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  3. 12 de Junho

História Between Two Lines - 12 de Junho


Escrita por: KatherineWaldor

Notas do Autor


Primeiramente gostaria de agradecer a T. pela linda nova capa da Fic, não sei se vocês viram - se não, vejam agora (AIAHIAHAAI) e pela capa do capítulo! Estamos um luxo!

Eu pensei, repensei, viajei, descansei e decidi continuar, decidi mais ainda perdi todos os capítulos que já havia escrito! Sim, eu o escrevi todo de novo. Devo amar muito vocês para isso! IAHAUIHAIAHI

Porém vai ser um pouco diferente, estou bem enrolada com a vida, meu tempo não está muito longo, além de eu estar duas semanas com uma droga de uma gripe, sendo que três dias fiquei de cama, não conseguia nem levantar direito, mas isso não vem ao caso, estou melhorando. Como eu estava dizendo, não vou poder postar três vezes na semana e talvez nem vá postar toda semana, o que posso prometer é que os capítulos serão recheados, prometo fazer de tudo para não falhar, colocarei ideias boas, não escreverei apenas por ter que cumprir tabela, escreverei coisas legais.
Não vou marca um dia certo para postar, ok? Quando der simplesmente irei postar, quem quiser ter um contato para saber o que estar rolando, nas notas finais deixarei o twitter oficial da gente e um número de um amigo que tem um grupo da fic no whats, ele é meu braço direito e me passa tudo que vocês mandam para ele.

Outra novidade é que vou começar a seguir as datas comemorativas

Agora deixo para vocês uma capítulo bem lindo.
obs: Qualquer erro eu corrijo depois!

Capítulo 51 - 12 de Junho


Fanfic / Fanfiction Between Two Lines - 12 de Junho

POV K. WALDOR

Gregory estava sentado na cama de sua cela, com seu conjunto laranja amarrotado, em seus pés um simples chinelo preto completamente surrado. Seus cabelos bagunçados por conta da falta de gel, sua pele mais branca que o normal, uma cara de quem não comia a uma semana, exatamente a quantidade de dias que ele estava ali.

Um policial mal encarado se aproximou da cela, olhou para Gregory dos pés a cabeça e deu um sutil sorriso, o moreno o encarou franzindo as sobrancelhas. O policial sacou a chave de seu bolso para logo abrir as grades, fazendo Gregory se aproximar.

- Gregory, você tem visita!

- Finalmente vou me livrar dessa porcaria... - Ele se aproximou do policial. - ...e de todos vocês. - Ele riu saindo da cela.

O policial não disse nada, apenas continuou com sua cara assustadoramente medonha e seguiu pelo enorme corredor, fazendo Gregory caminhar logo atrás. Depois de passarem por algumas portas o policial mal encarado parou em frente a última, virando-se para Gregory.

- Você tem cinco minutos.

O policial abriu a porta dando espaço para Gregory, que passou por ele encontrando uma sala silenciosa, ocupada por uma mesa retangular, duas cadeiras, uma em cada lado e um único ser. Um ser vestido com um casaco preto de capuz e um óculos também preto, um ser que iriei chamar de Black Coat.

Gregory sentou na cadeira livre, ficando de frente a Black Coat que logo tirou o capuz do casaco de moletom preto que cobria sua cabeça e levou o óculos até ela. Gregory apoiou os dois cotovelos na mesa.

- Finalmente você veio me buscar.

- Eu não vim te buscar, Gregory.

- Como não? Já tô aqui a uma semana e não ficarei nenhum dia a mais.

- Não vai ser tão fácil te tirar daqui.

- Se você não me tirar daqui eu vou contar tudo. - Gregory se levantou dando um pequeno tapa na mesa com sua mão direita.

- Se você ousar abrir sua boca, você sabe bem o que vai acontecer com você. - Black Coat o encarou, Gregory passou a mão na nuca. - E se tem algum culpado por você estar aqui, esse único culpado é você. Você tinha a Camila em suas mãos, mas essa sua cede por vingança fez você entregar o jogo todo a Lauren.

- Eu sei... - Gregory voltou a sentar. - Eu sei que eu errei, mas eu precisava jogar na cara daquela vagabunda que a Camila é minha, só minha.

- E o que adiantou isso? As duas agora estão mais juntas que tudo.

- Você me prometeu que ia afastá-las. - Gregory segurou o braço esquerdo de Black Coat com a sua mão direita, apertando com força.

- Primeiro, você vai me largar. - Ele apenas obedeceu. - Segundo. Eu tô fazendo de tudo. A notícia boa é que a Camila foi pro Brasil. - Ele interrompeu.

- Brasil?

- É, Brasil! A trabalho. E pelo o que eu conheço da Lauren, essa distância vai ser ótima pra acabar com esse namoro ridículo.

- E o que você vai fazer?

- Eu tenho algumas coisas em mente, mas nada concreto ainda.

- E quando eu saio daqui?

- Já disse que não vai ser tão fácil, você foi pego em flagrante e com porte ilegal de arma.

- Droga! Amanhã você volta? Não aguento mais olhar só pra esse povo nojento.

- Não posso ficar vindo sempre e me arriscar.

O mesmo policial mal encarado entrou na sala dizendo que a visita havia acabado, Gregory se quer se despediu de Black Coat, apenas se levantou da cadeira e saiu da sala, deixando apenas B.C. naquela sala então silenciosa.

- Você estragou todo o meu plano, Gregory e agora você não vai sair daqui tão cedo. Não se depender de mim. - Black Coat colocou seu óculos em seu devido lugar e logo depois seu capuz, deixando em seguida aquela sala gelada e quieta.
 

POV CAMILA

Brasil. Depois de algumas horas de viagens eu estava pisando novamente naquela terra, no país do calor humano, no país do futebol, no país que de certa forma tinha me juntado a Lauren, no país que eu tanto sonhava em trabalhar, em ter êxito, o que não esperava era que isso chegaria tão rápido, aos meus dezessete anos.

Ah! Com a loucura que estava acontecendo em Los Angeles, acabei esquecendo de falar que eu tinha feito dezessete, cumpri durante o coma de Lauren, meus pais me perturbaram para comemorarmos ou pelo menos fazer um jantar, mas eu não quis, não existia nada que me faria sair de perto dela naquele momento. Foi por isso que depois que nos acertamos, Lauren quis sair a semana toda comigo.

Era esperado chegar ao Brasil e ter alguns fãs no aeroporto a minha espera, mas o que não era esperado era ter tantos fãs assim. Eram mais de cinquenta pessoas, o que era muito já que eu estava sozinha e nem tinha começado minha carreira ali, tudo bem que Little Liars já passava no Brasil, mas a minha temporada tinha começado a pouco no país do futebol. Dois seguranças grandalhões se aproximaram de mim e fizeram um círculo me envolvendo com seus braços, Dinah sempre ao meu lado, alguns fãs se arriscavam e conseguiam suas mais desejadas selfies, outros apenas tocavam em mim, muitas lágrimas que me fizeram entrar no clima, meus olhos não tinham pudor algum, simplesmente derramavam lágrimas para quem quisesse ver.

Estávamos quase saindo do aeroporto para entrarmos em um enorme carro preto, os grandalhões soltaram as mãos dando espaço em minha frente para que eu fosse até o carro, mas um fã tentou entrar em minha frente, só que foi impedido por um dos grandalhões que com um movimento rápido e bruto o empurrou com seu braço esquerdo, fazendo-o voar até o chão, meus olhos se arregalaram.

- Você, tá bem? - Ameacei ir até o jovem que estava jogado no chão, mas o mesmo segurança me segurou. - Me solta! Você tá maluco? Olha o que você fez!

- Estou apenas fazendo o meu trabalho, senhorita Cabello. - Ele continuou me segurando.

- Se o seu trabalho for machucar os meus fãs, me diz quem te contratou que eu farei questão de demiti-lo. - O encarei com raiva. - Agora me solta! - Ele me soltou. Fui até o fã e estendi minha mão para ajudá-lo a levantar. - Você, tá bem?

O fã não conseguia dizer nada, seus olhos vermelhos por causa do choro, seu braço com uma marca em alto relevo avermelhada, olhei horrorizada. O abracei com a maior força que eu pude, mostrando que eu estava com ele, passei a mão em sua cabeça que encontrava em cima dos meus seios. Ele era maior que eu, então se curvou para ficar mais aconchegante.

- Dinah, pegue uma água pra ele, por favor! - Olhei para ele. - Eu sei que isso não vai diminuir sua dor e nem me desculpar, mas vamos tirar uma foto enquanto Dinah pega uma água pra você.

Peguei seu celular que estava em sua mão direita que não parava de tremer, tirei uma, duas, três, quatro fotos de seu celular, depois peguei o meu e tirei mais duas. Assim que Dinah chegou entreguei a água e quase dei em sua boca, o que poderia parecer um exagero, mas quando se tratava dos meus fãs não existia exageros, os tratava como meus bebês.

- Camila, precisamos ir. Temos uma reunião. - Dinah tocou em meu ombro.

- Me perdoa? - Toquei no rosto do jovem que apenas assentiu com a cabeça. - Eu te amo. - Beijei sua testa e o dei um último abraço.
 

No hotel foi um pouco diferente, tinham cerca de uns treze fãs, o que me possibilitou abraçar cada um deles e tirar algumas fotos, não pude demorar, porque eu precisava almoçar rápido e ir para a reunião no "projac". E foi exatamente o que fiz. Durante o caminho do hotel para o projac aproveitei para tentar falar com Lauren, que assim que chamei pelo skype me atendeu.

- Princesa, que saudades.

"- Também estou com muita, muita saudades. Como você tá?"

- Nervosa, muito nervosa.

"- A reunião, né? Fica tranquila, vai dar tudo certo! Se sentir medo de algo, ou precisar se acalmar, feche os olhos e lembre que estarei sempre ao seu lado, imagine minha mão segurando a sua e a apertando com muita força."

- O que seria de mim sem você, meu amor?

"- Eu que me pergunto isso."

Escutei uma gritaria do lado de fora, olhei pelo vidro preto que impedia quem estar do lado de fora me ver, vários jovens cercavam dois únicos jovens morenos, um menino com o cabelo perfeitamente arrepiado, um ray-ban preto e uma menina com os cabelos lisos e longos que iam até a altura da cintura. Não consegui ver o rosto de nenhum dos dois, mas provavelmente eu não os conheceria. Será que no Brasil era sempre assim? Sempre teriamos fãs em frente ao nosso trabalho? Eu estava amando aquilo. Meu carro entrou direto no estacionamento e escutei Lauren chamar assim que ele parou.

"- Ei, amor? Que cara é essa?"

- Acabei de chegar ao projac, me deseja sorte? - Sorri.

"- Você não precisa de sorte, você vai arrasar pelo o que você é. Não fique com medo, eu tô com você. Confia em mim?"

- Muito. Te amo.

"- Amo muito mais."

- Amamos igual. Agora tenho que ir. Beijos.

"- Beijos, até mais tarde."
 

Passamos por alguns corredores até chegar em uma sala bem gelada, era quase um choque térmico sair daquela temperatura natural brasileira, aquele calor de nos fazia suarmos com uma simples caminhada, com o frio negativo que fazia naquela sala. Uma sala com uma mesa que fazia um "U", varias cadeiras em sua volta, em frente de cada cadeira, em cima da mesa se encontravam garrafas de água e uma plaquinha de papel com alguns nomes. Um senhor e um homem se aproximaram.

- Camila Cabello? - O homem moreno, um pouco alto, cabelos sutilmente penteados para o lado esquerdo de seu rosto, uma barba bem feita, camisa social rosa e uma calça jeans e um sorriso impecável.

- Isso. - Respondi em espanhol para que ele pudesse entender.

- Sou o diretor, Leonardo Nogueira e esse é o nosso querido autor, Silvio de Abreu. - Leonardo apontou para o senhor baixinho, calvo com seus cabelos e barbas grisalhos.

