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História Beyond The Fire - I love you.


Escrita por: ucwhiha

Notas do Autor


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Capítulo 23 - I love you.


Olivia Bravo P.O.V

 

 

Mamãe estava há mais de uma hora no telefone comigo, falando do quanto eu estava louca por ter dado trela para Jack. Eu não dei trela para ele, e não era culpa minha se ele tinha se tornado o maníaco do parque e agora estava atrás de mim. Ela já tinha dito inúmeras vezes que iria pegar o avião até Galway para ficar comigo, e eu neguei todas estas, dizendo que não era necessário, porque eu estava bem.

 

— Justin está aqui comigo — digo para ela, mirando meus pés.

Eu vou dar umas boas palmadas neste rapaz — não consigo evitar um sorriso. Já estava com saudades de conversar com mamãe.

— Mãe — a chamo, agora colocando minha atenção em Justin, que está brincando com os pequenos na sala. — Eu gosto dele.

Sei disso, querida — ela tem um forte sotaque, e se eu não a conhecesse e não tivesse uma boa convivência, teria de fazer um enorme esforço para conseguir entender o que ela diz. — Fico feliz que tenha encontrado alguém.

— A senhora achou que eu fosse ficar encalhada para o resto da vida? — brinco.

Imagina! Uma moça linda como você não demoraria a encontrar alguém a altura — posso ouvir um risinho do outro lado da linha. — Como faço para conseguir uma foto de vocês dois juntos?

— Uma foto? — franzo meu cenho, tocando o pequeno pingente que ganhei de Justin.

É claro!

— Não sei — ele me fita e sorri, com o rosto vermelho. — Eu preciso desligar, te ligo depois!

Eu te amo, querida. — ela suspirou, fazendo meu coração apertar.

— Eu também te amo, mamãe.

 

Com relutância, coloquei o telefone no gancho. As cenas do ocorrido mais cedo voltaram a minha mente, causando-me náuseas. Jack mudara de aparência, provavelmente para não ser reconhecido por mim. E ele estava lá. Do lado de fora da escola, ligando para mim, me vigiando. Ele estava em todo canto! Apertei os olhos, procurando pensar na melhor maneira de resolver tudo aquilo. E o que Ashley estava fazendo com Jack? Ela provavelmente não deveria saber que ele era um psicopata.

 

— Justin, podemos conversar um instante? — disse com cautela. Desde que entrei na caminhonete de Justin mais cedo que venho pensando sobre isso. Vejo-o avisar as crianças para não mexerem em sua coleção de discos enquanto caminha em minha direção.

— Como foi a conversa com sua mãe? — pergunta ele, já próximo a mim. Olho fixamente para Justin e penso que se ele não fosse tão... Ele, eu não teria tanta dificuldade para falar sobre algo sério.

— Foi boa, ela está sentindo a minha falta — digo com sinceridade.

— Eu imagino — sinto a mão de Justin tocar meu rosto, e automaticamente me aconchego, como sempre faço.

— Justin, sobre hoje... — começo. — Foi um erro.

— Eu sei, ele não deveria estar lá e...

— Não, Justin — o interrompo. — Bater em Jack, foi um erro.

— O que? — sinto sua mão escorregar pelo meu rosto.

— Você não devia ter feito aquilo. — sinto o gosto amargo das palavras em minha boca. Penso que, por mais que Justin queira me proteger, ele simplesmente não podia ter batido em Jack daquela forma.

— Está falando sério? — ele ri, sem acreditar.

— Estou.

— O que você queria que eu fizesse? — ele cruza os braços e espera que eu responda, mas estou ocupada demais reparando em cada detalhe de seu tronco.

— E se não fosse Jack? E se você tivesse se confundido com outra pessoa? — com toda certeza eu teria reconhecido Jack, mas Justin não e era isso que estava me incomodando.

— Se não fosse ele, eu com certeza não teria feito o que fiz. — ele cospe as palavras, visivelmente indignado comigo. — Você está defendendo ele? É isso mesmo? — vejo-o gesticular.

— Não! — me antecipo. — Eu só estou tentando dizer que você poderia ter criado um problema e tanto se aquele homem fosse o pai de alguma das minhas crianças, e não Jack.

