1. Spirit Fanfics >
  2. Between Two Lines >
  3. Eu Não Consigo Dormir

História Between Two Lines - Eu Não Consigo Dormir


Escrita por: KatherineWaldor

Notas do Autor


HEEEEEEEEY, SURPRESA!
Fiquei tão feliz por ter conseguido atingir a média de comentários que temos nós capítulos antigos e quase o dobro dos comentários que estamos recebendo ultimamente que resolvi deixar de lado alguns a fazeres - Sim! Amanhã estarei ferrada! - para escrever para vocês.

Tem uma galera amando a briga, outra odiando, dizendo que não aguenta mais elas brigarem! Prometo que elas vão parar de brigar por um tempo, é que eu gosto desse vai e vem, mas irei me controlar. Tem gente odiando a Lauren, mas nesse capítulo vocês vão voltar a amá-la, ou não IHAIUAHAIA.

Chega de falar e vamos ao capítulo!
Ah! Esse capítulo tem música no final, é uma música que eu amo de verdade, da Tiê, vou deixar o link no final, para quem quiser escutar.

Qualquer erro corrijo depois.

Capítulo 64 - Eu Não Consigo Dormir


Fanfic / Fanfiction Between Two Lines - Eu Não Consigo Dormir

POV LAUREN

Mesmo com raiva achando que Camila poderia estar de rolo com a brasileira, eu não conseguia não me preocupar com ela e mesmo não sabendo o motivo do sumiço, eu me sentia culpada por Camila não está comigo naquele momento.

Vaguei pela casa em uma tentativa inútil de lembrar de algo, voltei para sala, caminhei até a cozinha e me deparei com Verônica sentada na beira da piscina, ela estava sozinha, provavelmente o pessoal estava dormindo. Caminhei até ela e sentei ao seu lado.

- Você sabe da Camila?

- Só que ela sumiu! - Verônica parecia distraída.

- Eu não me lembro de nada que aconteceu! - Olhei para o meu reflexo na água.

- Você bebeu muito, Laur. - Senti Verônica acariciar a minha coxa, olhei para ela e fiz uma careta, ela forçou um sorriso.

- Você sabe por que?

- Você... - Ela suspirou. - Você ficou com ciúmes de Camila com Ariana e Austin.

Ariana? Austin? Dois rápidos flashes vieram em minha cabeça. Um era Austin fazendo carinho no rosto de Camila e ela saindo. O outro de Camila rindo e Ariana limpando sua maquiagem, onde eu só a pego pelo braço e a tiro dali. Sai dos meus pensamentos quando escutei Verônica chamar por Keegan que chegava no jardim com a roupa toda suja de barro. Ele sentou ao meu lado.

- Achou ela? - O encarei.

- Não! - Ele me olhava nos olhos. Abaixei a cabeça e senti meus olhos arderem.

- A Camila gosta da Priscilla, não gosta? - Perguntei sem encará-lo.

- A Camila não gosta dela, Laur! É essa menina que fica de gracinha! - Verônica falou do meu lado.

- Ei, vocês duas estão viajando! A Priscilla passou a noite toda com o Rodrigo.

- Rodrigo? Mas eu vi elas rindo na escada. - Voltei a fitá-lo.

- Sim! Eles disseram que já ficavam a algum tempo. Sobre elas rindo deve ter sido na hora que fizemos uma aposta e Rodrigo e eu perdemos, então tivemos que fingir ser gays e dar em cima de alguns meninos. Idiota, sabe? Mas foi engraçado, a gente entrou no jogo e morremos de ri com a cara dos moleques.

- Mas elas pareciam tão próximas.

- Tão próximas como? Como você e Ally? Laur, elas são apenas boas amigas.

Ally. Lembrar daquela baixinha me dava uma segurança. Ela era como uma irmã mais velha para mim, como Priscilla poderia ser para Camila, como Dinah era para Camila, eu devia ter me enganado como sempre. Como sempre aquele ciúme doentio tomou conta de mim e me fez fazer Camila sofrer... Sumir!

- Camila te ama, Laur! Mesmo depois do jeito que você a tratou, ela te deu banho, cuidou de você, te colocou para dormir.

- Keegan tem razão, Laur! - Verônica fez carinho no meu rosto. - Você não pode deixar esse seu ciúme controlar você.

- O que eu fiz? - Oscilei meu olhar entre os dois, cada um ocupava um lado meu.

- Você bebeu muito... - Verônica começou. - Ficou com ciúmes e bebeu mais.

- Camila foi te procurar e vocês estava dançando em cima do balcão do bar, com vários homens falando coisas sujas sobre você. - Keegan suspirou.

