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História Between Two Lines - Fogo


Escrita por: KatherineWaldor

Notas do Autor


VOCÊS SÃO FOOOOOOOOOOOCAS!

Fiquei muito feliz em saber que a Produção já viu a gente. MAS NÃO PODEMOS PARAR.
Quero agradecer a todos vocês ( Smiler5H_ , JC99_camren , Camren_sofrlda , tatirosa129 , benzomitchz , LauHaensch , AllyAbencoa , EvelynHabi , BrendaThais , FIFTHPISA ) que pediram para a @pontoacaoprod produzir BTL. Estou muito feliz, muito feliz mesmo.

Vamos ao capítulo, qualquer erro corrijo depois.

Capítulo 69 - Fogo


Fanfic / Fanfiction Between Two Lines - Fogo

 

POV CAMILA

Era intervalo no Colégio de Campos LA. Estávamos Lauren e eu sentadas em nossa mesa de costume, o pessoal havia ido comprar seus lanches, aproveitamos para conversar um pouco, parecia que tínhamos nos conhecidos a pouco tempo, pois o silêncio reinava em vários intervalos de nossas conversas. 

- Mas você está melhor? - Tentei puxar assunto novamente.

- Já passou, Camz! - Lauren me fitou e voltou a olhar para os seus dedos indicador e polegar da mão direita que girava um anel que estava em seu indicador esquerdo.

Eu sabia que ela não estava bem, que ela ainda estava mexida com o que Gregg havia falado para ela, sabe se lá o que ele realmente falou. Eu queria muito poder esquecer tudo e voltar a ser como antes, mas ai estava o problema, voltar a ser como antes, as palavras de Lauren ainda doíam dentro de mim, mas uma coisa me deixava aliviada, ela estava tentando e estava conseguindo.

- Eu não te contei uma coisa. - Lauren parecia tensa.

- O que foi? - A encarei em uma expressão neutra.

- Eu recebi uma mensagem de Gregg. "A" sei la. 

- O que dizia? - Aquela enrolação estava me deixando nervosa.

- Algo como... - Ela levantou o rosto para me fitar. - A gata sai e a rata faz a festa, sabe o que a ratinha está fazendo agora? Algo assim.

- Ele sabia que ia me encontrar na Warner, alguém disse a ele que voltei a trabalhar lá, não é possível. - Parei pensativa, sem olhar para Lauren. - É, isso!

- Isso o que? - Lauren me olhava com uma expressão triste. A encarei.

- Foi por isso que ele me abraçou daquele jeito estranho. Eu não perdi, nem esqueci meu celular, Gregg o retirou do meu bolso. Eu estava tão tensa com ele me agarrando que... - Lauren imediatamente me interrompeu.

- Ele te agarrou? - Sua expressão mudou completamente para uma raivosa.

- É... Mais ou menos. - Eu ia continuar mais ela não deixou.

- Camila, ele é perigoso. Por favor, nunca mais fique perto dele sozinha. Chame por socorro, grite, sei la. Mas não fique sozinha com ele. - A morena estava alterada.

- Ei... - Segurei seu rosto para que ela parasse de oscilar o olhar e me fitasse. - Está tudo bem, okay? Ele não fez nada e nem vai fazer.

- Tem certeza? Ele tocou em você? Ele... - A interrompi novamente.

- Lolo, ele não fez nada. Não se preocupe. - Lauren se acalmou e voltou a abaixar o olhar. Soltei seu rosto. - Agora ele não devia ficar te mandando mensagem.

- Eu não estou nem aí para as mensagens dele. Só não quero que ele se aproxime de você, Camz! Dessa vez ele não vai me por contra você. Não mais! - Ela me olhou para dizer essa última frase. Deixei escapar um sorriso.

A pele pálida de Lolo me pedia por carinho, ela tinha um ímã que me atraía sempre que eu estava por perto. A vontade de tocá-la para poder conectar o nosso corpo, a vontade de ficar ali, apenas a olhando, sem me preocupar com ninguém, com o que poderia acontecer. Acabei não resistindo.

