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História Between Truth and Lies - Nine


Escrita por: wtfmar

Notas do Autor


hey

Capítulo 9 - Nine


Sentei-me no banco da pequena praça, enquanto esperava Camila voltar com os sorvetes.

Quando voltei pra sala naquela manhã. Camila estava no sofá. Sentei-me ao lado dele sorrindo, mas a única coisa que recebi de volta foi um olhar frustrado e uma ereção enorme.

Fiquei feliz por ele não ter ficado com raiva de mim. Era tudo que eu menos queria agora. Mas Sofia havia cortado o clima e eu não estava muito a vontade depois que ela saiu de casa.

Ela sentou-se ao meu lado e me entregou o sorvete.

As nuvens estavam carregadas informando que não faltava muito pra chuva. As crianças corriam de um lado para o outro, brincando na areia e na grama. Camila seguiu meu olhar e sorriu.

— Eu era muito levada quando era criança. Minha mãe me contou uma vez que eu derrubei o fogão em cima de mim, querendo sentar na porta do forno.

Eu ri e encostei minha cabeça no ombro dela ainda olhando para as crianças, imaginando como seria um filho meu com Camila. Teria os meus olhos verdes ou os castanhos dela? E o cabelo? Seria aquele bagunçado?

Balancei a cabeça mandando esses pensamentos infundados para longe. Eu tinha quase certeza de que uma coisa dessas nunca iria acontecer, por mais que eu quisesse. Meu filho poderia ser de qualquer outro, menos Camila.

— Eu não tive uma infância muito feliz. – comecei. – Meus pais morreram quando eu tinha sete anos e a única pessoa que ficou comigo foi Chris, que começou trabalhar cedo. Eu não sabia dos meus tios e nem dos meus avôs. Eu ficava com uma vizinha solidária quando Chris ia pra escola e trabalhar.

— Mas você nunca procurou saber de seus parentes quando começou ter condições pra isso? – ele perguntou enquanto alisava minhas costas suavemente.

— Eu procurei, mas todos bateram a porta na minha cara dizendo que tinham vergonha de estar junto da filha de Clara. Era como se eu tivesse algum tipo de doença contagiosa. Descobri poucas coisas, como uma tia que eu nunca havia conhecido e morava do outro lado do mundo, na época, pelo menos. Ela era rica. Irmã da minha mãe.

— Acho que você deveria procurar por ela.

— Como? Não sei nem o nome dela. E acho que ela também não me aceitaria, chamando-me de aproveitadora e etc.

— E seus avôs? – ele perguntou. Ele ainda alisava minhas costas enquanto sua outra mão brincava despreocupadamente com meus dedos.

— Eles morreram. Os meus avôs paternos não tinham muito dinheiro, mas parece que os maternos tinham. Minha mãe fugiu de casa com meu pai e a outra ficou com todo o dinheiro, mas isso que eu não entendo Camila. – levantei minha cabeça, olhando nos seus olhos. – Minha mãe era a preferida. Chris me contou há um tempo atrás, que a vovó sempre mandava cartas e ligava para saber como ela estava e se precisava de alguma coisa. Eu sei que tem algo nisso, minha mãe amava a vovó, ela não fugiria assim, sem mais nem menos.

— Talvez fosse apenas um mal entendido, Lauren. – ela sorriu pra mim acariciando meu rosto.

— Eu espero que tenha sido só isso mesmo. Minha vida já tem problemas demais para acrescentar mais algum.

— Eu sou um problema?

— Prefiro não responder sua pergunta. – Nós rimos junta, mas eu tinha plena consciência de que ela não era um problema.

— Quer um conselho? – ela perguntou voltando ao assunto. Eu apenas assenti. – Procura algum detetive especializado nisso. Pelo menos você resolve isso, que querendo ou não te incomoda.

— Acho que isso é uma coisa a se pensar. Não vou tomar uma decisão assim, até porque eu tenho medo do que pode vir à tona do meu passado.

— Quando você tomar sua decisão, fala comigo que eu procuro um detetive amigo da família. É o mínimo que eu posso fazer pra te ajudar.

— Você já esta fazendo muito por estar aqui do meu lado. – sorri e acariciei seu rosto. – Você está sendo muito legal comigo Camila. Obrigada.

— Só estou fazendo o que é certo, te ajudar.

— Tudo bem. – ri. – Não vou discutir com você.

— Eu sabia. – ela sorriu com a pequena vitória. – Sabe Lauren, você é mais legal do que eu pensei. Na verdade, desde o dia em que te vi você se tornou especial pra mim. – ela se aproximou e enrolou meus cabelos em suas mãos. – Você parecia tão vulnerável na minha sala, que eu tive mais vontade de te proteger do que qualquer outra coisa. Pela primeira vez, em muito tempo, eu senti necessidade de proteger alguém e me sentia vivo.

E de repente eu não me sentia solta em um espaço. Eu estava firme no chão. Presa por algo mais forte que eu. Não era difícil de saber o que me deixava estável. O que eu não compreendia era o porquê daquele sentimento querer dar o ar de suas graças agora.

Olhei para Camila e tudo que vi em seus olhos foram sinceridade e aquele sentimento que estava me perseguindo desde que o vi pela primeira vez. Não era possível. Eu provavelmente estava sonhando e acordaria a qualquer momento na cama da minha antiga casa.

Vi que ela estava se aproximando de mim, mas eu não conseguia me mexer. Eu estava paralisada, em choque, por conta de todas essas coisas caindo sobre mim mais rápido que eu imaginava.

Tínhamos um contrato de um ano e em menos de uma semana já estávamos querendo nos pegar... E por que eu estava gostando disso?

“Você gosta dela”

“Não, não gosto”

“Eu vou fingir que acredito, mas eu acho que você gosta, porque se não gostasse não estaria retribuindo o beijo com tanta avidez.”

Toquei-me que meus braços já estavam rodeando o pescoço de Camila, enquanto os seus me puxavam pela cintura para mais perto de si. O beijo não foi cheio de desejo como os outros. Foi urgente, mas cheio de amor. Suas mãos foram para meu rosto, guiando os movimentos. Eu não estava ligando, minha mente estava mais preocupada em absorver todas as coisas que estavam acontecendo, mas mesmo assim, retribui o beijo com todo o sentimento que eu sabia que existia dentro de mim.

Depois de alguns segundos ou até minutos. Os pingos de chuva começaram cair. Separamo-nos, olhando um para a outra enquanto sorriamos. Ambos bobos demais para falar alguma coisa, mas Camila quebrou o silêncio.

— Acho que teremos que ir pra casa na chuva. – ela levantou-se me puxando junto com ela.

— Eu não me importo. – levantei meu rosto deixando as gotas de chuva cair sobre ela.

— Então vamos.

Ela sorriu mais uma vez enquanto pegava minha mão e andávamos em direção a casa.

Agora eu tinha certeza e não poderia mais me enganar. Eu amava Camila Cabello mais do que faria bem para minha sanidade mental.
 


Notas Finais


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