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História Bipolar. - 12 anos depois.


Escrita por: _Jassy_

Notas do Autor


Esse é o fim, espero que tenham gostado

Capítulo 9 - 12 anos depois.


  Um mês havia se passado. Sai do hospital três dias depois do depoimento para os policiais e até aquele momento ninguém havia sido preso, isso me fazia respirar aliviada. Já tinha voltado a trabalhar na loja, Walk tinha ficado lá durante minha ausência e fez questão de pagar meu salário mesmo eu não tendo trabalhado, miseros trezentos e cinquenta dólares. Todas as pessoas que entravam na loja me olhavam curiosas, mas não perguntavam nada pois eram Londrinhos, portanto, discretos. Dan me tratava com muito carinho, disse que ficou preocupado como se fosse uma filha dele passando por aquilo.

  Eu já não sentia mais dor e nem fraqueza e sabia que deveria odiar Oldman, mas a questão é que aquele homem que fez aquilo não era Oldman, o verdadeiro era bom e amável. E por onde ele andaria? Decidi que aquela noite eu tentaria descobrir.

···

  Parei em frente ao prédio de Oldman, a luz do apartamento dele estava acesa.

  — Olá, o sr. sabe se Oldman esta em casa?

  — Olá, quanto tempo, não? Ele esta sim e se quer saber, anda triste pelos cantos desde que a srta. sumiu daqui. Vou deixa-la subir. Vá lá. — e foi me empurrando até o elevador, eu não queria subir, apenas saber dele, mas quando vi estava saindo do elevador e tocando a campainha.

  Ouvi o barulho de algo cair, mas ninguém abriu a porta, tomei a liberdade de girar a maçaneta e a porta por coincidência estava aberta.

  — Olá, tem alguém aqui?

  Dei de cara com um Oldman barbudo, com os cabelos grudados de sujeira, mais magro que de costume, com uma calça, descalço e sem camisa (naquele dia fazia frio). Ao me ver ele se encolheu à um canto com o rosto vermelho e os olhos cheios de lágrimas, ele estava apavorado.

  — ... o que houve aqui? Porque tudo esta sujo e jogado?

  Perguntei me aproximando, mas ele não respondeu, agora dos seus olhos caiam lágrimas silenciosas.

  — ... só vim ver se você estava vivo. E esta. Agora já vou embora. — voltei pra porta e já ia abri-la quando ouço um ruído baixo vindo dele.

  — N... ão... não me deixe de novo.

  Oldman caiu de joelhos no chão, as mãos sobre à cabeça e o corpo sacolejando por conta do choro, ele parecia desesperado, temi que passasse mal. Fui até ele e tomei seu rosto entre as mãos, estava abatido e com olheiras, escorria àgua de seu nariz e boca.

  — ... Samantha, eu achei que a tivesse matado.

  Ele disse com dificuldade e a imagem daquele homem frágil na minha frente deu espaço pra imagem do homem violento que quase me matou.

  — Mas eu estou bem. E você sabe disso, apesar de não ter ido me procurar. — larguei seu rosto e me afastei dele, mas ele agarrou minhas pernas com seus braços como se fossem garras de um leão.

  — Sam, por favor, Sam.

  Ele agora chorava mais alto e chegava a perder o ar, aquele homem estava cheio de dor por conta da culpa que carregava dentro de si.

  — Esta bem, Oldman. Agora se acalme. — olhei pelo apartamento a procura de alguma bebida por ali, não achei nada, eu não iria cometer o mesmo erro.

  — ... venha, você precisa de um banho.

  Ajudei Oldman a se levantar, apoiei o seu braço em volta do meu ombro e o levei até o banheiro, liguei o chuveiro e o coloquei lá embaixo. Tirei a sua roupa e lhe dei banho. Depois sentei ele de frente pro espelho e aparei sua barba e sequei seus cabelos com o secador, o levei até o quarto e o agasalhei.

  — Você esta bem melhor agora.

  — Muito obrigada. Nem sei como te olhar depois disso. Você é mais boa do que eu pensei.

  — Não sou boa, sou justa. Ou pelo menos tento ser. Sei que a sua doença não dá a menor chance pro verdadeiro Oldman se defender.

  Ele tornou a chorar, dessa vez usou toda a sua força pra não fazer barulho, ficando totalmente vermelho.

  — ... talvez agora você entenda que não pode ficar sem seus remédios...

  — Sam... — ele secou os olhos e o nariz na manga da blusa e me olhou, os olhos vermelhos feito sangue. — Logo que eu cheguei em casa, depois de te deixar “lá“... — ele fechou os olhos como quem esta lembrando de algo muito ruim. — Eu quis morrer, porque eu não tinha mais você comigo. Eu peguei uma arma e fui até lá, eu queria morrer onde você estava pra não te deixar sozinha e nem ficar sozinho. Mas ai eu te achei na estrada. Ver aquilo foi pior que a morte, então decidi que eu tinha que viver pra pagar pelo que eu fiz à você. Eu sinto tanto, Sam. Tanto, tanto.

  Oldman cobriu o rosto com as mãos e tornou a se afogar em suas lágrimas de culpa.

  ···

  12 anos depois.

  Tive uma filha de Oldman, fruto das nossas noites de amor e não do abuso, filha da alegria e não da tristeza. Cinco meses depois daquela conversa, Oldman e eu nos casamos e desde então ele nunca mais me tratou daquela forma e sequer tem que tomar os remédios, talvez fosse a bebida que o deixava daquela forma, nunca descobri porque ele jamais voltou a beber. Madeleine tem onze anos e alguns meses, é uma garotinha feliz e adora brincar com Jorge, o filho de Jassy e Bruce. Ela teve que abandonar a faculdade por conta da gravidez e Bruce tem um emprego de acordo com um jovem que nunca se formou nem trabalhou na vida.

  Fui uma vez visitar meus pais, falei tanto de Londres que hoje eles moram aqui também. Meu irmão vem nos ver as vezes.

  Oldman fez nove filmes em doze anos, ganhou vários prêmios e títulos de galã do ano de várias revistas. É incrível como ele me parece cada dia que passa mais bonito, mesmo com seus 59 anos. Hoje tenho 40 anos e sou escritora, algo que nunca pensei em ser, mas a minha história com esse Bipolar merecia ser contada e então a contei.


Notas Finais


Essa história eu dedico à G.L.O ou simplesmente Gaz, ainda vou beija-lo.


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