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História Bird Set Free - 07; Again


Escrita por: Trafalgarr

Notas do Autor


minha rotina tá um lixo, eu ainda não me acostumei com a casa nova e ter que passar 3 horas num onibus todo dia ta sendo complicado ._.
Mas é isso ai, eu vou tentar postar essa semana de novo, é nois. <3

Capítulo 7 - 07; Again


Fanfic / Fanfiction Bird Set Free - 07; Again


 

Ainda estava catatônico quando cheguei em casa. Ignorei as perguntas do meu pai em saber onde eu estava e por que eu estava naquele estado e me tranquei no quarto. Puxei o celular e reli toda a conversa com a ruiva. Eu comprei as fotos, todas elas, e agora além de dever 2000 berries a uma aluna, estava com quatro novas fotos de um colegial usando saia no meu celular.

Respirei fundo e tentei me acalmar, me esforçando pra lembrar o que tinha feito noite passada, não é possível que eu tenha feito isso, eu estava aliciando Kid o tempo todo e... Teve uma hora que ele me deixou só, não lembro o por quê. Mas não é possível que eu tenha feito toda essa cagada em tão pouco tempo.

Tentei pensar em alguma solução, mas a única coisa que eu conseguia era imaginar aquele menino na minha frente usando aquele pedaço de pano. Quantos anos eu pegaria se fosse preso por aliciar menores?

Teria de tomar providências, disso eu tinha certeza. Mas lidar com aquela menina seria bem complicado. E ainda tinha Luffy; Que mesmo que eu achasse ele bonitinho e tudo mais, não sei como vai se comportar com isso. Passei a mão pelos cabelos e fui tomar banho; Estava suando frio, o que me deixava mais agoniado ainda.

Quando finalmente saí do quarto, meu pai estava sentado do lado de fora, apreensivo. Ajudei-o a levantar e o abracei.

– Aconteceu alguma coisa, filho? – Falou em meu ouvido. Fez um carinho gostoso na minha costa.

– Nada demais. – Menti. – Eu dormi na casa do Kid, me desculpe por não te avisar, eu esqueci.

Ele me soltou do abraço e afagou meus cabelos. Mesmo eu sendo alguns centímetros mais alto que ele, me sentia uma criancinha quando ele fazia isso.

– Não faça mais isso, fiquei preocupado.

– Desculpe.

– Tudo bem... Mas é sério, aconteceu alguma coisa, não foi? Você parecia transtornado quando chegou...

– Ahn... É, aconteceu... Mas eu não quero falar sobre isso agora. É um problema um pouco complicado de resolver, quando eu conseguir, pelo menos, achar uma solução eu te conto e explico tudo, pode ser?

Rosinante fez um bico, mas não insistiu. Ele sabia respeitar minhas vontades, mesmo que não concordasse com elas. Suspirou e deu de ombros.

– Enfim... Eu não gosto desse garoto...

– Que garoto?

– Esse Kid... Não fui com a cara dele.

– Pai, o senhor nunca vai com a cara dos meus amigos. – Falei, descendo as escadas e indo pra sala.

– Que mentira! – Ele me seguiu. – Eu gosto do Zoro! Aquele menino é muito gentil... E gosto daquele seu aluno que te ajudou quando você desmaiou.

Fiz uma careta quando ele falou sobre Luffy. Já estava automático eu lembrar daquelas fotos só de pensar nele, aquelas malditas fotos.

– E em falar em Zoro... – Meu pai mudou de assunto. – Ele ligou hoje de manhã, disse que vai vir na cidade e quer falar com você.

Zoro é meu amigo desde que eu me entendo por gente. Ele era meu vizinho quando eramos crianças e estudava na mesma escola que eu. A gente saía pra todo canto junto e antes que você pense que eu ficava com ele, não, eu não ficava, Zoro é o cara mais “macho” que eu conheço. Ele foi embora para outro país pra fazer faculdade e acabou se mudando de vez pra lá; Mesmo que a gente tenha se visto poucas vezes durante todos esses anos, nossa amizade era como se nos víssemos todos os dias. Era bem legal a amizade que eu tinha com ele.

– Eu vou mandar mensagem pra ele então. Obrigado por avisar. – Agradeci, voltando a atenção à TV.

