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História Between Two Lines - Siga o Coração


Escrita por: KatherineWaldor

Notas do Autor


Qualquer erro corrijo depois!

Capítulo 33 - Siga o Coração


Fanfic / Fanfiction Between Two Lines - Siga o Coração

O fim de semana tinha chegado. Minha vida estava uma tormenta. Eu não sabia o que fazer. E o pior, ninguém sabia de nada. Quer dizer, acho que eles já tinha sacado o que estava rolando entre eu, Gregg e Lauren, mas ninguém quis se meter. Afinal, se isso fosse mais longe destruiria todo o grupo.
 

Era de tarde. Estava deitada na cama pensando em tudo o que tinha passado, pensando em como ela devia estar, pensando na possibilidade de ter sido o Gregg o autor de tudo aquilo. Ainda não tinham identificado quem era a pessoa que dirigia a moto, mas parece que estavam atrás de uma câmera que tinha em uma loja do local. Troquei o canal da televisão, estava passando Little Liars, algumas reprises enquanto estávamos em hiatus. Fiquei assistindo quando alguém bateu na porta do meu quarto.
 

- Entra - Gritei.

- Tô entrando - Verô tinha um enorme sorriso no rosto.

- Oi, Verô - Sentei na cama.

- Mila, você perdeu - Verônica sentou do meu lado - Os vestidos eram lindos, as meninas vão arrasar no baile.

- Não tava muito afim disso - Sorri forçado.

- Mas você não pode se trancar nesse quarto. Me conta o que tá acontecendo! - Verônica me encarou, fez carinho na minha perna.

- Terminei com o Gregg - Fiz careta.

- Já era tempo, né? - Verônica riu. Continue séria - Mas não é o Gregg quem te preocupa, né?

- Pior que é! Tenho medo dele fazer algum besteira - Olhei para o nada.

- Ah, Mila! Acho que ele não seria capaz disso - Verônica me olhou - Mas vamos falar de coisa boa. A galera ficou de se encontrar na pracinha hoje, botar o papo em dia, beber um pouquinho e ser feliz - Verô ria.

- Nem to afim! - Respondi.

- Mas trate de ficar, porque você vai! Sério, Mila! Precisamos juntar o nosso grupo. Ainda mais agora que eu voltei a falar com as meninas, poxa! - Verônica fez bico.

- Tá bom, sua chata! - Dei um tapa no braço dela.

- Te vejo mais tarde então? - Verônica sorria. Assenti com a cabeça - Vou indo então. Tô doida pra tomar um banho, experimentei mais de vintes vestidos hoje - Verônica fez careta, beijou minha bochecha e saiu.
 

Eu não sabia no que iria dar aquilo, mas achei que sair um pouco me faria bem, mesmo sabendo que as duas pessoas que eu mais falavam estariam lá e que eu estaria brigada com ambas. Tentei me animar, fui ver uma roupa legal. Separei uma saia prega preta, uma camisa listrada, branca com preta que ia até antes dos cotovelos. Resolvi tomar um banho já que já estava anoitecendo. Entrei no banheiro, fiz um coque no cabelo, entrei no box, abri o chuveiro. Abaixei um pouco minha cabeça e deixei a água bater no meu pescoço. Fiquei pensando nela, em como ela estava. Sabia que tinha melhorado, porque tinha ido comprar o vestido do baile com a Verô, mas queria vê-la, mesmo sem falar com ela. Queria poder vê-la sorrindo. Terminei o banho. Me enxuguei e vi que já estava de noite. Comecei a fazer minha maquiagem, passei o de sempre, com o toque principal que era o lápis de olho realçando a pontinha dos olhos. Coloquei a roupa e uma scarpin rasteira preta e desci. Papai estava na sala.
 

- Filha, o Gregg me ligou e ... - O interrompi.

- Pai, eu e o Gregg terminamos. E não tem volta - O encarei séria.

- Mas vocês se conhecem a tanto tempo... - Papai estava em pé na minha frente e mamãe apareceu do lado dele. O interrompi de novo.