- Camila chegou e pediu para você descer e você não quis. - Verônica olhou para Keegan.

- Priscilla jogou vodka nos meninos espantando todos. Você disse coisas idiotas como chamar Priscilla de namoradinha, provavelmente se referindo a Camila. Camila queria te levar para dentro e ai foi que você deu seu show.

- Como assim? - Meus olhos começaram a se encherem de lágrimas.

- Você mandou Camila ir atrás de Austin, não satisfeita falou para Camila dar uns pegas na sua amiga de infância e para piorar, perguntou insinuou que Priscilla e Camila tinham uma relação, perguntando se com ela, Camila era ativa ou passiva.

- Eu não acredito que fiz isso. - Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. - Eu... Eu já volto.

Eu precisava de ar, precisava entender o que eu tinha acabado de escutar, precisava me bater, me afogar, me afogar em lágrimas, mas nada do que eu fizesse iria curar a dor que eu estava sentindo. Como uma pessoa consegue ser tão babaca? Maldita bebida, por que eu havia me rendido a ela? Por que eu não podia simplesmente confiar em Camila e ser feliz com ela? Fazê-la feliz da forma que ela sempre me fez?

Entrei na sala, peguei o celular no meu bolso e disquei o número de Camila. Chamou... Chamou... Chamou... E caiu na caixa postal. Pedi para que se ela escutasse a mensagem, que me retornasse, que precisávamos conversar. Devo ter ligado unas dezessete vezes e todas elas chamaram e caíram na caixa postal. Eu já estava me irritando com a voz daquela mulher indicando o que eu já estava acostumada a escutar.
 

[...]

POV CAMILA

Eu tinha decidido que precisava de um tempo para mim, precisava digerir tudo o que tinha acontecido naquela noite. Depois de cuidar de Lauren, aproveitei que a galera estava distraída, peguei um táxi e voltei para a cidade, como eu tinha dezessete anos eu não conseguiria ficar em nenhum hotel, resolvi ficar rodando por ai, para casa era o último lugar que eu iria, pensei até ir para a cabana no lago, mas aquele ambiente só iria me fazer lembrar dela.

Meu celular tocou a manhã toda, oitenta e sete chamadas de Priscilla, quarenta e cinco de Rodrigo, cinquenta e oito de Keegan, algumas de Verônica e outras de Alexa. É de Alexa. Algumas mensagens no whatsapp. Uma única me chamou atenção.

"Priscilla Pugliese: Camila, cheguei em casa. Por favor, me dê notícias, me uma mensagem, ou então vem para cá. Por favor." 15:47

Pronto! Eu já sabia para onde iria. No caminho meu celular tocou várias vezes e todas eram ligações de Lauren, pensei em desligar o celular, mas ai ela saberia que eu estava vendo suas ligações e eu realmente não queria que ela soubesse de nada sobre mim.

Bati na porta, toquei a campainha, não demorou muito e a porta foi aberta. Priscilla me fitou assustada, me puxou para um abraço forte, me puxando para dentro de sua casa, logo depois me soltou e começou a me dar vários tapas.

- FILHA DA PUTA! ONDE VOCÊ ESTAVA? TEM NOÇÃO DE COMO ME DEIXOU PREOCUPADA? PORRA, GAROTA! - Ela gritava enquanto me batia.

- O QUE ESTÁ... - Rodrigo apareceu gritando. - acontecendo? - Finalizou a frase sorrindo.

- Essa louca não para de me bater. - Coloquei a mão na frente para me defender, mas ela parou, quer dizer, Rodrigo a segurou, a abraçando por trás.

- LOUCA? VOCÊ VAI VER A LOUCA! - Continuo gritando, tentando se soltar dele.

- CHEGA! - Rodrigo chamou a atenção para ele.

- Eu não sabia para onde ir! Eu não queria voltar para casa agora! Posso ficar aqui só até acabar o fim de semana?

- Claro que pode, Mila! - Rodrigo soltou Pri que começou a se ajeitar.

- Obrigada! Vocês iam sair?

- Só íamos buscar o Rafa. Mas eu posso ir sozinho.

- Que isso imagina! Eu posso esperar aqui sozinha! Só não quero ir para casa e dizer aos meus pais o que aconteceu.

- O Rodri vai buscar o Rafa e eu vou ficar com você, okay? - Priscilla tinha um rosto sereno dessa vez.

- Não precisa! - Tentei, mas...

- Precisa e vai ser assim! Tudo bem?