Fiquei olhando pro aparelho, sem realmente ver. Minha cabeça estava longe, pensava em muita coisa e em nada ao mesmo tempo. Não sabia o que estava sentindo, sentia vontade de ver aquele menino, mas, ao mesmo tempo, tinha medo de como ele reagiria e até mesmo medo do que aconteceria se eu o visse. Depois de saber que eu chamei seu nome inconscientemente, não confiava mais em mim mesmo.

Por mais que aquelas fotos fossem o auge de tudo, eu ainda tinha curiosidade de saber dele. Ainda me pegava pensando se ele estaria bem, se ninguém mais tinha feito algo a ele; Ele estava me tomando muito tempo aliás. Puxei o celular do bolso, olhando as outras fotos com mais atenção. Luffy conseguia ser fofo, mesmo em poses que ele deveria ser vulgar; As bochechas vermelhas e o o jeito que ele não olhava pra câmera demonstravam que ele não era acostumado com aquilo.

Ainda não estava conformado em como aquele menino mexia tanto comigo. Eu já tinha ficado com meninos mais novos, mas não via nada demais neles. Aliás, eu nunca tinha perdido tanto tempo pensando em alguém, mesmo quando eu era mais novo e ficava com meus amores platônicos e aquela besteira toda de adolescente babaca.

Não podia negar que eu queria tê-lo, de preferência com ele usando aquela saia, meu corpo pedia por isso. Mas eu também queria conversar com ele... Queria conhecê-lo. Por dentro e por fora.

Depois de alguns dias, Nami insistiu em me vender mais fotos, e eu preferi bloquear ela do meu celular do que continuar com isso. Já estava num dilema bem grande com apenas cinco fotos, não precisava de mais coisas pra me arrepender depois. Ela tentou falar comigo depois de uma aula, mas eu só fugi pela tangente.

Luffy não me procurou e isso me deixou frustrado e aliviado na mesma proporção. Frustrado por que pensei que ele viria atrás de mim pessoalmente perguntar o que ele tinha achado das fotos ou, na pior das hipóteses, mandar eu apagá-las, alegando que a amiga as vendeu sem seu consentimento ou algo do tipo. E estava aliviado pelos mesmos motivos.

E assim os dias se arrastaram. Todos os dias eu dedicava, pelo menos, meia hora para ficar admirando as fotos. As aulas estavam cada dia mais complicadas, eu evitava olhar pra ele quase o tempo todo, mas ele não ajudava, já que começou a participar delas, sempre perguntando e respondendo perguntas que nunca eram pra ele.

Estava no fundo do poço. Todos os dias que dava aula pra turma do moleque, eu ficava vermelho quando olhava pra ele e o coração parecia que sairia correndo do meu peito na primeira oportunidade. Isso sem contar nas vezes que eu me pegava pensando nele, no que estava fazendo ou nas coisas que gostava. Já estava conformado com a minha “paixonite”, já tinha ficado algumas vezes assim e em todas isso passava quando eu tinha um contato maior com o objeto da minha obsessão. Era tudo baseado em expectativas altas demais.

Não gostava desse tipo de coisa, de criar expectativas, aprendi a vida toda a não fazer isso e ficava realmente frustrado quando isso fugia do meu controle. Talvez isso explicasse o por quê de eu não querer me envolver com as pessoas: Elas – e eu, claro. – são passíveis de falhas. Falhar com outra pessoa pode gerar danos que não podem ser reparados; mágoas tão profundas que nenhum pedido de desculpas consertaria.

Mas ao contrário do que parece, meu coração ainda estava intacto. Vi tantas pessoas se quebrarem por causa de relacionamentos frustrados que acabei desenvolvendo um tipo de “fobia” a isso. Tinha medo. Medo de ser rejeitado, de depender de alguém, de gostar de alguém mais do que a mim mesmo... Eu tinha medo de amar. Foi assim até com meu pai, ele levou anos pra conquistar minha confiança. E esse moleque... Ele estava me fazendo sentir medo. Me sentia na beira de um abismo, onde qualquer movimento brusco me derrubaria, de tão grandes que minhas expectativas estavam. Soa dramático, mas é, eu estava com medo do que aconteceria.

Estava quase cochilando enquanto olhava pras malditas fotos e pensava nisso tudo quando o celular tocou. Dei um pulo na poltrona por causa do susto, xinguei mentalmente o número desconhecido e atendi. E de todas as pessoas que tinham meu número, ele era o único que eu não esperava me ligar.

“T-trao-sensei?”

Não era possível ser Luffy.

“Alô? Trao-sensei?” Repetiu.

“Alô... Sou eu, quem fala?”

