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História Bienvenue Mon Chéri - Sended


Escrita por: luanagrings

Capítulo 21 - Sended



Maeve Bettencourt – Ponto de Vista
5 de agosto de 2014 (terça-feira)
 

A noite foi de longa espera. Quando papai saiu de casa, implorei para que mamãe me deixasse ir descobrir o que havia acontecido. Ela me proibiu de pôr os pés para fora de casa, antes do amanhecer. Sem nem mesmo ouvir minhas súplicas, voltou para a cama, deixando claro as consequências caso eu fosse sem sua permissão e bateu a porta na minha cara. 
Voltei para sala, descobrindo que William já não estava mais lá. Tratei de ir me deitar. Entretanto, encarei o teto na maior parte do tempo. Provavelmente, tive apenas quatro horas de sono; cinco sendo otimista. 
Minhas chamadas para Louis e Chandler haviam caído na caixa postal e minhas mensagens ficaram sem resposta.
Assim que vi a luz do sol começar a se manifestar, corri para me trocar. Enquanto escovava os dentes, pude notar no espelho como minha aparência estava ruim. Meus olhos murchos e avermelhados entregavam meu cansaço. Também não fiz questão de passar qualquer maquiagem, nem mesmo pentear o cabelo. Saí com pressa, antes mesmo que Adalene pudesse me impedir.
No momento em que cheguei ao hospital, o delegado me fitou com repreensão. Evitei me direcionar a ele e fui pedir informações ao detetive Jean Theron. O loiro apertou os lábios quando me viu, pois sabia que começaria uma sessão de perguntas.
— O que aconteceu? — perguntou, me antecipando — Pergunte ao seu pai, Maeve. Não podemos compartilhar informações com civis e você, mesmo sendo a filha do delegado, continua sendo uma.
— Corta essa, Theron. Diga logo o que sabe, por favor, preciso saber.
Após um suspiro profundo, Jean olhou para os céus. Ele sabia que eu não iria desistir.
— Daphné está em coma, o estado dela é grave. Levou uma facada nas costas e perdeu muito sangue. Ela acabou de sair da cirurgia. Provavelmente não vai acordar por uns dias. A Sra. Nicholl a encontrou, mas disse não ter visto ninguém estranho entrar na pensão. Isso é tudo que vou te falar.
Aquilo era tudo que ele iria me falar, porque era tudo o que ele sabia. Jean tentava disfarçar, a polícia toda tentava, mas eles não tinham ideia de nada. Acreditavam que William Tomlinson era o culpado, mas estavam cegos. Essa falsa crença não permitia que realizassem uma investigação descente sobre o ataque à detetive Connelly.
— Obrigada.
Olhei à minha volta, procurando por qualquer outro tipo de informação que eu pudesse conseguir. Imaginei que nada ali poderia me ajudar, então fui direto para a delegacia. Enquanto meu pai não estivesse lá, eu conseguiria arrancar detalhes dos oficiais.
Fácil assim, fui capaz de rastrear a dona da pensão em uma das salas de interrogatório. Usando os poderes concebidos pelo fato de ser a filha de Gaston, pude ter um tempo a sós com ela, podendo perguntar o que quisesse.
A Sra. Nicholl parecia calma, mas provavelmente estava em choque. Dariella havia puxado parte da sensibilidade da mãe. Encontrar uma vítima ensanguentada dentro da sua pensão pode ser um destruidor de nervos.
