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História BF - O que você vê?


Escrita por: boxwi

Notas do Autor


desculpem os erros~

Capítulo 1 - O que você vê?


– Você tem certeza que quer trabalhar lá? – perguntou séria pela décima vez no mesmo minuto.

– Tenho, já disse – respondeu convicta.

A mulher a sua frente descansou os ombros, suspirando devagar. Digitou algumas coisas no computador, anotando algumas informações num papel que pegou jogado por ali na mesa.

– Tome – entregou-o para Bora – está o horário da sua entrevista e, pelo amor de deus, vá vestida decentemente, Bora.

– O que tem demais nas minhas roupas? – perguntou analisando a si mesma.

A mulher balançou a cabeça negativamente, enquanto ria.

– Boa sorte – riu.

– Obrigada, Dasom! – pulou da cadeira, saindo da sala da amiga.

Bora estava há tempos desempregada, a cidade não estava nos melhores dias, e nem a padaria em que trabalhava.

A família precisa do seu dinheiro, o que era relativamente desonesto, já que tinha de sustentar seus pais, mais sua irmã que era mãe solteira. Porém com uma preocupação a menos, já que sua irmã estava indo para outro país fazer faculdade; e por mais que não quisesse ficar sozinha com seus pais (onde os dois tinham um parafuso a menos e já passavam da idade), tinha de aguentar mais um pouco até juntar dinheiro suficiente para sua faculdade também.

Bora corria desenfreada com sua bicicleta rosa mesclada no amarelo; era conhecida por suas roupas exóticas e muito querida por todos em sua cidadezinha pequena e pacata. Distribuía sorrisos pela rua até chegar a sua casa, e foi recebida por um empurrão do seu cachorro, que fez a garota ir ao chão, rindo abertamente.

– Senti saudades também – acariciou o animal, deixando um beijo no topo de sua cabeça.

Levantou-se do chão deixando o animal para trás, finalmente entrando em casa. Tirou o casaco e bolsa deixando-os em qualquer lugar da sala.

Durante a caminhada até seu quarto foi tirando sapatos, peça por peça de roupa de seu corpo, chegando ao quarto apenas de sutiã e calcinha, não poupando esforços ao se jogar com vontade contra a cama macia, e se enrolar nos lençóis.

O animal de estimação entrou no quarto um tempo depois, deitando ao lado de Bora, arrancando um sorriso satisfatório e cansado da menina.

– Amanhã você deve me acordar bem cedo, ouviu? – segurou o focinho do cachorro, deixando um beijo no nariz gelado – boa noite.

                                                                                                             ♥️

– Seja bem-vinda, senhorita Bora – a mulher disse calmamente, guiando a menina através do salão – espero que esteja ciente do tipo de trabalho que eu e meu marido queremos para nossa filha.

Bora ia girando pela visita no castelo em que iria trabalhar, admirada com a magnitude e a beleza antiga.

– S-sim, sim – gaguejou alguns passos atrás da mulher.

– Você já teve contato com algum tipo de pessoal igual a minha filha? – a mulher virou-se para Bora, encarando-a firme.

– Não – respondeu simples – mas já fui voluntária em um canil, e cuidei de um cachorro cego – a mulher contorceu o rosto, surpresa – não deve ser muito diferente, né?

A mulher assentiu incerta.

– Bem, você vai começar hoje. Siga-me.

A mais velha passou por algumas portas até chegar a um quarto afastado.

– É aqui que ela passa a maioria do tempo – iniciou as instruções – ela não gosta muito de sair no jardim. No primeiro armário estão os remédios que ela deve tomar, e aqui... – tirou um livro de uma das gavetas do armário – estão os remédios e os horários certos para cada um deles. Também estão as comidas que ela gosta de comer, e ao que ela é alérgica também. No final tem alguns números necessários: o meu, o do pai dele, do enfermeiro, e do hospital. Alguma dúvida?

– Não – respondeu incerta e hesitante.

– Tudo bem – a mulher parou ao seu lado – bom trabalho, vou estar no escritório, qualquer coisa é só me ligar, ou pedir ajuda da Hyojung.

– Espera – Bora chamou antes que a mulher pudesse sair do quarto – quem é Hyojung?

– A enfermeira particular da Soyou.

– Ah, sim – balançou a cabeça – até mais.

