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História Bipolar. - Apresentação.


Escrita por: _Jassy_

Capítulo 1 - Apresentação.


  Era Julho de 2004, eu não via mais a menor chance de continuar no Brasil, a crise havia afetado a todos, inclusive a mim. Eu precisava arriscar em outro lugar pra colocar comida dentro de casa, ou melhor, pra alimentar meus pais. Eu só tinha 24 anos e não tinha nenhum filho.
Uma amiga minha morava na Inglaterra, la as coisas estavam melhores que no Brasil. Em uma conversa nossa, por telefone, acabei desabafando, ela me falou de um emprego na loja de conveniência de seu pai em Londres, nós dividiriamos o apartamento dela, as despesas e o resto da grana eu mandaria pros meus pais no Brasil.
Na manhã seguinte conversei com eles, que aceitaram.

···

  Em Setembro daquele ano eu já estava embarcando rumo a Londres, falando um Inglês bem mais ou menos, com uma mochila nas costas com cinco peças de roupas, salgadinhos baratos e um medo tremendo daquele coisa turbulenta cair no mar e eu ser devorada por tubarões.
No fim das contas, foi tudo bem, cheguei sã e salva no aeroporto e Jassy estava com uma folha de caderno nas mãos “Samantha, Welcome to London“.
Ela não falava em português, mas comigo arriscava algumas palavras.

  — Hello, Samantha. Fico feliz de ve-la. Como você esta bonito.

  Eu teria rido desse “bonito“ dela se eu não tivesse notado seu olhar pro meu cabelo desgrenhado antes de me elogiar.

  — Não estou no meu melhor dia, Jassy — forcei um sorrisinho. — Mas, obrigada.

···

  Jassy me mostrou todo o apartamento em 3 minutos, já que se tratava de uma cozinha acoplada em uma sala, dois mini quartos e um banheiro confortável. As paredes eram feitas de tijolos avermelhados e rústicos, eles brilhavam como se tivessem verniz, na sala, tinha uma grande janela de vidro, (daquelas de correr) com cortinas brancas.

  — Espero que você se sinta bem aqui, Samantha, os vizinha são legais, eu nunca os vi, nem os ouvi — nós rimos.

  Ela me deu uma toalha, um cobertor gostoso, um travesseiro e um roupão de banho.
 
  Eu estava realmente exausta, então descidi ir tomar um banho e chegando no banheiro eu passo uns 10 minutos me olhando no espelho do box; sou alta, tenho 1,70 cm, cabelos ondulados que vão até o fim das minhas costas, a pele morena não muito escura e os olhos levemente puxados e negros, lábios médios, nariz bonito e um rosto um pouco arredondado. Não sou feia, sempre tive facilidade pra arranjar namorados.

  Tomei aquele banho como se fosse a melhor coisa da vida. Passar 10 horas em um vôo não havia sido fácil. Depois eu fui dormir, pela manhã tinha que ver o pai de Jassy na loja pra uma entrevista. Não vou mentir, estava muito nervosa.
 
···

  Jassy me largou na porta da loja, como se largasse ali um cachorro que não queria mais e correu o mais rápido que pode, ela estava atrasada pra faculdade, então mal parou o carro e já foi me chutando.

  — Samantha, tenha sorte, han. Minha pai é legal, você vai gostar. — e me deixou ali com a boca aberta e as mãos espalmadas sem saber o que fazer.

  Parei diante do letreiro “Convenient Walk‘s“ e fiquei olhando lá pra dentro, um homem que estava parado à frente da loja, com uma arma na cintura, me chama.

  — Ei moça, o que procura?

  Ele era branco, baixo, gordo e tinha uma farda de segurança, em seu crachá estava escrito “Dan Miller“.

  — Ah, Sr. Dan Miller — eu disse, olhando pro seu crachá. — eu acho que tenho uma entrevista com o Sr. Walk.

  Seu rosto se iluminou de compreensão.

  — Ah, olá, Samantha — ele me estendeu a mão. — Walk, esta lhe esperando.

  Ao entrar na loja acompanhada de Dan, notei que nada mais era que uns 7 metros quadrados de prateleiras emaranhadas de produtos variados.

  — Ei, Walk — ele chamou o homem careca, também branco só que alto, à um canto da loja, arrumando prateleiras. — a garota que estamos esperando esta aqui.

  Walk foi muito gentil comigo, em menos de meia hora ele havia me aprovado pra uma semana de experiência, que o comércio local exigia (burocracia) e eu já estava arrumando aquela prateleira que ele havia começado, na companhia de Rosie, que era quem iria me treinar até a próxima semana, quando ela fosse embora pra Espanha com seu noivo.

···

  Estou no caixa com um boné ridículo na cabeça escrito “Walk‘s“, quando a porta da loja faz o soar de sinos idiotas pela centésima vez no dia, nem me preocupo em levantar os olhos dos papéis onde anoto produtos vencidos que irão voltar pro distribuidor em troca de novos.