Me aproximei um pouco dela, levei minha mão direita em direção ao seu rosto e comecei uma carícia leve, observando minha movimentação lenta e intensa. Lauren por sua vez apenas fechou os olhos, provavelmente para sentir com mais intensidade o meu toque. Meus olhos vacilarem e desceram para sua boca. Encarei seus lábios rosados, carnudos e convidativos. Meu rosto foi se aproximando do seu sem que eu pudesse controlar.

"- Ei." - A voz de Verônica se fez presente, fazendo com que nós nos afastássemos rapidamente, parecendo duas adolescentes que faziam merda.

- É. Oi. - Lauren cumprimentou Verônica e Keegan. Eu me limitei a sorrir.
 

[...]

A porta se abriu.

- Bebê! A que devo a honra? - Gregory me olhava com a cara mais cínica do mundo.

- Eu quero falar com você. 

Não esperei nem ele responder. Entre em sua casa, o cheiro de pizza se encontrava em cada lugarzinho daquele kitnet, eram apenas dois cômodos, uma sala que dividia com a cozinha e o quarto e mais uma porta, que provavelmente deveria ser o banheiro. Caminhei até o centro da sala, girei sobre os calcanhares encontrando a figura mais detestável em minha vida.

Como pode você achar que ama uma pessoa, que a conhece perfeitamente durante anos e em menos de uma semana você descobrir que tudo foi falso, que aquela pessoa é doente, maluca, sem noção, impiedosa?

Nojo. Era exatamente essa palavra que descrevia o que eu sentia por Gregory, não existia mágoa, mas sim nojo. Nojo do que ele foi, nojo de quem ele é, nojo de quem ele pode ser.

- Eu não quero ver você perto da Lauren, não quero que mande mensagem para ela. Já sabemos que você é "A", então se tem algum problema venha falar comigo, escutou? Nunca mais se aproxime de Lauren. - Gregg soltou uma gargalhada irritante. - Está rindo do que?

- Eu não sou "A", Camila. - Dessa vez ele estava sério. - Eu estava apenas o ajudando. E esse jogo só está começando.

- Deixa de ser ridículo. O recado está dado. Se você um dia realmente sentiu algo por mim e quer me ver feliz. Deixe, Lauren em paz. - Disse já me encaminhando até a saída.

- Você não tem que pedir isso para mim, mas sim para ela.

Encarei Gregory pela última vez com um ponto de interrogação em minha cabeça, mas resolvi sair logo daquele lugar antes que eu começasse a odiar pizza.

O que ele queria dizer com pedir a ela? Quem era ela? Lauren? Por que eu pediria para Lauren deixar a si própria em paz? Será que ele queria vir com aquele papinho de que Lauren era como ele, então era melhor ela se afastar? Se fosse isso, Gregory estava muito enganado, Lauren era a pessoa mais amável que eu pude conhecer, ela tem seus defeitos como todo ser humano, mas seu coração é bom e sua alma é pura, o que é de suma importância em um ser humano.
 

[...]

POV LAUREN

"Já te falei que a ratinha está fazendo a festa, se eu fosse você não acreditava fácil no que ela diz. Xoxo -A"

Essa mensgaem não iria estragar tudo, não dessa vez, eu estava conseguindo me controlar, aquilo não estava sendo fácil, mas valeria apena, pois o meu amor e o de Camila é mais forte do que aquilo, juntas iriamos acabar com toda aquela palhaçada, com todo aquele jogo idiota.

"Ingenuidade achar que Gregory é o BIG A. Como Mona em Pretty Little Liars, ele é apenas um servo. Xoxo -A"

Big A? Servo? Mona? Então de certa forma eu estava certa, Gregory não estava sozinho, tudo bem que ele não tinha um ajudante, ele era o ajudante. Existia alguém a cima de Gregg, alguém mais podre do que ele? Poderia isso? Alguém poderia ser mais podre, pior que Gregory? Aquilo não era um ser humano, aquilo era um monstro. Mas quem poderia ser essa pessoa? Quem poderia estar fazendo isso? O que eu fiz para essa pessoa? Meu Deus, me ajude! Eu ia continuar me questionando, mas alguém me fez despertar dos meus pensamentos.

"- Laur, está tudo bem?"- A voz de Alexa soou próxima ao meu ouvido direito.

- Está! - Forcei um sorriso.