- Prazer, senhor Silvio! - Apertei a mão dele.

- Silvio, apenas Silvio. - Ele sorriu. - Fiquem a vontade. - Ele apertou a mão de Dinah antes de se retirar.

- Venha, vou te apresentar uma pessoa. - Leonardo foi em direção a uma senhorita bonita, morena, com os cabelos perfeitamente ondulados, uma pequena maquiagem apenas cobrindo algumas imperfeição de seu rosto, como espinhas. - Essa daqui é Giovanna Antonelli, sua mãe da ficção.

- Prazer, Camila. - Sorri estendendo a mão, mas a morena se levantou e me puxou para um abraço.

- Nada de apertos de mãos, com a mamãe tem que ser abraços. - Caímos na gargalhada assim que ela me soltou e abraçou Dinah.

Antes que pudéssemos iniciar um diálogo, fomos impedidos por um barulho que vinha da porta, alguém entrou chamando a atenção de todos. Eu não estava acreditando que eu trabalharia com ele, aquele moreno que eu tanto gostava, com seus cabelos bagunçados, seu sorriso enorme, vestindo uma calça jeans e uma camisa de manga de algum banda que eu não conhecia.

- Ei, caraca! Você é a estrangeira?

- Exatamente. - Sorri.

- Vem cá, me dá um abraço. - Chay abriu os braços e eu fui até ele receber seu abraço quente.

- Essa é Dinah, minha assessora. - Sorri e os dois se cumprimentaram.

- Estamos quase que com todo o elenco principal aqui. Faltam só os nossos dois vilões. - Leonardo olhou em volta.

- Esses ai tão presos lá fora, pararam para atender os fãs e tá complicado de saírem de lá. - Chay riu indo em direção a sua cadeira, onde observei o seu nome artístico. Chay Suede. Como eu não tinha visto aquilo?

Não demorou muito e todos foram fazendo o mesmo, cada um se acomodando em suas devidas cadeiras. Na parte do meio do "U" estavam Leonardo, Silvio, um homem e uma mulher, na parte de uma das laterais do "U" estavam eu, Dinah e Chay, na outra parte Giovanna e duas cadeiras vazias. Eu era a única que estava acompanhada, pois eu era a única menor e não podia ficar ali sem um responsável.

Olhei para porta que se abria e vi dois jovens, os mesmos jovens que vi do lado de fora. Ele, moreno, não muito alto, seu corpo com belas cruvas, sua calça jeans vermelha fazendo volume em sua bunda, uma camisa preta com o símbolo dos The Rolling Stones - aquela boca vermelha dando língua e um ray-ban preto nas mãos. Ela, com uma calça jeans super colocada cós-alta, deixando sua bunda empinada, uma camisa de manga longa azul marinho que ia um pouco a baixo de seus seios até os cotovelos, levou seu ray-ban aviador até sua cabeça.

- Finalmente meus vilões chegaram. - Leonardo sorriu.

- Fãs, sabe como é! - O moreno sorriu e os dois foram até as suas cadeiras.

Nas suas frentes indicavam, Priscilla Pugliese e Rodrigo Tardelli, esses eram os nomes deles. Os encarei e a menina em momento nenhum me olhou, diferente do moreno que deu um sutil sorriso, um pouco tímido.

- Então pessoal! Primeiramente o que vocês precisam saber é que vamos trabalhar com o público jovem, vamos entrar no lugar de malhação. É uma nova aposta da globo. Estámos em um estudo em cima de séries americanas como Glee, Faking It, Little Liars e nosso grande trunfo está com a gente. Camila Cabello. Você falará em espanhol nas nossas gravações na Argentina e quando estivermos no Brasil vamos trabalhar o famoso portuñol. - Leonardo sorriu.

- E quando vamos pra Argentina? - Priscilla perguntou.

- Semana que vem. - Leonardo tomou um gole de sua água. - Vamos gravar algumas cenas aqui e depois embarcamos.

A reunião seguiu por alguns minutos, algumas risadas, algumas partes bem sérias, alguns contos e ali eu pude ver que criaria uma nova família.
 

Passei o resto da tarde toda tentando falar com Lauren, o que estava sendo impossível, ela nunca estava online. Antes de dormir tentei chamá-la novamente. Eram 19:38 em Los Angeles e 23:41 no Brasil.

- Finalmente!

"- Desculpa, amor. É que recebemos a notícia de que iremos fazer um show em Buenos Aires semana que vem, então passamos o dia todo ensaiando."

- Argentina? Semana que vem? Eu também vou estar.

"- Sério? Então a gente vai se vê!"

Lauren ia começar a comemorar, mas eu a cortei.

- Ainda não sei pra qual lugar da Argentina vamos, mas assim que eu souber eu te aviso.

"- Vai ser Buenos Aires, você vai ver, vamos passar todos os dias bem juntinhas."

- Se Deus quiser. Agora tenho que dormir, amanhã acordo bem cedinho, Dinah volta para o Brasil essa semana e eu vou assistir algumas gravações, o Leonardo, meu diretor, pediu!

"- Tudo bem, pequena. Também vou tomar um banho e descansar. Não esquece que eu te amo, tá?"

- Nunca, nunca! Digo o mesmo. Te amo muito.

"- Juízo! Fica com Deus."

- Você também.

O fato de Dinah ter que voltar para Los Angeles antes de eu ir para a Argentina estava me assuntando, primeiro por eu ser menor e precisar de um responsável para me levar em todas as gravações, segundo pelo fato de que eu ainda não tinha conseguido um apartamento para mim.
 

Acordei bem cedinho e logo estava no Estúdio A, esperando a cena começar. Antes vou contar como era a estória de "Entre Duas Linhas", ou como iria se chamar nos Estados Unidos, "Between Two Lines".

"Caro Carrielo (Camila Cabello) morava com sua avó paterna na Argentina, mas por algum motivo ainda não revelado, sua avó morre e Caro tem que ir para o Brasil, onde se encontra sua mãe, Silvana Fernandes (Giovanna Antonelli) - que a abandonou na infância, um caso na sua adolescência gerando-a - e sua meia irmã Amanda Fernandes (Priscilla Pugliese). Amanda namorava o cantor Lorenzo Morgado (Chay Suede) e seu melhor amigo era Guilherme Schmitz (Rodrigo Tardelli), um grande modelo."

Se Lorenzo fosse uma mulher, eu poderia dizer que aquilo tudo era baseado nos nomes reais, mais para frente vocês vão entender o porque.

Eu estava sentada próxima a Dinah, ao lado de Rodrigo que também assistia a cena. Estavam gravando uma cena na casa das Fernandes.

- Ação. - Leonardo finalmente gritou.

Amanda estava deitada no sofá e Lorenzo em cima dela, os dois trocavam não só beijos como mãos bobas e algumas carícias intensas. Silvana entrou em casa segurando algumas pastas e uma bolsa que logo foram parar no chão, ao se deparar com a cena.

- Amanda Fernandes! Que pouca vergonha é essa? - Silvana gritou. Lorenzo se levantou rapidamente se ajeitando todo sem graça. Amanda apenas limpou o canto da boca e olhou a mãe dali mesmo.

- Beijo! Amasso! Conhece? - Amanda riu. Silvana bufou.

- Eu já tava de saída. - Lorenzo deu um sorriso e selou os lábios de Amanda antes de sair.

- Acho bom mesmo! - Silvana disse enquanto se abaixava para pegar suas coisas. Assim que Lorenzo saiu, ela continuou. - Já cansei de te avisar que não quero te ver com esse projeto de cantor. Isso não é um namorado digno. - Amanda revirou os olhos rindo.

A o primeiro take foi concluído sem nenhum erro, parecia que eles já haviam feito aquela cena umas mil vezes de tão perfeita que ela foi, fizeram apenas mais três takes, pois um tinha sido interrompido por um abajur que apagou a luz durante a cena, se não fosse aquilo eles não perderiam nenhum dos takes.
 

E a semana foi toda assim. Algumas gravações para eu assistir, alguns fãs pediam por fotos e abraços, Dinah ajeitando algumas coisas, uma procura inacabável de um apartamento para eu morar. Até que chegou na quinta, nosso último dia no Brasil, de noite iriamos para Argentina.

Estávamos no estúdio de ensaio - me lembrava aquelas salas de dança. Chay tomava um gole de água, Priscilla amarrava seu tênis, Rodrigo se aquecia e eu? Estava sentada em um canto, ainda não tinha me adaptado. Todos com roupas leves para a aula. Uma jovem que aparentava ter uns vinte e sete anos entrou pela porta, ela era morena de cabelo longos, seus olhos delicadamente puxados, ela me lembrava a Pocahontas.

- Bom dia, meninos. Eu sou a Pérola. Hoje trabalharemos o sotaque da Camila e algumas expressões corporais. A princípio o Leonardo não quer que foquemos nem na dança nem no canto, apenas nas cenas que vão ser gravadas na Argentina.

Começamos fazendo o famoso enrolamento de coluna. A pessoa fica reta em pé e vai curvando seu corpo cuidadosamente para frente, reflexionando um pouco os joelhos, até que da sua cintura para cima, todos os seus membros estejam curvados em direção ao chão.

As aulas, ensaios com Pérola estavam sendo super divertidos, pela primeira vez vi a Priscilla sorrir, ela as vezes soltava uma piadinha que era ajudada por Chay, o que fazia todos nos cairmos na gargalhada.
 

Estava anoitecendo e a despedida com Dinah no hotel estava me desesperando, ficar com ela no Brasil já estava sendo difícil, ficar sem ela seria mais difícil ainda, a saudade da minha família, de Lauren, ficar sozinha, tudo aquilo me assustava.

- Olha, já conversei com o Leonardo e ele vai se responsabilizar por você enquanto eu estiver em Los Angeles, ele me disse que se você quiser pode ficar na casa dele com a Giovanna, eles tem duas filhas e ela um filho, ou seja, três crianças.

- Ninguém vai substituir a Sofi. - Forcei um sorriso.

- Eu sei, mas de repente ficar em uma casa cheia de crianças, vá te fazer bem.

- Talvez. - Suspirei.

Depois do nosso pequeno diálogo seguimos para o carro que nos esperava com Priscilla e Chay, iriamos apenas nos três para Argentina, lá encontraríamos uma cantora que faria uma participação especial. Pelo incrível que parecesse, não tinha ninguém na saída do hotel, até estranhei.

Chegamos no estacionamento do Aeroporto e já passava da meia noite, para nossa surpresa tinham cerca de cinco grandalhões a nossa espera, Dinah me olhou sorrindo e apertou a minha mão, saímos todos do carro encontrando Leonardo e parte da nossa equipe.

- Pessoal, tem alguns fãs lá em cima, e infelizmente são muitos para que a gente possa atender, então, por favor! Não parem por motivo algum. Eu irei na frente e esperarei vocês em frente a porta de embarque.

Nós três apenas assentimos e fomos em direção ao elevador. Primeiro entrou Leonardo, Chay, dois dos cinco grandalhões e duas pessoas da produção. Aguardamos o próximo elevador, que não demorou muito e chegou. Entramos todos que faltavam. Ainda no elevador podíamos ouvir toda a gritariam que vinha do saguão do aeroporto, meu coração acelerou, minha respiração falhou, meus olhos arregalaram. Não que eu nunca tivesse passado por aquilo, mas dessa vez era diferente, as pessoas estavam ali por mim e por eles e não por eles e por consequência por mim, como foi da vez que eu vim com as Harmony e a barulheira era muito maior do que da vez que eu cheguei sozinha. Parece que já tinham vazados notícias sobre a novela pela internet, algumas fotos das gravações e de ensaios também, provavelmente alguém da produção havia tirado fotos escondidas, o que era ótimo para nossa divulgação e péssimo se alguém tinha a ideia de esconder tudo até a estréia.