- Eu sei, pai! Mas não dá mais, tá? O Gregg mudou muito. Ele já não é mais aquele menino de Miami.

- Camila, ele te fez alguma coisa? - Meu pai parecia preocupado.

- Não! - Suspirei - Mas não quero falar disso.

- Meu amor, - Minha mãe abraçou meu pai por trás - a Mila é jovem, precisa viver, conhecer outras pessoas. Eu tenho certeza que alguém a fará mais feliz que o ele. O Gregg foi uma fase na vida dela e outras fases ainda virão - Mamãe piscou para mim.

- Vamos esquecer isso. Agora me diz onde minha garotinha vai tão linda assim? - Papai abraçava mamãe de lado sorrido.

- Só tô indo na pracinha encontrar o pessoal.

- Qualquer coisa liga tá filha? - Assenti com a cabeça. Papai beijou minha cabeça e mamãe sorriu. Me despedi deles e sai.

 

Entrei no carro da mamãe, coloquei o cinto de segurança. Respirei fundo e dei partida. Deixei a janela um pouco aberta, senti o ventinho gelado bater no meu rosto. Estava quase chegando, era aquela pracinha - parque que tinha ali perto, na nossa cidade. Cheguei e estacionei o carro. Sai do carro e vi Verônica, Cody, Keegan e Gregg. Verônica e Cody sentados, Keegan e Gregg em pé. Me aproximei deles. Cumprimentei todos com um beijinho no rosto, menos Gregg, apenas sorri e ele sorriu de volta. Sentei do lado de Verônica, de frente para Keegan.
 

- Cadê o resto do pessoal? - Perguntei.

- Austin foi buscar Alexa e Lauren foi falar com um amigo ali - Cody apontou para atrás dele. Olhei.
 

Lauren estava com uma calça jeans clara cós-alta e uma camisa manga longa cinza clara que ficava acima da sua barriga e a manga ia até os seus dedinhos. Lauren  conversava com um menino. Não era Zayn, mas o menino estava estranho. Todos continuaram conversando e eu a observava. O menino passou um pacote para Lauren, ela olhou para mim. Nossos olhos se encontraram. Lauren deu um sorriso irônico, o que me deixo puta da vida. Sim! Ela estava comprando baseado. Lauren se aproximou e formaram uma rodinha.
 

- E aí? Quem vai querer? - Lauren tinha um sorriso cafajeste. A testa dela tinha um arranhão.

- Opa! - Cody estendeu a mão.

- Eu também quero - Verônica pegou um - Não sou de fumar muito, mas precisamos comemorar, afinal, as provas tão chegando, quer dizer, o baile ta chegando - Todos riram, menos eu.

- Não vou querer não - Keegan fez careta.

- Não vai querer, Gregg? - Lauren o encarou.

- Não! - Gregg a encarou de volta - Não gosto dessas coisas.
 

Avá! O Gregg querendo dar uma de certinho? Fala, sério! Acho que eu estava mais decepcionada pelo fato dela ter voltado a fumar, do que assustada com o Gregg não ter aceitado. Eu não estava acreditando que ela estava fazendo aquilo. O pior, o Gregg estava certo. Dessa vez ele não forneceu, mas ela tinha outra pessoa para vender para ela.
 

- E você, Camila? Não quer experimentar? - Lauren mordeu o lábio me olhando. O Olhar dela era de provocação pura.

- Não! - Fui curta, não queria uma briga ali.
 

Os três acenderam seu baseado. Ficaram fumando, enquanto conversávamos. Alexa e Austin chegaram. Austin estava com um violão na mão. Alexa viu o baseado na boca de Lauren, logo pegou e deu uma dragada, Alexa piscou para Lauren que sorriu para ela. Lauren me olhou rindo, o que me deixou mais puta da vida. Lauren tinha dado uma única tragada e logo abandonou, parecia que ela tinha feito só para me provocar. Austin deu uma tragada no de Alexa e sentou no chão com o violão no colo.
 

