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História Bipolar - Um admirador (doentio)


Escrita por: Nanawow

Capítulo 2 - Um admirador (doentio)


   No dia seguinte eu fui atrás de emprego, e para minha sorte encontrei um, na cafeteria nova que eu havia ido com Jinyi na noite anterior.  Eu poderia começar no outro dia. Voltei para o apartamento animada aquela tarde. Pensei que seria difícil arrumar um emprego em apenas  um dia. Era algo realmente simples, mas o salário era bom, eu poderia me virar. 

Quando eu havia saído aquela manhã para procurar trabalho me encontrei com a minha vizinha do 13 e seu cachorro. Kyung Mi... Era simpática, havíamos descido a escada juntas, ambas reclamando pelo fato do elevador estar fora de serviço. 

Assim que cheguei na minha porta peguei a chave. Sem poder evitar,  olhei para a porta de Changsun, me perguntando se ele estaria ali dentro, e se não estivesse, onde estaria...

...

As horas passaram voando e logo já era 22 horas. Estávamos todos indo pra casa, os funcionários. Era  realmente uma pena que ninguém ia pelo mesmo caminho que eu. Meu primeiro dia de trabalho havia sido realmente bom, estava orgulhosa de mim, havia me saído bem.

Abracei a mim mesma.  Eu tremia quando passava em frente de algum beco. Me apavorava a ideia de aparecer alguém mal intencionado. Mas é aquilo, parece que quanto mais medo você tem, maiores são as chances de seu pesadelo acontecer realmente. Parei de andar por um minuto. Seis  caras...  estavam vindo em minha direção, gritando coisas, chutando o que fosse que estivesse em seu caminho. Olharam para mim e riram entre si.  Eu pensei em voltar para trás, mas então resolvi abaixar a cabeça e andar rápido. Quanto mais perto deles eu ficava, mais rápido meu coração batia. Passei no  meio deles, suspirei aliviada, pensei que tinha acabado. 

—  Ei, gatinha!

Travei, tensa. Apertei a alça da bolsa com força. Senti um arrepio intenso percorrer a espinha, minha pulsação acelerou mais. Ignorei o chamado. Mas eu realmente havia travado ali, não conseguia  ir pra frente nem para trás, entrei em choque. Eram seis, se eu saísse correndo as coisas poderiam piorar. Eles se aproximaram, me xinguei mentalmente por não ter continuado andando, por não ter atravessado a rua. Como sempre a solução chega na hora errada.  Um deles ficou parado na minha frente.

—  Isso é muito perigoso sabia, mocinha? —   Ele me olhou de cima a baixo, jogou o pirulito que segurava no chão —  Andar sozinha no meio da noite... quero dizer... —  o homem se aproximou mais e acariciou meu rosto. Meus lábios começaram a tremer —  Ainda mais em um lugar que pertence a outra pessoa. Sabia que essa área aqui é nossa? 

—  N-não, me desculpa. —  gaguejei. Tentei  sair do meio deles, mas o que estava falando comigo não deixou.

—   Ainda não terminei de falar. —  falou ele, irritado  —  Quando alguém pisa na nossa área, essa pessoa deve ser castigada. Mas você não parece ser daqui, por isso vamos pegar leve —  o ruivo olhou para os outros e continuou: —   O que a gente faz com ela?

Os outros caras começaram a rir de forma maliciosa. Sem pensar mais um segundo, eu empurrei o homem que estava na minha frente e tentei sair correndo, mas ele me segurou pelo pulso e me puxou para si, me agarrando  pela cintura. Eu comecei a gritar e a me debater, mas não tinha jeito,  ele era muito forte.

 —  Sua vadia. Você me empurrou? 

Pânico. Desespero...

—  Não, por favor, me solta. Eu juro que não passo mais por aqui. —   jurei, não tinha ninguém ali para me ajudar, a rua estava vazia.