— Sra. Nicholl.... Eu sinto muito por fazê-la ter que falar sobre isso novamente, mas preciso que me conte o que exatamente a senhora viu.
— Seu pai pediu para você vir aqui?
Hesitei por um segundo. Dei meu melhor sorriso embaraçado.
— Sim.... Espero que não se importe.
— Tudo bem. Não me importo de falar, se isso for o necessário para pegar este psicopata.
— Então, o que viu? Todo detalhe é importante.
— A detetive Daphné ficou a manhã toda no quarto trabalhando, não saiu nem mesmo para almoçar. Eu fui para a festa de aniversário dos seus irmãos e, quando voltei, passei nos quartos para recolher as roupas sujas. A porta estava aberta, então pensei que ela teria saído e esquecido de trancar. Achei melhor entrar para trocar a roupa de cama e organizar o quarto. Quando entrei, a encontrei no chão, ensanguentada. Estava tudo arrumado, exceto pelos papéis sobre a mesa. Não parecia ter qualquer sinal de luta. Depois disso, eu corri para chamar a polícia. Não sei de mais nada.
Fiquei em silêncio por alguns instantes. Pobre Detetive Connelly. 
Indaguei a mim mesma se ela estaria perto de descobrir o verdadeiro assassino, por isso foi vitimada. Quem quer que fosse o culpado, era um covarde por atacá-la pelas costas. O indivíduo também devia estar com pressa, já que nem mesmo ficou para se certificar que Daphné estava realmente morta. Mas quem poderia ser? Praticamente todos da cidade estavam na festa em minha casa...
Agradeci a mãe de Dari por seu depoimento e deixei a delegacia. Assim que entrei em meu carro, recebi uma chamada de Louis. Após ele pedir que eu fosse para sua casa, coloquei o cinto de segurança e fui atender seu pedido.
Ao chegar na mansão Tomlinson, encontrei Louis e Chandler sentados no sofá. Os dois pareciam tensos, ambos com as mãos sobre o rosto. O cachorro aos pés do dono abanou o rabo ao me ver.
Sentei-me junto a eles, soltando um suspiro frustrado.
— O desgraçado está atacando novamente. E nós ainda não conseguimos nem chegar perto dele! — William disse com raiva, chutando o pé da mesa de centro — Até quando vamos correr em círculos?
— Nossa grande preocupação agora é se a detetive irá se recuperar logo. Sem ela, o que iremos fazer? — Hogan alertou — Como vamos impedir que Silvain divulgue suas fotos?
Fechei os olhos. Ainda precisava me preocupar com aquilo, além de tudo. Sem a proteção de Daphné, William e eu estávamos expostos aos planos malignos de Silvain, Harry e Evangeline.
— Precisamos fazer alguma coisa... — Tomlinson afirmou com determinação — Sou eu quem esse assassino quer destruir? Vai matar um por um até finalmente conseguirem me jogar na cadeia por esses crimes? Ele pode vir me pegar de uma vez, então!
— Louis, nós vamos pensar em algo. — coloquei a mão em seu ombro — Acredite em mim, tudo irá se resolver.
— Eu esperei por muito tempo para as coisas se resolverem. Esperei mais de quatro anos. Agora é hora de agir.
— E o que você planeja fazer? — o garoto cacheado coçou a cabeça — Não sabemos nem por onde começar, estamos no escuro.
— Vou pensar em alguma coisa.
— Você precisa pensar logo, então, pois a situação já está fora de controle.

