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História Bird set free - Camren


Escrita por: lanalways

Notas do Autor


olá pessoas, espero que gostem desse capítulo porque eu já peguei amorzinho por ele, boa leitura!

Capítulo 27 - Camren


Fanfic / Fanfiction Bird set free - Camren

Lauren’s P.O.V

– NÃO DÁ MAIS – Normani falou jogando um livro de geometria em cima da minha cama levando as mãos às têmporas, massageando-as.

– Hey, você vai conseguir, vamos tentar só mais um pouco – era quarta à tarde e Mani estava enlouquecendo tentando estudar geometria, Camila havia saído daqui há pouco tempo depois de passarmos o dia alternando entre essa matéria e francês, que eram as dependências da minha melhor amiga.

– As provas já vão ser amanhã Laur, francês eu já estou confiante mas nessa matéria criada pelo demo? Nunca – ela falou apontando para o livro que havia jogado para escanteio – vamos dar uma pausa.

– Tudo bem, e aproveito para fazer uma perguntinha que estava segurando, o que tá rolando entre você e a DJ, afinal? – a questionei e ela me olhou cerrando os olhos, pensando um pouco para falar.

– É... complicado. Você sabe que eu já tinha pegado algumas garotas antes mas nada sério, só diversão de balada, mas com ela eu não sei, nós temos muito em comum só que ao mesmo tempo que eu só quero ser amiga dela eu olho pra sua boca e não dá para não beijá-la – ela disse e eu comecei a rir histericamente, fazendo ela jogar as almofadas de cima da cama em mim.

– Para Jauregay – ela disse fazendo uma cara emburrada então suspirei profundamente e me recompus.

– Desculpa Mani, mas do mesmo jeito que você falou de mim tenho que retribuir, você está apaixonadinha – falei em tom fofo e ela revirou os olhos – bem vinda ao clube das lésbicas, meu amor – disse sorrindo com ela me dando o dedo do meio.

– E você e a Camila, vai dar em namoro ou não? – ela me perguntou e eu suspirei.

– Andei pensando muito nisso esses dias e a resposta é sim, e você vai me ajudar com isso depois – falei em tom autoritário e ela assentiu.

– Camren... Isso, é o meu casal supremo – ela disse fazendo uma cara de apaixonada e eu só revirei meus olhos, dando aquilo como um assunto encerrado. Por agora.

(...)

A semana havia passado super rápido, Normani havia feito prova na quinta e pelos seus áudios que quase explodiram meus tímpanos ela havia se saído muito bem. Hoje era segunda feira, dia 30 de novembro. Fazia exatos três anos que meu irmão Chris havia falecido.

– Tem certeza de que quer ir pra aula hoje, filha? – minha mãe perguntou ao me ver tomando o café cabisbaixa, esse era o pior dia do ano para mim.

– Sim – falei secamente para ela que me deu um beijo na testa e afagou meus cabelos rapidamente.

– Podemos ir? – meu pai perguntou enquanto descia as escadas junto da Taylor, nesse dia eles sempre estavam em Miami, então meu pai comprou passagens de avião para irem ficar com a família e visitarem o túmulo do meu irmão.

– Claro, Lauren, nós compramos uma passagem para você e dá tempo de ir conosco ainda – minha mãe falou e eu neguei, nesses três anos eu reservava esse dia para mim especialmente longe da família, eu não gostava de lembrar do meu irmão ao ver a lápide com seu nome escrito nela, eu gostava de lembrar dele como ele sempre foi, sorridente, carismático, atencioso. Vivo.

– Se cuide então filha, ligue pra nós se precisar de qualquer coisa – meu pai disse e eu assenti, então eles e a Taylor se despediram de mim e entraram no carro guiado pelo Alejandro rumo ao aeroporto. Eu já havia tomado banho e estava pronta pra ir pro colégio, havia colocado uma regata branca e uma jaqueta por cima, vestindo uma calça surrada qualquer e meus coturnos costumeiros, então peguei minha mochila e minhas chaves e fui até a casa da Camila e pela primeira vez durante esses três anos nessa data eu dei meu primeiro sorriso verdadeiro, era inevitável eu não sorrir para a latina mesmo na minha situação mais deplorável. Assim que chegamos no colégio fomos para nossas aulas que teríamos juntas, eu não ouvi nada do que a professora disse do início ao fim, só percebi que a aula havia acabado quando os alunos começaram a se retirar da sala.