 Eu estava sozinha. Nunca fora tão ruim estar sozinha como naquele momento.  Senti saudades de casa. Isso... Não era o que eu esperava encontrar ali, não foi isso que eu tinha ido buscar na Coreia do Sul, fui atrás de oportunidades, porque eu era capaz e eu sabia disso, mas com aquele cara me segurando, com a infinidade de coisas ruins que poderiam fazer comigo, todo meu futuro ali parecia totalmente incerto. 

 Eles me levaram para o beco. E o homem que me segurava me empurrou contra parede de tijolos úmida. Estava encurralada, não tinha como sair dali. Pressionei as costas contra parede, querendo muito ser sugada para dentro e desaparecer.

—  Hum... e agora? — perguntou o homem que eu havia emburrado. A alça da minha bolso escapou dos meus dedos, caindo no chão.  Ele estava se aproximando de mim. Colocou uma mão na minha cintura, enquanto a outra ele usava para acariciar o meu rosto. Me afastei do seu toque, enojada. Ele riu.

Eu estava me segurando até o momento, mas logo eu já estava chorando. Eu fraquejei... Em um mundo como esses uma coisa dessas pode acontecer... Se eu saísse viva dessa, ficaria toda minha vida sem superar aquilo, seja o que fosse que ia acontecer... Eu me conhecia, eu sabia disso. Eu nunca superaria...

—  Por favor,  me deixa ir embora... —  implorei,  enquanto as lágrimas escoriam sobre meu rosto.

—  Não enquanto eu não terminar —   o homem aproximou o rosto do meu pescoço,  pude sentir sua respiração quente em contato com a minha pele, o cheiro forte de álcool  —  Não, isso tá fácil demais —  falou ele me encarando, com um sorriso divertido —   É você que deve pagar, então ...  —  o ruivo se afastou e começou a tirar o cinto.  —  Ajoelha...

—  Não... —  disse apavorada, perplexa. Droga, ele não poderia estar  falando sério. Isso não... 

—  Ele mandou você se ajoelhar —   repetiu o outro cara que estava ao meu lado. Ele pegou um estilete como sinal de advertência  e apontou para o chão —   Agora!

 Não tinha jeito, aquilo não poderia ser evitado.  Não era para as coisas serem assim. Era para ser bom e divertido, era para ser como eu planejei. Essa mudança realmente deu errado. Foi um equivoco meu. Essa manina idiota de pensar que posso me virar sozinha, quando na verdade eu sou apenas uma menininha assustada com medo do mundo!  O que deu em mim? Como pude ir morar do outro lado de mundo? 

Eu estava prestes a obedecer a ordem que haviam me dado, sem escolhas... 

—  Ei! Minhyuk, seu bastardo! —  Eles começaram a olhar para todo canto,  procurando o dono da voz.

 Eu também estava procurando.  A voz me era familiar.  Então o achei, ele estava  na entrada do beco. A iluminação era péssima; não se pude  ver seu rosto. 

—  O que você quer ? —   perguntou o tal Minhyuk, impaciente —   Quer participar da festa?

—   Minhyuk, deixa ela e vai embora. —  disse o homem, com um tom autoritário.

—  Como? —  o outro  soltou um risinho de deboche. — Se eu não deixar ela ir, o que vai fazer? Vai me bater?

—  Eu deveria? —  retrucou o outro. 

Eu pensei que logo eles começaram a brigar, a se matar.  Então fechei os olhos e tapei os ouvidos. Fiquei de cabeça baixa por alguns minutos, não ouvia quase nada, não via coisa alguma, mas sabia que estavam brigando. Apenas me encolhi ali, implorando para tudo acabar. Minhas pernas cederam, escorreguei as costas pela parede e  fiquei agachada. Eu estava agradecida pela pessoa que queria me ajudar, mas ele era tolo, eram seis contra um...  Então alguém segurou meus pulsos, os puxando para  baixo. 

