nós havia uma barraca montada.

- Ela pode estar ali. – o sotaque sulista de Daryl rasgou o silencio. – Poderia ter um bando deles la dentro. – ponderou desconfiado.

Os três homens mais bem preparados do grupo se aproximara, Rick, Shane e Daryl. O restante ficou para trás, eu devia ter algum problema mental, pois me sentia extremamente bem nessas situações, era como se a tensão que pairava no ar se transformasse em eletricidade no meu corpo, me deixando alerta. O caipira se colocou em frente a “porta” da barraca, segurando uma faca no alto, Grimes pediu que Carol chamasse por Sophia delicadamente “ Se ela estiver lá, sua voz é a primeira que ela deve escutar.” Disse.

- Sophia, amor – a voz de Carol tremia – Você esta ai? Sophia, é a mamãe. Estamos todos aqui, querida, é a mamãe.

Sem resposta, Dixon abriu vagarosamente o zíper da barraca, Rick e Shane começaram a tossir como se fossem vomitar.

- Daryl? – Carol o chamou, mas não obteve uma resposta. – Daryl?

- Daryl! Responde droga! – elevei o tom de voz, largando o grupo pra trás e entrando na barraca, o cheiro era podre, havia um corpo sentado em uma cadeira de praia, sai quase vomitando. – Não é ela.

- O que tem ai? – Andrea perguntou enquanto Carol se apoiava aliviada em Lori.

- Um homem que como Jenner encontrou uma saída, não é assim que chamamos?

O barulho de sino interrompeu Daryl, o som não vinha de muito longe, meu semblante se tornou confuso quando ao caminhar mais um pouco achamos uma igreja em uma clareira. Suas paredes eram brancas, mas ao contrario do que se esperava não possuía torre de sino, no pátio havia um cemitério. Atravessamos o pátio correndo, sempre atentos a possibilidade de um grupo de errantes surgir a qualquer momento.

Rick subiu as escadas que levavam a porta vermelha de entrada seguido por Daryl e Shane, fez sinal de silencio para nós e lentamente empurrou as portas, revelando como esperado um tapete vermelho, um altar e vários bancos, alguns com figuras aparentemente humanas sentadas. Essas figuras se viraram grunhindo, uma delas estava vestindo roupa de padre e outra ainda usava um véu. Um impulso no fundo do ser me dizia para passar pelos homens e matar pelo menos um dos errantes, eu não sabia da onde vinha esse impulso, essa vontade, mas ela me corroía por dentro, virei de costas e deixem que fizessem o trabalho, assim que os gemidos pararam entrei na igreja.

- E ai JC, ta aceitando pedidos? – Dixon encarou a cruz.

Enquanto os outros gritavam por Sophia e vasculhavam o cômodo me sentei em um dos bancos, o mais próximo da cruz que eu podia suportar.

“Pai..” – comecei a rezar da minha maneira, os lábios selados, minha voz ecoando apenas dentro da minha cabeça. –“ Eu não sei o que esta acontecendo, não consegui voltar pra casa, espero que minha família esteja bem e que o senhor tenha tempo de olhar por eles.. e por mim também. Desde que tudo começou eu me sinto afundando com um desejo insaciável de perigo, de morte, mas eu lutei tanto pra viver, como meu desejo interno pode ser morrer? Ilumina meu caminho, seja ele longo ou curto, porque vou fazer com que cada segundo valha a pena, eu prometo.” -  alguém me chamou, apertei meus olhos fechados com força – “Cuide do Carl, Daryl e Glenn também, e Merle, onde quer que ele esteja.”

- VIC! – Shane chamou com mais força dessa vez.

- O que foi?

- Esta zumbizada agora que não responde?

Levantei do banco ignorando a piadinha e me aproximando do pessoal, o som do sino começou novamente ao sair percebemos que vinha de uma caixa de som instalada na lateral da igreja. Glenn abriu a caixa em que estava conectada e puxou os fios fazendo com que o silencio retornasse.

- Um temporizador – Daryl constatou, estava sem folego – Ta programado.

- Vou voltar para dentro um pouco. – Carol passou por mim.

O restante a seguiu, apenas Andrea, Shane e Lori ficaram do lado de fora, provavelmente conversando sobre o caso deles, revirei os olhos e cruzei os braços me encostando em uma das paredes. Carol começou a rezar, ao contrario de mim, em alto e bom som, Lori passou por mim e sentou-se atrás da mesma.

Carl e Rick estavam encostados na parede oposta a minha, meu pequeno garoto parecia assustado. Me aproximei e o puxei para um abraço, fazendo com que ele se apoiasse em mim, acariciei seus cabelos castanhos e o xerife me olhou.

- Isso é tudo minha culpa.. – murmurou.