Priscilla olhou para Rodrigo que apenas assentiu, ele se aproximou dela, deu um selinho para logo sair da casa. Ainda era estranho ver os dois assim, nunca imaginei maldade ao vê-los juntos, mas eu começava a entender o carinho que ambos tinha pelo outro.

- Vem! Vamos para o quarto de hóspedes, deixei sua mochila lá com a esperança de você vir para cá! - Priscilla sorriu, me deu um abraço de lado e caminhamos até o quarto. - Sua mochila está ali no canto. Tome um banho que eu vou preparar algo para você comer.

- Espera... - Eu queria conversar, mas não sabia por onde começar. - Eu... Eu só queria dizer que estou muito feliz por ver você e o Rodrigo juntos. - Sorri. Pri sentou na cama e me puxou junto com ela.

- Ele faz muito bem para mim e para o Rafa, isso me deixa feliz. - Soltei um suspiro e abaixei minha cabeça. Senti sua mão acariciar a minha que estava em cima da cama. - Mila, a Lauren estava bêbada, tenho certeza que agora ela está arrependida de tudo que fez.

- Mas é sempre assim! Ela sempre bebe e desconta tudo em cima de mim. - Levantei a cabeça para fitá-la, meus olhos já derramavam lágrimas.

- Não foi você mesma que disse que ela estava se recuperando bem, que estava bastante tempo sem beber? - Apenas assenti. - Então, Mila! Alguma coisa de ruim deve ter acontecido e ela acabou tendo uma recaída!

- Alguma coisa de ruim? É esse ciúme babaca que a Lauren sempre tem. - Passei as costas da mão nos olhos tentando secá-los.

- Vocês precisam conversar. Vocês se amam.

AMAR! Merda de palavra que naquele momento mais me doía do que me fazia feliz. Amar... Aquela palavra que me fez acreditar em borboletas no estômago, palavra que me fez sorrir sem motivo, mas que naquele momento me fazia chorar por um único motivo, desconfiança.

- Eu estou cansada! - A frase saiu por um fio.

Priscilla não me disse nada, apenas me puxou para uma abraço, um abraço de proteção, um abraço carinhoso, sua mão esquerda segurava a minha nuca enquanto a direita subia e descia pelas minhas costas em forma de carícia, encaixei meu queixo em seu ombro e me permiti chorar, um choro silencioso, tímido. Ela beijou minha testa, saiu do abraço, fez um carinho em meu rosto e se retirou. Caminhei até a minha mochila, separei uma roupa e me sentei na cama, uma lembrança veio em minha cabeça.

Maldita lembrança, lembrança da qual eu faria de tudo para apagar de minha mente, uma palavra tão suja saía de sua boca, uma palavra que me partia o coração, uma palavra que me destruía por dentro. VADIA!

Eu precisava de água, eu precisava recompor meu corpo, provavelmente ele estava desidratado. Abri o frigobar e peguei um copinho de água, mas algo atrás do copo me chamou mais atenção, era uma garrafa de vodka, peguei a garrafa de cor transparente, coloquei o copo de água de volta ao seu lugar, fechei o frigobar e me sentei na cama.

Novamente uma lembrança veio em minha cabeça, novamente uma lembrança que eu queria esquecer. Eu pedia para Lauren descer do balcão e ela não se importava, continuava dançando para aquele bando de jovens bêbados que diziam coisas sujas para ela.

Sai de meus pensamentos voltando a fitar a garrafa, abri a mesma, levei até meu nariz e senti o seu cheiro, era um cheiro estranho, mas um cheiro bom, um cheiro que fez meu corpo se arrepiar. Levei a garrafa até os lábios e sutilmente os molhei, passei a língua sobre os lábios sentindo o gosto do álcool, fiz uma careta assim que o meu paladar o sentiu. Olhei para a garrafa que me chamava e a levei novamente em minha boca, tomei um gole e refiz minha careta... Fiz essas mesmas ações umas cinco vezes, depois da quinta vez eu já não fazia careta e tão pouco olhava para a garrafa, apenas dava longas goladas, até que a garrafa só tinha três dedos do líquido transparente. 

Soltei a garrafa na cama, apoiei minhas mãos na mesma e com dificuldade me levantei, dei um passo, mas senti meu corpo cambalear e cai sentada na cama. Minha cabeça começou a girar, meus olhos arderam, me fazendo fechá-los, neguei com a cabeça e voltei a abri-los. Com dificuldade consegui ficar de pé. Fui apoiando minhas mãos nas paredes e nos moveis para conseguir sair do quarto, ganhei o corredor, para logo depois a sala e por fim a cozinha. Parei encostada na porta olhando para Priscilla que estava de costas e bem distraída.