- Então qual vai ser? - Austin perguntou.

- Que bailes conmigo hoy - Lauren respondeu me olhando de relance.

- Perfeito - Alexa sorriu.

- Eu vou comprar umas cervejas - Gregg falou já saindo.

- Eu vou com você - Verônica foi junto com ele.
 

Keegan ficou no celular, parecia estar preocupado com algo. Austin começou a tocar. Eu estava sentada no banco entre Keegan e Cody. Alexa estava em pé do lado de Lauren. Lauren por sua vez estava do lado de Keegan, virada de frente para mim.
 

- Deja todo y veeeen... Esta noche juntos vamos a volaaaar... Ehhhh... - Lauren estava de olhos fechados quando começou a cantar com aquela voz rouca, que confesso que me arrepiava - Volumen a cieeeeeen... Prende el fuego ahora vive y suéltalooo... - Lauren abriu os olhos e sorriu para mim. Acho que ninguém percebeu, pois estavam todos olhando para o violão.
 

- Se moverán diez mil siluetas bajo la luz... - Alexa continuou a música.
 

Olhei para o nada e comecei a lembrar. Lembrei do primeiro dia que a vi, eu escutando música no celular, exatamente essa e ela esbarrou em mim. Depois lembrei do show, ela usando a mesma roupa de quando nos conhecemos e cantando essa mesma música. Um sorriso tomou conta do meu rosto, quando levantei o olhar, ela me olhava. Dei um suspiro. Gregg e Verônica tinham voltado com as bebidas, mas não pararam a música.
 

- No esperes mas, nooo... - Alexa ainda cantava, Keegan acompanhava ela e Verônica chegou cantando também - Quiero estar pérdida en tu miraaa... da... - Lauren agora também cantava.
 

Na hora do "da" Lauren e Verônica se olharam e cantaram juntas, rindo. Eu sorri. Achava legal a amizade delas e tinha ficado feliz por ter ajudado-as voltarem a se falar, de certa forma. Keegan pegou uma garrafa e abriu, foi passando. Eram aquelas cervejas de 300 ml. Resolvi não beber. Lauren pegou uma e logo deu uma golada. Ficamos ali cantando e bebendo, eu cheguei a tomar um pouco da de Verônica não muito. A galera já estava na sua terceira ou quarta garrafa, mas Lauren ainda estava na metade da primeira, parecia que ela não queria beber e ficava enrolando, mas não tinha coragem de assumir. O Celular de Alexa tocou e ela se afastou para atender. Oh, povo para amar celular. Dessa vez foi a Lauren.
 

- Galera vem, vamos tirar uma foto para postar no instagram - Lauren estava com o celular na mão, mais a frente e tirou a famosa selfie. Depois ficou com o celular um tempo na mão. Devia estar postando.

- Mila, tira uma foto comigo - Verônica pegou o celular dela também. Parece que o povo resolveu tirar foto - Fazendo careta - Verônica tirou mais uma selfie.

- E o baile? Vocês vão - Keegan perguntou para Cody, Austin e Gregg.

- Lógico! - Austin riu.

- Acho que vou também - Cody disse.

- E eu vou pegar um bola, porque esse papo de mariquinha tá me enjoando - Gregg falou já saindo, indo em direção ao estacionamento.
 

Gregg não demorou muito e logo passou. Algumas minutos foram passando. Os meninos jogavam futebol do outro lado da pracinha. Alexa e Verônica já estavam altinhas, colocaram algumas músicas no celular e começaram a dançar um pouco mais a frente do banco onde eu estava sentada. Lauren se aproximou ainda com sua garrafa na metade e sentou do meu lado.
 

- A gente vai ficar assim até quando? - Lauren olhava para frente.

- E você vai beber isso aí até quando? - Olhei para ela que olhou para mim rindo.

- Tá quente já - Lauren riu.

- Também, você tá com isso ai desde a hora que o pessoal chegou com a cerveja - Ri de volta.

