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História Alves Celerino - Escola de Magia e Bruxaria - A loja de varinhas


Escrita por: Helena-Aer

Capítulo 4 - A loja de varinhas


Uma varinha mágica... Era realmente o que Kili andara desejando. Dinky guiou Kili até a última loja. Ela era estreita e feiosa. Letras de ouro descascadas sobre a porta diziam Olivaras Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 A.C.

Havia uma única varinha sobre uma almofada púrpura desbotada, na vitrine empoeirada. Um sininho tocou em algum lugar no fundo da loja quando eles entraram. Era uma lojinha mínima, vazia, exceto por uma única cadeira alta e estreita em que Dinky se sentou para esperar. Kili teve uma sensação esquisita como se tivesse entrado em uma biblioteca, engoliu um monte de perguntas novas que tinham acabado de lhe ocorrer e ficou espiando os milhares de caixas estreitas arrumadas com cuidado até o teto. Por alguma razão, sentiu um arrepio na nuca. A própria poeira e o silêncio ali pareciam retinir com uma magia secreta.

— Boa tarde — disse uma voz suave. Havia um velho parado diante deles, os olhos grandes e muito claros brilhando como duas luas na penumbra da loja.

—Olá— disse Kili sem jeito.

— Ah, outro Barnes — disse o homem parecendo ligeiramente espantado. — Puxa. Pra ser sincero não achei que o veria aqui Sr Barnes. — Não era uma pergunta. — Você lembra muito o seu tataravô,Hector. Sim, sim.. Os mesmos olhos. Parece que foi ontem que ele esteve aqui, comprando a primeira varinha. Vinte e oito centímetros de comprimento, meio flexível, feita de mogno, pelo de unicórnio . Uma boa varinha para encantamentos.

O Sr. Olivaras chegou mais perto de Kili, e este desejou que ele piscasse. Aqueles olhos prateados lhe davam um pouco de medo.

—Sim, ela o escolheu de primeira.

—Ela quem ?

—A varinha.- disse como se fosse a coisa mais natural do mundo - A varinha que escolhe o bruxo, é claro.

O Sr. Olivaras, lançou ao garoto  um olhar penetrante e analisando-o de cima a baixo.

— Bom, Sr. Barnes vamos ver. — E tirou uma longa fita métrica com números prateados do bolso. — Qual é o braço da varinha?

— Hum... Bom, sou destro — respondeu Kili.

— Estique o braço, por favor. — Ele mediu Kili de todos os modos possíveis do ombro ao dedo, depois do pulso ao cotovelo, do ombro ao chão, do joelho à axila e ao redor da cabeça. Enquanto media, disse, — Toda varinha Olivaras tem o miolo feito de uma poderosa substância mágica, Sr. Barnes. Usamos,na maioria das vezes, pêlos de unicórnio, penas de cauda de fênix e cordas de coração de dragão. Não há duas varinhas iguais assim como não há animais iguais. E é claro, o senhor jamais conseguirá resultados tão bons com outra varinha que não a sua. Já chega.— falou.

Kili num primeiro momento se assustou achando que o velho falava com ele, mas ficou mais calmo quando percebeu que ele estava falando com a fita métrica que o estava medindo sozinha, e depois daquela ordem afrouxará e caira formando um montinho no chão.

— Certo, então, Sr.Barnes. Experimente esta. Ébano e pêlo de unicórnio, vinte e dois centímetros, flexível. Apanhe e experimente.

Killian apanhou a varinha e por mais que estivesse empolgado não fazia idéia do que é que o Sr. Olivaras estava esperando. Pensou em fazer alguns movimentos com ela, mas antes mesmo de levantar a varinha o Sr. Olivaras a tirou de sua mão.

— Não, não. Tome esta é melhor, —e entregou outra varinha para o garoto — Bordo e corda de coração de dragão. Trinta e quatro centímetros. Boa e flexível. Vamos, vamos, experimente.