A porta do elevador abriu, meus olhos que já estavam arregalados, piscaram rapidamente tentando levar toda a informação para o meu cérebro. Consegui ver Chay com os dois grandalhões, rodeados por muitos, mas muitos, muitos fãs, deviam ser mais de cento e trinta fãs. Os mesmos vieram correndo em nossa direção assim que viram a porta abrindo. Nossos três grandalhões saíram rapidamente do elevador para impedir a passagem dos jovens. Senti alguém envolver seu braço no meu braço direito.

- Estamos juntas, ok? - Priscilla me olhou sorrindo. - Me segura com força.

Foi a última coisa que eu consegui escutar perfeitamente, antes de sermos jogadas para o meio da roda de proteção que os três grandalhões formaram. Alguns fãs se aproximavam em uma tentiva de selfie. Priscilla jogava um pouco seu corpo contra os braços dos grandalhões que nos envolviam para se aproximar dos fás, facilitando a selfie, acabei fazendo o mesmo quando ela sorriu para mim, como se fosse uma permissão, presentes eram depositado em nossas mãos. E fomos lentamente até a porta de embarque, onde os seguranças finalmente nos soltaram. Estávamos caminhando de costas para os fãs em direção a Chay, Leonardo e Dinah, quando escutamos um gemido de dor e de repente uma vaia tomava conta do local. Viramos para trás.

- O que foi isso? - Priscilla perguntou.

- Foi ele. - Uma fã parruda, baixinha, apontou para um dos grandalhões que a encarava sério. - Ele empurrou a menina, ela só ia te abraçar.

- Você ficou maluco? - Priscilla o encarou.

Por alguns minutos me deixei levar por um déjà vu. Aquela mesma cena acontecendo, eu tinha passado por isso quando cheguei ao Brasil e Priscilla agiu exatamente com eu agi, me fazendo mudar completamente meu pensamento ao seu favor. Ela iria até o fã, mas foi impedida pelo mesmo segurança.

- Me solta agora! - O Segurança não deu ideia e a carregou até Leonardo. - Eu só embarco depois que derem uma água para ela e a ter em meus braços. - Priscilla completou furiosa.

- Pode soltar. - O segurança obedeceu a ordem de Leonardo. - Você tem três minutos. - Ele a olhou sério.

Priscilla apenas assentiu com a cabeça e foi correndo até a fã que se levantava do chão, ela a abraçou com tanta força que parecia que se conheciam a anos, congelei ali as observando. Priscilla passava as mãos em seu rosto em um desespero, perguntando repetidas vezes se estava tudo bem. Achei a cena a coisa mais linda.
 

Chegando ao avião, sentamos da seguinte maneira: Priscilla na janela, eu no meio e Chay na ponta. Suspirei fundo saindo do meu choque, o choque de ter vivenciado um momento incrível, olhei para ela e sussurrei.

- Priscilla, gostei do que você fez por aquela fã.

- Pri. Prefiro assim. - Apenas assenti. - Meus fãs são tudo pra mim! E ninguém se mete com eles. - Ela piscou e me deu as costas para olhar pela janela, eu apenas sorri a olhando.
 

Passei todo o voo dormindo, precisava descansar, porque íamos chegar pela manhã e iriamos já ensaiar a cena que seria gravada de noite, passaríamos por uma serie de ensaio dentro de uma sala do hotel, uma sala reservada só para a gente, pois como iriamos gravar em outro pais e todas as cenas externas, teriam que ser rápidos, teríamos que ter todos os movimentos bem calculados.

No aeroporto e no hotel tinham poucos fãs, uns cinco em cada local se não me engano, atendemos cada um atenciosamente, mesmo cansados. Tomamos um café da manhã reforçado e fomos direto para a tal sala. Pérola já estava nos esperando e assim que chegamos na sala começamos a preparação vocal. Uma atenção mais voltada a mim, já que eu teria que ter o sotaque argentino, que eu tanto amava, aquele sotaque cantado. Demos uma pequena pausa para um almoço, um banho e uma soneca, pela primeira vez eu estava indo para o meu quarto, que ficava no quinto andar, o primeiro quarto do corredor era o do Leonardo, o segundo era o de Pérola e de duas de nossas maquiadoras, o terceiro o meu que eu dividia com a Priscilla e o último o do Chay.

Entrei no quarto e me joguei na cama, depois de um delicioso almoço, só uma soneca, olhei em volta e vi minha mala e a da Priscilla no canto, ela passou por mim e foi direto para o banheiro. Peguei meu celular e resolvi mandar uma mensagem, porque skype não seria legal já que eu estava divido quarto com alguém.

Camila Cabello: Lolo, cheguei hoje na Argentina, estamos em Buenos Aires, mas os dias tão lotados, chegamos de manhãzinha e só consegui parar agora, vou tirar um cochilinho e mais tarde já tem gravação. Só passei para dizer que te amo e sinto muito sua falta. - 13:20

Lauren não demorou muito e já me respondeu, arrancando um enorme sorriso do meu rosto.

Lauren Jauregui: Mentira? Buenos Aires? Então a gente vai se ver, você vai arrumar um tempinho na sua agenda lotada para ver sua namorada. Eu devo chegar logo também, estamos só acertando as coisas. Te amo muito muito muito. Fica bem, tá? - 13:23

Camila Cabello: Ficarei! E você também! Assim que chegar me avisa. Te amo. Beijos. - 13:24

Li novamente a sua mensagem e me peguei sorriso feito boba ao ler "namorada", como era gostoso ler aquilo, como era bom saber que eu tinha alguém para cuidar de mim, alguém que realmente gostava de mim, alguém de verdade.

- Viu estrelas, foi? - Pri, como ela pediu para ser chamada, secava o cabelo enquanto caminhava em direção a cama. Era uma cama de casal, aquele andar só tinham camas assim.

- Ainda não. - Sorri ainda olhando para o celular.

- Enamorada en Argentina. - Ela arranhou seu espanhol. - Gosto assim, mas agora eu irei dormir. - Deitou ao meu lado e eu virei de costas para ela ainda observando o celular.
 

Depois do cochilo pós almoço, passamos a tarde ensaiando na praia mesmo, onde gravaríamos a primeira cena, o primeiro encontro entre nossos personagens. Conheci Mariana Esposito, mais conhecida como Lali, uma atriz e cantora famosa da Argentina, que iria fazer uma participação especial, ela faria minha melhor amiga. Quando a noite começou a cair, fomos para baixo de uma tenda nos arrumar e nos maquiar.
 

POV LAUREN

Aquela semana longe da Camz estava acabando comigo, eu estava realmente completamente apaixonada, uma coisa que eu nunca senti em minha vida, talvez eu tenha sentido algo parecido com o David, mas não sei, com a Camila era diferente, era intenso, se um dia ela virasse as costas para mim e me dissesse que não podíamos seguir juntas, meu mundo acabaria ali.

A falta do seu cheiro, a falta do seu gosto, do seu toque, do seu beijo, do seu olhar ingênuo e sedutor me deixava fraca, eu precisava vê-la e foi disso que eu tentei tratar assim que cheguei na Argentina.
 

Arrastei Ally comigo, sabia que se eu fosse dar uma volta sozinha Simon não iria deixar, o pessoa da Epic, a produtora que cuidava da gente, enchia o saco durante as turnês, era aquela coisa de aeroporto - hotel, hotel - show, show - hotel, hotel - aeroporto.

Chegamos na praia contra a vontade de Ally, pagamos o táxi e eu ganhei a areia, olhei em volta e só me dei conta que estava no local certo quando vi vários holofotes, câmeras, pessoas vestidas de preto e a minha pequena, minha doce menina.

- Agora entendi, porque você quis vir pra a praia logo de noite. Se me falasse que era pra ver a Mila, eu tinha chamado a Mani, você sabe que ela adora a Camila.

- Aham.

Foi o que me limitei a dizer. Sentei na areia e fiquei a observando de longe, tinha uma fita que impedia a passagem das pessoas, alguns paparazzi tiravam foto ao redor, então pensei em não me aproximar muito, ficar um pouco longe para não chamar muita atenção.

Alguém gritou ação. Minha menina conversava com uma morena baixinha, próximas até demais para o meu gosto, uma jovem com longos cabelos ondulados passou que nem um foguete fazendo minha menina cambalear para trás e automaticamente foi agarrada pela cintura por um jovem com o cabelos bagunçados. Pera aí! Eu conhecia o jovem, era o Chay, o mesmo que me deu uma forcinha com a Camz no Brasil. Tá que ele me ajudou, mas eles se beijaram, né? E ele estava muito perto dela, o que me fez franzir as sobrancelhas, mas graças a Deus alguém gritou corta, fazendo os dois se afastarem.

Alguém se aproximou de Camz para retocar a maquiagem, Ally sentou ao meu lado, a jovem que empurrou a minha pequena se aproximou dela e falou algo em seu ouvido antes de ir até a tenda branca que ficava ali perto, Camila olhou em volta parecendo procurar alguém, até que nossos olhos se encontraram, aquela conexão de sempre, mas ela ainda era nova, não era comum, meu coração batia errado, minha respiração ofegava, automaticamente me levantei, apenas me levantei, não consegui dar nenhum passo, mas não adiantaria fazer nada, pois um homem alto de boné se aproximou mandando todos irem para os seus lugares.

Ally se levantou para atender o celular se afastando. Senti um incomodo, parecia que tinha alguém me olhando e eu não estava enganada, um grupinho de meninas me olhava de longe sorrindo, voltei a olhar para Camz e a cena estava sendo repetida pela sete vezes e o final sempre me irritava.

- Laur, precisamos ir. O Simon acabou de me ligar.

- Mas eu nem consegui falar com a Camz. - A olhei parecendo o gatinho do Shrek, sempre que Camila fazia isso comigo ela ganhava, mas eu não tive a mesma sorte, ou vai ver que eu estava fazendo isso para a pessoa errada.

- Eu também queria muito ver a Mila, mas você sabe, se alguém da Epic descobrir que estamos aqui, o Simon tá perdido e a gente também.

- Que saco! Meu Deus do céu. - Fiz bico e chutei um bolinho de areia.

- Não diga o nome de Deus em vão.

Recebi um tapa no braço da anã e acabei soltando um gemido de dor. Esfreguei minha mão sobre onde ela havia batido enquanto caminhávamos para o táxi que já estava a nossa espera.
 

POV CAMILA

Vê a Lolo ali me olhando enquanto fazia a cena me deu um puta gás, fiz a cena com mais vontade ainda, repetimos várias vezes, alguns erros por causa do vento, de uma movimentação errada, uma sujeira na câmera, coisas normais de quando gravamos uma externa.

Quando escutei o "Excelente" que o Leonardo sempre falava quando estava satisfeito nos fins das gravações, olhei logo para onde ela estava, mas para a minha surpresa ela não estava mais. Meus olhos sutilmente foram dominados por lágrimas, lágrimas que significavam saudades, a esperança de vê-la naquele momento tinha ido embora, naquele momento porque a primeira coisa que eu fiz quando entrei na van foi mandar uma mensagem para ela.