6 de agosto de 2014 (quarta-feira)


LittleKoch enfrentava um dia agitado. Além da notícia sobre mais um ataque, era o dia do julgamento de Simon Depardieu pelo assassinato da namorada. Ao mesmo tempo, uma grande homenagem seria prestada à Dariella Nicholl na praça central da cidade.
Mamãe separou uma roupa branca para que eu usasse na cerimônia. Observei o vestido colocado sobre minha cama, pensando em como Dari ficaria tocada ao ver a cidade inteira se movimentando para celebrar sua vida e demandar justiça pela sua morte.
Louis, que estava sentado ao lado do vestido, puxou meu braço para que eu me aproximasse. Suas mãos pesadas, apesar de não muito compridas, eram fortes. A pressão feita em volta do meu quadril era perfeitamente sentida por mim. Ele enterrou seu rosto em minha barriga, deixando que eu corresse com os dedos pelo seu cabelo.
— Quero ir com você. Ela era minha amiga. Eu a conhecia melhor que muitos deles.
— Sei disso. — acariciei sua nuca também — Mas precisamos ficar longe de confusão. A situação não está nem um pouco favorável para nós. Vamos evitar correr riscos, sim?
— Que merda! — subitamente bravo, Louis me soltou — Eu odeio essa cidade! Que direito esses desgraçados têm de me impedir de ir onde eu bem entender? Também sou um cidadão de LittleKoch, afinal de contas. Eles não podem simplesmente me proibir de comparecer à uma cerimônia pública, já está esclarecido que não fui eu quem a matou!
— De onde ela estiver nos assistindo, Dariella sabe como você sente. Tenho certeza de que ela entenderia o porquê de você não poder ir. É o melhor a se fazer.
Irritado, ele não disse nada para me rebater. Ouvi uma batida na porta e em seguida a voz de minha mãe ecoar por trás da madeira:
— Maeve, com quem você está falando?
— Estou conversando no telefone, mãe!
William revirou os olhos e se levantou bufando. Sem nem uma palavra, tratou de pular a janela e partir. Mamãe entrou no quarto em seguida, reclamando sobre eu ainda não estar vestida.

