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História Between The Living Deads - Capitulo 13


Escrita por: megandelacour

Capítulo 14 - Capitulo 13


Já fazia alguns minutos que eu estava sentada na cadeira ao lado da cama, vendo meu sangue pingar em um vidro e então ir para o braço do pequeno Grimes. Fechei os olhos, não conseguia tirar os seus gritos de dor da minha cabeça, o pior era saber que eu ouviria mais. Hershel e eu conseguimos tirar apenas um dos 6 fragmentos de bala, Otis e Shane foram atrás dos aparelhos que precisávamos, então tudo o que eu podia fazer era ficar sentada ali, esperando e disfarçando que estava prestes a desmaiar.

- Por enquanto chega. – sorriu simpático, tirando a agulha da minha veia – Você é uma garota forte, mas precisa comer algo agora.

O grupo havia chegado, estavam lá fora. Lori estava sentada comigo dentro do quarto, não disse uma palavra que fosse para mim, apenas alisava os cabelos suados de Carl. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e apesar de toda minha repulsa por ela, senti pena.

Levantei da cadeira, minha  visão estava turva, porem não quis demonstrar fraqueza; Hershel jamais deixaria que eu doasse novamente se percebesse o quão fraca eu estava. Abri a porta me segurando na marquise e antes que pudesse sair, ouvi a voz da mulher do xerife.

- Obrigada.

Apenas assenti e fechei a porta vagarosamente, com mais alguns passos trêmulos pelo corredor dei de cara com Rick.

- Não posso agradecer mais pelo que esta fazendo pelo meu filho. – sua voz era rouca, franzi o cenho, engraçado como ela parecia distante.

Quando voltei a mim estava no colo de Rick, estávamos no chão, Hershel me examinava. As mãos do homem eram firmes, seguravam minha cabeça e minha cintura.

- Vic...? – o sotaque sulista do senhor Greene fez com que eu o olhasse. – Sabe o que aconteceu? – fiz que não com a cabeça, uma onda de tontura me atingiu. – Você doou sangue demais e desmaiou, precisa comer alguma coisa e descansar.

Grimes me ajudou a levantar e me sentou no sofá, Maggie apareceu carregando um prato com um sanduiche e um suco, enquanto eu comia e me recuperava acabei caindo no sono, quando acordei já estava escuro lá fora. Passei as mãos nos olhos, meus músculos estavam doloridos, suspirei, se ninguém havia me acordado então era porque Shane e Otis ainda não haviam voltado e não ver Rick e Lori em lugar algum indicava que estavam no quarto com o filho. 

Ar, era o que eu precisava. Abri a porta e sai na área encontrando a filha mais velha de Hershel, ela estava sentada em uma cadeira, os pés em cima da mesma e o queixo apoiado nos braços.

- Oi.. Vitória né? – assenti sentando na cadeira livre ao seu lado.

- Desculpe pelo transtorno que estamos causando.

- Na verdade fomos nós que começamos isso. – deu um sorriso sem humor.

- Nenhum sinal deles ainda? – passei as mãos pelos braços, o clima estava mais frio do que durante o dia e exceto pela luz da casa toda a fazenda dos Greene estava mergulhada na escuridão.

- Ainda não. – um silencio um pouco constrangedor se instalou, até a garota resolver quebra-lo – Quantos anos você tem?

- 24.

- É legal ter alguém com uma idade próxima da minha, pra conversar.. – meu semblante se tornou confuso e ela percebeu isso – Eu tenho 22.. e minha irmã é seis anos mais nova.

- Se serve de consolo, ninguém no meu grupo tem uma idade perto da minha, além do Glenn eu acho.. – Maggie sorriu, abri a boca para falar, mas a voz do próprio coreano me interrompeu.

- Então, apertamos a campainha? Digo.. Parece que tem alguém morando aqui.  

- Já superamos isso, não? –  T-dog respondeu, ambos começaram a subir a pequena escada que dava para a área onde eu e Maggie estávamos.

- Fecharam o portão quando vieram? – a voz sulista da garota fez com que os dois parassem.

- VIC! - sorri abraçando Glenn, quando o soltei seus olhos imediatamente brilharam, seu foco era na Greene atrás de mim – Oi.. sim, fechamos, nós o trancamos e tudo mais.