— Olivia, eu vi a forma como ele estava te olhando — passo a mão pelos cabelos, perdida. — Era como se estivesse pronto para atacar.

— Eu sei, mas...

— Não existe mas nem meio mas, Olivia. — ele me repreende, deixando-me surpresa. — Eu senti. De alguma forma eu sabia que era ele. Não entendo o porque de você estar defendendo aquele cara.

— Já disse que não estou defendendo ninguém, Justin. — puxo-o pela mão quando ele me dá as costas. — Você pelo menos entende o que quero dizer?

 

Seguro seu rosto, fazendo-o me encarar. Antes que ele responda, o som de batidas na porta nos interrompe. Vejo Molly levantar correndo e ir até a porta para abri-la. Quando esta é aberta, Justin se vira e podemos ter a visão de dois policiais parados na varanda.

 

— Boa noite. — diz um deles. — Sr. Justin Bieber?

— Sou eu — Justin se afasta, fazendo um sinal com a mão para que as crianças venham para perto de mim. Seguro estas pela mão, já sentindo minha respiração fora do ritmo habitual. Aquilo não podia ser coisa boa.

— Precisamos que o senhor venha conosco — o outro homem tira um papel do bolso e o desdobra para que Justin veja. Meus nervos estão a flor da pele, e sinto Molly e Mason apertarem forte minha mão.

— O que houve? — pergunta Justin, inquieto.

— Fora registrada uma queixa contra o senhor — o segundo homem lê o título do papel e entrega para Justin. Isso não pode estar acontecendo.

— O que? — vejo Justin pegar o papel e manter o rosto sério, preocupado.

— O senhor Jack Holt disse a polícia hoje cedo que o senhor o agrediu, sim? — aquilo era uma pergunta retórica, e os policiais provavelmente não tiveram que fazer exame de corpo de delito para confirmar a agressão. — Temos diversas testemunhas que viram o senhor fora de si enquanto agredia o senhor Holt.

 

Justin está avaliando o papel que está em suas mãos, e posso ver este tremer um pouco devido ao nervosismo dele. Sei que ele não quer que seus irmãos presenciem a cena, por isso os coloco para trás de mim e evito que os policiais os vejam. O primeiro homem, altura média e uma barriga protuberante, espia por detrás de Justin e consequentemente me vê olhando para ele.

 

— A senhorita poderia vir até aqui, por favor? — anuncia o homem, me assustando. Não sei com qual feição estou agora, só sei que não é das boas. Como se eu tivesse feito algo suspeito e alguém tivesse descoberto. Vejo o policial pedir passagem para Justin, e ele assim faz. Olho para os pequenos e aceno com a cabeça, como quem diz “está tudo bem”. Saio da cozinha, tentando não transparecer medo e ando até o policial, que está plantado no meio da sala esperando por mim.

— Pois não? — indago, ajeitando meus óculos.

— Qual o seu nome? — pergunta ele, ríspido.

— Olivia — olho por cima do ombro dele e vejo Justin me lançar um olhar reconfortante. — Olivia Bravo.

— Hm — o policial me analisa e sinto um frio percorrer minha espinha. — O senhor Holt mencionou o nome da senhorita na delegacia.

— Como? — minhas costas estão suando.

— Ele disse que a senhora viu tudo. — o homem pousa as mãos na cintura, esperando que eu responda.

— Os senhores chegaram a verificar a queixa que prestei contra Jack antes de virem até aqui? — cuspo as palavras, sem medi-las.

— Perdão? — ele franze a testa, sem acreditar no que digo.

— Jack Holt prestou uma queixa contra Justin por agressão, mas ele estava apenas tentando me proteger do próprio Jack Holt. Há pouco tempo, eu prestei uma queixa contra Jack Holt por perseguição obsessiva ou insidiosa, e mesmo assim os senhores vieram até aqui para levar Justin que, como eu disse anteriormente, estava apenas tentando me proteger.

 

Fico surpreendida comigo mesma, e acredito que o policial também, pois ele não diz nada. Vejo Justin sorrir de canto, provavelmente impressionado com minha atitude. O segundo policial, que ainda está parado do lado de fora, guarda o papel e faz um sinal para o primeiro policial.

 

— Senhorita, o seu amigo...

