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História Between The Living Deads - Capitulo 3


Escrita por: megandelacour

Capítulo 3 - Capitulo 3


Puxei a mochila que tanto havia observado na manha anterior de dentro da barraca. Abri o zíper e peguei uma camisa xadrez azul escura, coloquei-a por cima da regata cinza que usava e verifiquei se minhas botas estavam em bom estado, acabei por ignorar um rasgo no jeans claro vestia.

Abri o bolso pequeno e peguei minha pistola junto com um pente a mais só por precaução. Guardando-a na cintura do jeans me preocupei em achar meu facão.

—Já pegou tudo? – Daryl perguntou.

— Sim..

— Então vamos lá! - ele estava como sempre, colete de motoqueiro, bandana no bolso de trás da calça e a besta no ombro.

— Vai indo, quero achar o Carl primeiro..

Daryl assentiu e se dirigiu a um pequeno círculo de pessoas formado no meio do acampamento. Me afastei da barraca e comecei a caminhar entre os carros e “casas” do acampamento procurando pelo pirralho.

— Carl! -O garoto surgiu de trás de uma árvore e gritou para Sophia que esperasse. - Ei pirralho.. - sorri.

— Ouvi dizer que você e papai vão voltar pra cidade.. - sua expressão era triste.

— Uhum, mas vamos voltar antes que você sinta falta de um de nós. - me ajoelhei ficando na sua altura – Queria te dar uma coisa..

O olhar de Carl acompanhou minhas mãos enquanto eu retirava do meu pescoço um colar que ficava a maior parte do tempo escondido, era uma corrente com duas placas do exercito, uma do meu pai e a outra era apenas uma imitação com meu nome.

— Fique com isso – coloquei em seu pescoço. - Era do meu pai..

— Poxa.. Obrigado Vic!

— Agora eu preciso ir, ok? Não se afaste do acampamento como da última vez e não saia do campo de visão do Dale!

Deixar o acampamento era algo complicado, desde o primeiro momento que conheci Carl desenvolvi um carinho especial, com o tempo ele acabou se tornando uma das minhas prioridades e passei a me preocupar com o garoto. Lori era tão irresponsável que me assustava as vezes, só Deus, e o resto do grupo inteiro, sabia como ela me irritava. Que tipo de mãe deixa o filho correr na floresta no meio de um apocalipse zumbi?

— VITÓRIA! - Daryl gritou impaciente.

— To indo! - me despedi do pirralho com um abraço apertado e um beijo em sua bochecha.

Me desloquei até onde estava Shane e Rick.

— Porque vai arriscar sua vida por um merda como Merle Dixon?!

—Lava a boca antes de falar dele ok? - me meti, Shane era um babaca na maior parte do tempo.

— Ah tá, desculpa! - me encarou – Merle Dixon… - falou com desprezo – Um cara que não te daria um copo de água se você estivesse morrendo de sede..

— O que ele faria ou não, não me interessa. Eu não deixaria um homem morrer de sede.. De sede e desprotegido, deixamos ele preso como um animal em uma armadilha e não se deixa ninguém morrer desse jeito. É como eu penso. - Rick me surpreendeu, eu jamais esperava que ele dissesse algo assim, principalmente pelo ocorrido minutos atrás;

— Então vai ser você, o Daryl e a Vic? - Lori questionou, ela estava sentada em um tronco na volta da fogueira apagada.

Ela estava certa, eu sequer sabia onde Merle estava e muito menos Daryl e Rick.. ele nem morava em Atlanta para saber a rua certa. O xerife se virou para Glenn.

— Ah qual é! - reclamou.

— Glenn.. você conhece o caminho, você mesmo disse antes.. Entrou e saiu de lá sem problemas..

O coreano passou as mãos pelo rosto, talvez fosse exigir muito dele, mas tive que apelar pra nossa amizade.

— Por favor.. - mordi o labio – Eu sei que ele é difícil, mas ele é família.. e apesar de complicar Merle é uma boa ajuda.. Por mim Glenn, por favor!

— Lori se sentiria melhor se você fosse com a gente.. - Rick completou

— Ah que ótimo, agora vamos arriscar três homens.