- Camz, agora é sério. Não quero brigar com você. Eu sinto sua falta - Lauren veio com a mão no meu rosto, mas eu me esquivei para atrás e ela recuou.

- Lauren, o que eu tenho que fazer ou falar pra você se afastar de mim? - A encarei.

- Eu sabia que você tava mentindo quando disse aquilo tudo - Ficamos em silêncio - Por que isso?

- Porque nós duas juntas só da merda... - Eu ia continuar, mas escutamos alguém a gritando.

- Lauren, vamos pra casa agora - A senhora Clara se aproximava com o senhor Michael logo atrás.

- Mãe, mas a gente só tá aqui conversando, jogando bola e bebendo uma cerveja. E eu nem bebi muito, a minha tá pela metade faz hora - Lauren se levantou. Alexa e Verônica se aproximaram. Os meninos pararam de jogar bola, mas continuaram onde estavam. Parece que naquele momento o álcool sumiu.

- Lauren, eu não quero você perto dessa garota - A senhora Clara me olhou de relance. Não entendi nada.

- Calma meu amor, vamos conversar com ela - O senhor Michael tentava acalmá-la.

- Não tem conversa! A Lauren vai comigo querendo ou não - A senhora Clara a segurou pelo braço, mas Lauren se soltou.

- O que tá acontecendo aqui? - Lauren a encarava.

- O que tá acontecendo aqui? Isso aqui ô... - A senhora Clara mostrou o celular para Lauren e ela pegou.
 

Alexa e Verônica que estavam um pouco atrás de Lauren puderam ver a foto. Lauren desviou o olhar do celular para mim. Eu não estava entendendo nada até olhar o visor. Eu não estava acreditando naquilo. Era só o que me faltava. Sim! Era a foto da gente e nosso suposto beijo na boate. E embaixo tinha uma legenda.
 

"É isso que a sua filhinha anda fazendo sem você saber. Xoxo -A."
 

Os olhos de Lauren se encheram de lágrimas. Ela me olhava sem saber o que dizer. Meu coração disparou. Senti um nó na minha garganta. Eu também não sabia o que dizer, tive vontade de abraçá-la, mas a mãe dela me fuzilava com os olhos.
 

- Lauren, vamos embora agora - A senhora Clara voltou a segurá-la pelo braço e praticamente a arrastou até o carro, Lauren não lutou muito, acho que ela não tinha forças para isso.
 

Eu não conseguia me mexer. Apenas a observava. Ela se distanciava, junto com o seu pai e sua mãe. O meninos foram se aproximando, começaram a cochichar com as meninas, mas eu não escutava nada, era como se tudo estivesse mudo. Apenas a olhava partir. Depois que o carro deu partida, foi como se o som voltasse ao normal, como se alguém tivesse tirado do mudo.
 

- Camila? - Keegan tocou no meu ombro - Você tá bem?

- É melhor a gente ir embora! - Austin segurava Gregg pelo braço que parecia estar nervoso.

- Eu não vou embora, ela vai me explicar primeiro - Gregg gritava.

- Elas não se beijaram, essa foto foi armação - Verônica tentava me ajudar.
 

Eu ainda estava em transe, por mais que o som tivesse voltado, era como se eu não estivesse ali. Me senti sem chão, sem ar, sem vida. Eu tinha acabado com a vida dela. Destruído tudo e não sabia como concertar. Olhei para Keegan que me olhava preocupado. Sai correndo em direção ao carro e pude escutar Gregg gritando, mas não liguei. Entrei no carro e dei partida. Abri a janela, eu precisava de ar. Minha cabeça girava, estava ficando tonta. Finalmente cheguei na casa dela. Toquei a campainha e a Taylor atendeu.
 

- Cadê a Lauren? - Perguntei já entrando.

- O que essa garota tá fazendo aqui? - A senhora Clara surgiu do nada.
 