Camila Cabello: Lauren Michelle Jauregui Morgado, onde a senhorita estar? Te procurei pela praia toda e não te achei! E você nem me avisou que tinha chegado. - 23:13

Lauren Jauregui: Cheguei hoje de noite, queria fazer uma surpresa, mas o Simon mandou eu voltar para o hotel, amanhã acordamos cedo para o ensaio. Me perdoa? - 23:14

Camila Cabello: Tá perdoada, só porque eu sou muito boazinha. Agora me diz, como você estar? Como estão os ensaios? - 23:15

Lauren Jauregui: Morrendo de saudade. Outra coisa, não sabia que você estava trabalhando com o zé, lá. Você não me contou nada. - 23:17

Camila Cabello: É que eu achei que não tivesse importância. - 23:20

Lauren Jauregui: Camila Cabello! Eu não quero esse garoto perto de você. Tá que ele é legal, mas vocês se beijaram e só de pensar nisso... - 23:21

Camila Cabello: Complicado! - 23:21

Lauren Jauregui: Complicado o que, Camila? - 23:22

Camila Cabello: É que ele vai ser meu par romântico. Mas é tudo técnico, meu amor. Eu prometo! Só tenho olhos para você e você sabe disso. - 23:24

Lauren Jauregui: Técnico! Sei... Se esse zé se aproveitar de você e enfio a porrada nele. - 23:24

Camila Cabello: Uiiiiii... Minha mulherzinha tá tão machinha. rs - 23:25

Camila Cabello: Princesa, cheguei no hotel, vou ter que descer da van, me manda o endereço, hora, data, tudo do show. Te amo. - 23:26

Lauren Jauregui: Você vai ver o machinha assim que eu te encontrar. Pode deixar, te mando tudo já já. Te quiero. - 23:27
 

Sorri feito boba antes de sair da van e caminhar até o saguão do hotel onde encontrei quem eu menos esperava encontrar, eu podia estar bem com Lauren, a gente podia estar bem, mas Alexa sempre me dava arrepios. Ela me olhou com aquele olhar de nojo que sempre teve, revirou os olhos e sorriu para uma fã que pedia por foto. Eu? Fiquei ali congelada. Não pelo fato de ter encontrado aquela coisa, mas por saber que Lauren estava no mesmo hotel que eu, precisava confirmar isso o mais rápido.

- Esqueceu o caminho do elevador? - Chay surgiu atrás de mim sorrindo.

- Não é bem o caminho do elevador que eu tô querendo agora. - Sorri para ele.

- Ah, não? Então qual é? - Ele parecia confuso.

- O que me leva ao quarto da Lauren. - Pisquei

- Lauren? Como assim produção? - Ele arregalou os olhos.

- Chega de produção por hoje, todos para a cama agora! Quero vocês acordados às 7h, temos uma coletiva aqui no hotel às 8h em ponto. - Leonardo passou sorrindo.

- Me deve uma explicação. - Chay soltou me abraçando de lado e caminhando até o elevador.

Chegamos no nosso andar e nos despedimos rapidamente onde cada um se dirigiu para o seu quarto. Escutei a porta batendo, me dando certeza que Priscilla já estava dentro do quarto. Fui checar o celular e tinha uma mensagem de Lauren me passando tudo sobre o show, dei um sorriso ao ler, não me contive e respondi.

Camila Cabello: Acabei de ver a Alexa! Isso que dizer que estamos no mesmo hotel? - 23:49

Lauren não me respondeu, achei estranho e resolvi dar um tempo, a mensagem que ela havia me enviado tinha sido a vinte minutos atrás, ela poderia estar ocupada naquela hora. Esperei Priscilla sair do banheiro para eu entrar e tomar banho.

Assim que sai do banheiro já passava da 1h da matina, Pri parecia estar dormindo, ela estava virada para o lado dela da cama, peguei o celular e chequei, nenhuma mensagem da Lolo, resolvi dormir já que teria que acordar cedo no dia seguinte, mas foi impossível, porque assim que deitei na cama meu celular tocou. O peguei rapidamente e o nome dela estava estampado na tela, sorri para mim mesma e atendi.

- Lolo? - Fui até a varanda, parando próxima a enorme porta de vidro, sem abri-la. 

"- Camz, me diz qual quarto você tá, vou pra aí agora!"

- Não dá! Tenho que acordar às 6h, temos coletiva bem cedinho.

"- Prometo que vai ser rapidinho, só preciso sentir seu cheiro, sentir o seu gosto, seu toque..." - Soltei um pequeno gemido.

- Lolo, pelo amor de Deus. Para com isso.

- CAMILA, PORRA! CALA A BOCA! Quero dormir. - Priscilla tacou meu travesseiro, me desviei batendo na enorme "porta" de vidro que dava para a varanda.

- Ai. - Gemi de dor.

"- Camila, quem é que ta ai com você?"

- É a Priscilla, uma das atrizes, estamos dividindo o quarto. - Sussurrei

"- Você tá dividindo quarto? Por que não me disse isso antes? Não tô gostando nada disso."

- Para de bobeira, só achei que não tivesse importância. Não precisa ter ciúmes, já disse que só tenho olhos pra você. Agora preciso dormir, fica com Deus. - Continuei sussurrando. 

Apenas escutei Lolo bufando em seguida um "eu te amo". Assim que desliguei o celular, peguei meu travesseiro e caminhei até a cama, tentando não fazer barulho, soltei um risinho baixo, assim que deitei.
 

Fui acordada às 6:40 por Pri que já estava pronta. Corri para o banheiro, tomei meu banho, fiz minha higiene matinal e me arrumei, estava com um vestidinho soltinho diferente dela que estava com um short jeans curto e uma blusa de manga longa cinza da Mafalda, uma boa tática para conquistar o público argentino, já que a Mafalda é um grande orgulho deles.

Encontramos Leonardo, Chay e Lali no corredor, e juntos fomos caminhando até a sala reservada, primeiro passamos pelo saguão onde vi Simon. Eu ia ver todos daquela banda menos a minha menina, o que estava me tirando do sério. Chegamos na sala e ela já estava lotada, flashes e mais flashes nos acompanharam até as nossas devidas cadeiras no centro de um pequeno palco. Sentamos na seguinte ordem: Leonardo na ponta esquerda, Lali ao seu lado, Chay no centro, eu ao lado dele e Priscilla do meu outro lado.

As perguntas foram bem normais no começo, como: "Quando vai estrear?", "Quais serão as participações?", "Pretendem gravar em mais algum país além de Argentina e Brasil?". Perguntas que na maioria das vezes Leonardo interrompia e não nos deixava responder.

Devia passar das 10h da manhã. A fome começou a tomar conta de mim, não tinha tomado café da manhã, pela primeira vez desobedeci a ordem do meu médico, mas foi porque eu não tive tempo. Leonardo ia termina a entrevista quando uma jovem loira se levantou e pediu por uma última pergunta.

- Bom dia, Camila! Me chamo Chelsea Briggs! - A jovem sorriu.

- Bom dia, Chelsea. - Sorri de volta.

- Você sabe quem é Camren? Todos os seus fãs estão falando sobre eles. - Ela deu um sorriso de lado.

- Oh, sim, sim! Nossa relação, um shipper.

- Não é meio raro escutar essas coisas dos seus fãs? - A loira me encarou.

Aquela pergunta invadiu minha cabeça com uma força que eu fiquei tonta na hora, eu tinha acabado de entender o que ela havia me perguntado e entender mais ainda o que eu tinha acabado de responder, um arrepio tomou conta do meu corpo, olhei para o nada tentando buscar a resposta.

- A coletiva é sobre a novela, nada de vida pessoal. - Leonardo se levantou terminando a coletiva.

Senti meu braço ser puxado por Priscilla e não me pergunte como eu caminhei, porque eu realmente não lembro de nada, quando me dei conta estava dentro do meu quarto. Um silêncio total, ela não me perguntava nada e eu tampouco queria dizer algo.

A tarde foi chegando e no mesmo silêncio fomos para o Gran Rex, onde gravaríamos uma cena, uma cena no show da Lali, aproveitaríamos que ela realmente faria um show para grava a parte dela no palco. E foi o que fizemos. Enquanto filmavam a Lali no palco mandei uma mensagem para Lauren falando sobre onde estávamos gravando, mas ela não me respondeu.
 

POV LAUREN

Passamos a manha ensaiando, a tarde tivemos um pequeno descanso e logo depois fomos para uma pequena sala onde iria rolar uma coletiva. Chegamos no local e estava completamente lotado por repórteres e seguranças.

A coletiva estava começando, a primeira perguntava estava sendo feita, quando algo me tirou a atenção, uma jovem loira pedia permissão a um dos seguranças para entrar, ele hesitou, mas logo acabou cedendo.

As perguntas eram as mesma de sempre, apenas uma me chamou atenção, a última. Ela simplesmente me tirou o chão, eu parecia nua de frente a toda aquela gente, não sabia como e o que responder.

- Camila hoje cedo me disse que Camren significa um shipper, a relação de vocês! Como é essa relação?

Aquela pergunta ecoava em minha cabeça, meu coração acelerado, meu seios subiam e desciam rapidamente sem eu poder controlar, minhas mãos suando, um suor frio, um arrepio louco tomando conta de mim.

- É como uma forma de amizade, os fãs costumam fazer isso. Alren é Ally e Lauren, estamos acostumada com esse carinho dos fãs, é algo lindo saber que eles curtem as nossas amizades.

Ally finalizou a coletiva respondendo por mim, o que achei ótimo, porque com certeza eu não teria me saído tão bem quanto ela, agradecia a Deus por ter enviado aquele anjo, a minha melhor amiga, a que sempre cuidava de mim, mas eu ainda não tinha coragem para contar tudo, não tinha coragem por temer o que ela iria dizer. Ally era muito religiosa e ela não entenderia tão fácil assim o amor que eu sentia por Camz.

Ela me abraçou de lado sorrindo e juntas fomos caminhando até o camarim onde todos da produção arrumavam o local para que a gente pudesse receber nossos fãs, aproveitei um pequeno intervalo que tinha para comer algo e checar o celular, onde vi que Camz estava no Gran Rex, o local que eu tanto sonha, minha menina estava gravando lá, realizando um sonho meu. Sorri feito boba, orgulhosa por ela.
 

POV CAMILA

Estava no corredor a espera de Leonardo que conversava com Pérola próximo ao elevador, onde se despediram, ela pegou o elevador e ele veio em minha direção. Dei meu sorriso mais lindo e fiz minha carinha de neném.

- Leo, hoje tem show de uma amiga minha, posso ir?

- Que horas? - Leonardo estava abrindo a porta de seu quarto.

- Começas às 21h.

- 21h? - Ele me encarou e eu assenti. - Mila, eu detesto ser chato, mas ele provavelmente vai ter um atraso e você não chegar antes da 1h da manhã e amanhã preciso de você acordada às 4h para gravarmos seu embarque e a outra cena já que às 8h temos o nosso voo, me desculpe, mas dessa vez não vai dar.

Eu pensei em questionar, mas ele já havia entrado no quarto, enviei uma mensagem para Lauren avisando, devia ter escrito tudo errado por conta das lágrimas que embaçavam meus olhos, caminhei como um zumbi até o meu quarto e me joguei na cama, onde me permiti chorar, um choro em silêncio que foi cortado logo.

- Ei, por que você tá chorando? - Priscilla sentou do meu lado e limpou minhas lágrimas.

- Por nada!

- Que por nada o que! Brigou com alguém? - Ela coçou a nuca.

- Só tava muito afim de ir a um show, mas o Leonardo não me liberou. - Fechei meus olhos.

- Show? Hoje? Que horas?

- É, às 21h, mas deixa pra lá.

- Pentelho? - Priscilla falava com alguém, mas não era comigo. - Vem aqui no quarto.

Não demorou muito e descobri quem era o pentelho, era ele, Chay estava de calça Jeans, boné e jaqueta, um sorriso de orelha a orelha.

- O que temos? - Ele perguntou sem me olhar. Passei as costas da minha mão direita para limpar minhas lágrimas.

- Temo um show pra ir. - Vi Priscilla piscar.

- Opaaa! Tô dentro. - Chay me olhou.

- Desistem, o Leonardo não liberou.

- Ele não precisa saber, só preciso dar um telefonema. - Ela foi até a varanda.

- Ela ficou louca?

- Se fosse um show bobo eu diria que ficou, mas pra você tá assim é algo especial. A Pri é meia cabeça dura, metidinha, mas ela tem um bom coração. - Chay sentou do meu lado.
 