Bora sentou-se a e na mesa que descansava ali no meio do quarto, sem saber exatamente o que fazer.

Passou alguns minutos rodando na sala, mexendo nas gavetas, entrou e saiu do banheiro sem absolutamente nada para fazer, até ser chamada atenção por uma mulher que havia saído de onde Soyou provavelmente dormia.

– Oi – sorriu para a mulher – você é a Soyou ou a enfermeira?

– Hyojung – a mulher sorriu.

– Ah, sim – sorriu nervosa – você pode me dizer uma coisa?

Hyojung andou até a mesa, arrumando suas coisas dentro de uma bolsa que carregava consigo.

– O que é?

– Qual é a doença que a Soyou tem? – sussurrou como se fosse um crime.

Hyojung gargalhou baixo, fazendo Bora franzir o cenho. 

– Cardiopatia Grave – respondeu.

– Ah – soltou um muxoxo triste, ficando cabisbaixa.

– E cegueira.

Bora levantou os olhos imediatamente, focando-os em Hyojung, que continuava a arrumar suas coisas dentro da bolsa.

– Não me disseram que ela era cega – comentou baixo.

– E é bom que você não comente perto dela – lembrou, levando a bolsa até suas costas – eu já vou indo. Ela está acordada, pode ir lá se apresentar.

Bora assentiu animada, dando um leve aceno para Hyojung.

Respirou fundo, andando em direção onde Soyou estava. Deus passos calculados, meio incertos e com certo medo. Chegou perto da porta, e a empurrou devagar, sentindo o ar gelado que circulava do lado de dentro; estremeceu todo seu corpo. 

Bateu algumas vezes na porta, e antes que pudesse ser atendida, entrou no quarto, vendo uma mulher não muito mais velha que si própria, deitada, com os fones de ouvido tocando alguma coisa.

– Oi – falou baixo ao pé da cama.

Soyou não respondeu.

Bora suspirou impaciente, e andou até Soyou, tirando um dos lados do fone devagar e cuidadosamente.

– Oi – repetiu.

Soyou continuou com o rosto virado para frente, analisando a voz que ouvira.

– Você é a minha nova babá?

Bora assustou-se com a arrogância que regava a voz da outra.

– Não me veja como sua babá – iniciou – me veja como sua nova amiga.

– Sei – o tom sínico escorria nas palavras de Soyou – será que pode me deixar sozinha de devolver o outro lado do meu fone?

Bora murmurou algo em desgosto e devolveu o fone para Soyou.

O primeiro dia sendo “amiga” de Soyou não foi um dos melhores. Bora realmente não esperava que seu novo emprego envolvesse doenças terminais e cegueira todos juntos somados a arrogância crônica de Soyou.

O que fazia aliviar a pressão de um emprego novo era Hyojung, que uns minutos depois voltou de seus horário almoço, e conversou um pouco com Bora sobre Soyou e seu cotidiano.

Assim que chegou a sua casa sentou-se num sofá ao lado de uma xícara de café e o computador no colo, pesquisando mais sobre as doenças que Soyou possuía, descobrindo alguma maneira de livra-la daquela cama, já que Hyojung havia lhe dito que Soyou não gostava muito de sair, por possuir um físico limitado e frágil demais para esportes ou diversão pesada.

Ao longo dos dias na mansão Kang, Bora descobriu por si só que Soyou era desacreditada da vida por causa de suas doenças. Seu corpo era limitado e não enxergava, e em uma forma de se esconder da dor que sentia, agia de forma arrogante e irredutível.

Confessando a si mesma, nos primeiros dias fora difícil aguentar Soyou daquele jeito impassível e mal-educada, mas logo depois criou certa afeição pela menina, que descobriu ser mais velha alguns poucos anos.

Nos dias iniciais, Bora ainda mantém guardado nas memórias, Soyou não ajudara em nada, mas com a insistência a falta de desistência de Bora, as três (Hyojung sempre ia) seguiam a agenda lotada de afazeres que Bora organizava, mesmo que alguns Soyou tivesse sido obrigada a participar, e outros nem dessem muito certo; cada dias as duas ficavam um pouco mais próximas.

– Você quer assistir a um filme? – Bora perguntou.

Soyou riu contida, andando devagar até a cama.

– Desculpe – Bora verificou a outra, e riu também.

– Eu adoraria escutar alguma música, obrigada – Soyou sentou-se na cama.