Eu já não tinha mais controle do meu corpo, minha cabeça girar, minha visão estava embaçada e um sorriso idiota tomava conta do meu rosto. Caminhei lentamente, até porque correr não era uma opção naquele estado, me aproximei da morena, envolvi sua cintura com meus braços, em um abraço por trás, levei meu rosto até a curva de seu pescoço livre - por conta de seus cabelos estarem em um coque - e lhe depositei um beijo.

- O que você está fazendo? - A morena me perguntou enquanto se arrepiava.

- Me distraindo. - Foi o que me limitei a dizer para logo lhe dar uma mordida. Priscilla se virou de frente para mim, apoiei minhas mãos no balcão atrás dela para que ela não pudesse fugir.

- Você está bêbada, Camila.

Ela riu e apoiou suas mãos em meus ombros, tentando afasta o meu corpo, mas eu não lhe permiti. Fui com o rosto em sua direção em uma tentativa de lhe beijar, mas ela virou o rosto, fazendo meus lábios encostarem em seu rosto.

- Camila! - Priscilla me olhou séria.

- Me desculpa! Me desculpa. - Me afastei negando com a cabeça.

- Não dá para tirar da cabeça o que não se pode tirar do coração. - Ela disse de forma firme.

Eu não consegui dizer mais nada, apenas deixei que meu corpo encostasse na parede e lentamente caísse no chão, me tomando pelas lágrimas.
 

POV LAUREN

Eu já estava ficando impaciente, não podia ficar mais um minuto naquele sítio. O celular de Camila já não tocava, estava desligado, tentei ligar para Priscilla, mas o dela dava caixa postal e o do Rodrigo fora de área, pensei em ligar para Sinu, mas fiquei com medo de assustá-la. Olhei para Keegan e Verônica que conversavam no no sofá e me aproximei.

- Me empresta sua moto? Quero voltar hoje para LA.

- Laur, já está de noite, não é melhor voltar amanhã? - Keegan sugeriu.

- Por favor! - Me limitei a dizer mais.

- Tudo bem! Mas assim que chegar me avisa, okay?

Assenti com a cabeça, ele retirou a chave de seu bolso e me entregou, peguei a chave, coloquei minha mochila nas costas e caminhei até a garagem, me sentei na moto e a liguei.

Minha garganta tinha um nó, um nó que cada vez mais se embolava, meus lábios tremiam, meu corpo suava, o vento gelado me fazendo ver como minha vida estava fria, as pontas dos meus cabelos voavam, abaixei o vidro de proteção do capacete para impedir que o vento gelasse a única coisa que eu ainda sentia quente, meu olhar.

Eu devia estar dirigindo há algumas horas, talvez umas três horas, o sítio ficava um pouco longe da cidade, estava em uma estrada de terra, senti a moto derrapar, mas consegui controlá-la, aumentei um pouco a velocidade para sair logo daquele local estranho, vazio, com apenas matos em volta. Senti algo pingar no capacete. Porra, estava começando a chover. Foda-se, eu merecia um banho de chuva.

Lembrei de quando Camila me beijou pela primeira vez, eu assumindo minha doença e pedindo ajuda, lembrei que eu havia parado de procurar Keana, que não ia mais ao psicologo, me senti fraca por lembrar que havia me entregado ao álcool por um ciúme que eu criei.

"PORRA, Lauren! Olha o que você fez, olha a merda que você fez."

Senti a chuva aumentar, me fazendo acelerar ainda mais, meu queixo tremia mais e mais, fazendo meus dentes começarem a se baterem, um frio absurdo tomava conta de mim, mesmo eu estando de calça e camisa de manga longa. Senti a moto derrapar novamente, mas dessa vez não consegui me segurar nela, a moto tombou e meu corpo simplesmente foi jogado para o lado oposto, me senti girar pela estrada de barro. Assim que meu corpo parou, senti dores absurdas. Meu rosto, meus braços e a lateral direita do meu corpo ardiam e uma dor insuportável vinha do meu pé direito, tentei mexê-lo, mas doía mais ainda.

- SOCORRO! - Tetei gritar de for inútil.

Olhei em volta, mas estava tudo escuro. Voltei a deitar o meu corpo na estrada, na verdade eu estava em um acostamento, bem no canto da estrada e a moto do outro lado. Olhei para o céu e vi as gotas da chuva caírem sobre o capacete, levei minhas duas mãos até ele e com dificuldade consegui tirá-lo. Voltei a deitar, deixando que a chuva molhasse o meu rosto.