Estávamos todos na pracinha. Todos mesmo, literalmente todos. Keegan, Chay, Rodrigo e Verônica jogavam bola, uma espécie de bobinho, eu acho. Provavelmente estava com Verônica, que corria atrás da bola feito uma retardada. Camila conversava com Priscilla do outro lado, as duas estavam sentadas em um banco de frente para mim. Soltei um suspiro e abaixei a cabeça.

Estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe de Camila me deixava fraca, sem forçar para sorrir de verdade. Camila era como uma droga, uma droga da qual eu já estava viciada e nem mesmo uma reabilitação solucionaria, porque o que eu tinha não era um problema, era algo mágico, algo que poucos podem ter, algo que poucos se permitem a sentir. A.M.O.R.

- Laur, eu te conheço. - Alexa segurou o meu queixo e me fez fitá-la. - Camila, não é?

- A gente terminou. - Suspirei e abaixei a cabeça.

- Sinto muito! - Sua voz era suave. A fitei mudando totalmente minha expressão triste por uma raivosa.

- Sente mesmo, Alexa?

- Lauren, eu te amo... Eu realmente quero o... - A interrompi de imediato.

- Não é disso que estou falando. Estou falando de "A", das mensagens. - Alexa parecia confusa, mas logo soltou um sorriso irônico.

- As mensagens. Lauren, eu não sei quem é essa pessoa e o que ela te manda. Sei que fui uma babaca na sua vida e acabei te perdendo, mas eu realmente te amo, e quando a gente ama a gente quer a pessoa bem.
 

POV CAMILA

- Lolo, melhorou muito. Estou tão orgulhosa. - Sorri para Priscilla e me ajeitei no banco.

- Jauregui é uma boa pessoa, percebi isso desde quando a conheci. Ela te ama de verdade, Camila. Seus olhos brilham quando te admiram. Com o tempo ela vai melhorando e vai ter mais confiança. O problema de Lauren não é confiar em você, mas confiar nela. Já percebi que Lauren se diminui muito, mesmo sem saber, ela usa essa pose de poderosa, de indistrutível. As vezes brinco com isso de passiva, só para ela abaixar a guarda, para ela ver que estar no controle nem sempre é necessário, mas acho que ela não vê dessa maneira.

- Obrigada!

- Não precisa me agradecer, pirralha.

Priscilla me puxou para um abraço e durante ele começou a bagunçar o meu cabelo, a empurrei rindo e ajeitei o mesmo que estava super bagunçado por culpa daquela mala. Estávamos rindo sem parar, mas minha expressão mudou completamente quando aquela figura medonha apareceu em minha frente, uma raiva misturada de medo tomando conta do meu corpo, meus lábios se separaram a procurar de ar, minhas pernas tremiam, meu coração batia errado.

- Estava com saudade. - A Voz de Gregory quebrou o silêncio. Todos os olhavam assustados.

Que porra ele achava que estava fazendo? Saudades? Será que ele não se enxergava? Será que ele não conseguia ver que ninguém ali se importava com ele? Que ninguém o queria por perto? Que merda. Eu devo ter sido uma pessoa muito ruim em outra vida para ter que passar por tudo aquilo.

- O que você está fazendo aqui? - Me levantei ficando quase da mesma altura que ele. Talvez alguns centímetros a menos. 

- Vim ver meus amigos! - Ele tinha um sorriso idiota em seu rosto.

- Não tem nenhum amigo seu aqui! - Keegan rebateu um pouco atrás de mim.

Vou explicar melhor como estávamos para vocês se situarem. Lauren e Alexa, estavam sentadas do outro lado da pracinha, viradas de frente para Priscilla e eu, que estávamos de costas para elas, fitando Gregory em nossa frente. E entre as meninas e eu, estavam Rodrigo, Verônica, Chay e Keegan um pouco mais a frente.

- Quem é esse? - Priscilla se levantou e ficou ao meu lado.

- Meu ex. - Virei meu rosto para a morena.

