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História Bezoar e ditamno - Gina's Farewell


Escrita por: Livs_ravenclaw

Notas do Autor


E aí, meu povo?
Demorei mas voltei.
Ainda não acabaram as provas finais, mas tamo indo.
Espero que gostem do cap.
Boa leitura ;)

Capítulo 7 - Gina's Farewell


Harry foi até o armário de Sirius e descobriu que o padrinho tinha roupas realmente atuais. Ele tinha se esforçado, no tempo que ficou preso em casa, para manter-se bem alinhado e atualizado com a moda. As roupas antigas, que não combinavam mais com a época, estavam em caixas numa parte separada do armário, como recordações. Harry não precisou se esforçar muito para encontrar algo alinhado e de cor escura que coubesse em si. Ele e o padrinho tinham praticamente o mesmo tamanho. E, apesar de preferir vestir algo que fosse seu, ele não tinha nada preto. Então, quando ficou satisfeito com sua aparência, saiu do quarto, indo esperar Severus do lado de fora. Essa era a primeira vez que ficavam realmente separados desde que Harry o salvara.

Sentado no sofá, Harry viu o professor descer as escadas com a roupa que costumava usar para dar aula, e sentiu um calafrio subir pela espinha. Lembrou-se que, se aceitasse o emprego em Hogwarts, o veria assim todos os dias, e começou a forçar a torrente de sentimentos a parar. Não era momento de sentir medo, muito menos de odiar.

- Está muito bonito, Harry. - a voz grave o tirou de seus devaneios.

- Ah, obrigado. Era de Sirius. - disse, apontando para as roupas.

- Agora ficou um pouco menos bonito. - respondeu, com um sorriso torto.

- Ei! - disse Harry se levantando e segurando a mão do outro - Se vamos ficar juntos, tem que aprender a parar a falar mal de Sirius ou do meu pai perto de mim.

- E nós vamos ficar juntos? - perguntou Snape, com uma sobrancelha erguida.

- Não sei. Depende do conselho que vou pedir agora - respondeu Harry, saindo da casa com o mais velho puxado pela mão. - Tchau Monstro! Mais tarde volto! - berrou, virado para dentro da casa.

- Tomara que a Di-Lua saiba o que ela faz... Se não, vou ter que subornar alguém - disse Severus, meio que para si mesmo.

- Também não pode chamá-la assim, ela é minha amiga.

- Ah, Harry! Todo mundo a chamava assim.

- Isso não muda o fato de que ela não gosta - disse Harry, acabando de descer os degraus. - Agora chega. Preciso me concentrar para aparatar, fiz isso poucas vezes.

Os dois ficaram calados por um momento, enquanto Harry, segurando a mão de Snape, girava os calcanhares, pensando na subida para a casa de Luna. Com o habitual puxão no umbigo, aparataram e chegaram a uma colina, em cujo topo ficava a casa dos Lovegood.

- Cuidado com Xenofilio Lovegood. Ele pode querer te apresentar alguma invenção, ou simplesmente testar um feitiço em você. - murmurou Harry, subindo a colina.

- Eu já conheço o velho - murmurou de volta Snape.

Harry então respirou fundo, fechou os olhos e deu duas batidas na porta dos Lovegood. Ouviu então um "espera!" gritado por uma voz feminina agradável e conhecida. Segundos depois, Luna Lovegood apareceu à porta, vestida com roupas claras em tons pastéis, completamente opostos ao tom escuro e pesado das roupas de Harry e Snape. O mais novo, do lado de fora, nem esperou a menina dizer "oi". Apenas se atirou nos braços dela, num abraço muito apertado e carregado.

- Oi, Harry. Também senti sua falta. - disse Luna, rindo baixinho no ombro do menino.

- Oi Luna. Podemos entrar? - perguntou Harry, se afastando de Luna e apontando Snape com o polegar.

- Claro. Ainda bem que meu pai não está em casa. Ele surtaria com uma visita dessas. - ela riu, contagiando Harry. Snape apenas permaneceu parado onde estava, sem conseguir sorrir para a menina. Ele achava que nunca tinha se sentido tão constrangido, nem nos tempos de comensal.

Ambos entraram, atrás de Luna, que apontou duas cadeiras em meio a muitas coisas que não faziam sentido juntas. Haviam pilhas de papéis sobre descobertas, a capa do Pasquim da semana, um chifre de algum animal desconhecido e várias outras coisas menores e sem sentido.

- Então, a que devo a honra da visita dupla? - perguntou Luna, levantando uma sobrancelha.

- Eu ia para a casa dos Weasley, mas antes queria pedir um conselho seu. Pensei em irmos juntos depois... - disse Harry sem jeito - Isso se você não se importar, claro.

- Tudo bem, Harry. Qual conselho você veio pedir?

- Então... Tá, começar do começo - ele respirou fundo antes de começar a falar, e recebeu uma piscadela encorajadora dela. - Então, você tá namorando o Draco, e a maioria dos seus amigos não gosta muito dele. Eu sei que você não precisou contar pra ninguém, já que a gente... É... Você sabe. Como você faria se tivesse... An... Que contar? - Harry finalmente conseguiu dizer, após várias pausas e travando muito.

- Harry. Você tá namorando ele, não tá? - respondeu Luna, cuidadosamente medindo as palavras, e travando antes de falar "ele". Na verdade, nenhum dos amigos de Harry tinha boas memórias com o professor. Era exatamente a mesma situação de Luna com Draco.

- Eu... Como você...? - ele tentou perguntar.