Eu devia estar ali parada a quase uma hora, o local já era deserto, de madrugada piorava tudo, e pior que eu já estava chegando na cidade. Senti algo vibrar em meu bolso, levei minha mão até ele e tirei o objeto. Era o meu celular. Keegan me ligava.
 

POV CAMILA

Depois de chorar durantes quase uma hora com Priscilla, tomei um banho gelado e de certa forma já não sentia muito o efeito do álcool, acho que Priscilla me deu tanta água que absorveu tudo. Okay! Não foi por isso, mas foi a melhor resposta que eu achei. Depois de alguns minutos Priscilla aparecer no quarto junto a Rafael e meu sanduíche, sorri olhando para os dois. O baixinho parecia morrer de sono, já estava de madrugada.

- Dá o sanduíche para a tia Mila e vamos! Ela precisa descansar. - Priscilla falou calmamente.

- Boa noiti, tia Mila. - Rafa se apoiou na cama onde eu estava deitada e me deu um beijo babado na bochecha.

- Boa noite, baixinho. - Dei um beijo em sua cabeça.

Priscilla me deu uma piscada, segurou a mão do baixinho e saiu do quarto. Comi todo o sanduíche e tomei o delicioso suco, deitei na cama e não demorou muito para eu pegar no sono.
 

POV PRISCILLA

Essa chegada em Los Angeles estava sendo uma loucura, mas graças a Deus, Camila havia aparecido, de uma forma bem estranha, mas não importava, ela pelo menos estava, digamos que bem.

Depois de sair do quarto de Camila, caminhei com Rafa até o seu quarto para lhe por para dormir, mas meu celular começou a tocar, eu pensei em ignorá-lo, mas estava impossível, ele não parava. Quem me ligaria de madrugada? Caminhei até o criado-mudo para pegar o celular, olhei o visor  e estava escrito Keegan, estranhei, mas resolvi atender.

- Alô?

- Oi, Pri! Desculpa te ligar essa hora, mas a Lauren sofreu um acidente e eu não estou conseguindo um táxi para ir buscá-la, aqui estava chovendo muito e você também está mais perto do que eu.

- Tudo bem, estou indo até ela, agora! Me passa o endereço por mensagem. - Comecei a catar a chave do carro e minha carteira, colocando dentro da bolsa. - Mas ela está bem?

- Acho que sim, não sei! Vai para lá corredo, por favor! Assim que chegar me avisa!

- Tudo bem. Beijos! - Desliguei o celular. - RODRIGO? - Gritei.

- O que foi, amor? - Ele apareceu correndo, ofegante.

- Lauren sofreu um acidente! - Comecei enquanto pegava Rafa no colo.

- Como assim? Onde ela estar? - Rodrigo pegou Rafa do meu colo.

- Eu não sei bem, Keegan vai me mandar o endereço por whatsapp! Vamos até onde ela estar.
 

[...]

POV LAUREN

Eu devia estar a umas duas horas deitada naquele chão e nada de alguém aparecer, nem carro, nem moto, nem pessoas andando, nem um pobre cachorro de rua. Minhas dores já não chamavam atenção, eu estava praticamente paralisada naquele chão, meus cabelos deviam estar imundos por conta da mistura da chuva com o barro, chuva que já havia parado.

Pensei em sentar um pouco, mas quando tentei me senti fraca, a dor no meu pé voltou, soltei um gemido baixinho, tentei novamente e finalmente consegui sentar. Um clarão veio em direção ao meu rosto. Não era possível! Eu estava morrendo? Então eu não estava simplesmente sentada no chão de barro, eu estava esperando essa luz, mas eu não queria ir até ela, não naquela hora, eu era nova, eu tinha tanta coisa para viver.

"- LAUREN?" - Porra! Uma voz me chamava.

- Não, não, não! Eu não quero ir.

"- Lauren? O que você está dizendo?"

- Eu não quero morrer, por favor! - Supliquei para a voz que eu não sabia de quem era.

"- LAUREN, PORRA! OLHA PARA MIM!" - A voz que agora era conhecida estava ao meu lado.  "- Você não vai morrer, só sofreu um acidente. Quer dizer, morrer não, mas uma surra você devia levar, pelo menos."

Senti minha cabeça sendo puxado por duas mãos sensíveis, que me fizeram parar de fitar a luz e olhar para o seu rosto, se fosse a algumas horas atrás eu estaria odiando vê-la, mas naquele momento eu precisava agradecer a Deus por sua presença, olhei de novo para onde eu olhava antes e vi que a luz que tanto me deu medo, era apenas a luz de um farol do carro. Suspirei aliviada.

- Segura o Rafa que eu levo ela. - Rodrigo sugeriu.

