História Bianchi - Prólogo

“Não te disseram que eu sou perigosa, Dane-se seu cavalo branco e carruagem. Aposto que não poderia imaginar.” - Needed Me, Rihanna.

Los Angeles, Califórnia. 01/01/2014

• Holland Bianchi •

O barulho dos saltos de Nanda batendo sobre o chão de vidro, daquele galpão, estava começando a me deixar mais irritada do que eu estava.

Estávamos no nosso galpão na área norte de Los Angeles, perdendo uma sexta à noite por causa de um babaca que tentou invadir nosso sistema de segurança e estava nos observando a um bom tempo.

Na real, ele estava nos seguindo e nós estávamos na sua cola há  exatas duas semanas. Porém, isso não tinha atrapalhado a porra das nossas sextas, agora mexeu com o psicológico.

Miller deu mais um soco na cara dele, antes de me olhar, me dando a deixa.

Sorri assentindo e desci da bancada, onde eu estava sentada. Fui na direção da mesa, que estava na frente da bancada, e peguei a maleta preta com um B gravado na frente. Abri a mesma e observei tudo o que eu tinha para hoje. Soco inglês, pistola e canivete.

Separei o soco inglês e o canivete, já que eu não iria precisar de minha queridinha.

Dei uma olhada por todo o galpão, vendo o que cada uma de minhas meninas estavam fazendo.

Claire estava sentada no chão com seu MacBook na mão, provavelmente consertando qualquer erro que esse idiota poderia ter feito. Ela tinha sido a primeira e conseguiu o nome dele. Dean.

Caitlin estava sentada no chão, enrolando uma mecha de cabelo nos dedos. Ela foi a segunda e conseguiu o sobrenome. Seiah.

Gabe estava sentada ao lado de Caitlin, só que estava com a cabeça encostada na parede e de olhos fechados. A terceira e conseguiu um número qualquer. Vinte e cinco.

Hailey estava sentada na bancada em que eu estava antes. A quarta e conseguiu um nome. Nash. - o qual eu não acho que seja o mandante.

Nanda estava guardando as coisas que ela tinha usado, em sua maleta. Quinta e conseguiu duas letras, ou siglas. D.B

E eu estava colocando o soco inglês, me preparando para acabar com essa putaria. Sexta, assim como hoje, e eu iria descobrir quem foi o filho da puta que mandou esse otário, pra cá.

Olhei mais uma vez para ele e sorri, ele fez o mesmo. Me aproximei para ver cada detalhe dele.

Moreno, olhos verdes, bem vestido - apesar de sua roupa ser toda preta. -, um corpo perfeitamente bem cuidado, indicando que ele passa bastante tempo na academia, o que indica que seu chefe gosta de que seus homens mantenham a boa aparência.

Mas apesar de que ele seja bonito, ele estava muito machucado, sangrando e com alguns cortes no rosto. Sem contar que deve estar todo fodido por dentro, pelos socos e chutes das meninas, só seu olho esquerdo diz tudo.

Ele abriu um sorriso sarcástico e eu revirei os olhos, abrindo o sorriso mais falso que eu poderia fazer.

- Então bonitinho - O chamei e ele se forçou a abrir o olho esquerdo, que como eu já tinha visto, estava inchado para uma porra. Que orgulho de minhas meninas. -, vamos acabar logo com isso, o que você acha?

- Acho que vocês vão perder mais um tempinho. - ele sorriu me fazendo bufar. Dei um soco na cara dele, e ao que tudo indica foi forte, já que ele virou o rosto com o impacto. Ele se virou para mim e cuspiu sangue.

- Ops. - Ele riu fraco e eu sorri.

- Você é fortinha, não?

- Não sei, me diz você. - Dei mais três socos na cara dele. - O que você acha?

- Filha da…

- Olha como vai chamar minha mãe. - disse o interrompendo. - Agora fala logo quem foi, porra.

- Quem foi que…? - Ele perguntou sarcástico.

- Enfiou o pau no teu cú. - Dei mais um soco. Minha paciência já foi para o cú e esse filho da puta ainda provoca. - Fala logo, porra.

- Bianchi, você sabe que eu não vou falar mais nada, né? - Ele perguntou sorrindo me deixando com mais raiva.

- Primeiro: quem você acha que é pra ter essa intimidade toda? Para você é: Senhora Bianchi, porra. - Tirei o soco inglês de minha mão, apertando e depois soltando a mesma. Isso é apertado para uma porra, para garantir que o soco quebre mais que um dente. Infelizmente esse filho da puta tem uma ótima dentista. - Segundo: quem te garante que você não vai dizer nada? - Fiz uma pergunta retórica e ele torceu os lábios, parecendo pensar no que eu disse. Sorri.