Senti uma mão segura o meu rosto e movimentá-lo cuidadosamente, fitei o monstro em minha frente novamente e ele tinha um sorriso malicioso e um olhar de satisfeito. Pude escutar Alexa sussurra algo como: Calma, Lauren. Eu não estava me importanto comigo, eu não estava nem ai com o que ele poderia falar ou fazer comigo, eu só me importava com ela e eu sabia que a qualquer momento ela poderia se descontrolar. Dei um passo para trás saindo do contato com ele.

- Eu sou seu futuro, Camila. - Continuei o encarando séria.

- Não encosta nela! - Priscilla me colocou atrás dela, seu olhar era de uma felina cuidando de sua cria, a qualquer momento ela pularia em cima dele.

- Essa dai é o seu novo briquedinho? - Gregory apontou para Priscilla.

- Respeita a minha namorada, seu moleque. - Rodrigo surgiu ao lado de Priscilla, um pouco a minha frente.

- Cuidado, rapaz. Camila teve uma boa professora. Ela vai destruir seu namoro rapidinho, da mesma forma que Lauren fez com o meu. - Gregory se mantinha calma e sério. 

Olhei para trás a procura de Lolo, ela deu um passo para frente como se fosse avançar em Gregg, mas Alexa a puxou rapidamente, a segurando pela cintura. Os verdes intensos de Lauren estavam escuro, suas sobrancelhas franzidas deixavam marcas de dobras em sua testa, suas mãos em punhos e eu apostava que sua respiração estava descontrolada. Ela em momento algum me olhou, apenas o encarava como todos os outros, voltei a olhar para Gregory quando ele tornou a falar.

- Por que vocês terminaram? - Ele me olhava sério.

- Não é da sua conta. - Me posicionei ao lado de Priscilla.

- Eu sabia que isso não ia durar. - Gregory soltou um sorriso idiota. - Lauren é como eu. Ela é destruidora, ciumenta, impulsiva, desconfia de você por momentos tolos. Ela nunca vai confiar em você, Camila. Vai sempre acreditar nas histórias que as pessoas tem para contá-la, vai sempre agir como se ela fosse o centro da atenção, como se o mundo girasse em torno dela. E eu te garanto, ela vai te pedir desculpa, você vai perdoar, porque você é fraca e ela vai fazer tudo de novo. No começo vão ser só palavras como idiota, imbecil, babaca, ou até mesmo VADIA. - Ele deu ênfase no vadia, fazendo meu coração errar o batimento, eu podia jurar que Lauren choraria a qualquer momento. - Depois das palavras viram as agressões. Alguém vai dizer que você está a traindo, ela ficará nervosa e te agredirá com força, até você implorar para que ela pare, mas ela não vai parar, porque dentro dela existe um monstro, um monstro pior do que o que existe dentro de mim, porque ela finge ser cuidadosa, finge ser carinhosa para te conquistar, para te dominar, mas isso tudo é uma máscara, até mesmo para ela é difícil, porque ela não sabe que existe isso, ou até mesmo saiba, mas teme por isso... - Ele ia continuar falando, mas eu não podia permitir.

- CHEGA, GREGORY. - Gritei.

Olhei para Lauren e ela já não parecia mais aquela pessoa que pularia no pescoço de Gregg a qualquer momento. Ela estava acuada, seu olhar fitava o chão, como se estivesse perdida, perdida em um mundo onde só existiam sofrimentos, seus olhos tinham medo e lágrimas, muitas lágrimas, seus lábios tremiam se pudor algum.

Perdi o ar, minha boca secou, minhas pernas ficaram bambas, meu rosto quente, meu olhar se perdeu, eles teimavam em fechar, mas eu sabia que se fechassem, eu deixaria aquela sensação de apagão tomar conta de mim, mas dessa vez isso não poderia acontecer, dessa vez ela precisava de mim, ela precisa que eu a defendesse, ela precisava do meu apoio, do meu carinho. ELA PRECISAVA DE MIM. Isso Camila, ela precisava de você.

Caminhei até Lauren, segurei seu rosto, trazendo-o para mim, seu olhar me fez tremer as pernas novamente. Fiz um carinho calmo em seu rosto, passei os polegares em baixo de seus olhos, em uma tentativa falha de enxugar suas lágrimas. Soltei um suspiro, abaixei a mão levando-a até a sua, onde segurei com firmeza e dei um leve apertão. Para em seguida encarar Gregory.