Não liguei para o que ela estava falando e fui em direção as escadas, quando coloquei  pé no primeiro degrau, a senhora Clara me puxou pelo braço me fazendo virar para ela. A senhora Clara me olhava com um olhar de magoa, decepção, não era nem raiva.
 

- Eu preciso falar com a Lauren - Disse a olhando, quase suplicando.

- Você não acha que já estragou demais a vida dela? - A senhora Clara falou franzindo as sobrancelhas.
 

Aquilo me deixou com tanta raiva que ela perdeu todo o meu respeito. Voltei a subir as escadas e pude escutar o senhor Michael tentando acalmá-la, mas percebi que os dois vieram atrás de mim. Não estava nem aí, eu precisava vê-la. Abri a porta do quarto dela e Lauren estava sentada no chão, com os olhos todo vermelho, que provavelmente eram de tanto chorar, porque aquilo não era o efeito da maconha, não mesmo. Lauren estava com uma cantil de whisky - aquelas garrafinhas de por bebida alcoólica - na mão, estava levando a cantil até a boca, quando entrei no quarto que nem um furacão fazendo a porta abrir e quase fechar na volta. Me ajoelhei na frente dela, com os olhos cheios de lagrimas e segurei o rosto de Lauren com as duas mãos, trazendo toda a sua atenção para mim.
 

- Princesa... - Lauren me olhava, ainda com o cantil na mão. Olhei para ele, soltei o rosto dela, peguei o cantil e coloquei em cima da cama - Eu sei que o você tá passando não é fácil... - Respirei fundo, olhei para o teto buscando palavras. Fechei os olhos - Olha... - Olhei para ela - ...você sempre diz que eu sou uma menina mimada. Você tem razão. Meus pais sempre me deram tudo. Eu achava que eu vivia em um conto de fadas. As melhores roupas, a maior quantidade de amigos, a capitã das líderes de torcida, o namorado que parecia perfeito, mas o que ninguém sabe, é que essa garota perfeita, não é perfeita. Eu sou um desastre.
 

Estava olhando para Lauren, mas novamente me faltavam palavras, vê-la daquele jeito, de um jeito que eu nunca tinha visto na minha vida, me doía. Uma dor que eu jamais tinha sentido, percebi ela olhar para a porta e depois voltar o olhar para mim. A mãe dela e o pai deviam estar ali. Fechei os olhos, suspirei buscando força e continue. 
 

- Vivi achando que eu era uma menina que eu nunca fui, mas você me fez ver diferente... - Suspirei novamente e a encarei, a olhando séria - Vim te dizer quem eu realmente sou Lauren e sinceramente? Não tô orgulhosa disso - Balancei a cabeça negativamente. Lauren apenas me olhava, sem tentar dizer uma única palavra - Eu sempre achei que eu precisa ser a melhor, a mais bonita, a mais atraente, que Gregg e eu precisávamos sempre mostra isso pra aqueles que nos rodeavam. E pra isso eu deixei de comer, no começo achei que fosse fácil, ficava alguns dias sem comer e quando eu tivesse vontade de comer era só depois vomitar - Respirei fundo, meus olhos se encheram de lágrimas. Oscilava meu olhar entre ela e o nada - Eu achei que eu faria isso uma, duas vezes... Que eu tava no controle, mas depois acabei me acostumando, acabei gostando. Eu precisava ter um corpo perfeito. Eu precisava disso - De uma pausa e respirei fundo - Não quero terminar doente, em um hospital. Quero mudar. Eu tenho bulimia e anorexia. E preciso de ajuda - Finalizei a olhando nos olhos, Lauren continuou me olhando e não disse nada.
 

Eu não sabia o que eu estava dizendo. Eu não sabia o porque de estar dizendo, mas eu sabia que eu precisava, eu precisava falar isso para ela, eu precisava estar com ela. Mas Lauren não disse nada, continuou parada me olhando, como se não tivesse nada para falar. Meu coração que estava acelerado foi desacelerando, como se fosse parar. Virei para me levantar, me levantei vi seus pais na porta. A senhora Clara estava com os olhos cheios de lágrimas, mas não tirava a pose. O senhor Michael a abraçava por trás, como se estivesse a segurando.
 