- Não é.. você não tinha escolha e as vezes mesmo quando fazemos tudo certo as coisas dão errado. – apertei seu ombro de leve.

- Você é a única que parece acreditar nisso.

Sorri de lado e voltei minha atenção para o menino, que segurou minha mão, me abaixei até a altura da sua orelha.

- Esta tudo bem com você, amigo? – sussurrei.

Carl não respondeu, apenas balançou um não e segurou minha mão com mais força, meu coração se apertou, odiava ver ele dessa maneira. Carol terminou de rezar e sentou-se ao lado de Lori, apesar de não sermos próximas ela tinha minha total compaixão.

Assim que saímos da igreja Shane foi falar com Rick, continuei segurando a mão do meu pequeno garoto enquanto caminhávamos para perto de Glenn e o restante do pessoal, Lori estava nos olhando e de certa maneira nem pareceu tão incomodada. De repente, o policial surgiu ao meu lado.

- Vocês voltarão pelo riacho. – disse ele – Daryl, você esta no comando. Eu e Rick ficaremos para trás, procurando por pelo menos mais uma hora ou até acharmos ela.

- Esta nos separando? – o caipira não pareceu gostar muito da ideia – Tem certeza?

- Sim, nos alcançamos vocês depois.

A ideia não me parecia muito boa, mas eu podia conviver com ela e além do mais gostaria de checar T-dog então voltar para a estrada me soava bem. Foi quando uma voz infantil fez meu estomago se revirar.

- Eu quero ficar também. – Carl olhou para o pai. – Sou amigo dela.

Os dois policiais ficaram em silencio, meu cérebro gritava para que eu dissesse não, mas mantive meus lábios colados. Não possuía nenhum tipo de decisão sobre a vida do garoto.

- Tome cuidado certo? – Lori sorriu para ele.

- Tomarei.

- Carl – mordi o lábio me amaldiçoando por ter deixado minha voz escapar, agora todos olhavam pra mim – Só.. ahn.. fique a salvo ok? Onde o seu pai possa te ver, de preferencia.

- Vou ficar, prometo. – ele sorriu.

Lori o abraçou e o xerife se aproximou, dando um beijo na esposa. Virei de costas, não por causa daquilo, mas porque eu queria com todas as forças que Carl não saísse de longe de mim, Sophia já tinha sumido, o que aconteceria com a minha sanidade se ele desaparecesse também?

- Haya Vic – Daryl me tirou do devaneio – Vamos.

- Vai na frente, vou só falar com Rick antes de ir.

- Tem certeza?

- Yeah, eu sei o caminho de volta, vou alcançar vocês em um minuto. – o caipira assentiu e apontou pra igreja, me indicando onde Grimes estava antes de sair e alcançar o resto do pessoal que estava afastado.

Fiz meu caminho até a porta, mais vagarosamente do que desejei fazer, Grimes estava sem o chapéu e próximo a estatua de Jesus pregado na cruz, bati na madeira alertando-o que estava ali.

- Posso entrar?

- Não devia estar com os outros? – ele recolocou o chapéu de xerife que combinava com seu uniforme, seus olhos estavam cheios de lagrimas que se recusavam a cair.

 - Devia, mas eu nunca faço tudo que me mandam fazer. – sorri de lado me aproximando – Rick.. por favor, não se sinta culpado pelo que aconteceu.

- Eu não consigo.

- Rick, eu confio em você – agora estávamos cara a cara, eu era bem mais baixa, o que fazia com que ele precisasse inclinar a cabeça para me olhar – Você é um bom líder, nos deu um objetivo quando tudo que nós tínhamos era um acampamento no meio do nada, não se perca ok? Nós precisamos de você.

- Como pode ter tanta certeza nessas coisas que você fala Vic?

- Porque nesse momento você precisa que eu tenha essa certeza – Rick mordeu o lábio, os olhos azuis cravados nos meus. – Preciso ir, por favor, mantenha os olhos em Carl, é tudo o que eu te peço.

Desci a escadaria onde Shane e o garoto estavam sentados, beijei sua testa e apertei sua bochecha de leve, joguei minha mochila nas costas e comecei a correr, Dixon havia me ensinado o básico sobre como me achar na floresta, achei o riacho facilmente e caminhei por alguns minutos até alcançar o grupo.

- Wow, sou eu. – levantei as mãos quando percebi a besta apontada na minha direção.

- Louca. – resmungou.

Aproveitei o silencio para pensar, como sempre, olhei para Daryl que estava ao meu lado e lembrei da noite no CDC, minhas bochechas coraram e desacelerei o passo, deixando que ele passasse na minha frente. Sacudi a cabeça, se ele nunca havia comentado nada sobre aquele momento, provavelmente nem se lembrava, mas eu carregava aquela vergonha comigo.