— Shane, porque você não cala essa maldita boca? - cerrei os dentes.

— Quatro. - T-dog se voluntariou.

— Han! - o caipira resmungou sentado em uma pedra enquanto limpava suas flechas. – meu dia fica cada vez melhor..

— Ta vendo mais alguém aqui se oferecendo pra salvar seu irmão branquelo?

— Porque você? - indaguei.

— Você não ia entender..

— São quatro. - Dale afirmou.

— Não são só quatro, vocês estão arriscando todos nós e espero que saibam disso! Vocês viram aquele zumbi, como ele tava perto do acampamento, estão saindo da cidade se aproximando de nós e vamos precisar de cada um de vocês aqui!

— Quer saber do que você precisa mesmo? - Rick o encarou – De mais armas!

— Perai, que armas?

O xerife pareceu mais confiante, talvez ele fosse dessa maneira, talvez ele precisasse de um triunfo para que fizesse as pessoas aceitarem sua ideia.

— Quatro escopetas, dois rifles de peso e mais de uma dúzia de pistolas, limpei a sala de armas da delegacia antes de sair, a bolsa caiu no meio da rua la em Atlanta e tá esperando pra ser pega.

— E munição? - perguntei, essa história era um bônus totalmente bem-vindo.

— Umas 600 balas, variadas.

— Enfrentou o inferno pra achar a gente – Lori chamou a atenção de todos. - E agora vai embora assim?

— Pai, eu não queria que você fosse.. - Carl complementou – E nem você Vic..

— Que se dane as armas, o Shane tá certo! Merle Dixon?! Ele não vale a vida de nenhum de vocês! - ela continuou.

— OLHA AQUI SUA..! - me interrompi – Porque você não fica calada?! Não se deixa ninguém pra trás! Qual o problema que todo mundo tem em entender isso?! É a droga do fim do mundo, qualquer pessoa importa, mesmo se for o idiota do Merle! - bati com as mãos nas coxas em sinal de indignação.

— Ela tá certa – Grimes se aproximou da esposa – Além do mais eu tenho uma divida com um homem que conheci e com o filho dele. Se eles não tivessem cuidado de mim, eu teria morrido. É por causa dele que eu consegui voltar pra vocês.. eles disseram que nos seguiriam até Atlanta e se não formos eles vão cair na mesma armadilha que nós.

— E o que te impede?

— O walkie talkie que caiu com a bolsa, ele está com o outro e nosso plano era nos comunicar quando estivéssemos perto.

— Então usa o radio, qual o problema? - Andrea cruzou os braços.

— O radio todo mundo tem – Shane respondeu, seu rosto formava uma carranca.

— Eles só batem um com a frequência do outro não é? - interrompi – Eu tinha um desses quando era pequena, era do meu pai, ele me deu quando atualizaram as parafernálias do exercito…

— Preciso daquela bolsa – Rick insistiu e Lori começou a suspirar, indecisa.

— Pelo amor de deus – bati o pé – Da pra ser hoje ainda? Afinal, porque precisamos de alguém que não seja o Glenn? - perguntei encarando Daryl que apenas deu de ombros.

Revirei os olhos e comecei a me mexer, o lenga-lenga já estava mais comprido do que eu podia aturar e tempo era precioso, cruzei o centro do grupo até o trailer onde Dale estava.

— Você tem um corta vergalhões certo?

— Talvez..

— Eu sei que você tem Dale então pode parar.

— Quando chegarmos naquele telhado vamos precisar cortar a corrente e as algemas. - T-dog informou.

— Nunca gostei de emprestar minhas ferramentas. - resmungou. - A ultima vez que eu fiz isso e sim eu estou falando de você! - apontou para T-dog. - Digamos que a bolsa de armas não foi a única coisa que ficou lá, minhas ferramentas também ficaram.. com o Merle!

— Nós vamos trazer as ferramentas. - de canto de olho vi Daryl, ele estava dentro do caminhão, nervoso.

Dale mexeu em uma de suas caixas e pegou o alicate, mas antes de entregar cerrou os olhos e perguntou:

— O que eu levo em troca?

— Você tá de brincadeira comigo?!

— Hey, hey – o xerife chegou apaziguando meu pequeno ataque de raiva – O que você quer?