- Mags, estes são Glenn e Theodore ou T-dog, garotos esta é Maggie Greene, filha do dono da casa.

Os olhos da morena foram imediatamente para o curativo que eu tinha feito em T-dog, sua expressão mudou de doca para apavorada.

- Não é uma mordida, mas eu fiz um corte bem feio.

- Vou avisar que chegaram.

- Temos alguns analgésicos e antibióticos – Reconheci os frascos que Glenn tirou da mochila, quase bati em minha própria testa, tinha esquecido do estoque de remédio do idiota do Merle – Já deu alguns pra ele, mas caso Carl precise..

- Entrem, farei algo para comerem.

- Mags, vou ver o Carl ok? – ela assentiu.

Bati na porta de leve e a abri devagar, Hershel estava medindo a pressão do garotinho deitado na cama, Rick e Lori estavam sentados em cadeiras ao seu lado. Sem perceber, tinha sido seguida pelos outros três integrantes, seus olhares escanearam a cena e Glenn tirou o boné em sinal de respeito.

- Hey.. estamos aqui esta bem? – o coreano gaguejou um pouco.

- Obrigada. – Lori respondeu.

Logo os três saíram, acompanhando Greene a cozinha. Sentei na beira da cama e Hershel puxou o lençol que cobria Carl, sua barriga havia inchado e estava ficando roxa.

- Se eles não voltarem logo teremos que tomar uma decisão.

- Que decisão? – Grimes o encarou.

- Se vamos operar o seu filho sem o respirador.

Eu tinha estado presente durando aquela conversa mais cedo, Carl não tinha como suportar a dor que nós causaríamos a ele sem entrar em choque e precisávamos anestesia-lo, mas sem os aparelhos seus pulmões não funcionariam por conta própria.

- Disse que não daria certo.

- Eu sei senhora Grimes, é muito improvável, mas não podemos esperar muito mais.

Lori levantou e saiu do quarto, Rick me encarou e eu fiz sinal para que ele fosse atrás dela, fiz a volta na cama e segurei a mão do menino; Estava gelada, minha garganta se apertou, trouxe sua mão até minha boca e a assoprei, tentando aquece-lo.

- Me desculpe a intromissão, mas.. pelo que posso entender Rick ainda é casado com a esposa e este é o filho deles.. – o velho Greene observou, como sua filha, seu sotaque era forte demais para ser ignorado – Porem percebo seu imenso carinho e dedicação..

- Eu não sou “a outra” se é o que o senhor esta pensando. – suspirei colocando a mão de Carl de volta na cama, mas sem solta-la – Rick não estava com o grupo quando me juntei a eles, mas Lori e Carl estavam.. Diferente das outras crianças, ele era doce e não incomodava em nada, não reclama nunca, mas a mãe.. Deus, Lori o deixava correr sozinho na floresta.

- Então você a acha irresponsável? – assenti e Hershel soltou uma risadinha – Tem família, senhorita Campbell?

- Tinha, pode ser que ainda estejam vivos, não consegui voltar para casa depois que tudo começou. – seu olhar era compreensivo – Senhor Greene, meu amigo lá fora tem um corte feio no braço, eu não consegui fazer muito por ele com as coisas que eu tinha na estrada.

- Pode deixar, vou dar uma olhada.

A porta se fechou e meus olhos se voltaram para o pequeno Grimes, puxei a cadeira para mais perto da cama e alisei seus cabelos, seu rosto estava sereno.

- Eu daria tudo pra estar no seu lugar agora.. Não ter que ouvir você gritar enquanto te seguro na cama.. Você é uma criança tão boa Carl, não merece isso.. – minha voz era falha – Eu prometo que se você sair dessa eu.. droga, eu sei que você tem mãe, mas eu te amo tanto.. você e Daryl conquistaram o meu coração em menos de cinco segundos – dei uma risadinha – As promessas tem que serem difíceis, pra serem realizadas sabe? É meio que uma troca com Deus, você deixa de fazer algo que ama em troca de um bem maior.. Então eu prometo que se você sobreviver, eu vou me afastar de você e deixar você ser feliz com seu pai e sua mãe.