- Primeiro, eu te reconheci usando poção polissuco e com outro nome numa festa. Acha mesmo que eu não saberia interpretar os sinais que você dá? - Harry corou levemente - Segundo, não teria motivo pra ele vir até a casa de não uma, mas duas pessoas que realmente não gostam dele, se não te amasse de verdade. - e com essa fala foi a vez do mais velho, que tinha ficado quieto todo o tempo, corar, só que com ele foi bem mais violentamente. Ele abaixo a cabeça, a fim de evitar que os outros dois o vissem corado, mas sem sucesso.

- Ah, Luna... É por isso que vim pedir o conselho pra você... Você realmente me conhece... Mas como conto isso pro Rony? A Mione não vai realmente ser um problema, mas acho que o Ron vai se sentir mal, já que a irmã dele morreu a pouco... - como sempre ocorria, Harry engasgou à menção de Gina, sem, no entanto, chorar. Ele se manteve firme, apesar do assunto ainda o abalar.

- Harry, apenas conte pra ele. Quando estiverem vocês dois sozinhos. Ele é seu amigo, tem que te apoiar. - quando ela acabou de falar, o relógio soou meio-dia. Ela se levantou, estendendo a mão para Harry. - Vamos, está na hora.

- Draco não veio? - perguntou Harry, se levantando.

- Os Weasley não iam gostar. Além disso, ele é ex comensal. Tem muito o que resolver agora que acabou a guerra.

- Faz sentido. - respondeu o menino, estendendo a mão para Snape enquanto a outra abria a porta.

- Harry, me faz só um favor: não me deixa de vela no caminho, por favor.

- Eeeeeeeu? Deixar Luna Lovegood de vela? Nunca! - respondeu Harry, rindo.

Os três foram descendo a colina, em direção à Toca. Harry, como prometido, não deixou Luna de vela. O mais provável era que Snape se sentisse de vela, ao lado de duas pessoas que se entendiam tão bem. Ele apenas segurava a mão de Harry, apreciando o caminho enquanto tentava não surtar por estar indo a um lugar em que a maioria não gostava dele.

Chegando à Toca, poucos convidados haviam chegado, mas o velório já tinha começado. Os corpos de Gina e de Fred estavam lado a lado, em caixões de madeira escura e polida, tapados apenas por um véu. Um feitiço impedia que os corpos exalassem algum odor ruim, dado o tempo de morte. Harry apertou bem forte a mão de Snape e se dirigiu primeiro até o caixão de Fred, adiando a visão do corpo de Gina.

- Ah, Fred... Eu sinto tanto... Agora que é que vai fazer o Jorge rir? Quem vai cuidar dele? - Harry olhava para o rapaz com os olhos cheios de lágrimas. - Eu sei que não fui exatamente seu amigo, mas eu gostava muito de você. Vá em paz, meu amigo. - terminou Harry, fechando os olhos e sentindo uma lágrima escorrer pela bochecha.

Já não era mais possível adiar. Segurando forte a mão de Severus, como se precisasse de sustentação, Harry foi andando, devagar, até o caixão da menina. Ela parecia tão serena... Os cabelos ruivos eram como uma cortina ao redor do rosto, no qual as sardas se destacavam dando um ar mais inocente e infantil. As mãos estavam juntas sobre o peito, e as unhas estavam pintadas de um delicado tom de branco. Ela estava adorável.

- Oh Gina... - ao citar o nome, as primeiras lágrimas começaram a descer pelo rosto de Harry. - Eu sinto tanto por isso... Sei que foi tudo minha culpa. Você não devia estar naquela batalha, era menor de idade... Não acredito que te fiz isso... Eu te amei tanto, minha menina... Minha menina corajosa, ganhou aquele título de quadribol por mim, me beijou na frente de todos... Ninguém nunca vai ser como você - chorando muito, Harry olhou rapidamente para Severus, que permanecia impassível mesmo ouvindo as palavras dele - Eu queria te pedir... Pra aprovar meu namoro com aquele homem ali. Juro que ele é bom. Eu não vou te desapontar, meu amor. Vá em paz, anjo da minha vida... - sem conseguir se controlar mais, Harry explodiu em soluços, sendo prontamente abraçado por Snape, enquanto ambos se dirigiam para o interior da casa

Rony estava sozinho na cozinha e reparou na expressão do amigo ao entrar na casa. Harry parecia derrotado, os olhos inchados e vermelhos de chorar e andava completamente apoiado em Snape. O outro grifinório também não parecia bem, já que tinha profundas olheiras de privação de sono e vários hematomas pelas pernas, vindos de trombadas com móveis, geradas pela distração intensa da qual ele estava sofrendo. Mesmo assim, se levantou de seu banco à grande mesa e abraçou Harry, com força. Ambos estavam se entregando muito ao calor um do outro, já que o carinho de um amigo fazia muita falta naquelas horas.

- Rony... - disse Harry, se afastando com a voz meio rouca - Eu tenho algo a te contar.

- O que quiser, Harry.

O menino respirou fundo. Ia contar tudo a Rony. Ele começou do primeiro momento, no dormitório da grifinória, aquele em que Hermione o vira abraçado ao professor. Conforme ia avançando, o rosto de Rony ia se contorcendo de horror. Mesmo assim, Harry não parou até terminar a história. Quando ele terminou, contando sobre a visita à casa de Luna, Rony já tinha se afastado até o outro lado da cozinha, encarando o amigo com uma expressão de extremo nojo.

- Você... Você nunca amou a minha irmã, amou? Porque, veja, o corpo dela mal esfriou e você já está aí, com outra pessoa. E pior ainda. Um homem. - e pronunciou a última palavra com profundo asco. Harry já estava novamente chorando, quando Rony, cruelmente, ainda completou: - Você é uma menininha.

- Ronald Weasley, o que pensa que está dizendo? - disse uma voz que surgiu de dentro da casa.


Notas Finais


Comentem ;)


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