- Essa é a sua versão de Lauren e sabe por que você a vê assim? - Ninguém disse nada, apenas me olhavam atentamente. - Por que você quer ser tudo que ela é, mas você não pode, você não consegue. Na verdade ninguém pode, porque Lauren é única. Impulsiva? Ciumenta? Sim, ela é, mas ela só é assim, porque ela me ama, porque ela quer me proteger, porque ela quer cuidar de mim e por amor. Lauren está se adaptando a nossa vida, da mesma forma que eu também estou. Ela não está mudando, porque eu a amo do jeito que ela é, mas ela está aprendendo como é viver a dois, viver ao meu lado. Lauren as vezes é rude, mas é completamente adóravel, ela é brigona, mas é carinhosa. Lauren não é uma princesa de um conto de fadas, ela é a princesa da minha realidade. Lauren soube cuidar de mim, como nem mesmo meus pais souberam. Eu a amo de uma forma que nunca amei ninguém, que nunca imaginei que poderia amar. Só ela conseguiu despertar um sentimento tão puro e tão prazeroso como este. Lauren me fez ver que a vida não é feita apenas de conquistas, mas sim de momentos, de momentos que um dia poderão se converterem em conquistas. Que a vida não é feita apenas de reputação, de material, mas sim de sentimentos, sentimentos que nos fazem sofrer, mas que esses mesmos sentimentos nos fazem felizes intensamente, apagando todo o sofrimento. Lolo é a mulher da minha vida, Lolo é tudo que eu sempre pedi a Deus.

Eu tinha dito tudo que eu mais queria dizer a muito tempo, mas nunca tive coragem para dizer, talvez por um preconceito que mal ou bem ainda existia dentro de mim, eu tinha dito tudo do fundo da minha alma, eu tinha dito tudo que eu realmente sentia. Eu não precisava dizer mais nada, mas precisava fazer algo.

Subi minha mão direita que segurava a dela, lentamente passando por cada pedacinho de seu corpo, até chegar em seu rosto, onde fiz uma leve carícia, levei a outra mão até o outro lado de seu rosto, meus olhos se encontraram com os delas, que já não estavam mais escuros, estavam aqueles verdes intensos que eu tanto amava. Me permitir sorrir enquanto os admirava, desci meu olhar até sua boca e mordi meu lábio inferior de leve.

- Camz, estamos em um lugar público. - Lauren sussurrou.

- Eu não me importo. - Não naquele momento.

Voltei a olhar os seus olhos, que daquela vez olhava para os meus lábios. Sorri, a admirei por alguns segundos, vendo como ela era linda, como ela era minha, como ela estava entregue a mim. Desci o olhar para os seus lábios, virei meu rosto para encaixar melhor no dela, beijei lentamente seu lábio inferior, afastei um pouco o rosto, não muito, o suficiente para deixar escapar um sorriso, subi meus lábios para o seu lábio superior e fiz o mesmo, beije-o lentamente, dando uma leve chupada, sorri novamente. Naquele momento senti como um déjà vu, lembrei do nosso primeiro beijo.

Eu poderia aprofundar o beijo, mas eu não queria, não ali, não na frente de todo mundo, eu queria um momento nosso, eu precisava de um momento só nosso. Me afastei um pouco dela, perdendo o contato de nossos corpos, abri os olhos lentamente, fitei Lauren que já me olhava com um sorriso bobo no rosto.

- Dorme comigo hoje? - A olhei um pouco séria.

- Claro! - Lauren deixou escapar um sorriso.
 

[...]

Estávamos finalmente em meu quarto, eu sentada na cama, Lauren encostando na porta, ela me olhou, forçou um sorriso, para pela primeira vez falar depois de tudo que aconteceu.

- Obrigada, por ter me defendido.

- Você não precisa me agradecer, eu só disse a verdade, o que eu sentia. - A vi soltar um sorriso sincero.

- Mesmo assim, obrigada! Vou indo, está ficando tarde! - Ela se virou e andou até a porta.

- Lauren? - A chamei, ela se virou e me olhou.

- Sim?

- Você disse que ia dormir comigo. - Nós olhávamos sérias.