- A moto. E a minha mochila, não sei onde estar. - Foi o que eu consegui dizer.

- Coloca o Rafa na cadeirinha e vai com ela no carro e eu levo a moto. E a mochila não a vejo, você tinha algo de valor nela? - Rodrigo novamente se pronunciou.

- Só roupas, meus documentos estão na mala da moto.

Priscilla levantou e pegou o pequenino que dormia em seu colo. Rodrigo se abaixou com um pouco de dificuldade me pegou no colo, como recém casados e rapidamente caminhou comigo em direção ao carro, Priscilla abriu a porta do carona - dessa vez não estava mais com Rafa, provavelmente já tinha colocado-o na cadeirinha - e ainda com dificuldade ele me colocou sentada. Eu fiquei me perguntando se a moto estava boa para ele ir com ela, mas se não falaram nada ela ainda estava funcionando, o que era estranho, mas okay.
 

Não demorou muito para estarmos em um hospital sendo atenditos por um jovem doutor. Ele foi bem atencioso, verificou todos os arranhões em meu corpo até chegar no meu pé direito e puta merda, quando ele começou a mexer uma dor fodida tomou conta do lugar. Rapidamente pediu por um raio-x, que foi tirado no próprio local.

- A Senhorita Jauregui está ótima. Só teve uma luxação no pé direito, não é nada grave, vamos por uma bota em você e vou pedir para a enfermeira te dar um banho e fazer os curativos nos arranhões.

- Doutor! - Priscilla o chamou. - Pula a parte do banho.

- Por que? Eu preciso de um banho. - Perguntei indignada.

- Você vai tomar banho em casa, Jauregui. Em casa. - Priscilla voltou a falar com o médico. - Posso falar com o Senhor?

Ela assentiu e os dois foram para fora do consultório, o que achei um absurdo, porque com certeza eles iriam falar sobre mim, então que falassem em minha frente. Eu pensei em protestar, mas logo uma enfermeira chegou e começou a limpar as feridas para fazer os curativos, finalizando com a bota em minha perna direita.
 

Estávamos entrando na casa. Rodrigo com Rafa no colo e Priscilla me ajudando. Eu já me sentia bem, não completamente bem, pois realmente precisava de um banho, me sentia uma porquinha.

- Droga! - Priscilla exclamou.

- O que foi? - Rodrigo perguntou.

- Esquecemos de comprar os remédios. Vamos fazer assim, vou deixar Lauren no quarto e vamos juntos.

PORRA! Eu queria um banho. Precisava de um banho. E eu tomaria nem que fosse sozinha. Priscilla continuou me ajudando a caminhar até o quarto de hóspede, onde nem se quer entrou, apenas se despediu de mim de longe. Achei meio estranho, mas a gente nunca foi amiguinha mesmo.

Abri a porta, comecei a caminhar com um pouco de dificuldade por conta da dor e quando estava quase próxima a cama a porta do banheiro abriu me fazendo deparar com a pessoa que eu menos imaginei encontrar.

- Ca-camila? E-eu n-não sabia que vo-você estava aqui! - Gaguejei quase em todas as palavras.
 

POV CAMILA

Senti uma pontada horrível em meu peito, resolvi levantar e larvar o rosto, mas quando sai do banheiro me deparei com a figura que eu menos imaginei encontrar. Lauren estava de uma forma... Eu simplesmente não tinha palavras para descrever como ela estava. Seu pé direito coberto por uma bota daquelas de hospital, sua calça completamente suja de lama e rasgada, sua camisa da mesma forma, seu cabelo completamente sujo e molhado e seu rosto, o rosto que mesmo assim era perfeito, tinha um enorme arranhão na bochecha esquerda.

- Ca-camila? E-eu n-não sabia que vo-você estava aqui! - Ela gaguejou fazendo meu coração errar o batimento.

- O que aconteceu com você? - Perguntei firme, ainda estava magoada.

- Eu cai da moto!

Ficamos em um silêncio absurdo, apenas a olhava com o coração na mão. As duas paradas no mesmo local de quando nossos olhares se encontraram. Lauren resolveu quebrar o silêncio.

- Eu realmente não sabia que você estava aqui! Priscilla ficou de comprar uns remédios e disse para eu vir para cá. Eu posso esperá-la na sala. - Lauren girava com dificuldade em direção a porta.

- Lauren, você precisa de um banho. Venha! Eu te ajudo. - Caminhei até sua direção tocando em seu braço com cuidado.

Ela não disse nada. Apenas assentiu com a cabeça e aceitou minha ajuda. Segurei seu braço com cuidado, com a outra mão envolvi sua cintura e lentamente fomos caminhando em direção a porta do banheiro. Ela passou primeiro pela porta e parou virada para mim.