Kili apanhou a varinha. Sentiu um repentino calor nos dedos. Ergueu a varinha acima da cabeça, baixou-a cortando o ar empoeirado com um zunido, e uma torrente de faíscas pratas e azuis saíram da ponta como um fogo de artifício, atirando fagulhas luminosas que dançavam nas paredes. Dinkygritou entusiasmado e bateu palmas e o Sr. Olivaras exclamou:

— Bravo! Mesmo, ah, muito bom. Ora, ora, ora... Que curioso... —Repôs a varinha de Kili na caixa e embrulhou-a em papel pardo.

— O senhor me desculpe — disse Kili—, mas o que é curioso?

O Sr. Olivaras encarou Kili com aqueles olhos claros e um sorriso estranho no rosto.

— Lembro-me de cada varinha que vendi, Sr.Barnes. De cada uma. Acontece que a semana passada , terça feira pra ser mais preciso, um garoto veio aqui com a mãe e o irmã e ele foi escolhido por uma varinha cujo núcleo era, como a do senhor, núcleo de coração de dragão, Negro das ilhas Hébridas se não me engano. E ainda Trinta e quatro centímetros de Bordo, diria que as varinhas seriam quase irmãs se não fossem de dragões diferentes e a do outro garoto, diferentemente da sua era inflexível. Já a irmã dele... Vinte seis centímetros e meio, coração de dragão também, mas o dela acho que era de Dorso Crisado. Sim.. muito poderosa, madeira de amieiro, ligeiramente flexivel.

Parecia que o Sr. Olivaras estava se esquecendo completamente da presença de Kili, então o garoto resolveu retira-lo de seus devaneios.

—E por que isso é curioso?

—Por que assim como o senhor ele vai para Bewild.- disse sorrindo.

—Ah. – Kili não sabia o que pensar. Mas achou que deveria ficar feliz que ele não era o único a ir para essa escola. Então pagou sete galeões pela varinha e o Sr. Olivaras curvou-se à saída deles.

O sol de fim de tarde tinha quase desaparecido completamente quando Kili e Dinky refizeram o caminho para sair do Beco Diagonal, atravessar a parede e passar novamente pelo Caldeirão Furado, agora vazio. Kili não disse uma palavra enquanto caminhavam pela rua por onde tinham chegado, sua empolgação por ter estado num lugar como aquele não podia ser expressa em palavras, apenas por um sorriso que era impossível de ser desfeito. As únicas coisas que trouxera de Londres eram a varinha e a sacola de dinheiro, não que fosse pouco mas o garoto desejava muito mais e não via a hora de também conhecer o tal Gargalo do Dragão.

Quando finalmente chegaram de onde tinham aparatado pela primeira vez, Kili já estava preparado psicologicamente para a viagem de volta. Segurou novamente a mão de Dinky, porem, dessa vez com muito mais força. Quando chegaram finalmente na sala de estar dos Barnes Kili senti-se novamente enjoado, porem dessa vez fora bem menor e ele conseguiu para de pé. Quando apareceu em casa sua mãe estava lavando a louça e seu pai ainda não havia chegado.

Dinky lhe deu um breve adeus e aparatou uma ultima vez , mas deixou para traz um bilhete que dizia:

“Daqui a dois dias enviaremos novamente o elfo Dinky para guiá-los no gargalo do Dragão para a compra dos materiais apropriados.

Assinado Sr. G, diretora substituta.”

Quando Hunter voltou pra casa o efeito da bala de Mentómilia de Kili já havia passado e ele pôs se a contar tudo o que vira em Londres com o máximo de detalhes que conseguia lembrar.E até o fato de um garçom de um bar ter conhecido o seu tataratataravô.

 Kili sabia que a sua família era de origem inglesa mas não achava que era uma relação tão próxima. Se é que tataratataravô pode ser chamado de próximo. Mostrou a varinha para os pais e todo o dinheiro que seu parente havia deixado para ele. E claro que os pais estavam mais empolgados do que nunca. Hunter se superava em animação. Prestava toda atenção possível no que o filho contava e custou um pouco em aprender como mexer com o dinheiro bruxo.

Tinha sido um dia e tanto. Mas Kili nem podia imaginar que aquela pequena experiência não era absolutamente nada comparado ao que estava por vir.  



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