- Mas aquilo não foi só por causa do... - Antes que ela pudesse dizer o nome dele, eu a interrompi.

- Claro que não! Eu quero ficar com você. Quero sua campanhia. Sinto falta dela.

Lauren separou os lábios para dizer algo, mas a ignorei totalmente, fui até o meu armário, peguei uma calça de moletom e uma camiseta e entreguei a Lauren.

- Vou tomar banho primeiro, está bem? - Lauren não disse nada, apenas assentiu.

Banho. Como foi bom tomar aquele banho. Eu estava lavando minha alma, lavando todo o nojo que eu sentia por aquele menino, mas não lavei minha boca, não queria, não podia tirar o gosto dela que ainda se fazia presente. Eu podia senti-la beijando meus lábios, seus lábios macios e carnudos acariciando os meus, suas mãos firmes segurando minha cintura, seus lábios arrastando pela curva de meu pescoço, suas mãos subindo e descendo pelas laterais do meu corpo, sua mão direita continuava subindo, caminhava até o meu seio esquerdo e começava uma leve carícia, curvei meu pescoço para trás, separei meus lábios e soltei um pequeno gemido.

"- CAMZ?"

- Oh, Lolo. Continua.

"- CAMILA?"

Oh, porra, Camila! O que vocês está fazendo? Olhei para minha mão e ela massageava o meu seio, a abaixei rapidamente, encarei a porta após ouvir mais um grito de Lauren do lado de fora.

"- CAMILA? ESTÁ ME ESCUTANDO?"

- SIM! DESCULPE! - Gritei de volta.

- ACABOU A BATERIA DO MEU CELULAR, POSSO LIGAR PARA CLARA DO SEU?

- PODE!

Neguei com a cabeça e resolvi finalizar o meu banho. Sai do banheiro e Lauren estava sentada quietinha na cadeira do meu computador, ela se levantou sorriu para mim e entrou no banheiro. Lauren ao contrário de mim, não demorou muito no banho, ela não devia estar tendo sonhos eróticos como eu. Assim que saiu se junto a mim em minha cama, sentando ao meu lado.

- Amanhã vamos gravar um programa na Warner de manhã! - Lauren me olhava sorrindo.

- Que ótimo, podemos ir juntas! - Sorri de volta.

- Aham! Vou dormir então, estou cansada. - Lauren me deu um beijo na testa e deitou de costas para mim.

Diferente dela, eu deitei de frente para ela. Fechei os olhos e deixei que seu cheiro invadisse o meu nariz. Que cheiro bom! Lauren tinha um perfume que me lembrava de neném, não era exatamente um perfume, era o cheiro dela, ela tinha cheiro de criança, não me pergunta como ela conseguia, mas ela tinha.

Sorri boba com o meu pensamento. Algo tocou em minha cintura me fazendo corta todos os meus pensamentos e congelar, ou melhor, fez todo o meu corpo se arrepiar. Sua mão estava apoiada, jogada, sobre a minha cintura nua, eu estava apenas com uma blusinha que ia a cima da barriga e um short. Abri os olhos e Lauren dormia feito um anjo, tirando mais um sorriso de mim. Me aproximei mais, sentindo-a me abraçar, sorri novamente com sua ação, provavelmente ela não sabia o que estava fazendo, ou de repente sabia exatamente o que fazia, mesmo dormindo. Levantei um pouco meu rosto, fui em direção ao seu e depositei um beijo demorado em seus lábios, assim que me separei dele, ela sorriu ainda dormindo.
 

[...]

Senti minha boca bocejar, meu corpo pedia por calor, uma corrente de ar gelado passou me fazendo arrepiar, passei minha mão pela cama a procura de um contato com o corpo dela, mas não a encontrei, franzi as sobrancelhas e abri meus olhos, encontrando a cama bagunçada e vazia, quer dizer, exceto por um papel que dizia:

"Clara me ligou e exigiu que eu passasse em casa antes de ir para a Warner. Desculpe-me, Camz! Mas com Michael viajando ela não sai do meu pé!
Te quiero, mi amor.
L.J."

 

Me levantei feliz da vida com o "Te quiero, mi amor", fiz toda minha higiene matinal, meu banho e para a minha surpresa Roobertchay foi me buscar para irmos juntos a gravação, já que minha carona havia babado.
 