“Sou eu, Luffy... Trao-sensei... Aconteceu de novo... Aqueles caras... Eles me bateram outra vez.”

Paralisei, sentindo o coração apertar. Estava acontecendo de novo, a vontade de protegê-lo e a raiva de não saber o que estava realmente acontecendo.

“Onde você está?” Indaguei, levantando do sofá e indo atrás das minhas coisas pra sair, chaves, casaco e carteira.

“Em casa... Eu estou com muito medo.” Choramingou, soltando um gemido baixinho.

“Eu estou indo pra sua casa, não saia daí.”

E o fiz. O trânsito estava fluindo lentamente naquele dia, a música lenta que tocava no rádio deu a impressão que o tempo passou ainda mais devagar dentro do carro. Estava preocupado com ele, não sabia o que estava acontecendo e não sabia como lidaria com ele do jeito certo. A única coisa que eu sabia era que as agressões eram apenas a ponta do iceberg.

Quando cheguei a casa dele, encontrei-o na calçada, o rosto inchado apoiado nas duas mãos. Desci do carro e ele só percebeu que eu estava lá quando estava em sua frente.

– Trao-sensei! – Falou, levantando. – Você realmente veio.

– Eu disse que viria... Vem, vamos no médico.

– Não quero... Já fiz os primeiros socorros, não vou morrer. – Levantou a blusa, mostrando um curativo porcamente colocado com fita adesiva.

– Você 'tá de brincadeira, né? – Perguntei, puxando o braço dele. – Isso 'tá horrível, vai pegar uma infecção se deixar assim.

Abri a porta do carro e ele entrou resmungando; Segui pro meu lado e dei partida no automóvel.

– Como você conseguiu isso? – Questionei e o vi se encolher no banco.

– Eles tinham um canivete... Tentei fugir e me acertaram.

– Luffy, porque eles te atacaram?

Não respondeu, mas olhou pra mim a boca aberta como se quisesse realmente me contar.

– Eu... Eu não posso contar. – Respondeu num fiapo de voz.

– Você poderia ter morrido.

– Mas não morri... – Rebateu de imediato. – Eu não posso morrer, não agora. – Baixou o tom de voz, como se falasse para si mesmo.

Bufei. Já tinha passado o estágio de irritado e agora podemos classificar o estado que me encontrava como “puto da vida”. Odiava ficar sem respostas e odiava ainda mais quando eu não conseguia essas respostas por que a pessoa simplesmente se negava a me contar o que eu queria saber. Batia os dedos freneticamente no volante quando paramos no sinal e minha respiração estava pesada.

Nem olhei pro moleque durante o caminho, me arrependendo disso quando chegamos no hospital, sua camisa estava encharcada com sangue e ele estava pálido e com as mãos trêmulas segurando o local do ferimento. Carreguei-o até dentro do hospital e lá eles o pegaram e levaram para uma sala de cirurgia.

Segui pro banheiro com as mãos sujas de sangue, o cheio forte grudado no meu nariz. Só percebi que eu também tremia quando parei com as mãos embaixo do aparelho de secar. Ele estava ferido e passando mal, eu não sabia o que estava acontecendo e ainda o tratei mal. Certeza que o prêmio de “Cuzão do Ano” vai pra mim.

Voltei a recepção e esperei por lá até que a recepcionista me abordou e perguntou se eu era o responsável por Luffy. Assinei alguns papéis e ela me levou até a enfermaria onde ele estava. Luffy estava deitado, mas estava acordado e resmungava alguma coisa pra si mesmo. Me sentei ao seu lado e ele se calou e virou o rosto pra mim, sorrindo.

– Viu, eu disse que não vou morrer. – Falou, levantando o lençol e mostrando o curativo que tinham feito em sua barriga. – Obrigado... De novo.

Acabei retribuindo o sorriso, uma sensação de alívio tomando conta de mim e me relaxando um pouco.

– Ligue pros seus pais. – Falei depois de um tempo, estendendo o celular pra ele.

Ele olhou para o aparelho e depois olhou pra mim, os olhos brilhando tristes. Negou com a cabeça e virou o rosto. Remexeu-se na cama e cobriu o rosto com o lençol. Guardei o celular, ganhando mais uma dúvida sobre ele; Já tinha uma lista bem extensa delas.

– Quer realmente saber a verdade? – Luffy perguntou depois de um tempo, o rosto ainda coberto pelo lençol.


Notas Finais


Curtinho, ne?
Reclamem no 0800-review <3


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