- Eu posso tomar banho sozinha. - Lauren tinha um olhar triste.

- Imagina. Eu posso te ajudar. - Dei um passo para frente, mas ela me impediu de continuar.

- Eu posso fazer isso sozinha, pequena!

Merda! Ela me chamou de pequena, aquilo me fazia ficar sensível e querê-la de volta, mas a mágoa ainda era grande dentro de mim, eu precisava ser firme.

Eu não disse nada, apenas passei por ela e a segurei pela mão levando-a até o vaso, colocando-a sentada. Tirei sua bota com cuidado. Ajudei-a a ficar em pé. Abri o fecho de sua calça jeans, desci cuidadosamente, passando pelo seu pé esquerdo e com mais cuidado ainda no pé direito, a escutei soltar um gemido, a olhei preocupada e ela fazia uma careta, me levantei, tirei sua camisa, seu sutiã e logo depois voltei a agachar e tirei sua calcinha. Soltei um suspirou para mim mesma.

Voltei a segura sua mão e com cuidado entrei com ela no box. Liguei o chuveiro e deixei que a água tirasse o grosso do barro que estava em seu corpo. Peguei a espoja e comecei esfregando pelos seus pés, pernas, bumbum. Pude perceber vários arranhões e algumas vezes Lauren soltava uns gemidos. Passei por sua cintura que estava bem machucada, dei uma atenção maior ali. Subi por sua barriga e costas, cheguei em seus seios, passei levemente minhas mãos pela região e pude escutá-la soltar um suspiro, tentei não olhá-la. Subia até o seu pescoço para logo chegar em seu rosto. Sua boca estava pálida, sua bochecha com um aranhão que fazia meu coração tremer, seus olhos eram verdes, mas não tinham aquela intensidade que eu conhecia, passei a mão com cuidado no aranhão da bochecha, Lauren fez uma careta de dor e eu suspirei. Peguei o shampoo e passei em seus cabelos, logo depois o condicionador.

- Obrigada! - Ela agradeceu assim que eu desliguei o chuveiro.

Novamente não disse nada, apenas assenti. Peguei a toalha e a enxuguei com o maior cuidado possível, para logo depois ajudá-la a se vestir e colocar sua bota. Segurei sua mão e a ajudei caminhar até o quarto. A sentei na cama e peguei a toalha para me enxugar.

- Camila, eu queria te pedir desculpa! - Sua voz soava fraca.

- Lauren, não começa! Eu fiz isso porque faria por qualquer outro! - Comecei a falar de forma desconexa. Coloquei a toalha de volta no banheiro e voltei para o quarto.

- Eu sei que sim, Camz! Mas eu preciso falar. Só me escuta, por favor!

- Lauren... - Eu ia começar, mas ela me interrompeu.

- Por favor! - Apenas assenti. - Eu fui uma estúpida, eu não soube dar valor a você, não soube cuidar de você, eu não soube confiar, o problema é que eu só vi isso quando você sumiu, quando senti que eu ia te perder. Por isso acho que o melhor para você é ficar longe de mim.

FICAR LONGE DELA? Eu estava magoada, muito, sabia que não iria perdoá-la da noite para o dia, mas perdê-la de vez não estava nos meus planos, não era o que eu queria, escutar isso dela me magoou ainda mais.

- Você é tão fraca, Lauren! - Sorri de nervoso.

- Talvez eu seja, ou melhor. Eu realmente sou. Sou impulsiva, ciumenta. Mas dessa vez não vou fazer errado, não quero mais te fazer sofrer e se ao meu lado você sempre sofre, então provavelmente longe de mim... - Ela deu uma pausa. - Você será feliz. - Seus olhos se encheram de lágrimas, sua voz vacilava.

Eu pensei em discutir, em bater nela, mas eu não tinha forças para isso, a mágoa era cada vez maior, a única coisa que eu queria era sumir dali. Vai ver que ela estava certa. Camren nunca devia ter existido!

- Você está certa! - Soltei por um fio. - Eu vou indo. - A olhei para ter certeza do que eu estava fazendo.

- Não precisa, eu vou. Só preciso chamar um táxi. - Lauren tentou se levantar.

- Você não está em condições para isso! Eu vou dormir na sala e assim que amanhecer volto para casa.