— Que tal uma daquelas armas? Eu escolho!

— Feito..

— Dale? - Jim interrompeu e aquela pontada de esperança de finalmente sair se acabou – Que tal melhorar o acordo? Aquele seu caminhão lá..

— O que tem ele? - Rick bufou.

— A mangueira do nosso radiador furou e vai ser um problema se precisarmos sair daqui para um lugar muito longe… as mangueiras do seu são do mesmo tamanho então vai da pra substituir..

— É o seguinte – interrompi – se a gente voltar vocês depenam a droga do caminhão com ou sem a permissão do xerife tá? - a buzina do maldito começou a tocar.

— ANDA, VAMO LA! - Daryl gritou.

Sem muita delicadeza e com um sorriso forçado no rosto puxei o corta vergalhões das mãos de Dale, chegando na traseira do caminhão o caipira estendeu a mão puxando-me para cima. Rick e Shane começaram um papo sobre armas bem atrás de mim, o qual eu ignorei.

— Vem cá – fiz sinal para o loiro.

— O que é?

— Você precisa relaxar, vamos achar o Merle logo e eu prometo que assim que voltarmos podemos ir embora daqui.. - alisei seus cabelos.

— Para com isso! Não sou o moleque pra você ficar fazendo isso com o meu cabelo.. - rosnou.

— Ah cala essa boca – ignorei e o abracei forte, eu sabia que Daryl nunca tivera carinho em sua vida.

— Tá falando serio sobre isso de abandonar esse lugar?— sussurrou.

— Sim..

— Mas você adora aquele moleque.. até deixou ele dormir na nossa barraca uma vez.. - arqueou a sobrancelha.

Era verdade, em uma dessas noites na pedreira Carl apareceu na entrada da barraca, assustado e suando, disse que tinha tido um pesadelo e que sua mãe o tinha mandado dormir, mas ele não conseguia. Eu fiz o obvio, puxei o garoto para dentro e o deitei do meu lado, contei histórias que costumava ler, contei até mesmo filmes que tinha visto, passei a noite inteira acordada o acalmando e fiquei mais do que satisfeita quando o fiz dormir.

Meus pensamentos se interromperam quando Rick sentou no carona e Daryl fechou a porta para partirmos. Sentamos no chão, eu do lado do caipira e do lado oposto T-dog, Glenn dirigia.

— É melhor que ele esteja bem, eu só to te avisando.. - Dixon encarou o outro homem.

— Os zumbis não vão chegar nele, a única coisa que vai passar por aquela porta é a gente. - T-dog rebateu.

Não levava muito tempo da pedreira até a cidade e a estrada estava parcialmente limpa, cerca de uma hora e o caminhão desligou.

— Agora vamos a pé. - pobre Glenn, parecia apavorado.

T-dog abriu a porta e eu pulei, estávamos estacionados nos trilhos do trem, o caminho livre daquelas coisas, não demorou muito para que o coreano nos guiasse até o prédio correto. A tensão no ar era palpável, eu podia ouvir meu próprio coração enquanto caminhávamos por dentro do local em silencio. Tudo abandonado, eu jamais tinha pensado que com apenas 24 anos eu veria o mundo dessa maneira..

Rick apontou para um zumbi e olhou para Daryl, o mesmo seguiu silenciosamente se aproximando da coisa e então mirou com a besta.

— Droga.. você é uma vadia feia.. - a flecha disparou e acertou o meio da cabeça fazendo com que ela caísse.

Passei pelo seu lado enquanto ele pisava na cabeça da coisa e puxava a flecha de volta. Subimos as escadas correndo e T-dog cortou a corrente da porta, Daryl praticamente voou por entre todos, o que quase me fez cair.

— HEY, MERLE! MERLE?! – nada, o local estava vazio! Meu queixo caiu no chão quando vi a serra e a mão cortada. - NÃO, NÃO! VIC?! O MERLE!

— Eu sei.. - pulei o degrau e o abracei, lagrimas escorriam pelo seu rosto e pelo meu – Nós vamos achar ele! Eu prometo, eu juro! Eu juro!


Notas Finais


Comentem gurias!!


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