Ali eu vi que eu tinha dois amigos de verdade, dois amigos que arriscaram seu emprego para me ver bem. Sorri feito boba enquanto tomava banho. Me arrumei bem rápido, porque já passava de 21h, pegamos um táxi e soltamos em frente ao teatro onde seria o show.

- Boa noite! Queremos três ingressos. - Chay pediu.

- Estão esgotados. - A mulher respondeu atrás do vidro que nos separava, sem se quer nos olhar.

- Você pode procurar Camila Cabello na lista de convidados? - Pedi.

- Não tem esse nome. - Ela começou a arrumar algumas coisas.

- Oh, garota! Você pode checar a lista, você nem olhou. - Priscilla se pronunciou.

- Eu sei o que tô dizendo. - A mulher encarou Priscilla.

- Perra! - Pri sussurrou chamando a atenção da mulher, que pela primeira ver nos olhou. - Então você chama o gerente, eu quero um ingresso e só saio daqui se for pra entrar nesse teatro. - Ela ia dar um passo para frente, mas Chay a segurando, levando-a para fora.
 

Chay estava sentado no meio-fio, Priscilla encostada em um carro e eu estava tentando ligar para Lauren pela milésima vez, mas logo entendi o porque dela não atender. Sua voz tomou conta do espaço, ela estava cantando. Ficamos ali a espera de algo, uma troca de posição, um suspirou, um bocejo. Ficamos ali até eu escutar suas despedidas. Peguei meu celular e logo liguei para ela, mas nada, alguns fãs começavam a sair. 

- Ela não vai atender. É melhor irmos embora.

- Negativo! Só vamos sair daqui quando ela atender. - Chay me encarou. Suspirei em seguida. Meu celular tocou, me fazendo-o atendê-lo rapidamente, enquanto me afastava do local.

- Lolo? Tô te ligando a horas, consegui vir pro show, mas não consegui entrar.

"- Onde você tá? Quero te ver."

- Tô na saída principal, mas tá cheio de fãs, não acho que seja uma boa ideia.

"- Vem então para a saída F, lá não tem movimento."

- Tá bom, tô indo.

Desliguei o telefone e encarei Chay e Priscilla que me olhavam com a espera de uma resposta, cocei a nunca antes de falar.

- Saída F, mas não tenho ideia.

- Ela não deu nenhuma pista de onde fica? - Neguei com a cabeça. - Vou lá dentro perguntar e já volto.

Eu e ela assentimos enquanto ele se distanciava. Fãs saíam sorrindo ao lado de seus familiares, senti uma puxada rápida em meu braço, meu corpo sendo jogado em direção a um carro, fazendo um gemido sair de minha boca assim que minhas costas colaram nele. Sua mão segurava minha cintura contra o carro, seu olhar intenso a procura de algo, um arrepio tomou conta de mim, um medo, um medo grande assim que vi que nos duas estávamos muito próxima.

- Você ficou louca? O que tá fazendo? - Segurei seus ombros, mas logo levei um empurram nas mãos e nossos corpos colaram, sua mão em minha boca em uma tentativa de calá-la. Mordi, mordi com toda a força que eu pude.

- Ai. - Priscilla berrou levando sua mão a sua boca em uma tentativa de acalmar a dor. - Tá maluca?

- Você que ficou louca, acha que tá fazendo o que? - Franzi minhas sobrancelhas encarando-a.

- Te tirando de uma encrenca! Aquela tal de Chelsea acabou de sair do teatro, se quiser podemos ir até lá e explicar que tipo de relação é a sua com a Lolo. - Priscilla me imitou ao dizer Lolo.

- A Chelsea tá ai? - Minhas bochechas coraram de tanta vergonha.

- Por que tão aqui? - Chay se aproximou cortando nossa conversa.

- Nada! Conseguiu? - Priscilla perguntou.

- Sim.

Chay foi o primeiro a caminhar, Priscilla me olhou rindo e o seguiu, minhas bochechas arderam mais ainda, era incrível como a minha imaginação era fértil, lógico que ela não queria nada comigo, ela nunca tinha dado nenhum indício disso e mesmo se um dia quisesse não seria assim na frente de todo mundo e do nada.

Caminhamos... Caminhamos... Até chegarmos em um beco sem saída, completamente escuro, nenhuma alma viva, dois carros bem no final do beco. Continuamos caminhando por ali morrendo de medo, mas a minha razão de estar ali era maior e eu tive a certeza disso quando a vi de longe abrindo a porta, seu sorriso perfeito dava para ver de longe, percebi que os dois pararam no meio do caminho, não me importei, corri para os braços delas. Que braços, que abraço, que falta isso me fazia, um abraço apertado, desesperado, um abraço de saudade, uma saudade que eu não mataria só em um dia.

Saímos do abraço, minhas mãos em sua cintura, suas mãos em meu rosto, uma carícia inigualável em meu rosto, feita pelos seus polegares, nossas testas coladas, uma vontade louca de sentir o gosto do seu beijo, aquele gosto que só ela tinha, nossos olhos fechados.

- Tô louca pra te beijar. - Lolo sussurrou próxima a minha boca.

- Eu também, mas aqui não dá. Eles podem ver. - Abri os olhos, olhei em direção a Chay e Priscilla que pareciam distraídos conversando, Lolo fez o mesmo. - Alguém pode aparecer aqui também e pode ser pior, esse alguém pode ser a Chelsea. - Dei careta enquanto nos afastamos.

- Falando nisso, ela veio com um papo estranho de Camren, relacionamento, shipper. Você disse algo? - Mordi meu lábio inferior antes de responder.

- Ela me perguntou o que era Camren e eu na minha loucura disse que era o nome que os fãs davam para o nosso relacionamento. - Deixei minha língua entre meus dentes em uma tentativa de aliviar o nervoso.

- Doida! Ela veio com esses papo na coletiva, mas Ally me salvou. - Lauren sorria. - Eu tenho uma notícia boa.

- Qual? - Sorri feito boba, levando as mãos aos bolsos do casaco.

- Semana que vem tô de folga e adivinha onde vou passar o dia dos namorados?

- Se não for comigo, eu te mato! - Fiz bico e levei um apertão de leve no nariz.

- Obvio que é com você.

- Desculpa atrapalhar a melação, mas é que eu preciso roubar sua donzela . - Priscilla olhou para Lauren que a encarou.

- Lolo... - Eu ia começar, mas a louca me interrompeu.

- Lolo? - Priscilla perguntou rindo.

- Te importa? - Lauren virou para ela a encarando.

- Então é você quem fica ligando pra Camila atrapalhando meu sono? - Priscilla levantou uma das sobrancelhas.

- Então é você quem tá dividindo o quarto com a Camila? - Lauren deu um passo na direção dela e com o reflexo coloquei meu braço direito em frente aos seus seios.

- Priscilla, Lauren. Lauren, Priscilla. - Sorri de nervoso. - É melhor a gente ir, né?

- Exatamente, parece que o Leonardo acordou! - Chay forçou um sorriso. Meus olhos arregalaram, dei um beijo no rosto de Lauren e ia começar a andar.

- Não, pera ai! Eu tô aqui me arriscando pra você dar um beijo chocho desse? Ah, não! - Ela negou com o dedo indicador direito. -Quero um beijo descente. - Cruzou os braços em baixo dos seios.

- Priscilla! - A repreendi.

- Tudo bem, eu tapo os olhos. - Priscilla colocou a mão direita em frente aos seus olhos, com seus dedos afastando dando uma brecha para ela nos observar. A encarei. - Tá bom, tá bom. Eu viro de costas.

Ela virou de costas fazendo soltar uma gargalhada entre eu e Chay que a puxou pelo braço e ainda pude escutá-la reclamar, voltei a olhar para Lauren que sorria, mas quando viu que eu a observava tratou de tirar o sorriso do rosto.

- Não gostei dela! Muito atrevida. - Lolo revirou os olhos.

- É, mas foi esse atrevimento que me fez vir até aqui. A gente veio escondidos, sabia?

- Não vamos perder tempo falando disso, né?

Lolo me abraço pela cintura, neguei com a cabeça e ela foi me empurrando até ficarmos entre os dois únicos carros, tapando um pouco a visão ao nosso arredor. Meus braços envolveram seu pescoço, seus olhos fechados, os meus fitando sua boca foram se fechando assim que seus lábios tocaram nos mesmo. Um beijo calmo, doce, sensível, o beijo que tanto eu sentia falta. Aos poucos minha língua foi pedindo passagem e foi exatamente o que ela me deu, minha língua explorava cada parte de sua boca, ficamos durante alguns segundos até escutarmos...

- GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL. UHUUUUUUUUUUL. - Olhamos para o lado e nos deparamos com a bobona da Pri pulando e Chay curvando para frente com os braços abraçando sua própria barriga tentando se conter de suas gargalhadas.

E aquele tinha sido meu melhor momento no Argentina, um momento compartilhado com ela, com eles talvez. Depois dali? Depois quase fomos pegos por Leonardo, mas o louco do Chay colocou seu capuz e agarrou uma menina no saguão fazendo toda a atenção de Leonardo voltar para ele, o que não daria em nada, já que a única que gravaria no dia seguinte era eu. Ah! Lali também.
 

Já era de manhã, devia ser umas cinco e pouca. A porta do nosso quarto estava sendo batida, saí correndo do banheiro para evitar que a fera acordasse, mas era tarde demais. Priscilla tinha aberto a porta e para minha surpresa era Lauren que se encontrava do outro lado da porta.

- Quantas vezes vou ter que te dizer que essa hora as pessoas tão dormindo?

- Pode chamar a minha namorada, por favor? - Lauren olhou sobre os ombros de Priscilla a minha procura.

- Pode sumir, por favor? - Ela revirou os olhos e voltou a deitar na cama. Lauren fechou a porta e veio em minha direção.

Seus braços envolvendo minha cintura, sua cabeça escondida na curva do meu pescoço inalando todo o meu cheiro, um arrepio incontrolável tomando conta do meu  corpo, minhas mãos tentando afastar seu rosto dali.

- Lolo, não tamos sozinha.

- Ela tá com sono, nem vai ouvir, vamos pro banheiro? - Lauren continua beijando meu pescoço.

- NÃO! - Priscilla sentou na cama rapidamente. - No banheiro onde eu tomarei banho daqui a pouco não, principalmente comigo aqui. - Ela pegou meu travesseiro e Lauren se escondeu atrás de mim. - SAEM DAQUI AGORA! - Tacou o travesseiro na gente, o que nos fez sair correndo do quarto.

A gente nem aproveitou no correndor e em lugar nenhum, porque Leonardo já me esperava no saguão onde o encontrei e fomos direto para a gravação. O resto do meu tempo na Argentina foi bem aproveitoso, gravamos a cena que faltava com a Lali, as duas cenas para ser mais exata, uma onde recebem a notícia que a avó da Caro sofreu um acidente e faleceu e a despedida de Caro com Lali - ela estava fazendo ela mesma - no aeroporto.

Depois da gravação esperando o resto da produção, Chay e Priscilla chegarem ao aeroporto, onde a gente permaneceu e logo fomos para o Brasil.
 

Assim que chegamos ao Brasil fomos direto para o projac, minha gravação seria apenas a noite, então aproveitei para ver se achava algum apartamente no jornal, o que não adiantou nada, fui até um quadro que as vezes tinham essas coisas.

- Procurando um ap? - Rodrigo surgiu atrás de mim, me fazendo virar para ele.

- Tô, mas tá difícil.

- Olha, eu moro com a Pri e nós temos um quarto vazio, se quiser posso fazer com ela.

- Você acha que ela vai gostar? É que... - Ele me interrompeu.

- A Pri tem cara de pitbull, mas ela não morde. - Nós rimos.

- Perfeito então.
 