  Uma mão com um maço de cigarros aparece abaixo dos meus olhos no balcão. Largo a caneta, a caderneta e olho de relance pro dono daquilo.

  — Bom dia — eu passo o cigarro. — mais alguma coisa?

  Eu o olho, era um homem, baixo os olhos pra mão com 5 dólares e volto os olhos pra ele. Eu faço isso umas três vezes até ter certeza.

  — Meu... Deus... do céu! Você não é o Oldman, aquele ator? Meu Deus, eu amo muito o seu trabalho.

  Ele me olha com a mesma expressão de antes e não diz nada.

  — ... eu amei seu papel naquele filme “Onde Dormem os Vampiros“. Foi realmente incrível, sabe. Fascinante na verdade.

  Ele ainda me olha sem expressão alguma, me estendendo os cinco dólares e então eu me toco.

  — É, me desculpa, senhor, tome aqui o seu troco e seus cigarros, volte sempre.

  Ainda estou tremendo quando Oldman passa pela porta, os sinos soam e ele atravessa a rua.

  — O que houve com ele? — pergunto a Rosie que estava ao meu lado e viu tudo.

  — É que os Londrinhos são bem reservados, Samantha. Diferente dos brasileiros que são bem... “calorosos“...

  Eu não sei se foi bem isso que ela disse, com o seu inglês estranho, mas entendi o recado, fui muito evasiva com Oldman e ele deve ter ficado irritado, provavelmente nunca mais voltaria ali. Mas, o que posso fazer se ele é meu ator favorito? Eu até tenho uma tara por ele, com seus 47 anos, os cabelos castanho escuro com uns poucos fios grisalhos, meio alto, branco, olhos azuis, barba, bigode e um visual rockeiro só que um pouco mais elegante.

···

  Uma semana se passou, Oldman não voltou mais à loja, até perguntei pra Rosie se ele vinha sempre ali, mas era raro, segundo ela. Agora eu estava ali sozinha, tirando o segurança Dan, que passava o dia todo ao lado de fora da loja, só tinha a mim (Rosie já havia ido embora,eu havia passado na experiência e agora tinha um contrato de trabalho).

  Eu estava no caixa, o cotovelo sobre ele e o queixo apoiado na mão, quando os sinos da porta avisam que chegou alguém, e era Oldman. Ele estava todo de preto, calça, sapato, camisa sem gravata e blazer, tudo muito justo ao corpo magro, mas um magro bonito. O olhei de relance, me ajeitando atrás do balcão, ele foi direto pros cigarros, andou mais um pouco pela loja e veio carregando mais alguma coisa nas mãos.

  — Bom dia.

  Ele não respondeu e eu também não disse mais nada, não queria perturba-lo novamente. Passei suas compras no caixa, ele me entregou exatamente os sete dólares do total e foi embora sem me olhar uma unica vez. Aquilo me deixou pensativa, será que o que eu havia feito foi assim tão ruim pra ele?

···

  Mais um dia se passou, pra minha surpresa Oldman voltou, dessa vez ele comprou bem mais que maços de cigarros. Ele me deu vinte dólares e quando fui entregar seu troco ele me olhou, balançou a mão negativamente e piscou pra mim, ele havia me dado o troco.

  — Ah, muito obrigada... — eu disse, sem graça e ele foi embora, novamente sem me dizer uma só palavra.

···

  Nos próximos três dias ele comprava, não pegava o troco e ia embora me deixando sem graça e sem falar nada.

  Ele não era mudo, então qual era seu problema?

···

  Naquela noite, ao chegar no apartamento vazio de Jassy, havia um recado pra mim na secretária eletrônica, eram meus pais; meu irmã havia se metido em encrenca e eles precisavam de mais dinheiro. Liguei pra eles e disse que eu não sabia como, mas eu arranjaria a grana.

···

  No outro dia na loja, Dan estava me ajudando, a notícia do meu irmão havia me abalado, eu estava com febre e vomitando a cada meia hora, era a minha gastrite nervosa me matando.

   — Dan, me cobre aqui, vou até o banheiro.

  Fui ao banheiro uma ová, eu só queria fugir daquele metido do Oldman, que estava atravessando a rua rumo à loja. Fiquei escondida atrás da porta que tinha logo atrás do caixa, tinha uma janelinha de vidro com insufilm, que só dava pra ver de dentro pra fora, quem estava na loja não enxergava através dela.

  — Onde esta a funcionária? — ouvi Oldman perguntar a Dan.

  — Ela esta lá dentro, Old. Vou resolver isso pra você.

  Ouvi os bips da máquina do caixa lendo os códigos de barra.

  — Ela não é daqui, é?

  — Ah não. Não notou? Ela é... Escurinha, sabe. É brasileira.