De repente, ele começou a tossir, Rick e Lori invadiram o quarto, mas eu me recusei a sair do seu lado, ele começou a se debater, assustado.

- Onde estamos?

- Oi, pirralho.. – apesar do apelido minha voz era mais do que doce – Estamos na casa do Hershel, ele está cuidando de você.

- Você sofreu um acidente. – Rick também usava um tom de voz suave – Mas o papai e a mamãe estão aqui.

 - Esta doendo muito.

- Eu sei, querido, eu sei. – Carl encarou a mãe, sorrindo ele disse:

- Deveria ter visto.

- O que?

- O veado.

O veado tinha sido o motivo pelo qual Carl havia sido baleado, ele, Shane e o pai estavam na floresta e o tiro que eu tinha escutado era o tiro que havia o acertado. O garoto estava muito próximo do animal, encantado com sua beleza e ocultado pelo corpo do mesmo, a bala atravessou e o acertou. Era o que Rick tinha dito.

- Era tão bonito mãe.. estava tão perto, eu nunca estive.. – sua voz parou e sua respiração ficou diferente, seus olhos perderam o foco.

- Carl? – o pai o chamou, mas não obteve nenhuma resposta. – Vic?

O corpo do garoto começou a convulsionar, não havia o que fazer, eu sentei na cama e o virei de lado, apoiando-o em mim, Lori tentou segura-lo mas eu a afastei.

- Não, se segurar ele pode se ferir.

- Não tem como parar isso? – ela choramingou.

- Não, é um ataque, ele precisa passar por isso.

A cena era horrorosa de se ver, eu não me importei com a força com a qual ele se debatia contra mim, seus pais estavam abraçados e em estado de choque. Assim como o ataque veio, passou e segurei seu pulso, me assegurando que ainda estava vivo. Hershel entrou no quarto e o examinou antes de dizer:

- O cérebro não está recebendo sangue suficiente, a pressão está caindo, precisa de outra transfusão.

- Esta bem, estou pronta.

- Se eu tirar mais de você, você não pode aguentar e entrar em coma. – seu olhar era serio.

- Eu posso fazer.

- Rick, você doou mais que eu – puxei a cadeira e tirei a camisa, expondo meu braço – Eu sei os riscos Hershel, estou disposta a corrê-los.

Prendi a respiração quando senti a agulha, meu olhar estava cravado no chão, apesar de estar fazendo o possível me senti envergonhada, ridiculamente envergonhada por fazer tanto. Rick sentou no chão e segurou minha mão e Lori segurou a do filho.

- Me desculpem.. – choraminguei;

- O que?

- Me desculpem por me meter tanto.. – sacudi minha mão para que o xerife a largasse e a usei para limpar as lagrimas.

- Você está botando a sua vida em perigo pra salvar o nosso filho. – para minha surpresa, era Lori quem estava falando – Vic, você não tem que pedir desculpas.

- Carl tem sorte de ter uma pessoa como você ao lado dele. – Grimes apertou meu joelho.

Escorreguei um pouco para baixo, escorando a cabeça na cadeira, encarando o teto. Ambos começaram uma conversa que não acompanhei, as vezes eu tinha essa capacidade de não ouvir nada além dos meus pensamentos. Alguns minutos depois, Hershel voltou para tirar o acesso do meu braço e do braço do menino.

- Como esta se sentindo? – perguntou.

- Estou bem, tive tempo de descansar antes. 

- Ele ainda esta perdendo mais sangue do que podemos repor. – checou os sinais vitais do pequeno. – E com o inchaço no abdômen dele, não podemos esperar mais ou ele não resistira. Preciso saber agora mesmo se querer que eu faça isso, porque eu acho que seu filho esta sem tempo.  – ambos continuaram em silencio. – Precisam fazer uma escolha.

- Uma escolha? – Lori pareceu ultrajada, mas Rick a encarou.

- Uma escolha.  – disse ele – Precisa me dizer qual é.

- Vamos fazer isso.

- Estou aqui para ajudar. – abotoei minha camisa e prendi o cabelo em um rabo de cavalo.

Hershel assentiu e com ajuda de uma mulher chamada Patrícia, trouxe uma maca de ferro para o quarto. Fomos todos obedecendo a suas ordens, trocando o Carl de lugar e pegando os equipamentos que ele tinha disponível.  Tudo se tornou mais real quando colocamos as luvas e o senhor Greene descobriu uma bandeja cheia de bisturis.