– Aconteceu alguma coisa, Lolo? Você está quieta hoje – Camila me perguntou quando sentamos na mesa da lanchonete para comermos, coisa essa que não faria porque minha fome era nula.

– Não, ta tudo bem – eu respondi a olhando e dando um pequeno sorriso para confirmar. Nessa hora o restante dos nossos amigos chegaram e se sentaram junto de nós, a Normani me olhou e veio me abraçar, ela sabia como eu ficava nessa data e tentava sempre passar o máximo de conforto possível para mim. Alguns minutos de conversa se passaram entre eles e eu continuava no meu mundinho.

– Vou pegar um suco, alguém quer alguma coisa? – Camila perguntou e todos negamos, então ela levantou e foi até o balcão, voltando segundos depois com um copo do líquido. Quando ela estava se aproximando da mesa a Alexa apareceu do nada e deu um empurrão propositadamente na latina, fazendo o suco entornar todo na blusa de Camila.

– Ai desculpa Camilinha, foi sem querer – ela disse usando seu falso tom – se bem que essa deve ter sido a primeira vez que alguém te deixou molhada não é – ela falou rindo da latina junto com grande parte da lanchonete, então Camila foi rapidamente para o banheiro e eu me levantei de súbito.

– O que você tem na cabeça? – perguntei alterada para a loira que ainda ria do acontecido, não dei brecha para ela responder e fui até o banheiro encontrando uma Camila tentando sem sucesso limpar sua blusa, que estava um pouco transparente.

– Não vai dar certo, aqui, vista isso – falei tirando minha jaqueta e colocando sobre seus ombros, ela olhou rapidamente para os meus e eu segui seu olhar, eu estava com uma blusa regata de alças finas que mostrava algumas cicatrizes acima do ombro, mas não era hora para isso – você está ok? Qualquer dia aquela garota ainda vai se dar muito mal – falei me referindo à Alexa.

– É... sim, eu estou bem, só não quero voltar pra lá – ela disse saindo do transe que ficou por um momento ao olhar para mim – e obrigada – ela completou apertando minha jaqueta sobre o seu corpo.

– Eu vou te levar em casa, vou mandar uma mensagem pras meninas avisando para pegarem sua mochila – eu disse e ela fez uma pequena careta.

– Não quero ir pra casa, minha mãe vai estar lá e não estou afim de responder as perguntas que sei que ela vai fazer – ela disse e eu assenti.

– Então vamos para a minha, todo mundo viajou e eu estou sozinha – falei pegando o celular e mandando uma mensagem para a Normani, fazendo um sinal para que Camila me seguisse logo depois. Fomos até o estacionamento sob os olhares de pouquíssimas pessoas, a maioria já estava em suas aulas já que o intervalo estava acabando quando tudo aconteceu. Quando chegamos em casa eu subi as escadas com a latina até meu quarto.

– Pode escolher qualquer blusa do closet, se quiser tomar banho também tem assessórios extras no armário do banheiro e toalhas limpas – falei indicando tudo para ela – volto daqui a pouco quando você acabar – falei e desci as escadas, indo beber água e fiquei andando pela casa por uns minutos, até subir novamente e bater na porta do quarto, ouvindo um “entre” como resposta. Quando adentrei o cômodo, vi que Camila havia tomado um banho rápido para tirar o odor do suco e vestia uma blusa preta do Paramore que lhe caiu muito bem por sinal, ela segurava e olhava algo retangular que reconheci como sendo minha foto com o Chris, eu deveria ter deixado ela em cima da cama hoje pela manhã.

– Quem é? Se parece com você – ela perguntou e um bolo se formou na minha garganta, mas consegui falar.

– É o meu irmão, Chris – eu disse e ela fez uma cara de interrogação.

– Eu nunca o vi, mas lembro de você ter mencionado que ele havia ficado em Miami ou algo do tipo – ela disse e resolvi falar logo.

– Ele morreu – disse simplesmente e ela abriu levemente a boca, a fechando diversas vezes – e foi até irônico você ver essa foto logo hoje, que faz três anos desde que tudo aconteceu – eu disse e ela não hesitou e veio diretamente me abraçar, me reconfortando em seus braços.

– Eu sinto muito – ela disse e notei que eram palavras bem verdadeiras, então a abracei de volta, me separando um tempinho depois, a olhando e sabendo que podia confiar tudo a ela.