— Namorado. — digo com firmeza, sem desviar o olhar. — Ele é meu namorado.

— Sim, o seu namorado quis resolver violência com violência. — ele tenta justificar. — E todos sabem que isso não funciona.

— Eu aposto que vocês não levaram a sério o que fiz e o que acabei de dizer. Jack Holt estava me perseguindo, me ligando, me vigiando. Ele colocou uma maldita câmera no meu quarto! — posso ouvir minha voz se elevar. — Eu não vou deixar que vocês levem Justin para delegacia por tentar me proteger de um psicopata.

 

O policial procura o olhar do outro, como se não soubesse o que fazer ou falar. Mantenho minha postura e dou uma espiada na cozinha, nos pequenos.

 

— Com licença — diz o policial a minha frente, que se vira e vai até o lado de fora.

— Namorado, hã? — vejo Justin sussurrar e em seguida sorrir para mim. Solto o ar que estivera prendendo sem saber e vejo os policiais conversarem entre si. O que estava falando comigo parecia ser um novato, e tenho quase certeza disso quando me lembro da cara que ele fez ao me ouvir dizer todas aquelas coisas.

— Nós vamos verificar com o delegado toda essa situação e retornamos amanhã cedo. — anuncia o primeiro policial, chamando a atenção de Justin.

— Tudo bem — me antecipo, fazendo com que os três me olhem. — Boa noite.

 

Intrigados, os dois policiais acenam e descem os degraus da varanda, indo embora.

 

 

 

 

Os gritos das crianças faz meus ouvidos zumbirem. O sinal para o começo da aula acaba de bater, e já consigo ver a multidão de pequenos seres correndo para suas salas. Confesso que nunca vi tantas crianças — aparentemente — felizes logo pela manhã, ainda mais indo para a escola. Uma vez cheguei a pensar que não teria mais tanta paciência para lidar com estes pequenos, mas toda vez que entro em sala de aula, esse pensamento some, tão rápido quanto veio. Fito Mason sentado na segunda carteira em minha frente, e este está distraído com seu boneco do homem-aranha. Pedi para que Akemi Yoshida trocasse de lugar com ele para que eu pudesse observá-lo melhor.

 

— Crianças, — começo. — hoje nós vamos falar sobre uma coisa que todo mundo possui. — distribuo cartolinas a todos eles, junto com algumas colas e canetinhas. — Medo. Do que vocês tem medo? Do bicho-papão? De bruxas? Hoje eu quero que vocês desenhem ou escrevam para mim aquilo que vocês mais tem medo, ok? — todos confirmam com um aceno, empolgados. — Podem começar.

 

Mesmo sem a permissão da diretora Marta, eu acabei por comprar um pequeno rádio para deixar em sala de aula. As vezes, quando tínhamos esse tipo de aula, eu gostava de colocar música para eles, assim ficavam mais concentrados. Mesmo que Marta discordasse disso, era a mais pura verdade. Ela simplesmente não entendia que algumas pessoas conseguiam sim se concentrar enquanto ouviam musica. Saio do círculo e vou para perto da mesa, onde vejo em meu celular que há duas chamadas perdidas de Justin.

 

— Crianças, eu estou aqui fora, ok? Qualquer coisa me chamem! — vejo-os assentir, então saio da sala, já discando o número de Justin.

Oi, querida. — mesmo com o elogio, noto que a voz de Justin está desanimada.

— Aconteceu alguma coisa? — sussurro, olhando para os lados e encontrando o corredor praticamente vazio.

Sim. — diz ele com um suspiro. — Jack entrou com uma ordem judicial de distância mínima contra mim.

— O que?! — minha voz sai mais alta que o planejado, mas não consigo esconder minha indignação.

Eu acabei de sair da delegacia, eles me ligaram logo cedo e pediram que eu fosse até lá.

— Como ele pôde?! — pergunto mais a mim mesma do que para ele.

Você sabe alguma coisa sobre Jack e Ashley?

— Não, mais ou menos... Por que?

Ontem, de tarde, eu acho que Ashley estava íntima demais dele... Sabe se eles estão tendo alguma coisa?

— Cath e Eileen me disseram outro dia que Ashley estava namorando, mas não me disseram quem era. — forço minhas lembranças para tentar recordar de algo a mais.