- Sou alcoólatra... - Lauren começou, já em pé e eu voltei a olhá-la - Comecei aos quatorze anos... - Ela respirou fundo, olhou de relance para os seus pais e voltou a me olhar - Eu fiquei com uma menina e aquilo me deixou confusa, eu não sabia o que fazer, passei dias tomando coragem para dizer a minha mãe e quando resolvi contar, ela estava conversando com a minha tia sobre a filha da amiga delas, que elas achavam um absurdo ela ser homossexual - Os olhos dela estavam cheios de lágrimas - Eu não sabia o que fazer, fui até o escritório do papai, encontrei esse cantil - Lauren olhou para o cantil na cama - E tomei meu primeiro porre. Aquilo me aliviou e sempre que eu fico mal, procuro o cantil. Isso é como um remédio pra mim. Se eu não posso com a dor, pelo menos posso aliviá-la - Lauren olhou para baixo. Fechou os olhos e suspirou novamente. Olhou para mim - Eu tô muito doente... - Lauren olhou para baixo e voltou a me olhar -  E também preciso de ajuda.
 

Meu coração voltou a acelerar. Dei um passou para frente e nos duas estavamos bem próximas, podia sentir sua respiração. Continuava a olhando e ela fazia o mesmo, desviei meu olhar para baixo, olhei para os seus lábios e voltei a olha para os seus olhos, dessa vez não os encontrei. Lauren olhava para os meus lábios. Passei a mão no seu rosto acariciando-o, sem parar de olhá-la. Tirei uma mecha do seu cabelo que estava em seu rosto e coloquei atrás da sua orelha. Observei toda a minha movimentação e depois voltei a olhá-la. Desviei novamente meu olhar para os seus lábios e me aproximei um pouco mais. Segurava o seu rosto com minhas duas mãos, levemente. fechei os olhos. Encostei meus lábios em seu lábio superior, levemente lhe dei um selinho. Afastei nossos lábios e dessa vez beijei seu lábio inferior. Afastei novamente os nossos lábios. Olhei para ela que me olhou também. Olhei para a sua boca e aproximei meus lábios do dela de novo. Abri os seus lábios com os meus lentamente. Senti suas mãos em minha cintura, apenas me tocando de neve. Continue abrindo os seus lábios e lentamente deixei minha língua entrar em sua boca. Lauren me abraçou pela cintura e eu envolvi meus braços em volta do seu pescoço. Nossas linguas se tocaram, explorei cada pedaço da sua boca, mas tudo cuidadosamente. Voltamos apenas para os lábios, chupei levemente seu lábio inferior finalizando o beijo.
 

POV LAUREN
 

- Eu tenho bulimia e anorexia e preciso de ajuda - Camila finalizou e ficou me encarando.
 

Tudo que estava acontecendo era como se uma bomba estivesse caindo no meu colo. Estava tão mal, tão preocupada com o que minha mãe estava pensando, que eu não esperava que a Camila fosse a minha casa e falasse tudo aquilo. Eu queria abraçá-la, eu queria protegê-la, ajudá-la, mas não consegui fazer nada disso. Apenas a olhava, mas quando ela se virou para sair, foi como se eu não fosse vê-la nunca mais.
 

- Sou alcoólatra... - Me levantei e a olhei - Comecei aos quatorze anos... - Olhei para os meus pais que me olhavam sem acreditar no que eu estava dizendo, eu não estava mais aguentando guardar aquilo comigo, eu precisava falar. Voltei a olhar para Camila - Eu fiquei com uma menina e aquilo me deixou confusa, eu não sabia o que fazer, passei dias tomando coragem para dizer a minha mãe e quando resolvi contar, ela estava conversando com a minha tia sobre a filha da amiga delas, que elas achavam um absurdo ela ser homossexual - Meus olhos foram se enchendo de lágrimas, percebi que os da minha mãe também estavam - Eu não sabia o que fazer, fui até o escritório do papai e encontrei esse cantil - Olhei para o cantil na cama - E tomei meu primeiro porre. Aquilo me aliviou e sempre que eu fico mal procuro o cantil. Isso é como um remédio pra mim. Se eu não posso com a dor, pelo menos posso aliviá-la - Olhei para baixo, não conseguia encará-la por muito tempo. Fechei os olhos e suspirei, pensando na próxima frase que eu diria. Olhei para Camila - Eu tô muito doente... - Olhei novamente para baixo, buscava força. Olhei para Camila que em momento nenhum fugia o seu olhar de mim -  E também preciso de ajuda.
 