Lauren não disse nada, apenas assentiu com a cabeça. Virei de costas para ela, fechei os olhos com força e uma única lágrima escorreu pelo meu rosto, caminhei até a porta, sai do quarto, encostei a porta, virei de costas, encostei na porta, fechei os olhos e escutei sua voz rouca cantarolar, era tão baixo e suave que as vezes era difícil de escutar, mas estava tão conectada aquela voz que ela simplesmente parecia estar sendo sussurrada em meu ouvido.

- Palavras não bastam, não dá pra entender. E esse medo que cresce e não para. É uma história que se complicou. E eu sei bem o por quê.

A parte do "por quê" soou tão falha que eu poderia jurar que ela estava choramingando.

- Qual é o peso da culpa que eu carrego nos braços? Me entorta as costas e dá um cansaço. A maldade do tempo fez eu me afastar de você.

Meu corpo foi descendo lentamente até eu me sentir sentada, meus joelhos em frente aos meus seios, os envolvi com os meus braços em uma forma de abraço. Encostei a cabeça na porta e deixei com que as lágrimas caíssem.

- E quando chega a noite e eu não consigo dormir. Meu coração acelera e eu sozinha aqui. Eu mudo o lado da cama, eu ligo a televisão. Olhos nos olhos no espelho e o telefone na mão.
 

POV LAUREN

Toda conversa com Camila só me fez ver o quanto eu a amava, o quanto me sentia destruída por achar que o melhor para ela era ficar longe de mim. Uma música tomou conta da minha cabeça, uma música que dizia exatamente o que eu estava passando. Comecei a cantarolá-la para mim.

- Pro tanto que eu te queria, o perto nunca bastava. E essa proximidade não dava. Me perdi no que era real e no que eu inventei. Reescrevi as memórias, deixei o cabelo crescer. E te dedico uma linda história confessa. Nem a maldade do tempo consegue me afastar de você.

Caminhei até a porta ainda cantarolando, encostei as costas na porta, fechei os olhos, suspirei e era como se Camila estivesse ali comigo, seu cheiro se fazia tão presente.

- Te contei tantos segredos que já não eram só meus. Rimas de um velho diário que nunca me pertenceu. Entre palavras não ditas, tantas palavras de amor. Essa paixão é antiga e o tempo nunca passou.

Deixei que meu corpo caísse lentamente no chão. Abracei meus joelhos, meus olhos se encheram de lágrimas, separei os lábios a procura de ar que tanto me faltava. Encostei a cabeça na porta e voltei a cantar.

- E quando chega a noite, e eu não consigo dormir. Meu coração acelera e eu sozinha aqui...

Uma voz se fez presente. Provavelmente da minha imaginação. Era como se ela estivesse atrás de mim, sussurrando em meu ouvido.

- Eu mudo o lado da cama, eu ligo a televisão. Olhos nos olhos no espelho e o telefone na minha mão.

POV CAMILA

A voz de Lauren parecia mais presente, mais perto, o sussurro em meu ouvido era um pouco mais nítido, não era mais alto, apenas mais nítido.

- Te contei tantos segredos que já não eram só meus. Rimas de um velho diário que nunca me pertenceu. Entre palavras não ditas, tantas palavras de amor. Essa paixão é antiga e o tempo nunca passou.

Dei uma fungada, tentando conter as lágrimas, o que estava sendo impossível. Voltei a encostar cabeça na porta e junto a ela comecei a cantar, um pouco mais baixo que ela, de uma forma para que apenas eu escutasse.

- E quando chega a noite, e eu não consigo dormir. Meu coração acelera e eu sozinha aqui. Eu mudo o lado da cama, eu ligo a televisão. Olhos nos olhos no espelho e o telefone na minha mão.
 


Notas Finais


E AI? COMO ESTAMOS? :(
Me doeu escrever o capítulo, mas de certa forma eu gostei, acho bonito o jeito que elas se trataram acim de tudo existia um respeito grande.

PLEASE BITCHES! Deixem os seus comentários, não vamos deixar cair mais! Conto com vocês de verdade para saber o que estão achando. Os comentários de vocês me dão gás para continuar. Ah teve até duas características da Lauren que a franhmello usou para Lauren... "Impulsiva e ciumenta" que acabei colocando nesse capítulo, por isso digo que o comentário de vocês é de suma importância.

A NOITE - TIÊ: https://www.youtube.com/watch?v=1Ngn3fZIK2E


Beijos e até a próxima.

Twitter: @betweentwolines
Grupo no whats: Procurar por Marcos... 04 896 293 856 - Ficou separado assim para não bloquear.
DOS HOGARES (Fanfic Camren de Suspense e Drama): https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-demi-lovato-dos-hogares-3960181
Twitter da Produtora que produzirá o nosso curta-metragem: @pontoacaoprod


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...