O apartamento não era muito grande quanto a casa que eu tinha em Los Angeles, mas para um apartamento era bem espaçoso. Já era de noite, todos deviam estar dormindo e eu devia estar fazendo o mesmo, mas eu ainda não havia me acostumado com o calor do Rio de Janeiro e resolvi beber água na madruga, passei pelo corredor e um silêncio insuportável tomava conta do local, logo depois passei pela sala para em seguida entrar na cozinha e me deparar com o que eu menos podia esperar, meus olhos arregalados faziam um movimento lento e detalhava perfeitamente o que eu via. Seus pés descalços no chão provavelmente gelado por causa do vapor frio que saía da geladeira, sua coxas descobertas, uma calcinha boxer curta preta destacando sua pele branca, uma camiseta de alça de seda da mesma cor, sua mão esquerda apoiada na porta da geladeira, sua boca encostada na garrafa que te oferecia água que era segurada por sua mão direita, seus olhos abriam lentamente.

- Viu um fantasma? - Priscilla tinha um sorriso maroto.

- É que... O meu Deus. - Virei de costas tapando os olhos. - Eu não sabia que você tava aqui!

- E qual é o problema? Eu não preciso não estar na cozinha pra você estar. - Escutei a porta fechar, me virei lentamente.

- É que você tá... - Tentei falar, mas não saía, acabei olhando e dando a entender.

- De calcinha? - Assenti com a cabeça olhando para o nada, tentando não olhar. - Eu só durmo assim e é bom ir se acostumando, porque o Rodrigo só dorme de cueca. - Ela deu mais um sorriso.

- Mas é que na Argentina, você não dormiu assim.

- É que eu tava naqueles dias. - Ela deu uma piscada e passou por mim, saindo da cozinha.

Aquilo tinha sido um pouco constrangedor, ou talvez engraçado, porque novamente eu fiquei nervosa com uma coisa que não tinha nada a ver e ela simplesmente lidou com o fato de uma forma boba.
 

A semana no Brasil passou arrastada, eu estava louca para falar com Lauren, mas o Universo conspirava contra nós, sempre que eu estava desocupada - o que era raro -, Lauren estava em algum compromisso e vice-versa.
 

12 de Junho de 2015. 09:27

Lauren já estava atrasado 27 minutos, o que estava me deixando agoniada e eu quase deixei minha sanidade de lado e subi até o a parte do desembarque para esperá-la, mas eu tinha prometido esperá-la no estacionamento, já que estavam comentando muito sobre a gente e ainda tinha o tal sapo azul que a Lauren ainda não tinha dito quem era. Mas meu celular tocou para a minha tranquilidade, ou não.

- Lauren Jauregui, onde você estar?

"- Desculpa, baby girl. Teve um problema aqui e..."

- E não termine sua frase, porque se for o que eu tô pensando eu não vou te perdoar, é dia dos namorados e a gente faz um mês juntas.

"- Desculpa, a culpa não foi minha."

- Eu te odeio, Lauren.

Eu não estava acreditando que ela tinha feito aquilo comigo, era o nosso primeiro mês de namoro, era dia dos namorados, eu tinha conseguido folga e ela também, o que a impediria de ir ao Brasil? E por que ela não me avisou antes, então?

"- Camila, olha pra trás."

Eu sabia que ela não iria fazer aquilo comigo, virei para trás com o maior sorriso do mundo, que logo saiu do meu rosto ao ver o estacionamento vazio como sempre esteve, uma pequena luz solar que vinha de alguma parte descoberta.

- Filha de uma... - Eu ia continuar mas percebi que ela havia desligado o celular.

Senti uma mão tocar a minha cintura descoberta, uma respiração ofegante próxima ao meu ouvido esquerdo, meu coração começou a bater errado, meus seios subiam e desciam de forma descontrolada.

- Você tem noção de como me deixa louca quando fica bravinha desse jeito. - Aquela voz rouca conhecida me fazendo arrepiar dos pés a cabeça, sua mão me virou lentamente, seus lábios tão próximos dos meus me pedindo por beijos.

- Eu juro que te mataria se você me deixasse aqui sozinha mais um dia, mais uma hora, um minuto, um segundo. - Seus lábios tocaram o meu de leve e logo em seguida se afastaram. Sua mão direita escondida atrás de suas costas logo ficaram entre nós, uma única rosa azul dando cor aquele momento.

- Eu queria ter comprado algo melhor, mas foi o que consegui, depois da Argentina tivemos que ir direto para uma premiação e depois mil coletivas, não tive nem tempo de respirar, ai consegui essa flor feita de EVA por um carinha em frente a saída do aeroporto e também ganhei essa caixa de chocolate de uma fã, que podemos dividir! - Lauren tinha um pequeno bico, sorri e dei um selinho.

- Ta perdoa! - Ri. - Obrigada, meu amor. Você é o meu presente. Me prometa que vai ficar comigo sempre! - Ordenei mais do que pedi, enquanto a abraça pela cintura.

- Meu Deus, Camila! Você não tem que me pedir isso, só fique comigo independente de qualquer coisa. - Lauren sorriu de volta.

- Eu te amo, agora vamos!

Entramos no carro e dessa vez as provocações vinham todas dela. Eu estava no motorista e ela no carona, sua mão atrevida alisava minha coxa descoberta, chegando próxima a borda do meu curtíssimo short jeans, mordi meu lábio inferior e soltei um pequeno gemido quando sua mão ultrapassou meu short, parei no sinal e a olhei.

- Lauren Michelle, estamos no meio da rua, tire sua mão boba dai. - Dei um tapa em sua mão.

- Ai. - Ela beijou as costas da mão e deu um sorriso. - Que carro maneiro é esse? - Lauren ligou o som baixinho.

- É do Rodrigo, ele me emprestou.

- Rodrigo? Quem é esse? - Ela me encarou séria.

- Um amigo, ele é do elenco, não te contei ainda, mas eu tô morando com ele e a Pri.

- Você em uma república? E com aquela garota atrevida? - Ela bufou.

- Sim, em uma republica talvez, mas eles dois me acolheram de forma generosa e os dois se responsabilizam por mim, enquanto Dinah não estiver aqui, já que Leonardo tá muito ocupado. Agradeça a eles por eu estar super bem pra você. - Dei partida no carro assim que o sinal abriu.

Vi Lauren revirar os olhos, o que me fez arrancar um sorriso de canto de boca. Passamos pela portaria central onde o seu José, o porteiro, sorriu ao reconhecer o adesivo do condominio colado no canto do vidro do carro, abaixei o vidro e o cumprimentei, Lolo seguia com sua cara de bravinha, saímos do carro e ela se quer me deixou ajudá-la com a sua mala, seguimos até o meu bloco, passamos pela portaria e pegamos o elevador. Estava louca para beijá-la ali, mas tinha câmeras e seu Manoel estava na portaria, era melhor não me arriscar.

Chegamos no nosso andar, não tínhamos vizinhos, era um andar para cada apartamento, duas portas de saída, só nossa. Abri a porta e dei espaço para Lolo passar, assim que chegamos na sala vimos Rodrigo jogado no sofá de sunga e camiseta.

- Praia? - Sorri para ele.

- Exatamente, Priscilla me perturbou.

- Opa! Também vamos, só vamos trocar de roupa rapidinho.

- Ah! Vocês não vão mesmo. Eu não vou ficar de castiçal em pleno dia dos namorados. - Pri apareceu na sala bufando.

- Camz, vamos ficar, acabamos de chegar... - Lolo tentou.

- Negativo, a gente vai passar nosso dia dos namorados na praia, até porque não podemos sair por ai sozinhas e dar bandeira, então nada melhor que uma saída com os amigos. - Apertei a bochecha de Pri e puxei Lolo até o meu quarto.

- Chataaaaaaa! - Escutei Pri reclamar, mas não ligue, pelo contrario, sorri.

Entramos no meu quarto e apenas trocamos de roupa. Peguei na mão de Lolo para sairmos juntas quando senti algo tocar em minha mão, nossos anéis se chocaram, eu não via aquele anel de unicórnio em sua mão desde quando a gente brigou em Los Angeles. No aeroporto não reparei por causa de tanta emoção, na Argentina não tivemos tempo nem para nos beijar direito, mas naquele momento o sorriso tomou conta de mim e antes de sairmos do meu quarto eu perguntei.

- Você usa sempre ele?

- Da mesma forma que você nunca tirou da sua mão. - Ela sorriu. - Confesso que quando brigamos eu o joguei longe, mas no segundo depois me arrependi de tudo e vi que meu maior motivo de viver estava ali.

- Você foi, é e sempre será a melhor coisa em minha vida!

Dei um selinho nela, ganhando um beijo rápido e preciso. Saímos em seguida encontrando Rodrigo dormindo no sofá e Priscilla bufando.
 

Fomos para a mesma praia que eu tinha ido aquela vez com o Chay, como era dia dos namorados, a Pri achou melhor ir para lá que teria uma quantidade razoável de pessoas e provavelmente quase nenhum fã, já que para chegar nela teria que ir de carro.

Assim que chegamos, Priscilla estendeu sua canga no chão e deitou, Rodrigo deixou suas coisas com a gente e foi mergulhar, eu estendi minha canga ao lado dela e deitei, Lolo fez o mesmo, mas ficou sentada.

- Passa o protetor em mim? Não quero ficar ardida. - Estiquei o protetor em direção a Lauren, Pri bufou do meu lado.

- Claro! - Lauren sorriu.

Lolo ficou de joelho em minha canga, espremeu um pouco da pasta em sua mão e começou passando no meu tornozelo, logo depois em minha panturrilha, chegando em minha coxa, onde eu a olhei sobre os ombros, mordi meu lábio inferior, olhei para Pri e dei uma piscada.

- É sério isso? - Ela me encarou. Escutei Lolo soltar uma risadinha, suas mãos começaram a massagear minha bunda, fechei meus olhos pressionando mais ainda meus lábios. - Ai! Que saco! Eu não acredito nisso! - Pri se levantou revoltado e foi em direção ao ar.

Lolo não aguentou, caiu na gargalhada, se jogando em sua canga, eu enfiei meu rosto na minha tentando abafar minha gargalhada. Provocar Priscilla havia se tornado minha atividade favorita, era cômico como ela caía fácil.

Ficamos a manhã e a tarde toda na praia, comemos alguma espécie de peixe sem espinha, um pouco de camarão e minha inseparável bebida brasileira, guaraná. Agredecia todos os dias por essa bebida já ter chegado aos Estados Unidos. Depois do almoço, Rodrigo e Priscilla resolveram pegar um sol, enquanto eu e Lolo fomos para a água.
 

POV LAUREN

Estar no Brasil ao lado da pessoa que tanto me fazia feliz era a coisa mais maravilhosa que eu podia ter, tudo bem que as vezes rolava um ciúme por causa dos novos amigos, mas logo Camila me mostrava que ela era minha e só minha.

Estávamos no mar que estava praticamente vazio, por conta do frio que começava a chegar. A minha vontade de beijar Camz estava aumentando cada vez mais, ainda não tinha conseguido da um beijo descente nela, um beijo daquele de acabar o ar. Me aproximei de Camz a segurando pela cintura.

- Quero te beijar. - Sussurrei em seu ouvido.

- A gente tá em um lugar público. - Camz passou por mim, se afastando. Virei para ela e me aproximei de novo.

- Por isso amo nossos beijos,  sempre com perigo. - Lancei um sorriso malicioso. Me aproximei mais, ficando do seu lado, colando minha boca em seu ouvido. - Você tem cinco segundos para descer e me beijar.

Mergulhei e abri meus olhos a espera de Camz que pareceu estar pensando, mas logo mergulhou, dei um sorriso de boca fechada ao vê-la abrindo os olhos, segurei seu rosto com as minhas mãos, fechei os meus olhos e assim que encostei meus lábios no de Camz senti ela separando os delas e automaticamente se afastou de mim, o que me fez abri os olhos e a ver subindo para a superfície, a acompanhei. Quando já estava com a cabeça fora da água vi Camila tossindo sem parar.

- Você quer me matar? Eu sabia que isso não ia dar certo. - Camz não parava de tossir.