– Mas fazemos isso todos os dias, Soyou – murmurou chateada – já sei. Vamos apenas sentar e conversar tenho certeza que você tem muitas histórias para me contar.

Muitas... – murmurou.

– Então, o que você faz nos dias de semana quando não estou aqui, tipo na quarta? – Bora iniciou a conversa.

– Vou até o clube dos ceguinhos e conversamos sobre o quanto é chato ser cego – Soyou respondeu impaciente.

– Soyou! – Bora repreendeu-a – por favor, faça isso dar certo.

– Já vou indo – Hyojung interrompeu a pseudoconversa das duas, dando um leve sorriso.

– Gosto de uma pessoa – Soyou pronunciou, enquanto Bora ainda olhava para a porta aberta na qual Hyojung saíra.

– Gosta? – perguntou exasperada, surpresa com a pergunta – isso, é assim que se conversa com alguém. Sem ignorância.

Soyou fez um careta descontente.

– Desculpe, desculpe – Bora sorriu – vamos começar de novo: gosta? E qual é o nome dele?

Soyou demorou um pouco para responder, mordeu os lábios levemente.

– É uma garota.

Bora arregalou os olhos, enquanto a boca se abria em espanto, confusa e ao mesmo tempo animada.

– Mesmo?! – perguntou eufórica – vocês conversam bastante? De onde ela é?

Soyou riu com a tonalidade de voz com que Bora falava.

– Conversamos muito – iniciou – ela faz parte do clube dos ceguinhos – Soyou imaginou a expressão de Bora provavelmente estava fazer naquele momento e riu – mas ela não é uma dos pacientes, ela cuida de nós, na verdade.

Bora sorriu largamente com a confissão.

– E como se conheceram?

– Ela é minha responsável na clínica – disse – ela gosta muito de falar das flores que cultiva em casa. 

– Ela deve ser linda – Bora comentou.

– Deve... 

Soyou comentou triste, e sem perceber, algumas lágrimas começaram a escorrer dos olhos tristes de Soyou. Bora desesperou-se achando que era alguma dor que a outra sentia, porém percebeu que era apenas Soyou chorando pela sua vida de má sorte.

– Ela deve ser linda! – exclamou, direcionando seus olhos para as próprias mãos – mas eu nunca vou saber porque sou cega, Bora! 

– Soyou... – tentou acalma-la, mas foi bruscamente interrompida.

– Não, Bora! – exclamou outra vez, fazendo a mais velha se sentir dispensável – você nunca vai entender como é a vontade de querer enxergar as coisas. De querer ver um filme, de querer ver uma flor, de querer ver quem eu amo, de querer ver uma pintura, de querer ver meus pais sorrindo... por isso eu nunca deixo este quarto. Minha vontade era de ir lá fora, contemplar o jardim, porque eu sei o quão bonito é, mas eu nunca vou saber, porque eu sou cega!

Bora segurou os braços afoitos de Soyou que tremiam sôfregos, e trouxe o corpo da outra perto do seu, num abraço calmo.

Por uns instantes Soyou relutou, mas acabou encontrando o conforto que precisava nos abraço de Bora, e continuou a chorar sua vida e suas dores na calma que Bora lhe proporcionava.

Bora foi para casa naquele dia se sentindo feliz, por mais que tivesse sido uma tarde pesada emocionalmente. Feliz por Soyou lhe deixar ver a Soyou que chora como uma criança e que tem medo.

No outro dia, já de volta e recarregada as baterias para um novo dia com Soyou, trouxe consigo seu caderninho de afazeres.

– Soyou, hoje temos uma coisa muito importante para fazer! – Bora anunciou, sentando-se a mesa com Hyojung ao lado.

– Não estou afim, desculpe – Soyou disse – e hoje nem é de você estar aqui.

– Eu sei – Bora suspirou – mas é uma coisa importante que precisa ser feita, então, você vai se arrumar enquanto conversa com a Hyojung sobre o que vamos fazer hoje.

Bora levantou-se a segurou a xícara que Soyou carregava, empurrando-a para dentro de seu quarto.

– O que você está aprontando? – Hyojung perguntou risonha.

– Você sabia que ela era apaixonada pela garota da clínica? – Bora perguntou desacreditada.

– A Joohyun? – Hyojung perguntou sem tirar o sorriso do rosto – sabia.