  O QUE? Aquele desgraçado estava me chamando de escurinha? Nojento. Não ouvi mais nada, pois tive que correr pra vomitar (de verdade agora).

···

  La estava ele novamente, passando pela porta da Convenient Walk‘s como quem esta andando na rua. Oldman pega um chiclete de nicotina, para e lê o rótulo.

  — Isso aqui funciona mesmo? — ele estava falando comigo? Eu mal pude acreditar.

  — Eu nunca fumei na vida. — eu disse com os olhos baixados pra minha calculadora fazendo contas.

  — Nunca fumou? Você tem o que? 16 anos? Os jovens fumam.

  Eu levantei os olhos, ele olhava com o mesmo olhar de sempre.

  — Desculpe! Eu tenho 24 anos, não fumo e nunca fumei. Não sei se os chicletes vão faze-lo parar de fumar, senhor.

  Ele inclinou a cabeça como um cachorro bobão e esquadrinhou meus olhos.

  — Você é brasileira, não é? Por isso parece tão mais jovem, vocês são meio índios. Você tem olhos de índia.

  A minha boca deveria estar aberta em um grande O. Ele não notou que fiquei perplexa, pois foi até a geladeira e voltou com uma grade de cervejas e uma manteiga. Sem dizer mais nada, passei os produtos.

  — 15,90. — eu disse, colocando a manteiga e os chicletes no saco de papel.

  Ele me deu 20 dólares, peguei o troco, enrolei na grade das cervejas e meti no saco, deixando claro que não queria seu dinheiro. Oldman, sem dizer ou expressar qualquer coisa, foi até a porta da loja e ficou por alguns momentos parado lá, de costas pra mim, olhando pra rua segurando seu saco de compras enquanto eu batia violentamente nas teclas da minha calculadora.

  — Precisa de mais alguma coisa? — eu perguntei, ele nada disse.

  — ... você esta bem? — silêncio.

  — ... Quer que eu chame alguém? — ele finalmente se moveu e foi embora sem olhar pra trás e nem comprimentar Dan.

···

  Cheguei em casa estressada e triste, será possível que todos esses estrangeiros idiotas pensem que no Brasil todo mundo é índio, mora em toca e anda nú por ai?

  Olhei por todos os lados e nada de Jassy, apenas um bilhete “Sai com Bruce, só volto amanhã“. Bruce era o namorado bonitão dela, ele não dormia mais aqui desde que eu passei uma noite toda sem dormir e perguntei se ele não poderia gemer mais baixo.

  Guardei o bilhete no bolso do casaco e fui tirando a minha roupa até o quarto, deitei na cama e fiquei mirando o teto.

  Bom, não tinha ninguém em casa e não teria até o outro dia, me enrolei nua no roupão que Jassy me deu e fui até a sala.

  Abri as cortinas pra entrar ár, apaguei a luz e chequei se a porta estava trancada. Depois peguei o controle da TV e comecei a procurar um canal sentada no sofá. Eu queria algo quente, nem que fosse uma novela com alguns gemidos pra me estimular, mas nada achei. Fui até o rack da TV e logo encontrei o que procurava, a safada da Jassy tinha uma mini coleção de pornos escondida entre algumas revistas. Peguei um intitulado “Ninfas“, deveria ter mulheres se chupando e gemendo, de alguma forma isso me excitava, (e não, não sou lésbica).

···

  Tomei um banho relaxante, com um sabonete cheiroso que me lembrava o perfume discretro que Oldman deixava na loja todas as vezes que ele entrava. Fui até a sala pra brincadeira, apenas com o roupão, eu precisava de algo pra me cobrir rapidamente caso alguém chegasse. Com as cortinas e janela ainda abertas, sentei na poltrona da sala e liguei o filme, eram duas mulheres, elas falavam algo em inglês e gemiam escandalosamente fazendo um meia nove impressionante. Confesso que quando finalmente apoiei uma das minhas pernas no braço do sofá, eu não estava pensando naquelas mulheres e sim em Oldman, imaginando sua cabeça entre as minhas pernas, imaginando que meu dedo era sua lingua, passando de um lado para o outro no meu clitóris. Logo eu estava em gemidos também, totalmente possuida pelo prazer. Me sentei agora no braço da tal poltrona, de frente pra janela tomando um ár (eu estava sem fôlego). Abri bem as pernas, depois separei um dos lábios da minha vagina do outro com os dedos da mão esquerda e com três dedos da mão direita esfreguei meu clitóris, pelo que me pareceram dois minutos. Agora uma das mulheres do filme gritava mais alto e de sua vagina saiam jatos de urina, mas elas não parava de se masturbar. Isso só me deixou mais louca, comecei a alternar entre esfregar e meter dois dedos dentro de mim, até que me corpo estremeceu e eu gozei, esfregando e estremecendo até a ultima gota de prazer.

  Me deixei cair de costas na poltrona e fechei o roupão, sorrindo e lambendo os lábios.


Notas Finais


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