—  Pode abrir os olhos agora.  —  aquela voz me transmitiu confiança, alivio. Eu sabia quem era... Abri os olhos, devo dizer que com um pouco de receio, mas abri. 

—  Changsun... —  minha a voz estava  trêmula. O abracei desesperadamente. Nunca estive tão feliz em vê-lo. O pânico que eu sentia ainda não havia me deixado, meu coração ainda não havia se recuperado. Foi por pouco... Foi por pouco... —  Obrigada... Eu... —  Ele abraçou com força, acariciando minhas costas. 

—  Tá tudo bem agora... —  continuamos assim, naquela pose nada confortável, ele me deu um tempo, deixou eu chorar, esperou que eu já estivesse calma  para parar o abraço e me ajudar a levantar, me devolvendo a bolsa.  —  Eu  dei um jeito neles, não vão mais incomodar você —   eu ainda estava tremendo, respirei fundo —  Fica calma. —  sorrindo, ele acariciou meu rosto. 

—  O que...  O que você fez para eles irem embora ? —  quis saber. Quer dizer, ele era um só, e apesar do resto estar bêbedo, ele não teria chance contra 6. 

—  Eu matei eles —  semblante dele mudou, parecia falar sério —   Arrastei os corpos até o fundo... Alguns conseguiram fugir, para ser sincero... Os que estavam mortos coloquei atrás daquela lixeira, coloquei alguns secos de lixo em cima para disfarçar —  disse ele, apontando para o fim do beco, onde havia uma grande lixeira rodeada de sacos de lixo.

  O modo como ele falou me deixou horrorizada, ele dizia como se fosse algo simples e rotineiro, nada demais. Se antes eu estava feliz em vê-lo, agora eu já não tinha certeza. Changsun voltou a olhar para mim e inclinou a cabeça. Eu ainda não podia decifrar aquele olhar, aqueles olhos escuros, me pareceram assustadores.  Quando ele me olhava assim, parecia outra pessoa. Ele realmente matou eles? Isso não era possível... 

—  Estou brincando —   Ele  começou a rir —   Eu mandei eles embora, os ameacei. Só isso... —  Ele chutou uma pedra —   Apenas dei um bom susto neles... Não são tão fodões quanto parecem ser... São uns medrosos. 

—  Ah! —  suspirei aliviada.  —  Você me assustou... 

—  Desculpa, não foi minha intenção —  Ele pegou na minha mão e a segurou firme —  Vamos ? —  Eu corei e concordei com a cabeça, olhei para nossos dedos entrelaçados e sorri. Ninguém nunca havia sido tão gentil comigo como ele vinha sendo. Poderia dizer que ele foi uma das melhores coisas que me aconteceu desde que cheguei.

   Nós saímos do beco. Já estava mais calma. Estar com ele fez  com que eu me sentisse segura. A mão dele é tão quentinha, pensei sem poder evitar, e dei mais uma olhada nas nossas mãos. 

—   No que você está pensando? — perguntou ele, olhando para mim de repente.

—  Ah,  nada, eu só... — meu rosto começou a esquentar  — Bem, ninguém nunca havia me ajudado assim, e ainda mais sem pedir algo em troca... 

Ele sorriu.

—  Bem, sinceramente, o meu tão pouco é desinteressado...  Faço isso para que fiquei louca por mim... —  admitiu, me olhando de um jeito sedutor. Nós rimos. Se fosse realmente sério, ele estava no caminho certo. —  Você não deve ficar andando sozinha tão tarde, senhorita ________. —  Ele deu um tapinha de leve na minha testa com a outra mão —   Me diga, eu cheguei tarde? Eles fizeram alguma coisa com você? —  perguntou preocupado.

—  Não.  Você chegou na hora certa... —  sorri. 

—  Estou feliz em ouvir isso. Não me deixe  preocupado de novo certo? Quando for para o apartamento, passe por outro lugar e não por aqui. Nada de pegar atalhos. Esse pode ser o caminho mais rápido, mas também é o mais perigoso.