– Não importa o nome dela – Bora falou levianamente – temos que fazer Soyou se confessar para ela.

– E como pretende fazer isso? Você conhece a Soyou, ela nunca faria isso.

Bora sorriu travessa, antes de Soyou sair do quarto novamente.

Hyojung levou as duas até a clínica onde uma reunião de pessoas portadoras da cegueira se encontravam todas as quintas e sextas-feiras da semana.

– Ainda não entendo porque você veio.

– Não precisa entender – Bora deu dois tapinhas em Soyou antes de adentrarem a sala da reunião.

– Soyou! – uma garota exclamou, indo de encontro com as duas – você está linda hoje.

Soyou abriu o sorriso mais sincero que Bora já havia visto, e animou-se ao perceber que aquela era Joohyun.

– Joohyun – Bora chamou a atenção da garota – na verdade, Soyou queria conversar com você em particular.

– Queria? – a menina perguntou animada – vamos.

Joohyun passou pelas duas, saindo da sala.

– O que você pensa que está fazendo? – Soyou perguntou trêmula.

– Você precisa se confessar para ela hoje, por favor, Soyou – Bora disse firme – precisa disso na sua vida, precisa dela.

Soyou enrubesceu rapidamente, assentindo devagar para a outra, seguindo Joohyun para fora da sala.

                                                                                  ♥️

Bora e Hyojung esperavam Soyou do lado de fora da clínica, e quando acabou a reunião, puderam ver Joohyun e Soyou conversando na porta de saída da clínica, e Bora soltou um de seus melhores sorrisos ao ver as duas compartilhando um abraço.

Soyou veio caminhando devagar, já imaginado a expressão de Bora quando chegasse perto das duas.

– E então? – Soyou nem havia chegado perto da mais velha.

– Cala a boca, Bora – Soyou sorriu verdadeiramente feliz, enquanto passava pelas duas e entrava no carro.

Bora apertou os olhos, sorrindo o mais largo que podia, e então olhou para Hyojung, que sorria da infantilidade da outra.

– Vamos, cupido – Hyojung brincou, entrando no carro.

                                                                                        ♥️

– Quero andar de bicicleta – um dia qualquer Soyou disse para Hyojung e Bora.

As duas se entreolharam e voltaram a fitar Soyou.

– Ela pode? – Bora perguntou.

– Contanto que não se esforce demais – Hyojung sorriu.

As três foram para o jardim, e Soyou com uma bicicleta na mão.

– Olhe, essa pista é longa, lá no final tem uma curva e você não precisa-

– Eu conheço essa pista como a palma da minha mão, Bora – Soyou interrompeu a outra – não precisa se preocupar.

Bora deu de ombros, e sentou-se abaixo de uma das árvores ao lado de Hyojung.

Soyou montou na bicicleta, e devagar, deu as primeiras pedalas. Aumentado-as gradativamente. 

Sentia o vento fazer carinho em sua pele, o som do vento cortando seu cabelo, o cheiro frio da terra recém-molhada gravando em sua mente; os pés correram com mais velocidade em busca de mais daquelas sensações.

O coração palpitou forte, o ar foi parando de entrar nos pulmões na medida em que sua felicidade dominava seu corpo por inteiro.

Calafrios percorriam a pele exposta, a respiração se tornou ofegante, a cabeça girava e sensação se eternizava.

As pedalas foram parando ao longo do caminho, um aperto forte sentido no coração fez os pés encostarem-se ao chão; parecia que havia sido trancada em uma sala, todos os sons eram malmente ouvidos. 

Caiu no chão sem forças, deixando a bicicleta morrer sozinha ao seu lado.

Sentiu mãos lhe segurando o pulso, o pescoço, o rosto; uma lágrima dançou solitária por seu rosto, num último suplicar da morte, num fio de esperança do futuro.

                                                                                          ♥️

O sol queimava a epiderme exposta dos chorosos em volta do túmulo. Os parentes, amigos, familiares; todos choravam a perda daquela garota que num último suspirou soube amar a vida.

Bora se encontrava um pouco mais ao fundo, escondida, chorando sozinha sua dor. Um pouco arrependida; fez coisas que não tivera tempo de realizar, um pouco feliz pelo tormento de sua amiga ter acabado, um pouco sozinha por ter deixado a pessoa que aprendeu a amar.