- Rick, Lori, talvez vocês queiram sair agora. – disse.

Um barulho fez com que Rick fosse até a janela, ele abriu as cortinas e vimos uma caminhonete. “Graças a deus!” soltei o ar, tirei as luvas e corri para fora, mal lembro de descer as escadas que davam para o gramado.

- Carl? – a voz de Shane era falha e ele respirava com força.

- Ainda temos chance, mas precisamos das coisas. – ele assentiu e estendeu duas mochilas enormes e pesadas.

Rick pegou uma e eu peguei a outra, percebi que Hershel olhava para a caminhonete procurando por alguém, com um estalo me liguei que Otis não estava junto.

- Otis? – o senhor perguntou.

Shane respirou pesadamente e sacudiu a cabeça dizendo um não, seu rosto estava arranhado, mas podia perceber que havia caído e não que alguém tinha feito isso com ele. A tristeza atingiu o rosto dos Greene e um pouco pairou sobre o pessoal do meu grupo, eu mesma senti uma pontada no peito.

- Não diremos nada para Patrícia – disse ele. – Não até terminarmos, preciso dela.

E com isso o pobre Hershel pegou a mochila das mãos do xerife e voltou para dentro da casa. Maggie estava chorando, puxei-a rapidamente para um abraço, mesmo a conhecendo apenas por algumas horas a garota possuía toda a minha simpatia e carinho.

- Preciso levar isso pro seu pai – ela assentiu – Se precisar de mim, sabe onde eu estou e Mags, estou aqui pra você ok? – apertei seu ombro e fiz meu caminho para o quarto.

Horas se passaram em meio a sangue e os estilhaços de bala, talvez não horas, mas cada minuto parecia ter a duração de 60. Quando tudo acabou, o nosso pequeno tesouro parecia estável, Hershel me perguntou se eu queria dar a noticia aos pais, mas fiz que não com a cabeça dei um passo para trás e fiz o que tinha prometido, me afastei.

Encontrei minha mais nova amiga praticamente convulsionando de tanto chorar, ela e Glenn estavam em frente a geladeira olhando as fotos que estavam presas por imas. Ao me ver ela se jogou em meus braços, fiquei paralisada, porem segundos depois a abracei de volta, quando seu pai passou pela porta da cozinha nós nos afastamos e o seguimos. Rick, Lori e Shane estavam na rua, quando saímos Grimes estava abraçando o senhor Greene.

- Não tenho palavras.. – disse Lori com a voz emocionada.

- Nem eu.. o que vou dizer a Patrícia?

- Vá ver o Carl – o xerife se direcionou a esposa – Eu vou com você Hershel.

Sem querer ver a reação da esposa de Otis, perguntei a Maggie se podia tomar um banho e ela me levou até seu quarto, me deu algumas roupas suas e toalhas e me apontou a porta. Mal percebi o quão cansada estava até tentar tirar minha roupa, cada perna parecia que pesava mais do que dez quilos, aproveitei a agua quente e lavei o cabelo, relaxando.

Me sequei e pus as peças que Maggie tinha me emprestado, uma blusa preta, uma camisa simples na cor verde militar e um jeans que precisei dobrar a barra já que era bem mais comprido que eu. Sai do banheiro e percebi um colchão no chão, com travesseiros e uma coberta.

- Oi.. – ela estava sentada na cama. – Fiz pra você.

- Não precisava, mas obrigada. – sorri, mas logo meu sorriso desapareceu – Eu sinto muito, pelo seu amigo..

- Obrigada.

Deitei vestida e me deixei levar, provavelmente levei menos de um minuto para adormecer, o colchão era macio assim como travesseiro. Adormeci tranquila, mas sempre pensando no dia de amanha e dessa vez.. eu não sabia o que esperar.


Notas Finais


Gurias, muito obrigada pelos comentários!! Sobre as postagens, não sei de quanto em quanto tempo vou postar porque pra escrever eu revejo os eps e meu pc esta com problema na saida de som, mas vou fazer o meu melhor! Se der comentem, adoro vcs!!


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