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História Beyond The Dimensions - Prologue: Restless Dream


Escrita por: CherryCool

Notas do Autor


Créditos da capa maravilhosa: Lady-chang {Wonderful Designs}
Créditos do banner lindíssimo do Primeiro Ato: JEOONKOOK {Desire Design DD ❤️}
Créditos do banner do Segundo Ato: MOCCHIMAZZI {Desire Design DD ❤️}

Capítulo 1 - Prologue: Restless Dream


Fanfic / Fanfiction Beyond The Dimensions - Prologue: Restless Dream

O TIC-TAC INTERMINÁVEL DO RELÓGIO eram uma versão sonora do que Ayden chamaria de tortura, uma rotina restrita e monótona na qual realmente nunca se acostumara mesmo após a larga estádia ali. Duas vezes na semana, no mínimo, frequentava as exaustivas sessões com o terapeuta que trabalhava no centro médico infantil do orfanato. Ele sabia exatamente todo script de cada uma das consultas: primeiro falavam sobre assuntos triviais, diálogos bastante forçados para convenientemente parecer normal e oferecer uma falsa sensação de segurança — algo que geralmente surtia um efeito mais impactante em qualquer outra criança mais maleável e pouco impressionável —, então quando Sr. Miller sentia que sua abordagem funcionava como planejou, falavam a respeito de seus sonhos e as possíveis interpretações deles. Nenhuma das respostas bastavam para o jovem menino e por mais que insistisse que não precisava de acompanhamento psicológico, suportava aquilo com a tola esperança que uma luz de conhecimento se ascendesse na cabeça medíocre do terapeuta e, enfim, tivesse o que tanto ansiava para aplacar suas angústias. Seu ceticismo influenciava ligeiramente em seu julgamento quanto ao caso — desde tenra idade possuía esse lado menos fantasioso que alguém de sua idade. 

Ouviu, com sua mais convincente expressão de amenidade, os discursos repetitivos e previsíveis na questão de estar passando por uma fase de transformações e que sua mente não conseguiu conciliar os acontecimentos.

No fundo da sala a sombra espreita, atenta a história que se desenrolava. Ninguém o vê, seria um fantasma? Uma alucinação?

Assim que Sr. Miller o liberou, Ayden disparou para fora da pequena e enfadonha sala onde o vulto não o alcançaria. Seguiu para longe da ala médica e percorreu os corredores para voltar ao prédio principal. Algumas crianças passaram por ele, correndo e rindo como se o mundo e tudo ao redor delas fosse divertido, que a inocente brincadeira durasse indefinidamente. Desejou ter essa paz, mas sentiu que nunca teria esse luxo.

O eco de seus desejos ressoariam escuridão a dentro, um lamurio inaudito que se desfazia no limbo.

Sentou num banco e assistiu as freiras cuidando de um grupo de crianças, as entretendo o máximo que podiam, fazendo-as esquecer seus cruéis destinos como órfãos. Acolhendo-se no amparo das devotas senhoras em uma irrefreável busca por afeto, uma figura para preencher as marcas que o abandono causa, provocando uma ferida que, embora tenha o processo de cicatrização, nunca se fecha por completo e tenderia a sangrar.

Um toque suave e maternal despertou o jovem que fitou com curiosidade a dona de tão carinhosa energia. Os olhos imbuídos de compaixão sem precedentes, madre Cecília reconfortou algumas das aflições que pesavam em seu peito. Ayden apreciava a presença da Superiora, o amor e a bondade que ela transmitia lhe envolvia com bons sentimentos.

— Vejo que não está sendo fácil essas visitas ao terapeuta — Ayden piscou atônito, perguntando-se como, após anos, ela ainda o surpreendia com sua intuição tão perspicaz. — Seja honesto, pequeno Ayden

— É, não posso esconder — voltou a olhar as crianças. — Não acho que tudo isso — não pôde evitar o tom indignado e sutilmente rancoroso em sua voz. — realmente me ajude. Não sou como os outros. Não me contento em ouvir "É só uma fase" quando eu sei que não é.