[...]

POV LAUREN

Depois do showzinho de Clara, achei melhor ir para casa antes de encontrar as meninas na Warner. E era isso que eu fazia naquele momento, Alexa e Normani ensaiavam enquanto Ally e eu estávamos na cantina conversando e tomando um belo café da manhã.

- Eu estava morrendo de saudades de você, pequenina. - Pequenina? Achava até graça escutar aquilo da mais baixinha de todos.

- Também estava com saudades de você, grandona. - Forcei um sorriso.

- Como você está?

- Bem. - Novamente forcei um sorriso. - E você?

- Não mente para mim, Laur. Eu te conheço! Se quiser conversar, vou estar sempre ao seu lado. - Ally levou seu copo a boca.

- Eu estou amando, Ally. - Soltei um suspiro e abaixei o olhar para o meu copo, passando o indicador em volta dele.

- Isso é ótimo, Laur. - Eu tinha certeza que ela sorria.

- Um amor proibido. - Fitei a baixinha.

- Nenhum amor verdadeiro é proibido para Deus.

Sorri sincera pela primeira vez. Ela tinha as palavras mais doces e puras que eu já pude escutar em toda minha vida. Olhei para o lado a procura de palavras e vi Priscilla passando.

- Eu preciso resolver uma coisa. Já volto.

Me levantei antes mesmo que Allyson pudesse falar algo e caminhei até Priscilla que já havia saído da cantina. Estávamos no estacionamento, eu a chamei, mas ela parecia tão distraída que nem me escutou, a puxei pelo braço e percebi dois fones de ouvidos tapando sua audição, ela os tirou e me fitou.

- Oi!

- É... O-oi. - Mesmo já conhecendo Priscilla, eu agia meio sem jeito com ela. Acho que era por conta do que eu havia dito a ela na festa. - Você viu a Camila?

- Ela vai gravar uma cena agora.

- Entendi. - Fiz uma carinha triste.

- Eu tenho uma ideia. Vou enrolar Leonardo, só espero que você faça valer apena. - Ela deu um sorriso malicioso no rosto e eu apenas revirei os olhos.

A morena começou a caminhar na frente, eu apenas a seguia, ela parecia com pressa, não sabia bem o que ela estava tramando. Entramos na Warner, passamos por vários corredores, esbarramos em algumas pessoas que passavam correndo, alguns atores passavam conversando, sorri vendo toda aquela loucura, caminhamos mais um pouco e chegamos em um corredor completamente vazio, pelo menos estava até um cara baixo e barbudo surgir.

- Bom dia, Priscilla! Ela não pode passar por aqui. Me desculpe, mas são ordens de Leonardo e Marlene, eles não querem pessoas de fora por conta de vazar algo.

- Por favor, Charles. Por favor.

- Você sabe que não posso.

- Quarta a esquerda! - Ah? O que ela queria dizer com aquilo? O barbudo olhou para ela com o um ponto de interrogação. - Tudo bem, Charles, eu entendo. Fica para próxima então, Lauren.

- Está bem. - Já que não tinha jeito, virei de costas e comecei a caminhar.

- Laur? - Priscilla me chamou fazendo-me virar sobre os calcanhares e fitá-los. - Diz a Karla que ela me deve uma. - Priscilla sorriu e junto a Charles entraram em uma sala, os dois conversavam animados.

Quarta a esquerda. Karla. Era um código. Quarta a esquerda devia ser a porta que eu deveria entrar e Karla era Camila, ninguém a chamava assim, se bobear nem sabiam que ela tinha esse segundo nome.

Sai dos meus pensamentos e me disparei naquele corredor escuro e vazio, chegando finalmente na quarta porta a esquerda, a abri cuidadosamente e PORRA! Me deparei com a coisa mais incrível da minha vida, com a coisa mais gostosa que eu já vi. PORRA! PORRA! PORRA, CAMILA! A morena estava de costas para mim, usando apenas uma lingerie branca de renda, suas mãos apoiada na mesa em sua frente, seus olhos atentos me olhavam através do espelho a sua frente, desci o olhar até sua bunda empinada que me parecia bem convidativa, lenvantei rapidamente meu olhar encontrando o de Camila atrás do espelho. PORRA, LAUREN, ELA ESTAVA TE OLHANDO.