O enterro encerrou-se e os últimos a saírem de perto do túmulo foram os pais junto de Hyojung. Bora se aproximou o quanto sua dor permitiu.

– Obrigada, Bora – a senhora Kang abraçou a menina. Bora sentiu suas mãos trêmulas e a respiração entrecortada – obrigada por cuidar dela.

Bora apenas assentiu, recebendo um aceno triste do patriarca. O homem segurou sua mulher nos braços e foram deixando sua filha para trás.

– Você está bem? – Hyojung abraçou Bora, um minuto a mais do que desejava.

Bora negou com a cabeça, segurando o choro que queria liberta-se.

– E você? – continuaram abraças, suportando a dor alheia.

– Na medida do possível – Hyojung respondeu dando um sorriso que estava longe de ser triste – aliás, Soyou deixou isso para você – entregou uma caixa nas mãos da outra – aproveite.

Bora sorriu triste, enquanto acompanhava Hyojung lhe dar as costas.

Olhou para a caixa, e se pôs a frente do epitáfio de Soyou.

– Oi, amiga – começou, segurando firme a caixa em mãos – obrigada pelo presente, seja lá o que for – molestou os próprios lábios tentando se conter – ainda bem que você se confessou antes de ir morar em outro lugar, não é? Se eu fosse você teria me arrependido bastante de ir embora e ter deixado essa passar.

Bora deixou uma lágrima escorrer solitária, abrindo caminho para as outras.

– Mas... – os soluços se desprendiam de sua garganta involuntariamente – você não precisava ir tão cedo. Precisava criar memórias com o seu amor... precisava criar mais memórias comigo. Eu precisava terminar de ver todos os filmes do mundo com você! Agora por sua culpa nunca mais vou conseguir terminar aquele filme, só porque você insistiu de vermos outro – os dedos ficavam brancos a medida que abraçava mais a caixa contra o peito – então, porque você se foi tão cedo? Você precisava cantar mais vezes pra mim... por favor, volte a ser arrogante e mimada comigo... eu quero aprender a ser tão forte como você foi. 

O sol continuava feroz acima de sua cabeça, o vento passava devagar; era um dia feliz.

Bora abriu a porta do carro, e jogou a caixa no banco passageiro ao lado do motorista, fechando a porta em seguida. Parou alguns segundos, segurando o volante nas mãos.

Olhou para a caixa ao seu lado, e sorriu quase minimamente, abrindo a caixa devagar.

Dentro havia todos os filmes que Soyou e Bora conseguiram ver juntas, mais uma carta amassada ao canto.

– Idiota – sussurrou.

“Oi, Yoon Bora, espero que não esteja chorando. Pedi para uma grande amiga lhe entregar isso quando já estivesse a sete palmos do chão; eu sei, eu sei, é clichê demais, mas sou clichê igual aos filmes que assistimos juntas. Tenho alguns pedidos para fazer: por favor, se vista mais decentemente! Essas suas roupas horríveis assustam qualquer um na rua, por favor, tenha piedade das criancinhas. A segunda coisa é uma coisa bem simples: se confesse para aquele cara que você me contou sobre daquela vez. Ele pode não ser o melhor cara para se casar, mas você o ama e é isso que importa, não é? A terceira é: obrigada por me fazer me confessar para o amor da minha vida.Eu realmente precisava dela na minha vida. 

A quarta: me desculpe. Eu sei que ainda faltava muitas coisas para fazemos juntas, como por exemplo terminar de assistir todos os filmes do mundo. Espero que você termine aquele que não conseguimos terminar. Me perdoe por te deixar tão sozinha no mundo, mas você ainda tem Hyojung para cuidar, então, não a abandone. 

Por favor, não chore. Faça sua faculdade, não tenha medo de deixar seus pais ou qualquer coisa nesta cidadezinha, se desprenda do passado para não fazer um péssimo futuro. Eu te amo, você sabe? Me desculpe por nunca dizer isso, eu não sou boa com essas coisas.
Por fim, cuide de você mesma, se ame um pouquinho mais, e, obrigada por me fazer amar a vida mesmo sendo cega e tendo uma doença terminal. Com você eu aprendi a não enxergar obstáculos, e por mais que você não goste de ver filmes legendados, eu ainda amo você como um todo.

Por favor, não se contenha.

Eu tem amo, da sua melhor amiga.”


Notas Finais


obrigada por ler~


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