—  Tudo bem. 

—  Promete? —  insistiu Changsun. 

—  Prometo —  continuamos caminhando —  Mas, me diga, você conhece aquele cara?

—  O Minhyuk? Conheço sim. Há  um ano atrás quando me mudei pra cá fiquei realmente furioso com ele. Ele  veio me intimidar, falando que essa área a era dele ou coisa parecida, tivemos uma briga feia aquele dia. —   Ele olhou pra mim e concluiu: —  Ele apanhou mais. 

Eu sorri.

— Imagino  —  ficamos em silêncio por alguns segundos, até eu resolver tirar uma duvida —  Posso te fazer outra pergunta?

—  Pode sim —  Ele sorriu, parou de andar e ficou de frente para mim, ainda segurando minha mão —  Fala.

—  Onde você morava antes de vir pra cá? —  quis saber. Tinha curiosidade sobre ele. 

  Ele ficou sério de repente, os olhos escureceram, ele começou a olhar para o chão. Essa mudança súbita de expressões dele me deixava um pouco assustada. Ok, Changsun era uma pessoa um pouco estranha, além de bonito. 

—   Eu estava em um lugar muito ruim. —  respondeu finalmente,  olhou pra mim de maneira brusca. 

—  V-você estava na cadeia, ou algo assim? —  perguntei com cautela. Mas logo me arrependi, eu estava sendo um pouco... indelicada... 

—  Não,  mas era parecido —  Ele voltou a ficar ao meu lado —  Bem,  vamos parar de falar  coisas ruins e vamos andando, está frio e tarde —   Changsun  voltou a sorrir de novo. Confesso que preferia  assim.

 Começamos a andar novamente. Fomos o caminho todo de mãos dadas. Conversamos bastante até chegarmos na porta do meu apartamento.

—   Está entregue — falou ele,  soltando a minha mão. Suspirei, não queria que tivéssemos chegado tão depressa. 

—   Obrigada. —  pensei um pouco e perguntei:—    Posso fazer outra pergunta?

—   Pode sim, senhorita curiosa. —  Ele sorriu e encostou o ombro  na parede entre a porta dele e a minha. 

 —  O que você estava fazendo lá?

—   Onde? —  Ele fez uma carinha de desentendido. —   Ah! Isso? —  Changsun me mostrou uma bolsa que ele estava usando, eu juro que não tinha percebido isso antes. Estava escrito Cânon na bolsa, com certeza havia uma câmera fotográfica lá dentro —  Estava fazendo o de sempre...  Achei algo para me entreter —  Ele ficou  me encarando por um tempo  —  Agora entre e descanse. 

Eles tirava fotos à noite? De quê? Por quê? Resolvi ficar na curiosidade, não podia ficar enchendo o cara de perguntas, seria desagradável. 

 —  Sim.  Boa noite. —  disse, me segurando para não soltar mais nenhuma pergunta. 

—  Boa noite —   Ele se aproximou e deu um beijo na minha testa, confesso ter ficado surpresa, eu realmente não esperava isso. Changsun corou e eu também —  D-desculpa.

—  Tudo bem. —  limpei a garganta —  Até logo... 

Eu entrei. Eu tive um pouco de dificuldade para dormir, estava pensando no meu dia, em Changsun...  Por causa daquele beijo tão simples, e talvez apenas impulsivo, eu havia me esquecido daqueles caras, havia me esquecido das coisas ruins, eu apenas pensava nele. Deus, não... Me recuso estar apaixonada!  Mas ele era tão... perfeito... 

...

Mais um dia puxado no trabalho. Muitos clientes, muitos pedidos, estava esgotada. Não gostava muito deste tipo de trabalho, sempre tive  muita dificuldade em lidar com o público. Sem falar que tem algumas pessoas nesse mundo que são insuportáveis.

