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História Bipolar. - Última Noite.


Escrita por: _Jassy_

Capítulo 7 - Última Noite.


  Depois da noite com Oldman, resolvi ir pra casa e ver como Jassy estava. A achei em um estado não muito diferente de um pano de chão.

  — Mas, nada? Nadidinha? — havia perguntado a ela se não tinha melhorado.

  — Não, Sam. Absolutamente nada.

  — Jass, você... já pensou na possibilidade de estar grávida?

  Jassy saiu correndo pra vomitar, aquilo foi um sim, ela achava que poderia estar grávida.

  ···

  Na manhã seguinte, na loja, recebi flores entregues por um rapaz jovem, a mando de Oldman, junto com elas havia um cartão.

  “Pro meu amor, rosas vermelhas.“

  Fiquei olhando a feição questionadora de Dan, estranhei ele não ter perguntado nada, acho que ele desconfiava que no mínimo eu tivesse um “namorado“.

···

  O dia demorou a passar, mas finalmente chegou o seu fim. Walk chegou na loja quinze minutos antes das seis da tarde, trazia nas mãos uma maleta, comprimentou Dan e depois a mim, nos entregou dois envelopes e depois pediu pra que assinassemos recibos de pagamento.

  — E ai tem aquele bônus que prometi, pros dois. — ele disse sorrindo. — E pra você, Sam, tem também o dinheiro da semana de experiência, convertido pra reais vai ser uma boa ajuda com relação àquela sua “questãozinha“! — e piscou pra mim.

  Eu tive vontade de rir, ao lembrar que eu já havia pago toda a dívida, inclusive meu irmão havia me mandado um fax todo feliz e me agradecendo àquela manhã.

  — Ah, Walk, o sr. tem sido muito bacana por se preocupar com isso. — eu estava sendo sincera, dessa vez. — Muito obrigada.

···

  Estava no local do comércio de Londres, ali tinha shoppings, bares, restaurantes, salões de beleza, tudo que se pode imaginar. Usei o dinheiro das gorjetas que recebia dos clientes (as que ganhei de Oldman também) pra pagar um taxi, era a única maneira de chegar ali sem me perder.

  Parei em um beco pra olhar a quantia que Walk havia me pagado, abri o envelope e tinha quinhentos dólares ali, fiquei feliz e triste, se aquilo era com bônus e a semana extra, quanto eu iria ganhar depois? Resolvi esquecer disso e entrei em um shopping pra achar algo para Oldman.

  Em uma loja haviam relógios e anéis, tudo era lindo, mas nem o relógio mais barato de lá eu poderia comprar. Também passei por uma loja de roupas, mas me senti muito boba tentando achar roupas pra um homem tão elegante. Foi quando, passando por banner de um filme que estava em cartaz aquele dia, eu vi: Em uma loja que vendia artefatos de decoração, encontrei uma cabeça de leão negra, era pesada e muito bem desenhada, lembrava a cor e o brilho de uma pérola negra, achei que era a cara da decoração do apartamento de Oldman.

  — Moça, quanto é isso aqui? — perguntei pra única vendedora que tinha ali, tentando falar o melhor inglês possível pra que ela não percebesse que eu não era dali e tentasse me dar um golpe.

  — Duzentos dólares. — ela disse, bem objetiva.

  — Ótimo, vou levar.

···

  Sai do shopping pra apanhar outro taxi feliz, levando o presente de Oldman muito bem embrulhado e algumas sacolas com roupas e calçados que eu havia comprado. Chegando em casa, tomei um banho rápido e já estava me preparando pra sair pela porta e ir encontrar Oldman quando Jassy me chama da cozinha.

  — Sam, você esta ai?

  — Estou, Jass. — eu disse, indo até a cozinha.

  — Um homem ligou aqui, perguntando de você.

  — E o que você disse? Faz tempo isso?

  — Faz três horas. — olhei pro relógio e constatei que era nove e meia da noite. — Eu disse que você ainda não havia chego e talvez estivesse com o seu namorado.

  — Você disse o quê?

···

  Não esperei Jassy responder, fui até o prédio de Oldman apressada, eu tinha certeza que ele iria entender que ela estava falando dele, mas no caminho eu tive um pressentimento ruim.

  O porteiro de Old já me conhecia, então me deixou subir sem problemas. Toquei a campainha de Oldman com a caixa de presente nas mãos e um sorriso no rosto. Ele atendeu rapidamente e estava sorrindo, respirei aliviado.

  — Olá, meu amor. — beijei seus lábios e fui entrando, achei ter sentido cheiro de cerveja. — Jassy me disse que você me ligou, acho que entendeu que ela estava falando de você, com aquilo de “namorado“, né?

  Oldman riu.

  — Claro, claro. Mas, onde você estava afinal? — ele se sentou no sofá e cruzou as pernas, notei a presença da tal cerveja e de uma garrafa de whisky quase vazia no criado mudo onde tinha um abajur.

  — Old, você sabe que não pode beber. — larguei a caixa à um canto, peguei as garrafas, fui até a cozinha e as despejei no ralo da pia. — Você tomou seu remédio?

  — Onde você estava, Sam? Não me respondeu.