- Não sabe nem dar um beijo em baixo d'água, quem mandou abrir a boca que nem uma desesperada. - Ri.

- Não sei beijar em baixo d'água? Pois saiba que eu sei dar o melhor beijo em baixo d'água! Ta bom?

- Então prova! - A encarei.

Camz mergulhou e não esperou nem eu mergulhar, já foi me puxando pela cintura, desci rindo, logo me puxou pelo pescoço e seus lábios colaram nos meus, seu rosto encaixando de lado, o meu fazendo a mesma movimentação, mas para o lado oposto, seus lábios sutilmente abriram os meus dando passagem para sua língua nervosa. Confesso que entrou um pouco de água, mas nada que pudesse atrapalhar aquele momento, um beijo rápido, de quem pedia urgência, suas mãos segurando meu rosto com força, como seu eu fosse fugir dali, abracei sua cintura em uma tentativa de não deixar nossos corpos boiarem.

Beijar Camz em alto mar, sabendo que alguém poderia nos ver mesmo estando afastadas da beira do mar, afastadas de todos, beijar Camz naquele perigo era tão excitante que pude sentir meu biquíni melar só de pensar em como excitante tudo aquilo era.

É, passamos a tarde toda na praia, chegamos em casa já era de noite, todos estavam mortos, Camz e eu conversávamos no quarto, ela me contando todas as novidades do novo trabalho e eu contando a loucura que foi o show em Buenos Aires, comentamos também sobre a Chelsea e o fato dos fãs começarem a comentar sobre a gente no twitter.

- Camz, tô com sede.

- Ah, Lolo! Vou tomar meu banho agora, tô toda ardendo aqui, vai lá na cozinha. - Ela me olhou sorrindo.

- Poxa, Camz! Tô na casa de vocês.

- Na nossa, minha casa é sua casa! E você já viu que a galera é super maneira, agora levanta essa bunda suja de areia da minha cama e vai logo beber sua água enquanto tomo meu banho.

Assenti com a cabeça e suspirei olhando Camz ir até o banheiro, meu short jeans estava realmente sujo de areia, minha camisa ainda molhada na parte do biquíni. Caminhei pelo corredor escuro, logo chegando na sala silenciosa e logo depois na porta da cozinha, o que me fez congelar ali mesmo, eu não estava acreditando no que estava vendo, Priscilla, a amiga de Camz, estava com sua mão esquerda apoiada na porta da geladeira, com uma garrafa de água na boca, o que não era problema nenhum se ela não estivesse de calcinha e uma pequena camiseta de seda, ambas da cor azul marinho, a olhei beber água, meus olhos estavam arregalados, os mesmos olhos que teimavam em descer.

- É que... O meu Deus! - Virei de costas. - Eu não sabia que você tava aqui e assim.

- Sua namorada disse a mesma coisa há alguns dias. - Um arrepio tomou conta do meu corpo, virei bufando e a encarei.

- A Camz te viu de calcinha? - Meus olhos nos olhos dela, deviam estar vermelhos.

- Viu!

- Eu não tô acreditando nisso! - Bufei e dei um passo para frente. E ela? Deu seu sorriso cínico.

- Relax, Lauren! Please! Vai dizer que você nunca viu nenhuma de suas amigas de banda de calcinha, de sutiã em uma troca rápida de roupa durante um show?

- Já, mas... - Ela me interrompeu.

- Você ama a Camila? Confia nela? - Ela perguntou enquanto guardava a garrafa e fechava a geladeira.

- Lógico, mas o que isso tem a ver com... - Me interrompeu de novo.

- Tudo! Se a ama e confia nela, não tem porque se preocupar com besteira. Camila te ama e muito, não vai ser eu dormindo de calcinha, muito menos o Rodrigo dormindo de cueca que vai fazer esse sentimento acabar. - Ela piscou para mim antes de passar e sair da cozinha.

Ela estava certa, meu ciúme não tinha motivo, não ali, Camila me amava e eu a amava, eu confiava nela e ela confiava em mim, e isso era o suficiente para mim.

Tomei minha água e caminhei para o quarto, procurei Camz por ali, mas não a vi, resolvi tomar banho mesmo assim.
 

POV CAMILA

Estava próxima a janela do quarto de Priscilla, esperando-a, a luz apagada, um ventinho gelado vinha do lado de fora, a lua e as estrelas iluminando sutilmente o quarto, estava um silêncio até escutar um...

- PORRA, CAMILA! - Pri estava com as duas mãos no colo.

- Você me assustou! - Meu corpo ainda tremia.

- Eu te assustei? Você tá no meu quarto escondida e eu te assustei? - Ela foi em direção a sua cama e deitou.

- Não tô escondida, é que tô precisando de ajuda!

- Hm! Essa hora? Vai dormir. Eu tô morta!

- Ah! Por favor? - Balancei suas pernas.

- Para! - Ela ordenou. - Fala logo o que você quer. - Parei e a olhei sorrindo.

- Hoje faço um mês com a Lauren e eu não a dei nada de presente, eu queria surpreendê-la.

- Realiza uma fantasia dela, sei la.

- Mas eu não sei o que fazer. - Ela me deu de ombros o que me irritou, mas relevei. - Me diz uma fantasia sua?

- Um bombeiro todo sujo de carvão, talvez, por causa do fogo. Mas você não tem mangueira, né? Esqueci.

- IDIOTA! - Berrei enquanto ela caia na gargalhada, dei uns leves tapas em seu braço.

- Você tá no país do futebol, joga um pelada com ela. Ela vai amar. - Pri riu. Caminhei até a porta e parei.

- Tive uma ideia. Ainda tem aquele brigadeiro seu que não deu certo, né?

- Disse certo! MEU brigadeiro. - Ela deu enfase no "meu", enquanto ficava de joelhos na cama.

- Ele vai me servir. - Coloquei a mão na maçaneta da porta, mas fui impedida de abri-la por Priscilla que empurrava a porta, para fechá-la. 

- Você não vai usar o meu brigadeiro, não mesmo.

- Mas ele nem deu certo, ta parecendo mais calda do que brigadeiro.

- Mas é meu. - Ela bufou.

- Depois você faz outro. - Fiz biquinho.

- Eu te odeio, Karla Camila.

- É recíproco, Pugliese. - Sorri antes de sair.

Saí daquele quarto decidida, eu iria dar a melhor noite a minha namorada, uma noite merecida de um mês de namoro, uma noite merecida do nosso primeiro dia DAS NAMORADAS juntas.
 

POV LAUREN

Devo ter demorado uns vinte e poucos minutos no banho, estava uma delicia, um banho gelado, porque minha pele ainda ardia um pouco por conta do sol. Coloquei uma camiseta e um short bem curtinho, sai do banheiro secando meu cabelo que teimava em pingar algumas gotinhas de água no chão. Congelei, congelei com o que eu deparei assim que sai do banheiro.

Camz estava deitada na cama de lado para mim, usando apenas uma conjunto de renda de lingerie roxa, sua calcinha bem pequena e uma cinta liga por cima dela que me fez soltar um gemido só de vê-la, seu olhar em cima de mim queimando o meu corpo, minha boca salivando, louca para experimentá-la, minha respiração ofegante fazendo meus seios saltarei pela camiseta.

- Deita aqui, Lolo.

Sua voz rouca me fazendo perder a sanidade, isso se eu ainda tinha. Ela bateu com a mão esquerda na cama, ao seu lado. Eu? Não disse nada, apenas fiz o que ela me pediu. Camz sentou em cima da minha cintura, me fazendo soltar outro gemido só de sentir sua bunda colar em meu sexo que depois de tudo aquilo já estava melado, ela curvou seu corpo até o criado-mudo, próximo a cama, fazendo seus seios ficarem bem próximos de meu rosto, em seguida voltou a ficar sentada.

- Hoje é o nosso dia... - A interrompi

- Todo dia é o nosso dia. - Coloquei minhas mãos em sua cintura, mas Camz tirou.

- Certo, mas não me toque. - Bufei incrédula. - Hoje é um dia especial.

- Todo dia ao seu lado é especial. - Sorri.

- Ai, Lolo! Assim eu não consigo. - Camz fez biquinho. Eu fiz sinal de que ia ficar em silêncio com o dedo indicador direito em minha boca. - Isso quietinha. O que eu tô tentando te dizer é que depois que eu te conheci minha vida virou de ponta a cabeça, foi uma loucura, sabe? Sentimentos que eu nunca achei que fosse sentir, um preconceituo tomando conta de mim, mas você me fez ver que o amor tá a cima de tudo, que não importa cor, língua, religião, orientação sexual. O amor é o amor e pelo preconceito que o mundo tem, não digo só em orientação sexual, mas em religião, cor, tudo, as vezes a pessoa não conhece o que é amar, por causa dessas besteira e se não fosse você, eu não saberia o que é amar de verdade, eu posso ter tido paixões, mas meu primeiro amor foi você, hoje eu tenho certeza disso.

FUCKIN! QUE MULHER! Meus olhos teimavam em se derramar em lágrimas e eu juro que me segurei o máximo que eu pude, mas não consegui, algumas lágrimas simplesmente escaparam do meu controle e rolaram sobre o meu rosto caindo na cama, em meus cabelos.

- Não chora, Lolo. Hoje é um dia feliz. - Camz passou seus polegares por volta dos meus olhos em uma tentativa frustada de secar minhas lágrimas.

- Eu tô feliz, são lágrimas de felicidade, de orgulho por eu ter a mulher mais linda do mundo, tanto por fora quando por dentro. Isso é tão clichê, meu Deus! Mas é verdade! - Sorri.

- Ok! Agora vamos ao jogo! - Camz trocou aquele rostinho de menina, por um rosto de uma mulher, uma mulher bem safada.

- Que jogo? - Perguntei mordendo meu lábio inferior.

- Quero te apresentar o melhor doce que já comi em minha vida, o brigadeiro... - A interrompi.

- B-brigad-derou. - Gaguejei em uma tentativa falha de reproduzir o que minha menina tinha acabado de falar, o que a fez gargalhar.

- Ok! Tá quase lá. - Ela apertou meu nariz e sorriu. - O jogo será simples você pode escolher três lugares para eu derramar o brigadeiro e te limpar apenas com minha boca, mas não pode ser aqui. - Camz tocou em meu sexo sem pudor algum me arrancando um gemido. - E você também não pode gemer, caso o contrário você perde o jogo e eu simplesmente paro.

Não consegui dizer nada, fiquei frustada por não poder gemer, porque eu sabia que só dela me tocar eu já iria gemer, ainda mais se fosse com seus lábios, sua língua, eu iria a loucura, mas o legal da brincadeira era esse, o perigo que sempre tínhamos em nossa relação. Não disse nada, apenas assenti.

- Onde será o primeiro lugar?

- Aqui. - Apontei em cima do meu umbigo.

Camz pegou uma colher e enfiou no pote, cruzei minhas pernas com força em uma tentativa de me conter, ela soltou um sorrisinho, mas nada muito grande. Levantou minha camiseta até a altura dos meus seios, pegou a colher e foi em direção a minha barriga onde derramou o doce. Não era líquido, era quase pastoso e gelado, muito gelado, o que me fez levar a mão em minha boca, onde a mordi com força para conter meu primeiro gemido. Deixou o bote e a colher ao lado de minha cintura, ficou de joelhos na cama, cada joelho do lado de uma das minhas coxas, em seguida curvou seu corpo em direção ao "brigaderou" que se localizava a cima do meu umbigo, com toda delicadeza, ou safadeza do mundo, Camz passou a pontinha de sua língua por toda a região, me fazendo arrepiar todinha. Levantei meu rosto para vê-la, mas aquela visão não me ajudava, deitei minha cabeça no travesseiro, tentando conter o que eu não podia fazer. Ela deu um beijinho e voltou a sentar em minha cintura.