Um barulho fez com que eu parasse, olhei por entre as arvores, um tiro, mas ninguém além de mim pareceu se preocupar.

- Isso foi um tiro.

- Nós ouvimos – Lori respondeu com voz monótona.

- Mas porque só um tiro?

- Eu não sei, talvez um errante. – o caipira suspirou.

 - Eu não acho que eles arriscariam fazer tanto barulho por causa de um errante. – troquei o peso de perna, estava ficando nervosa.

- Não podemos fazer nada, não da pra sair correndo pela floresta perseguindo ecos, você mais do que qualquer outra pessoa deveria saber disso. – Daryl me encarou.

Eles voltaram a caminhar, encarei a floresta atrás de nós, apesar da minha desconfiança segui atrás deles. Andrea perguntou o quanto faltava para chegar e Dixon disse que não muito, tudo estava tão calmo, tão sereno e tudo que eu podia sentir era essa coceira embaixo da minha pele, como se algo fosse explodir a qualquer momento. De repetente a loira começou a gritar por socorro, olhei para os lados e não a enxerguei, essa era a magica da floresta, fazer você achar que esta com alguém e segundos depois perde-la de vista. Ela estava caída no chão, um errante a estava quase agarrando quando uma mulher em um cavalo e com um taco de baseball o acertou na cabeça.

- Vitória? Vitória Campbell? – sua voz era carregada no sotaque sulista.

- Sou eu.

- Rick me mandou, você precisa vir agora!

- O que? O que aconteceu? – meu coração acelerou.

- Um acidente, Carl foi baleado, ele ainda esta vivo, Rick disse que você é enfermeira, Carl precisa de você!

Minha visão começou a girar e faltou ar nos meus pulmões, eu sabia! Sabia que alguma coisa ia acontecer, minha mãe tinha me dito uma vez: “Jamais duvide da sua intuição, os Campbells possuem a muito fortemente.” Obviamente eu nunca dei ouvidos, mamãe era a louca do esotérico, mas ela estava certa. Ela estendeu a mão para mim, mas antes que pudesse me puxar para cima do cavalo Daryl me segurou.

- Wow wow, não conhecemos ela, não pode subir nesse cavalo!

- Me desculpe, mas eu preciso ir, ele precisa de mim. – me soltei e subi na garupa.

- Lori? – a mulher morena de cabelos curtos falou mais uma vez, Lori saiu do seu estado de choque e a encarou – Gostaria de poder levar você, mas precisamos da enfermeira, Rick disse que há outros de vocês na estrada, no grande engarrafamento? Vá a estrada Fairburn, estamos a 3 km ao sul, vocês verão a caixa de correio com o nome Greene. – e com isso ela arrancou, precisei segurar em sua cintura.

- É MUITO LONGE? – gritei sobre o barulho do vento e do galope.

- PROMETO QUE VAMOS CHEGAR LA LOGO! MEU NOME É MAGGIE! – assenti.

Levou alguns minutos, quase uns 10, dez minutos de pura agonia antes de ver uma casa de fazenda branca com um varanda na frente. A mulher chamada Maggie parou o cavalo e me ajudou a descer, corri até a entrada e dei de cara com Rick sentado em um banco, seu rosto estava manchado de sangue e branco, ele suava e os olhos estavam injetados.

- Rick? Rick, o que aconteceu?

- Me desculpa Vic – ele começou a chorar – tudo que você me pediu era pra ficar de olho nele, agora ele esta deitado naquela cama entre a vida e a morte... - o abracei, da maneira mais apertada que consegui.

Um senhor saiu pela porta, provavelmente o dono do lugar, pelas roupas de fazendeiro que usava, ele me encarou, estava com as mãos sujas.

- Você é a enfermeira? – eu assenti.

- Eu preciso de você agora. – o senhor me encarou - Meu nome é Hershel.

- Vic.. Vitória.

Ele secou as mãos em um pano que segurava e fez sinal para que eu o seguisse, soltei Rick e o acompanhei, passamos pela sala e a sala de janta, até o quarto dos fundos onde o garoto que tinha conquistado meu coração acima de todos estava deitado. Controlei o impulso de chorar desesperadamente, ele estava branco e sem sua camisa, em sua barriga havia um buraco vermelho, descoberto da gaze pelo senhor Greene.

- Antes de começarmos a trabalhar nele preciso saber duas coisas.

- Você tem condições de fazer isso? – assenti. – E qual o seu tipo sanguíneo? Porque Rick já doou mais do que podia e esse menino precisa de mais.

- A+.

- É o mesmo, vamos começar.


Notas Finais


Perdão pela demora e se gostarem deixem seus comentarios ;)


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