...


A praça já estava lotada. Um mar de pessoas vestidas em branco ocupava todo o lugar. Suas velas pareciam vaga-lumes clareando a noite que chegava. 
Estava tudo lindo, eu precisava admitir o bom trabalho que a prefeita havia feito. 
Todos carregavam belíssimos arranjos de flores diversas, para serem colocados aos pés da grande foto emoldurada de Dariella, a qual ficava no centro da praça. Ela estava sorridente e com o rosto corado, exatamente como eu me lembrava. Sua mãe chorava, parada ao lado das faixas com frases que diziam o quanto ela era importante para a cidade e como faria falta para nós.
Chandler, de braços dados comigo, disse que se eu precisasse de um ombro para chorar ele estaria ali. Todavia, era até engraçado, mas eu não tinha vontade alguma de chorar. Era tarde demais para ficar lamentando, além de que eu já havia chorado muito ultimamente. Não era a imagem que eu gostaria de passar para a minha amiga. Minha presença ali era simples e puramente para celebrar a vida que Dariella teve e agradecer pelos momentos os quais fui sortuda de passar ao seu lado.
Zayn Malik passou para me cumprimentar, mas não ficou por muito tempo, já que a prefeita Noelia Champoudry chegou para cerimônia trazendo notícias sobre o julgamento.
Havia um pequeno palanque, onde ela obviamente planejou anunciar o resultado. Todos ficaram em silêncio, tensos pelo comunicado. Apertei o braço do meu namorado de mentira para procurar um pouco de apoio. 
Com seus quase setenta anos, a prefeita parecia ainda mais velha e enrugada sob as luzes de velas. Sua figura era quase macabra, parada ali com uma expressão séria, sendo iluminada pelas chamas.
— Cidadãos e cidadãs de LittleKoch... — Noelia começou com o suspense, tendo as mãos cruzadas sobre a barriga — Venho aqui informar-lhes a decisão do juiz. Quanto ao homicídio de Dariella Nicholl, o jovem Simon Depardieu foi declarado... — a multidão prendeu a respiração — Culpado.
Eu não esperava por gritos de euforia e comemoração, porém também não imaginei que a cidade inteira ficaria tão calada. Cada um tinha dentro de si o lamento por uma tragédia tão grande. Era um grande alívio saber que a morte de Dariella conseguira justiça, mas era difícil para os cidadãos de LittleKoch se sentirem satisfeitos por ver um membro da elite ser culpado por um crime tão horrendo.
Quanto a mim, o sentimento foi de paz interior. Saber que Simon não sairia ileso era o suficiente. Eu não mais sofria por ter sido enganada e decepcionada por ele, todos nós de LittleKoch nos sentimos assim. Era hora de seguir em frente, sem esquecer, mas também sem remoer.
Aos poucos, as pessoas começaram a se direcionar até a foto da garota, colocando suas homenagens. Acompanhei meus pais ao colocar um colar, que Dari adorava pegar emprestado de mim, nas mãos de sua mãe. A Sra. Nicholl me abraçou agradecida e aceitou algumas palavras de apoio que a esposa do delegado ofereceu.
Quando fui procurar novamente por Chandler no meio da aglomeração, fiquei surpresa ao avistar Thierry ao lado de sua irmã. Apressei-me para alcançá-lo que me olhou envergonhado.
— Thierry, é bom te ver. — falei educadamente — Não sabia que você estava de volta.
O filho da prefeita havia passado por um breve tratamento para depressão em uma clínica fora de LittleKoch. Imaginei que assim que ele começou a mostrar melhora, sua mãe tratou logo de trazê-lo de volta para a cidade, antes que começassem a comentar muito sobre seu estado psicológico.
— Maeve. — acenou com a cabeça — Você está linda, como sempre. Eu estava planejando te chamar para conversar, preciso me desculpar apropriadamente...
— Thierry. — cortei sua fala — Está tudo bem. Eu entendo. Espero que esteja se sentindo melhor.
O jovem Champoudry sorriu envergonhado e agradecido.
— É melhor você ir falar com a nossa mãe. — Silvain empurrou o irmão, que obedeceu sem olhar para trás — Srta. Bettencourt, é bom te ver.
— Não posso dizer o mesmo...
— Essa amargura toda se deve ao recente ataque contra a sua benfeitora? — ela fingiu um pequeno bico.
Antes que eu pudesse retrucar, fui impedida pela agitação das pessoas que me cercavam. Sem entender, senti repentinamento Hogan agarrando meu braço, enquanto dizia meu nome de maneira apreensiva. Quando perguntei o que havia acontecido, seu dedo fino e comprido apontou ao motivo da confusão.
Louis William Tomlinson fazia seu caminho entre o corredor que se afastara para que ele passasse. Levei minha mão à testa, num gesto de desespero. Todos estavam escandalizados, cochichando entre si incansavelmente.
Engoli em seco. Por que diabos aquele imbecil não tinha me escutado? O filho da mãe nem mesmo seguia o padrão de todos, se vestia de preto da cabeça aos pés, como um maldito anjo da morte.
Sem olhar para aqueles que o julgavam, traçou sua rota até a foto da falecida e depositou um punhado de rosas brancas.
Como se tivesse ofendido alguém, o mar de gente começou a xingá-lo, mandando que fosse embora. Tomlinson parecia não ouvir nenhum daqueles insultos, ficando mais um pouco para admirar o retrato de Dariella.
— Tirem esse monstro daqui! — Silvain iniciou um estardalhaço — Ele não tem o direito de participar de um evento casto como este!
Pisei em seu pé com força. Em soma, dei um leve empurrão na garota com meu ombro. Meu olhar de pura raiva fez com que a filha da prefeita risse, mesmo que ofendida. Sua mão agarrou meu rosto com força, fazendo meus lábios se dobrarem. Chandler aparentou, por um segundo, que iria atacá-la, mas pensou melhor e apenas me livrou de suas mãos.
— Não mexa comigo, Maeve. Sem a sua detetive de estimação, seu destino é meu. Mais uma gracinha e seus pais receberão aquelas fotos de presente.
Após sair pisando firme, perdi Silvain de vista. Hogan perguntou se eu estava bem, mas não era o que importava. Quando me voltei para o centro da praça, Louis não estava mais lá.
— Vamos, precisamos encontrá-lo.


11 de agosto de 2014 (segunda-feira)