— Eu entendo. — Madre Cecília rematou, seu semblante dócil e olhar empático vagou para o grupo eufórico que corria em uma roda sob a supervisão de uma freira. — E, mais que qualquer coisa, lamento muito por ter sugerido essa ideia, achei que isso fosse ajudá-lo, não que teria o efeito reverso da intenção original.

— Não é sua culpa. — se retratou, sorrindo torpemente. — Talvez precise tentar outras abordagens. — mexeu no cabelo escuro se sentindo súbita e estranhamente deslocado. — Ainda tem coisas que não sei o que significa... E gostaria de entender.

— Encontraremos meios mais produtivos e benéficos para resolver esse assunto. — garantiu. Madre Cecília não prometia em vão, isso Ayden tinha plena certeza. — E quero que saiba que, independente desses problemas e inseguranças que vierem te sabotar e desfalcar seus livros, você e sempre será alguém especial.

Ayden ergueu a cabeça, fitando a mulher, surpreso de ver a imagem de Diva — não, uma jovem idêntica a ela, porém com os cabelos longos e olhos de tons esverdeados com castanhos.

"Você é especial", a mulher sem face lhe dizia melíflua.

Chacoalhou a cabeça, desmontando a ilusão criada pela sua fértil imaginação.

— Posso terminar minhas sessões? — sua voz diminuiu, ainda que deixasse claro a urgência. — Não quero perder meu tempo que alguém que diz me entender, mas não me dá uma direção.

Ela tocou terna e compreensivelmente seu ombro.

— Sinta-se livre, Ayden. — uma onda de alívio tomou conta do garoto com a positiva da superiora. — Mas conte-me o que tanto lhe aflige. Posso não ser  formada em psicologia, mas darei um conselho de todo coração.

Ayden sorriu.

— É o mesmo de sempre... — ele tivera esse mesmo sonho desde que chegara ali há mais ou menos três anos, embora bem antes também os tinha de outras maneiras, com outros eventos nublados. — É como se o sonho em si contasse uma espécie de história. — fechou os olhos para evocar os fragmentos que se recordava do obscuro devaneio. — Há três pessoas. Eles viviam juntos, mas, conforme passa o tempo e a morte de um deles, os demais se distanciam e passam a ter uma perspectiva diferente das coisas... Então, vejo a penumbra e vejo a Diva, mas não é exatamente ela. Quando ela reconhece minha presença, me encara com dor e tem uma porta... Sonho que a abro... Aquele era eu? — encolheu-se instintivamente com a lembrança, perturbado com a imagem fixa e fresca em seus pensamentos. — Talvez seja loucura, um completo delírio, só que... Encontro um eu com outro nome.

Madre Cecília o acolheu em um abraço, Ayden congelou com o gesto repentino, sem reação nenhuma.

— Nunca se esqueça de que independente de qualquer medo, você não deve esquecer o que é importante. — indicou o peito dele onde seu coração batia acelerado. — Sobretudo, quando estiver perdido com tudo isso, ainda existem pessoas que o amam. Dor e tristeza, confusão e horror, tudo isso fazem parte da vida. Não nos colocaram no mundo pra sofrer. Tem preparado algo pra você, tenha fé, pequeno

Ayden estremeceu.

Ainda que estivesse protegido no braços da Madre, sentia em seu interior que aquilo: sua pequena casa, as pessoas que aprendeu a gostar e tudo que formava seu limitado mundo, estava perto de ruir. Como um sonho que era obrigado a acordar — despertar para uma realidade apavorante.


Notas Finais


Olá, crianças q
Estou de volta, refazendo a estória porque acabei perdendo o foco dela quando surgiu o bloqueio e a maré de estresse.
Desculpem ;u;
Estava passando por um período bem difícil e estou me recuperando.
A atualização agora será uma vez por mês, então aos poucos vou voltar a ativa na saga.
A primeira parte vai ser focada no Ayden e não vai mudar muita coisa do que era antes, mas mais detalhes serão acrescentados.
Até a próxima!


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