As horas passaram rápido. Eu fui para casa mais cedo, mas já era de noite. Como eu estava sozinha, resolvi seguir o conselho do Changsun e ir por outro caminho. Estava andando tranquilamente, resolvi pegar o fone para ouvir música. Quando abri a minha bolsa, ouvi passos atrás de mim. Meu corpo estremeceu.  Parei de andar, tive um pressentimento ruim... Tudo só piorou quando percebi que a  pessoa parou também. Engoli em seco. Voltei a andar lentamente e, seja quem fosse, começou a andar junto comigo, coloquei o fones, mas não tive coragem de tirar o celular da bolsa. Comecei a andar mais rápido, apavorada, quase correndo. A pessoa atrás de mim  se aproximava rapidamente agora. Dessa vez eu veria quem era. Sim, eu me virei para ver, mas para minha surpresa... não tinha ninguém. Seja lá quem fosse, deveria  ter se escondido. Isso só podia significar duas coisas: Ou eu estava ficando louca, ou tinha realmente alguém me seguindo. Eu fui correndo para o prédio,  e, mesmo não ouvindo mais os passos, aquela sensação ruim não me deixava. Às vezes, até mesmo durante o trabalho, eu a sentia, nunca no apartamento, nunca dentro do apartamento. Mas eu precisava sair!

—   Ei! — chamou o zelador, ofegante, tomei a liberdade de parar de correr escada acima e olhei para trás —  Não me ouviu te chamando? Você passou correndo...

—  M-me desculpa. —  disse, respirando com certa dificuldade. 

—  Deixaram isso para você —   Ele me entregou um buquê de flores, eram rosas brancas e vermelhas. Era lindo... Por um momento pensei em Changsun... Não pude evitar de sorrir... Dentro dele havia um pequeno envelope branco. Sem hesitar, o tirei do meio das flores e o abri. Então o meu sorriso foi se desfazando... 

 

" Está realmente linda hoje...

Mas estou decepcionado,__________!

Não quero que volte a trabalhar usando um vestido tão curto como esse, a menos que queria ver eu perder a paciência e arrancar os olhos de que estiver olhando para suas pernas. Minhas pernas... 

Te amo loucamente "

 

Não havia remetente. Se a pessoa que escreveu aquilo queria ser romântica... não tinha muito jeito com as palavras. Meu corpo estremeceu, meus olhos analisavam cada palavra. Meu nome... Ele sabia meu nome... Engoli em seco. Olhei para o meu vestido. Ele não era curto e eu estava usando meias, meias da cor da minha pele, mas... E... Foda-se! Aquilo era ridículo, eu poderia me vestir como eu quisesse!

— Q-quem deixou isso? —  perguntei a Hyun, tentando não parecer nervosa. 

—  Bem,  quem trouxe foi o garoto da floricultura.

—  Jogue isso fora pra mim, por favor —  pedi,  devolvendo o buquê para ele, enfiando o envelope entre as flores outra vez, trêmula.

—  Tem certeza? São tão bonitas...

—  Tenho sim — respondi determinada —  Por favor, eu não vou ficar com isso.

Eu deveria contar a ele o que estava acontecendo? Eu deveria contar para alguém? Isso era realmente estranho. A pessoa que mandou aquilo sabia meu nome, a pessoa que me mandou aquilo deveria ser a pessoa que me seguia... 

 Voltei a subir a escada. Ótimo, um maniaco estava apaixonado por mim, era tudo o que eu precisava!  "Te amo?" Como alguém poderia falar isso para uma pessoa que nem conhece? Eu havia acabado de  me mudar. Deus, ninguém podia me amar. Que tipo de brincadeira era aquela? Estava perdida em meus pensamentos assombrosos, quando ouvi um grito e me sobressaltei:

—   Aaaaaaah  —  gritou  Jinyi e se jogou em cima de mim, juro, juro que por um momento pensei que meu coração iria sair pela boca —  Unnie, você chegou,  eu estava indo no seu apartamento agora.