Chandler estava sentado na sala de estar, brincando com meus irmãos enquanto esperava que eu terminasse de me arrumar. Ouvi seu grito algumas vezes, tentando me apressar.
Ambrosina estava comemorando seu aniversário, então Silvain havia oferecido uma festa como presente de aniversário. Eu sinceramente não queria ter que voltar ao porão da casa da filha da prefeita, mas como era uma ocasião importante para os meus amigos, não havia outra saída.
Na frente do espelho do banheiro eu tentava acertar no delineado. Quando consegui finalmente acabar minha maquiagem, constatei que estava pronta. Lembrei de voltar ao quarto para pegar minha bolsa e no instante em que adentrei o cômodo, quase morri de susto ao ver William sentado em minha cama.
Encostei a porta com pressa, antes que a nova babá temporária, Bernadette, visse o rapaz ali. Virei-me novamente para Louis, que me olhava atento. Seu olhar varreu meu corpo por completo, fazendo eu me mexer desconfortavelmente por causa da vergonha. Pigarreei quando notei sua atenção direcionada ao meu decote avantajado.
— Você está... — esperei pelo elogio, ou qualquer insinuação infame — Brincando comigo?
— Pardon?
— Não tem chance nenhuma de você sair daqui vestida assim, Maev. Você pode trocar de roupa agora.
— Isso é uma piada, certo?
— Pareço estar fazendo alguma piada, Srta. Bettencourt? Eu sei o quão fácil você fica bêbada. Agora você quer ir para uma festa vestida assim, com um bando de abutres loucos para te atacar, quando eu sequer estarei lá para impedi-los?
Pasma, mal pude responder. O garoto se levantou para vir em minha direção. Deu voltas ao meu redor, sempre reprovando com a cabeça.
— Você não está sendo um pouco demais? — perguntei — Em momento algum eu te dei o direito de escolher como eu me visto.
Parado diante de mim, Louis posicionou sua mão em minha cintura. Fiquei irritada comigo mesma por não ser firme o suficiente e arrepiar quando seu toque foi subindo pelo meu tronco suavemente.
— Isso... — espantei-me quando Tomlinson espalmou sua mão contra meu seio — Está sendo um pouco demais.
Tentei me recompor. Franzi a testa em desprezo.
— Sem querer te decepcionar, Sr. Tomlinson, mas você não tem poder algum sobre as minhas decisões. Caso isso não te agrade.... Apenas me deixe.
Chocado, Louis congelou por alguns segundos antes de esboçar um sorriso safado.
— Você está selvagem hoje, Srta. Bettencourt. — seus braços envolveram minha cintura em um aperto, trazendo meu corpo para perto do seu. Uma de suas mãos desceu atrevidamente até minhas nádegas — Que tal esquecer essa festa e passar a noite comigo? A diversão será garantida.
— Jesus Cristo! Que tipo de romance pornográfico é esse? — a voz repentina de Hogan nos assustou. Eu estava tão entretida com Louis que não pude notar a porta sendo aberta — Eu devo chamar a polícia? Meu sogro é delegado e você está tentando roubar minha namorada. Na verdade, esquece... — o rapaz de olhos verdes tapou sua boca e fingiu um refluxo — Acho que vou vomitar com vocês. Eu preferia quando se odiavam.
Tomlinson me soltou estressado e xingou o amigo que sorriu pouco afetado.
— Estamos atrasados. — completamente corada de vergonha, peguei minha bolsa com desespero e corri para fora.

...