Agachei-me até ele e sussurrei perto de seu ouvido:

- Se você contar por bem eu juro que não te machuco mais. Você sabe, elas já fizeram o suficiente. - ele olhou para elas e eu sorri.

- E se não? - Ele abriu um sorriso maldoso e eu ri fraco.

- Aí nos encontramos no inferno. - Me levantei e fui até a mesa,novamente. Coloquei o soco inglês dentro na maleta e peguei o canivete. Levantei o mesmo na direção do cara e ele sorriu brincalhão.

Fui até ele e me agachei, novamente.

- O que uma moça tão bonita, faria com um canivete? - Ele perguntou sorrindo. Dei de ombros.

- Veja e descobrirá. - Sorri para ele. - Aproveite o show. - A ironia em minha voz era perceptível. Fazer o que né.

Passei a mão pelo seu rosto e fui descendo até chegar ao botão de sua calça. Fiz tudo isso olhando em seus olhos, para ver do que eu sou capaz. Ele franziu o cenho, me encarando.

Sorri para ele. - Eu não sou tão legal assim. - Abri o canivete, mostrando aquele perfeito pedaço de metal extremamente afiado e nunca usado. Ainda. - Você ainda pode desistir. - Ele negou com a cabeça. - Então tá.

Coloquei a ponta do canivete no meio de seu membro, olhando em seus olhos. Eles mostravam medo e desespero. Empurrei mais um pouco e ele arfou, provavelmente de nervoso.

- Eu posso parar, basta me dizer quem que te mandou. - Ele negou novamente.

Que porra de homem chato do caralho. Isso tá começando a me irritar.

Empurrei mais e ele gemeu de dor. Então eu fiz mais uma vez, sentindo o canivete perfurar o seu membro.

- Tudo bem, eu digo. - Parei de fazer e ele me olhou, respirando fundo. Talvez ele esteja em choque,mas também que não ficaria com um canivete contra seu pinto? Foda-se. Ele não estava falando porra nenhuma então pressionei mais um pouco, mesmo sabendo que estava prestes a perfurá-lo totalmente. - Bieber. Justin Bieber. Foi ele. - Ele disse tão rápido que quase não entendi.

Olhei para as meninas e todas estavam surpresas, menos uma. Caitlin. Ela parecia nervosa e talvez um pouco surpresa, mas não tanto quanto às outras. Ou seja. Ela sabe quem ele é e talvez saiba o que ele quer.

- Caitlin? - ela me olhou tentando disfarçar que sabia de algo. Sinto muito, mas você não conseguiu. - Ok. - Me virei para o cara e ele meio que pediu minha ajuda, com o olhar. Neguei com a cabeça. Afundei o canivete em seu membro sem nem dá tempo dele pensar. Acho que ele estava em choque. Mas a culpa é dele por eu ter perdido uma sexta à noite. - Foi bom fazer negócios com você, Dean.

Puxei o canivete e o guardei na maleta. As meninas se levantaram e eu abri a porta da sala de tortura, saindo antes delas.

- O que vai fazer com ele? - Claire perguntou e eu a olhei.

- Ele tá todo fodido e provavelmente vai morrer de hemorragia, então… - Deixei a frase no ar e ela assentiu. - Podem ir para casa. - Gabe abriu a porta do galpão e saiu com Hailey. Miller passou por mim e disse:

- Pega leve com ela. - assenti me encostando na parede.

- Vou pegar. Mais leve que vento. - Sorri e ela negou com a cabeça, saindo logo em seguida. As últimas que iriam sair era a Caitlin e a Claire, mas eu preciso falar com a Claire e conversar com a Caitlin. - Vocês não. - Elas se viraram e eu olhei para Claire. - Te dou quatro horas para descobrir tudo sobre esse tal de Justin Bieber.

Ela bufou, assentindo.

- Boa sorte. - Ouvi ela sussurrando para Caitlin e nem falei nada. Ela vai precisar.

Claire saiu, mas antes eu pedi para ela pedir para algum segurança tirar o cara daqui do galpão, depois de terminar aqui com a Caitlin.

- O que foi que eu fiz? - Ela perguntou baixo e eu me sentei no sofá.

- Sinceramente, eu espero que nada, mas isso só vou poder dizer depois. Agora eu quero saber quem é Justin Bieber, de onde vocês se conhecem, o que vocês tiveram e principalmente se você sabe onde ele está? - Ela arqueou a sobrancelha e eu forcei um sorriso. - Se era minha atenção que ele queria, pode apostar que ele conseguiu.