- E-e.. E-eu... - Minha voz vacilava. - E-eu... Me desculpe. Não sabia que estava assim.

- Assim como? De lingerie? - Camila se virou e soltou um sorriso. 

- É-é. - Ficamos em silêncio.

- Achei que fosse a Pri voltando, você sabe dela? - Camila me deu as costas e começou a ajeitar a maquiagem.

- Por que seria a Priscilla?

- Porque a gente divide camarim e ela gravará uma cena comigo! - Camila revirou os olhos.

- Você sempre fica assim na frente dela?

- Lauren, - Camila se virou para mim novamente. - não começa!

- Desculpe!

Camila voltou a se arrumar, me dando as costas, encostei na porta e acabei me perdendo em seu corpo novamente, aquela porra daquela bunda não parava de me chamar, eu podia me sentir molhada só de olhá-la. Só que eu não via mais a bunda de Camila, mas sim o pano da frente de sua calcinha, subi o olhar rapidamente encontrando um sorriso malicioso em seu rosto. Olhei para o lado, observando o camarim, mas não, né?

- Não precisa disfarçar.

- É-é que... - Gaguejei de novo quando ela começou a se aproximar. Camila passou por mim, pediu por espaço com seu corpo e se colocou atrás de mim, entre a porta e eu.

- A gente não estar namorando não significa que perdemos o desejo. - Ela sussurrou em meu ouvido, fechei os olhos e senti uma pontada no meio das minhas pernas. - O que você está pensando? - Sussurrou em meu outro ouvido.

- E-eu.. n-não.. estou.. pe-pensando em nada. - Falei com muita dificuldade, abrindo meus olhos. Camila levou sua mão até minha cintura e começou a levantar a minha camisa, levantei os braços para ajudá-la.

- Me diz o que você quer, Lolo. - Ela falou enquanto beijava o meu pescoço.

- Quero fazer amor com você. - Falei fechando os olhos para senti-la melhor.

- Então faça.

Camila desceu sua mão até a minha calça, abriu lentamente o fecho dela e a abaixou, ajudei-a a tira e logo eu estava como ela. Camila deu a volta por mim, ficando em minha frente, a puxei com cuidado pela cintura, colando nosso corpo, ela emaranhou sua mão em meus cabelos e deu um leve puxão. Sorri para ela sentindo a dor prazerosa, passei minhas mãos pelo seu corpo, pousando em sua bunda onde eu dei um apertão dos dois lados e ao mesmo tempo dei uma mordida em seu lábio inferior. Camila sorriu e logo tomou minha boca em um beijo calmo, mas intenso, bem intenso e novamente senti minha calcinha molhar. Sua língua invadiu minha boca, explorando toda a região, seus braços envolveram minha nuca, minha mão esquerda desceu até a sua coxa onde eu apertei e levemente a suspendi. A morena entendeu meu comando e deu um impulso com o pé para colocar-se em meu colo, suas pernas estavam cruzadas a cima de minha bunda, em minhas costas. Caminhei com ela em meu colo, segurando-a pela bunda, onde eu sutilmente a apertava, depositei Camila em cima da mesa onde a encontrei pela primeira vez. Desci meu beijo pela curva de seu pescoço, com as pernas ela juntou mais o nosso corpo, senti meu sexo se chocar com o dela, onde juntas soltamos um gemido.

"- FOGO! FOGO!"

SIM! Eu estava pegando fogo, e eu não queria apagá-lo tão cedo. Exceto por um motivo.

"- FOGO! ESTÁ PEGANDO FOGO!"

Não era minha mente que gritava por fogo, muito menos Camila. Alguém batia do lado de fora da porta desesperadamente. Me afastei de Camila e a vi assustada, seus olhos tinham medo. Ela pulou do balcão, pegou o único roupão que tinha em uma arara e jogou para mim, pegou uma calça de moletom e a vestiu rapidamente correndo em direção a porta. Eu vesti o roupão.

- Não está abrindo. PORRA, NÃO ESTÁ ABRINDO. - Camila gritou em desespero.


Notas Finais


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