Fiquei a olhando e ela não dizia nada. Camila deu um passo para frente, meu coração acelerou. Não consegui me movimentar, apenas a olhava. Estavamos bem próximas, podia sentir o seu cheiro. Ela desviou o seu olhar para os meus lábios, o que me fez arrepiar, por alguns minutos esqueci de mundo, era como se só nós duas existíssemos no mundo. Olhei para os lábios dela. Senti ela acariciar o meu rosto, me fazendo fechar os olhos. Camila colocou uma mecha do meu cabelo atrás do meu ouvido. Abri os olhos e ela olhava em meus olhos. Os olhos dela brilhavam, eu queria abraçá-la, mas não conseguia me mexer, era como se eu estivesse em transe, amarrada. Apenas podia sentí-la. Camila voltou a olhar os meus lábios e se aproximou ainda mais. Ela segurou o meu rosto de uma forma tão cuidadosa e em seguida fechou os olhos enquanto vinha com o seu rosto na direção do meu. Olhei para os seus lábios que levemente tocaram nos meus, seu lábio inferior estava entre os meus lábios, e depois foi o seu lábio superior que ficou entre os meus lábios. Um beijo calmo, apenas com os lábios. Camila se afastou um pouco e me olhou, depois olhou para minha boca. Aproximou novamente os seus lábios dos meus. Senti ela abrir os meus lábios com os dela. Fechei meus olhos e toquei sua cintura cuidadosamente, por mais que eu já tivesse ficado com outras meninas, com ela era diferente, eu tinha medo, do que eu não sabia, mas tinha. Senti sua língua invadir minha boca e automaticamente a abracei pela cintura. Logo ela envolveu seus braços no meu pescoço. Quando senti sua língua tocar na minha, meu corpo todo se arrepiou, senti ela explorar toda a minha boca, eu apenas acompanhava o seu ritmo, eu precisava dela, eu precisava sentir ela. Sua língua passava por toda a minha boca, até que nossos lábios foram se fechando lentamente. Camila finalizou o beijo com um leve chupão no meu lábio inferior, o que me fez arrepiar ainda mais. Não nos afastamos, continuei a abraçando e ela fazia o mesmo, nossas testas estavam coladas. Tinha um silêncio inevitável, que dava até para escutar as batidas dos nossos corações. Continuamos de olhos fechados.
 

- Pequena... Minha mãe... - Tentei falar calmamente, mas ela não deixou.

- Shhhh! - Camila sussurrou - Esquece a razão e siga o coração.
 


Notas Finais


Então? Gostaria de verdade que todos que gostam ou possam, comentem nesse capítulo.

Foi um capítulo muito difícil de ser escrito, por vários motivos. Vi vários videos. Planejei esse beijo durante todo os dias da fic. Comecei a fic já pensando em como faria esse beijo. Demorei dois dias para escrever esse capítulo. Fiz tudo com muito carinho, muito cuidado, não para que saísse perfeito, mas para que saísse natural, que as pessoas pudessem se ver na cena. Espero que de certa forma tenha tocado o coração de vocês.


Aguardo de verdade o comentário sincero de cada um de vocês, e quem não gostou também comente, mas não apenas dizendo que não gosto, mas como posso fazer de uma forma melhor, não certa, porque julgar certo e errado não existe!

Obrigada! Xoxo.

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