  — Ah, sim. — peguei a caixa. — Fui até o shopping, e trouxe isso pra você. Acho que vai gostar. — ele me olhou de cima à baixo, parecia ter acabado de notar que eu estava usando roupas novas.

  Ele veio até mim, pegou a tampa da caixa e à levantou.

  — Uau, que incrível, Sam. — ele ergueu a cabeça de leão e ficou à admirando através das lentes dos óculos que tanto lhe caiam bem.  — Mas, como você...

  — Como comprei? Recebi meu primeiro salário hoje. — eu sorri e lhe dei outro beijo.

  — Mas, isso deve ter sido muito caro.

  — Não se preocupe, amor. Ache um lugar pra colocar.

  Oldman foi até a parede da sala, tirou um quadro que estava pendurada ali e colocou a cabeça negra de leão no lugar.

  — Ficou ótima, obrigada, meu amor. — ele disse.

  — Por nada... mas, você estava bebendo Old, sabe que não pode.

  — Fiquei ansioso porque você sumiu.

  — Sei que eu deveria ter avisado, talvez na próxima quinzena eu compre um celular pra te avisar esse tipo de coisa, amor.

  — Não precisa esperar tanto. — ele piscou pra mim e entendi que ele se referia ao fato daquela ser a sexta noite e que eu ganharia cinco mil dólares.

  — Ah sim, havia me esquecido. — fingi não ter muito interesse.

  — A não ser que você não queira ter um celular tão cedo, pra poder sair mais a vontade.

  — Não, amor. Não é nada disso. Não seja bobo. — me seitei no sofá, os braços sobre a minha perna cruzada.

  — Sei que você gosta de sair sem dizer pra onde vai, Sam. Como àquele dia em que te encontrei naquela rua e você não me respondeu o que estava fazendo lá.

  — Ah, não. Não é isso...

  — Claro que é, é isso sim. Só daria tudo pra saber quem é ele.

  Descruzei as pernas e apoiei as mãos no sofá, em alerta.

  — Do que você esta falando, amor?

  — “De quem“ você quer dizer,não é?

  — Old, acho que você não deveria ter bebido.

  — Claro que não, sem aquela droga de remédio eu deixo de ser cego pelo amor e isso não te agrada, não é, Samantha?

  — Não. Você não deveria ter bebido porque esta completamente fora de si no momento. E acho melhor eu ir embora. — caminhei decidida até à porta, quando coloquei a mão na maçaneta vi um vulto preto que bateu na parede, bem próximo à minha cabeça e ouvi o grito de Oldman.

  — Você não vai sair daqui até que eu mande, Samantha.

  Assustada virei pra ele, achei melhor mudar a tática, eu tinha que acalma-lo. Olhei pro chão e o que ele havia jogado era a cabeça de leão, à peguei e recoloquei no lugar em que estava. Oldman tinha o rosto vermelho de raiva.

  — Old... — fui chegando perto dele. — Você sabe que isso não é o seu normal, sabe que depois você vai ver que estava errado e...

  Ele deu uma alta gargalhada, me interrompendo.

  — Claro, não é? Eu sei que depois vou retornar a ser um idiota. Você acha mesmo que vou voltar a tomar aquela merda de remédio?

  — Como? — perguntei pasma.

  — Eu não vou não, Samantha. Não vale a pena, porque vocês mulheres são todas iguais. Todas umas vadias, não vale a pena usar drogas controladas pra ficar bem pra uma vagabunda que diz que me ama, passa a noite com outro e depois vem aqui ne trazer presente comprado com o dinheiro que ele te deu.

  — Old, por favor, ouça o que você esta falando. — me ajoelhei no chão, aos seu pés. As mãos sobre o rosto, sem acreditar do que ouvia.

  — Você não vai sair daqui sem terminar o nosso trato, “querida“. — ele apertou tanto meu rosto entre os seu dedos enquanto me erguia do chão que suas unhas me cortaram.

  — Old? O que você vai fazer? — gritei.

  — Cobrar o que me deve.

  Oldman me jogou sobre o sofá, colocando seu membro pra fora. Tentei me levantar, mas ele me jogou de volta com toda força, me fazendo bater a cabeça no braço de madeira do sofá, me deixando tonta.

  — Old, não faça isso. — eu disse, enquanto tudo rodava.

  Senti ele arrancar a minha calça jeans, colocar minha calcinha pro lado e meter o pênis em mim, entrou um pouco seco e machucando bastante.

  — Old, por favor. — minha visão foi voltando.

  Agora eu estava mais consciente, Oldman não dizia nada, só metia com força e ignorava meus pedidos. Não aguentava mais a dor, tentei empurrar ele e pedir socorro, ele me agarrava muito forte, quando gritei ele deu um soco na minha boca e a tampou com a mão, senti o cheiro e o gosto ácido de sangue. Estiquei o braço e consegui pegar o abajur, meti na cabeça dele, Oldman gritou e eu consegui empurra-lo pro chão. Com dor, me levantei e tentei achar minha calça, a vi e comei a vestir rapidamente, foi quando senti uma pancada na nuca e a última coisa que vi foi a cabeça de Leão caída ao meu lado, cheia do meu sangue.



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