—  O quê? Pra quê? O que você queria ? —  perguntei meio desorientada.

—  Vou sair com Unnie do 14 e com o Dae. Quer vir com a gente? Dae quer te conhecer. Ele gosta de estrangeras —   a garota deu uma piscadinha cúmplice. 

—   Ah, não obrigada estou cansada. —  eu ia continuar subindo, precisava me deitar, tomar um leite bem quente. 

—   Venha, vamos comer no restaurante do meu pai. É meio longe, mas vamos de carro. Por favor... Ele quer conhecer você... —  insistiu —   E... aqui na coreia do sul é completamente proibido recusar convites... Você... poder ser presa... Nossos países podem entrar em guerra...   —  Eu ri. Talvez isso fosse bom, ficar trancada no apartamento dominada pelo pânico, pensando naquilo, não seria inteligente nem bom para mim. Eu tinha que esquecer aquilo. Então eu fui com ela... Com eles.

... 

Rimos, conversamos sobre varias coisas. Dae estava sentado ao meu lado, finalmente havia tido o prazer de conhecê-lo, ele não tirava os olhos de mim, foi atento comigo a noite toda. Era um cara simpático. 

—  Aqui —  Dae aproximou a mão do meu rosto e limpou o canto dos meus lábios com o polegar —  Tinha molho aqui... 

Eu sorri timidamente, então peguei um guardanapo para limpar a boca, mas ele saiu limpo. O que me fez sorrir. 

 A conversa se tornou muito interessante quando o assunto foi Changsun. Fiquei curiosa para saber o que pensavam dele. 

—   Ele me dá medo. —  contou Jinyi, estremecendo. —   Ele é muito estranho... 

—  É mesmo. —   concordou Dae —   Ninguém sabe de onde ele veio.  Ele não fala muito com os outros vizinhos.

—  Dizem que fica o dia todo fora, e só volta de noite. Não gosto dele, é meio... suspeito...  —  acrescentou a  Kyungmi.

—   Eu acho  ele legal —   quando eu disse isso todos pararam de comer e olharam para  mim. 

  Então começaram a rir, me perguntaram se eu gostava dele. Eu disse que não, nem pensar, ainda não o conhecia tão bem assim. Mas eles não acreditaram. Para ser sincera, não gostei da forma como falaram dele, ele era meio estranho, mas era uma  boa pessoa. Sim, talvez eu estivesse me apaixonando... 

Enquanto isso,  lá fora, em algum lugar depois do vidro da janela, alguém nos observava, observava a mim. Eu  tinha  certeza.

...

 Assim que entrei no apartamento suspirei, era bom voltar  pra lá, estar em segurança. A noite havia sido divertida, eu pude me distrair, e isso foi bom. Assim que comecei a tirar os sapatos vi uma nota no chão. Alguém deveria ter colocado por baixo da porta, de cenho franzido, me abaixei para pegá-la.

 "Então você gosta que os outros te toquem...  Só me magoa,_______.

Não me obrigue a ser cruel...  

Eu já disse que é minha, não volte a sorrir para outro homem daquela forma na sua vida, meu amor, está avisada.

 Dele eu cuido depois. Nunca mais vai tocar em você se não tiver uma mão para isso"

 

 Com as mãos trêmulas deixei o papel cair. Levei as mãos à cabeça, atordoada. Escorreguei as costas na porta e abracei as pernas. Eu tinha que fazer alguma coisa, tinha que fazer algo antes que alguma coisa ruim acontecesse... Essa pessoa seria realmente capaz de machucar alguém por motivos tão... idiotas? Como que tipo de maniaco eu  estava lidando? 

A batida na porta me sobressaltou,  me levantei de pressa e a fiquei encarando. 


Notas Finais


Desculpa qualquer erro... acontece ;)
~ bjim


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