– Quando eu tinha quinze anos fui com ele e meu pai ver um jogo de beisebol no estádio – falei me sentando na cama com ela fazendo o mesmo – nosso time ganhou e estávamos super felizes, meu irmão não parava de falar um minuto, ele era só dois anos mais novo que eu. Nós pegamos a estrada para voltarmos pra casa, era cerca de uma hora e meia de trajeto e meu pai estava dirigindo, cantando o hino do time conosco. Quando passamos da primeira meia hora de trajeto, num cruzamento, vi pela janela um carro vindo em alta velocidade e percebi que se chocaria direto do lado que meu irmão estava, eu não pensei em nada e tentei encobrir sua lateral com minhas costas para o carro não o acertar – eu falei e de súbito tirei a minha blusa, ficando só de top, revelando para a latina minhas costas cheias de cicatrizes causadas pela batida e pelos estilhaços, a maioria pequena pelo tempo mas algumas profundas que me marcariam pra sempre – apesar do esforço eu não consegui. Eu não consegui salvar o meu irmão – falei já não segurando as lágrimas, era difícil eu desmoronar assim, raras eram as vezes, mas nesse momento eu não me importava. Camila se aproximou mais e tocou minhas costas com seus pequenos dedos e foi passeando com eles pelas cicatrizes que mais me marcavam, eu arrepiava a cada toque seu.

– Não é culpa sua Lauren, você ainda fez o que a maioria não faria – ela disse acariciando agora o meu ombro.

– Eu sei, mas me sinto culpada mesmo assim, eu me sentia no dever de protegê-lo. Eu acabei ficando inconsciente com a batida e acordei no hospital três dias depois, chamando pelo Chris, então depois de me acalmarem me deram a notícia de que ele não havia suportado, foi a pior notícia da minha vida. Eu não queria acreditar naquilo, fiquei dias sem comer e tiveram que introduzir o alimento por sondas porque eu não sentia fome e me recusava a comer qualquer coisa. Eu estava no meio do ano no colégio e comecei a perder todas as aulas, não tinha ânimo pra nada – falei e Camila limpou as lágrimas que eu deixava escapar som seu polegar me olhando e me incentivando a continuar – eu estava claramente com depressão, me culpava por tudo, Normani também parou de ir às aulas para ficar em casa comigo e acabou perdendo o ano assim como eu, nunca vou ser capaz de agradecer o que ela fez por mim. Depois de praticamente dois meses naquela situação eu comecei a me reerguer, consegui admitir pra mim mesma de que eu não poderia ter evitado o que aconteceu e que eu tentei, que me arrisquei pelo meu irmão e que ele estaria bem e orgulhoso onde quer que estivesse – falei passando meu polegar pela foto que tinha de nós dois em mãos – Normani e eu viramos mais que melhores amigas desde então, somos praticamente irmãs, e até viemos juntas pra cá. Dois anos depois do que aconteceu meu pai me deu a Lana, que era a marca de moto preferida do meu irmão, por isso tenho tanto apego por ela, porque me faz lembrar dele. Agora você sabe de tudo e sabe também o porquê de eu não gostar de expor o meu corpo pra quem não sabe da minha história – falei olhando rapidamente por cima do meu ombro e colocando a camiseta de volta no meu tronco.

– Eu... não sei o que dizer, nunca imaginaria que você haveria passado por tudo isso, você é tão forte e maravilhosa com todo mundo, só quero que saiba que eu me orgulho muito de você, é a pessoa mais incrível que eu já conheci – a latina falou com um sorriso que eu retribuí, então aproveitei para falar o que eu queria.

– Isso me faz sempre refletir que devemos nos entregar ao máximo ao que queremos e as pessoas que amamos, porque isso tudo é passageiro. No dia do lago em que vi seu corpo sem nenhuma reação tudo dentro de mim quebrou, tive medo de que você pudesse ter ido sem eu nem me despedir assim como aconteceu com o meu irmão, temi que tudo aquilo se repetisse, temi que você tivesse me deixado sem eu ter a oportunidade de dizer tudo que quero dizer, tudo que eu sinto – falei me virando para a latina que me olhava sem nem piscar, olhando-a no fundo dos olhos e falei aquilo que sabia desde o princípio.

– Eu te amo, Camila Cabello.


Notas Finais


GOSTARAM???? espero que sim, talvez eu só volte no fds porque tô cheia de coisa pra estudar então, até o próximo <3


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