- Segundo? - Camz tinha um sorriso malandro no rosto. Suspendi a minha camiseta, deixando-a cair no chão ao lado da cama, ela fitou meus seios com seus olhos arregalados, como se estivesse vendo-os pela primeira fez, o que me fez sorrir, vendo que não era só eu que tinha perdido a sanidade.

- Aqui. - Apontei para o meu seio direito, usando minha voz rouca para provocá-la.

Ela deu um sorriso, colocou sua língua entre os dentes, o que me fazia pirar. Camz sabia como me tirar do sério. Ela pegou o doce com a colher e derramou em volta de todo o meu seio direito, juntei minhas duas mãos e tapei minha boca abafando o meu gemido que teimava em sair. Camz curvou-se, ficando de quatro sobre mim, jogou todo seu cabelo sobre seu ombro direito, abaixou seu rosto até o meu corpo, seus lábios roçando em meu seio, minha mão dentro de minha boca sendo mordia, meus olhos fixados em sua ação, sua língua quente tirando o "brigaderou", uma leve chupada em meu mamilo me fazendo morder mais forte ainda a minha mão, várias chupadas e lambidas limpavam toda a região. Parei de olhar evitando o que em pouco tempo eu não conseguiria mais evitar. Camz terminou dando uma mordidinha de leve em meu mamilo enrijecido.

- Próximo e último. - Ela voltou a sentar em sua posição inicial.

- Levanta. - Camz apenas me obedeceu, sentando ao meu lado. Minha mão percorreu pelo meu corpo, olhei para ela e seus olhos estavam fixos acompanhando minha lenta movimentação, parei até o meu short, tirei-o. Pousei minha mãe em minha coxa esquerda e a subi até minha virilha. - Aqui! - Camz mordeu o lábio prendendo um gemido.

Ela se levantou da cama, foi até a frente, pousou suas mãos nas laterais da minha calcinha e a tirou lentamente, deixando-a cair após passar pelos meus calcanhares, sentou entre minhas pernas, peguei o travesseiro e o abracei com força, ela pegou minha perna direita e colocou sobre o seu ombro esquerdo, pegou minha perna esquerda e colocou sobre o seu ombro direito, com seus dedos indicador e o do meio sujos de doce, ela passou sobre a minha virilha esquerda, a sujando completamente. Aquele formigamento conhecido tomando conta do meu sexo, fechei as pernas, cruzando meus pés atrás do pescoço de Camz.

- Se fizer isso, não vou poder continuar. - Ela me olhou séria.

Fui soltando minhas pernas lentamente, enquanto ela vinha com seus lábios em direção a minha virilha, seus lábios, aqueles lábios carnudos e grandes que arrastavam o doce pela minha pele, levantei minha cabeça para olhá-la, no mesmo momento que ela levantou seus olhos encontrando os meus, sem parar o seu ato, passando a língua por toda aquela região, joguei minha cabeça para trás sem conseguir me conter, soltei o gemido que tanto estava preso em minha garganta.

Eu estava pouco me fodendo para a regra do jogo, eu não aguentava mais aquela pressão, eu precisava tê-la de qualquer jeito, eu precisava sentir seus toques, eu não queria fazer amor, eu queria algo diferente.

- Camz, pelo amor de Deus! - Supliquei, assim que ela abaixou minhas pernas, levando-as até a cama.

- Game Over, Lauren Jauregui! - Ela me olhava brava.

- Não, Karla! - Rapidamente a virei na cama, colocando-a por baixo de mim, segurei suas mãos por cima de sua cabeça. - O meu jogo vai começar, só que ele é um pouco diferente, tem doce e é muito melado, mela o corpo todo, mas ele não tem regras, só acaba quando a gente não puder mais!

Passamos toda aquela noite, toda a madrugada nos deliciando com aquele doce que me lembrava um tipo diferente de chocolate, que eu nunca esqueceria o gosto, aquele doce que nos melou a noite toda. E quando o doce acabou? A gente continuou, gemidos atrás de gemidos, um pausa de alguns segundos para começar tudo de novo.

Amor? Muito amor, mas do lado de todo aquele amor existia algo diferente, uma saudade, uma vontade do diferente, do perigo de saber que existiam quartos do nosso lado e em nossa frente. O desconhecido que deixou de ser desconhecido por queremos repeti-lo várias vezes naquela noite.

O que fizemos? Transamos, fodemos, ou batemos uma bolinha - E que bolinha! - como alguns brasileiros gostavam de falar. Foi tudo muito urgente, gemidos altos, gemidos de tesão, prazer e de dor. Eu tinha certeza que acordaria toda dolorida...
 

FUCKIN... Foi exatamente o que eu senti quando acordei, quer dizer, acordei justamente por sentir uma ardência em minhas costas, fui até o banheiro e olhei sobre o ombro, encontrando o reflexo da minha pele completamente vermelha, por conta dos arranhões. Dei um sorriso bobo, fiz minha higiene matinal, vesti uma camisa de manga, uma calcinha e um short e fui a procura da minha menina que não estava na cama. A encontrei na cozinha, preparando um super café da manhã, sorri para ela e selei nossos lábios.

- Bom dia, minha garota. - Tentei um português, eu tinha escutado o google tradutor antes de entrar na cozinha uma vinte vezes.

- Buen dia, mi amor. - Camz soltou o seu perfeito espanhol que me tirava do sério.

Sentei em um daqueles bancos que ficavam proximos ao balcão que cortava a cozinha no meio. Era aquela cozinha americana, o que me fazia lembrar de casa. Por mais que morassem em um apartamento, a cozinha era um dos locais mais espaçosos. Camz nos serviu, aquele sanduíche que nos amávamos, pão francês com maionese e peito de peru, tomávamos nescau enquanto conversávamos.
 

POV CAMILA

Eu estava toda dolorida e provavelmente toda arranhada, mas eu não me importava, aquela noite tinha se tornado uma noite inesquecível, Michelle - decidi chamá-la assim em momentos como aquele - era uma mulher e tanto.

Estávamos na cozinha, tomando nosso café da manhã e jogando conversa fora quando, quando um zumbi, talvez um fantasma, entrou na cozinha. Pri tinha os cabelos bagunçados, seus olhos inchados, parecia até que ela tinha passado a noite toda transando.

- Parece que alguém não conseguiu dormir. - Soltei uma gargalhada. Pri abriu a geladeira a procura de sua garrafa, usava a mesma roupa da noite passada. - Tá pior que um zumbi. - Ela se virou nós fitando.

- E como você quer que eu durma com vocês duas gemendo loucamente a madrugada toda? - Pri deu um gole na sua garrafa.

- Pugliese! - A repreendi.

- Olha, eu também escutei, em! E me bateu um puta vontade de entrar naquele quarto, só não entrei por respeito a vocês. - Rodrigo surgiu de cueca e camiseta, ambas pretas, com um sorriso malicioso no rosto.

- Tardelli! - O repreendi da mesma maneira, minhas bochechas começaram a arder, podia ter certeza que estavam vermelhas.

- Você achou o que, Camila? Que seu quarto tinha isolamento acústico? Me poupe!

Pri guardou sua garrafa, olhei para Lolo que estava completamente envergonhada, com suas bochechas vermelhas, eu queria ter um burraco para poder enfiar minha cabeça. Pri encostou suas costas na geladeira, Rodrigo pegou uma maça e deu uma mordida.

- Eu poderia descrever cada momento Camren com uma música do RBD. - Pri completou.

- É? E como? - A encarei.

- Por exemplo, na noite pós show em Buenos Aires.

Priscilla olhou para Rodrigo rindo, junto seus dedos da mão direita levou-os próximos a boca, fingindo ser um microfone e começou a cantar.


"Ven bésame sin miedo, con el corazón
Un beso que me lleve hasta el sol
Bésame sin miedo, sin explicación
Un beso que me llene de tu amor."

Rodrigo olhou rindo para Priscilla, fez o mesmo gesto com a sua mão e começou.

"Bésame sin miedo, como si fuera el último."

Olhei para Lolo que seguia envergonhada e tentei entrar no jogo.

"No me importa lo que piensen los demás
Tú eres toda mi verdad."

Lolo deu um sorriso bobo e continuou a música, segurando minha mão.

"No me importa quién estuvo antes de mí
Yo te quiero hacer feliz."

- Dá pra vocês duas calarem a boca que eu não acabei o meu show. - Olhei para Pri e dei careta, Lolo riu. - A  situação super constrangedora de hoje  também tem música. - Pri olhou para Rodrigo sorrindo, com um olhar de cúmplices.

- Nós estávamos nos amando. Não tem nada de constrangedor nisso. - Reclamei, mas ela me ignorou. Foi para o meio que ficava entre o balcão onde estávamos e a geladeira e começou a cantar e dançar.


" See I know what's up papi
I'm a loca in a sexy body
I know that you wanna party
The kinda party that we both know."


(Olha, eu sei o que está acontecendo, papi
Eu sou uma louca em um corpo sexy
Eu sei que você quer festejar
O tipo de festa que nós dois conhecemos)

Rodrigo a olhou ansioso, deu um sorriso cafajeste e sem perder o ritmo e a empolgação, se aproximou dela e começou...


"I can give you all my codes
Press the button and I play the role
Something far from all the shows
Esta chica es muy especial."


(Eu posso te dar todos os meus bens
Pressione o botão e eu desempenho o papel
Algo bem diferente de todos os shows
Esta garota é muito especial)

Os dois se aproximaram para continuar juntos dessa vezes.


"Oh oh!!! That's how you'd go
Oh oh!!! And a little bit more
Oh oh!!! If you only knew
You'd be going like oh oh oh..."


(Oh oh!!! É assim que você faz
Oh oh!!! E um pouco mais
Oh oh!!! Se você soubesse
Você vai gostar oh oh oh...)

Peguei alguns guardanapos, fiz bolinhas neles e comecei a tacar nos dois, o que não os impediu de continuarem com sua canção e sua dança, um rebolado surreal que me deixavam mais envergonhada ainda, olhei de rabo de olho e vi que Lolo estava da mesma forma, mas não estava brava, tinha um sorriso gostoso em seu rosto, um sorriso de vergonha, de achar engraçado, de de repente querer se juntar a eles.


"Wanna play? Come on, set the game on
I don't need no warm ups, I'm turned on
Wanna play? Take two shots and let's go!
I'm waiting, so waiting.
Wanna play? Come on, set the game on
Can't resist the heat, it's getting too strong
Wanna play? Take two shots and let's go!
I'm waiting, so waiting."


(Quer jogar? Vamos comece o jogo
Eu não preciso de preliminares pra me excitar
Quer jogar? Vamos comece o jogo
Estou esperando, ainda estou esperando.
Quer jogar? Vamos comece o jogo
Não é possível resistir ao calor, está ficando muito forte
Quer jogar? Vamos comece o jogo
Estou esperando, ainda estou esperando.)

Aqueles dois não prestavam, se minha melhor atividade era provocar Priscilla, os dois tinham descoberto isso e usado a minha arma contra mim, eu sabia que o que viria pela frente ia ser cada vez pior, ou melhor, dependendo do modo de se olhar.

Mas naquele momento eu vi que ali eu encontrei algo que só o Brasil poderia me dar, algo que me fazia lembrar Dinah, que de certa forma me lembrava Sofi, aquela alegria por pouca coisa, aquela alegria só por saber que podiam respirar, aquela alegria que só brasileiro tinha. Aquela alegria que me ajudaria a viver em um país tão distinto, um país tão longe de todos os meus familiares e amigos. 


Notas Finais


E aí? Como fomos?

Twitter: @betweentwolines
Grupo no whats: Procurar por Marcos... 04 896 293 856 - Ficou separado assim para não bloquear.
DOS HOGARES (Fanfic Camren de Suspense e Drama): https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-demi-lovato-dos-hogares-3960181
Twitter da Produtora que produzirá o nosso curta-metragem: @pontoacaoprod


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