Deve ser ele, sem dúvida.

— O que isso tem a ver?

Isso significa que, se Ashley estiver namorando mesmo Jack, ele provavelmente irá buscá-la aí na escola.

— E? — digo relutante, não quero admitir que não entendi muito bem.

E, Olivia, que se Jack for buscar Ashley na escola, eu não posso estar por perto. Tenho que manter no mínimo 150 metros de distância dele.

— Isso já foi longe demais — digo entredentes, apertando o aparelho em meu ouvido.

O louco de toda essa história não sou eu. — não posso vê-lo, mas sei que ele está com raiva e muito frustrado.

— Eu sei, eu sei. — por um momento, não digo nada. Estou pensando em fazer uma loucura e sei que Justin não irá concordar.

 

Tudo isso está acontecendo com ele por culpa minha. Eu devia ter ido atrás de Jack e dito todas as verdades cravadas em mim, assim como fiz na noite anterior com o policial. Eu devia ter parado isso logo no começo, quando ainda eram apenas as ligações.

 

Olivia? — o escuto chamar meu nome.

— Justin... — a ideia se funde em minha mente lentamente. Aperto meus olhos, criando coragem para dizer a ele. — Isso é tudo culpa minha.

O que está a dizer? — noto seu tom de voz se elevar. — Não diga bobagens.

— Eu sei que você pensa dessa forma. — rio fraco.

Você ao menos está se escutando?! Olha as coisas que está dizendo, Olivia! Você não tem culpa de Jack ser um psicopata, e eu não penso nada disso.

— Ora, Justin. — não sei por qual motivo, mas agora estou com raiva. — Vai dizer que se não tivesse ficado comigo, tudo isso ainda estaria acontecendo?

O que?! — ele grita. — Você não pode estar falando sério!

— Tenho que voltar para a aula...

Escute. — ando até a porta de minha sala e espero que ele diga alguma coisa. — Você foi uma das melhores coisas que me aconteceram em muito tempo, entende? Eu não posso deixar que você diga essas coisas, porque não são verdades. Você, aliás, nós, não temos culpa de tudo isso estar acontecendo, certo? Eu adoro estar com você, e olha, eu também sei que você está se sentindo sufocada por eu estar por perto o tempo todo, mas... — ele faz uma pausa, e já posso ouvir as batidas de meu coração, que está mais rápido que o comum. — Eu tenho medo de te perder. E já perdi tanta coisa nessa vida, Olivia. — ele ri, triste, fazendo meus olhos marejarem. — Você não vai ser mais uma. Eu não posso... Não posso perder você.

 

E então, tão rápido quanto chegou, meu pensamento de ir até Jack vai se dissipando. O zumbido da linha telefônica é o que consigo ouvir agora, e tenho certeza que posso ouvir alguns soluços vindos do outro lado também. Estou sendo egoísta em pensar todas essas coisas, e principalmente agir daquela forma com Justin. Há dias que venho pensando sobre o que sinto por ele e reconheço o que é. Não poderia ser outra coisa.

 

— Ei — o chamo, limpando as gotículas que escorrem pelas minhas bochechas. — Eu amo você.

 

Tenho certeza do que digo e do que sinto naquele momento, e não pode ser outra coisa além de amor. Reconheço todas as coisas que Justin fizera por mim e todas as que ele ainda poderia fazer, e estar ao meu lado em um momento como aquele, era mais do que importante para mim.

 

Sinto muito por estar sendo tão chato esses dias... — ele funga. — Mas eu também te amo, e odeio ter que dizer isso por telefone.

— Não seja bobo. — rio, vendo a porta da sala de Marta ser aberta. — Agora eu tenho que ir.

Está certo, até depois!

 

Antes que ela me veja, entro na sala e coloco o celular sobre a mesa. As crianças continuam da mesma maneira, só que agora todos sujos de canetinha colorida. Olho em volta, notando algo errado. Há uma carteira vaga ao lado de Molly e...

 

Onde ele está? Onde está Mason?

 

 


Notas Finais


Desculpe a demora, estive repensando sobre a história para poder dar um final aaaaaaaaaaaaaaaa para vocês!


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