Enquanto descíamos a escada para chegarmos ao porão, Chandler ainda estava me tentando me irritar quanto à cena que presenciou. Eu respirava fundo, tentando não gritar de nervoso ou corar de vergonha.
— Você está com uma cara muito séria, linda. Não se preocupe, a diversão que o Montecchoi podia te oferecer não passa de um carrossel. Eu sou uma montanha-russa completa.
— Cale a boca ou te empurro dessa escada.
— Uau, eu devia começar a cobrar um salário para fingir seu namorado, já que você me trata tão mal.
O ar estava quente, por causa dos vários corpos que dançavam pelo ambiente. Lembrei-me da última vez que estive ali e parecia ser uma eternidade. 
A música alta calou a boca do meu namorado, algo pelo qual fui grata. Como era de se prever, meus amigos estavam todos reunidos nos velhos sofás vermelhos. Foi uma comoção geral quando me viram. Todos se levantaram para me cumprimentar.
Dei um abraço apertado em Ambrosina e lhe desejei felicidades. Quando Evangeline foi me abraçar, apertei os olhos para não reagir de maneira ruim. Chandler, entretanto, não tinha o mesmo dom que eu. Assim que Evangeline foi cumprimentá-lo, ele desviou e levantou o pulso para olhar as horas quando sequer tinha um relógio. A morena ficou completamente embaraçada, diferentemente de Hogan que sorriu contente dizendo que iria buscar bebidas.
Estava claro para mim que o clima jamais seria ameno enquanto minha amiga desleal estivesse por perto. Resolvi beber e me divertir, já que ela não merecia que eu perdesse uma comemoração por sua culpa.
Ambrosina estava muito feliz e dançava de maneira animada com Niall. Puxei Chandler para o meio dos jovens que pulavam e se moviam de acordo com a música. Com uma bebida após a outra, logo eu sentia minhas bochechas queimando por causa do álcool.
Por um instante, meu acompanhante precisou ir ao banheiro, me deixando sozinha na pista. Percebi que Thierry estava parado em um canto isolado, obviamente ansioso para ir embora. Não pensei duas vezes — até porque o álcool não permitiu — antes de ir falar com ele.
— Bonne nuit. — ofereci um copo de vodca, o qual foi imediatamente aceito — Você não parece muito animado.
— Olá, Maeve. — sorriu doce — É tão óbvio assim? — concordei com a cabeça — Acho que essas festas não têm mais o mesmo significado para mim. Nem sei se um dia elas chegaram a fazer algum...
— Eu sei como se sente. Mas um pouco de diversão ajuda a superar nossas indagações.
— Talvez... Escute, Maeve.... Eu realmente queria me desculpar com você pelo o que aconteceu.
— Você não precisa.
— Se eu quero um pouco de paz.... Sim, eu preciso.
— Tudo bem, então.
— Eu não estava no meu perfeito juízo quando fiz aquilo. De verdade, eu jamais tentaria te machucar de propósito. Peço perdão, de todo coração.
— Eu sei que você é um cara bacana. Pode ficar tranquilo, eu te desculpo.
— Será que eu posso te dar um abraço? — perguntou com os ombros encolhidos. Pensei um pouco, mas aceitei.
Thierry sempre foi muito cobrado pela sua mãe e os outros. A atenção estava constantemente nele, o que me ajudava a entender sua situação. Não era difícil para mim desculpá-lo. Descansei meu rosto em seu peitoral, comovida por seu gesto.
— Ora, ora. — ouvi Ev gargalhar atrás de mim — Mais um? Quantos amantes o seu namorado pode suportar?
Soltei-me de Thierry para fulminar a garota com o olhar.
— Estou tentando ficar numa boa, Ev. Por favor, me deixe em paz.
Tentei passar por ela, mas a infeliz agarrou meu braço para me impedir.
— O que foi, filha do delegado? Não gosta de ser provocada? Está com medo porque a detetive Connelly não está aqui para te defender?
— Está com inveja porque eu tenho alguém para me defender? — ri com escárnio — Aprenda a viver a sua própria vida, Evangeline e deixe a minha em paz. Sei que é difícil para você, já que a sua é uma droga, mas não posso fazer nada a respeito.
Fiquei extremamente ofendida quando a morena me empurrou, fazendo com que eu cambaleasse para trás. Nesse momento Thierry tentou interver, contudo não foi capaz.
— Minha vida é uma droga? Não sou eu quem preciso me deitar com um assassino para sentir um pouco de adrenalina.
— O que está acontecendo aqui? — Hogan apareceu, se posicionando entre mim e minha recente inimiga — Evangeline, vá à merda.
— Vocês estão brigando? — Mathieu também apareceu para ver o que se passava — Por quê?
— Pergunte para a sua namorada. — respondi grossa — Você precisa aprender a ficar de olho nela.
Com medo que eu continuasse a falar, Ev gritou meu nome com ódio. Meu namorado tentou me levar para longe, mas antes, algo terrível aconteceu.
— Pois quem precisa ser vigiada é você, Maeve! Oh, espere! Você está sendo.
— Não se atreva...
— É por isso que eu tenho provas de que você tem um caso com William Tomlinson — Evangeline levantou o celular. Ouvi uma exclamação de todos que pararam para assistir — E eu acabei de enviá-las para a sua mãe.
 


Notas Finais




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