História Bird set free - Lana está de volta

Lauren's P.O.V

– LAUREN MICHELLE JAUREGUI MORGADO! – Mal entrei em casa e minha mãe veio se aproximando de mim, gritando meu nome completo, o que significa em bom som “você ta extremamente fodida”.

– É... bom dia mamãe querida – tentei amenizar a situação colocando um jeito meigo nas palavras, o que não deu muito certo porque ela continuou a gritar.

– O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA? Nós estávamos preocupados com você, acordamos e você não estava no seu quarto, sua irmã falou que deveria ter ido correr no parque, considerei a ideia mesmo sendo domingo, mas você ficou horas sem aparecer e começou a chover e nada! Onde foi que você se meteu?

– Desculpa mãe, é que eu parei pra descansar no parque depois da corrida e acabei pegando no sono, não tinha dormido muito bem e a grama estava tão agradável... Acabou que começou a chover e eu fui para a sorveteria para me abrigar.

– Seu pai saiu com o segurança para te procurar, já devem estar voltando – revirei os olhos quando ela disse isso, qual a necessidade de tudo aquilo? – Lauren, você deve estar achando que estamos nos preocupando à toa, mas querendo ou não somos Jaureguis, as pessoas por aqui podem não saber ainda, mas alguém poderia sei lá, rondar por aqui atrás de dinheiro, e você sumindo assim é preocupante.

– Tá mãe, eu entendo, é que isso é um saco – falei em tom entediante, eu não gostava que os outros soubessem que eu era uma Jauregui se só se importariam com meu dinheiro.

– Okay okay, dessa vez eu deixo passar – minha mãe finalmente se rendeu me abraçando como se recuperasse uma filha há muito tempo perdida. Nessa hora meu pai chegou, ele presumiu que minha mãe já tivesse me dado algum sermão e só entrou e me abraçou também.

– Laur, eu falei pra eles que você estava ok e que isso era demais – minha irmã vinha descendo as escadas para me abraçar também, o que era aquilo, dia da distribuição de abraços?

– Tá gente, acho que já deu né? Eu estou bem, o que tem pro almoço? – Falei ansiosa, estava realmente com fome. Minha mãe riu e disse que o almoço estava quase pronto. Aos domingos ela dispensava a Lily, nossa empregada, para poder cozinhar pra gente, ela sentia um prazer nisso e eu via que ela exalava um ar mais calmo na cozinha, era como se esquecesse por algumas horas quem era e incorporasse outra pessoa.

– Filha, vai tomar um banho que eu tenho uma surpresa pra você – meu pai falou lá da sala enquanto via algo na TV. Fiquei curiosa e corri para tomar meu banho. Depois de limpa e vestida com uma roupa qualquer, desci as escadas pulando os degraus, como uma criança quando falam que estão distribuindo doces.

– Paaaai, cadê a surpresa? O que é? Me diz logo – sim, eu estava visivelmente MUITO ansiosa. Meu pai riu e falou para eu o acompanhar, ele estava indo em direção a garagem e meu coração já começou a pular no peito. Será?

– Bem, imagino que já tenha suspeitas do que seja – e então ele abriu o portão e lá estava ela, minha paixão, meu benzinho precioso, minha moto.

– AAAAAAAAAH, ELA CHEGOUUUU – comecei a gritar e a dar vários beijinhos no rosto do meu pai, depois corri em direção à minha moto e a abracei, beijei, fiz carinho, parecia meu bichinho, eu estava muito muito muito feliz – Lana, que saudades de você (pra quem não lembra esse é o nome dela). Era uma Harley Davidson preta, desde minha infância eu adorava essa moto, e era a preferida do meu irmão, então no meu aniversário de 17 anos meu pai me deu uma, eu surtei na hora, dei o nome de Lana por ser o nome da minha cantora favorita – Lana Del Rey – ficava todo dia indo limpá-la mesmo sem a ter usado e no dia que dei uma volta nela pela primeira vez foi mágico, queria que meu irmão estivesse aqui para que visse, ela me fazia lembrá-lo e talvez por isso eu a ame tanto.

Depois de meia hora babando da minha moto, finalmente entrei para almoçar, minha mãe tinha feito uma lasanha divina, fiquei a elogiando a cada garfada que dava, o que a deixou sorridente pelo resto do dia. Depois de ajudar mamãe com a louça, fui pra sala de TV e comecei a ver alguns filmes com a Taytay, escolhi um de terror para começar porque sabia que ela ficava apavorada e tiraria muito proveito disso. Depois de algumas horas de risadas minhas e choros da minha irmãzinha, subi pro meu quarto para descansar e ouvir algumas músicas. Acabei caindo no sono e acordei na hora do jantar. Fiz minha refeição e voltei a deitar, queria estar bem descansada e disposta para meu primeiro dia de aula em New York. Depois de um tempo divagando consegui dormir e sonhar com cascatas de chocolate quente.

Camila’s POV

Desde que chegamos em casa a Sofi não parava de falar de como o sorvete dela estava maravilhoso e que o Jamie gostava mais dela do que de mim por ter colocado uma bola extra. Será que ela não ouviu que eu havia falado para ele colocar?

A silhueta daquela garota no balcão não saia da minha cabeça, ela parecia tão à vontade com o Jamie, eu pensei que só eu gostava de ter amizade com senhores de mais de 50 anos – pelo menos eles não recusam minha companhia –.

Cheguei em casa e fui direto pro meu quarto e me joguei na cama, queria descansar antes de minha mãe terminar o almoço. Cerca de uma hora e alguns minutos depois, a sofi chegou no meu quarto me chamando educadamente para almoçar – o sorvete finalmente a acalmou? – então me levantei e coloquei um moletom cinza antes de descer, o clima ainda estava um pouco frio.

Almoçamos calmamente, lavei a louça depois e voltei para o meu quarto para fazer uma pequena maratona de despedida de férias da minha série preferida: Pretty Little Liars. Depois de quase 10 episódios vistos, levantei para comer alguma coisa, já era tarde e meus pais estavam colocando a sofi para dormir e iriam deitar logo depois.

– Boa noite hija, durma bem que amanhã suas aulas começam – meu pai falou me dando um beijo e indo pro quarto, seguido da minha mãe.

As aulas. Elas iriam começar amanhã e eu não tinha mais escapatória, o inferno voltaria, trazendo com ele Alexa Ferrer e sua trupe de seguidores idiotas. Tomei um banho rápido, vesti uma blusa grande confortável e deitei, esperando sonhar com unicórnios novamente, na esperança de que eles me levassem para sua terra encantada, longe do colégio e de certas pessoas que estudavam nele.