História B!tch Better Have My Money - Bitch Bette Have My Money

Camila tremia de frio e de medo dentro do carro. Ela estava a caminho de casa com seu marido ao seu lado. Ninguém poderia descrever como ela estava se sentindo por dentro. Tinha sido um choque passar todos aqueles dias, trancada em um cômodo minúsculo sem ter visto a luz do sol uma única vez, com exceção da viagem para Las Vegas, mas agora o pesadelo havia passado. Ela voltaria a sua vida normal, ajudando seu marido na empresa, voltando a sua rotina, como se nada tivesse acontecido. Era isso que Camila mais ansiava.

Shawn não tocou no assunto em nenhum momento. Imaginava que ela queria seu espaço e também não estava com paciência para ouvir as reclamações da mulher. Então, o caminho todo foi feito em silêncio.

Ao chegar à cobertura onde morava, Camila foi direto para o banheiro, precisava de um longo e relaxante banho. Ela ligou a torneira e água começou a jorrar, enchendo a bela banheira. Colocou vários sais aromáticos e entre outras coisas. Ela se despiu e entrou na banheira.

Enquanto relaxava ela pensava em tudo o que tinha passado e se deu conta de que nunca soube o porquê de ter sido sequestrada por uma mafiosa e teve a conclusão de que precisava tirar isso a limpo.

Terminou seu banho, vestiu uma roupa e foi procura de seu marido pela enorme cobertura. Camila o encontrou em seu escritório, lendo alguns papéis, mas o mesmo parou assim que notou a presença da mesma no cômodo.

- Está tudo bem amor? – Shawn perguntou assim que a viu adentrar o cômodo com uma feição nada boa.

- Não... Eu estava pensando... – Ela se sentou em uma cadeira a frente da mesa. – Que divida é essa que você tinha com aquela mulher? E por que ela me sequestrou?

Shawn suspirou e se remexeu na cadeira desconfortável. Ele sabia que ela iria querer respostas, estávamos falando de Camila afinal. O que ele não esperava, era que fosse tão rápido assim.

- Amor, por que você não vai dormir um pouco e amanhã conversamos sobre isso? Você está muito sobrecarregada, precisa descansar. Imagino que não tenha sido fácil e você quer deixar tudo claro logo, mas não acha melhor ter uma boa noite de sono?

Camila ficou pensativa. Ela realmente estava sobrecarregada e muito cansada e fazia muito tempo em que ela não dormia em sua casa, com o cheirinho e o conforto familiar de sua cama, mas ao mesmo tempo ela sabia que se não tirasse isso a limpo não conseguiria dormir bem.

- Acho melhor nós falarmos disso logo. Afinal eu tenho total direito de saber, fui eu quem foi sequestrada.

- Eu sei, mas...

- Sem mais Shawn! – Camila se alterou. – Eu quero saber exatamente o porquê todas essas porcarias aconteceram comigo. Por que diabos uma mafiosa me sequestrou e me colocou na porcaria de uma cela fria e nojenta! Então não, não posso esperar até amanhã.

Shawn estava entre a cruz e a espada. O que ele falaria? Não poderia contar a verdade. Ou pelo menos não toda...

- Você realmente quer saber? – Camila assentiu com a cabeça. – Lembra que fomos viajar? Aquela viagem pela América Latina? Então, era pra seu pai cuidar da empresa, mas acabou surgindo algo e ele deixou sua mãe cuidando de tudo. – Camila já sabia onde ele queria chegar, ela conhecia sua mãe muito bem. – Nesse pequeno meio tempo sua mãe conseguiu falir toda a empresa. Eu não vi alternativa a não ser pedir dinheiro para aquela mulher. Foi o único jeito de tirar a empresa da falência.

- Mas por que aquela mulher, a Lauren, me sequestrou?

- Porque eu demorei paga-la. A quantia que eu pegue dela foi muito grande e mesmo estando nos auges não tinha o dinheiro suficiente. Aquela discussão nossa que você viu no escritório, foi apenas um das outras mil que tivemos. Ela ficou muito irritada e viu você como meu ponto fraco, por isso te sequestrou, para te usar contra mim. Você era o trunfo dela.

- Por que demorou tanto tempo pra me “resgatar”?

- Porque foi muito difícil de conseguir essa tamanha quantia. Juro que me esforcei ao máximo para conseguir esse dinheiro o mais rápido possível. Não queria que você sofresse nas mãos daquela mulher.

Camila não disse mais nada. Ficou sentada ali, apenas observando as coisas ao seu redor, digerindo as palavras que acabara de ouvir.  Sua mãe tinha afundado a companhia que seu pai demorou tantos anos construindo, deixou de dormir várias vezes para resolver tantos problemas. Ela ainda não acreditava e não sabia se acreditaria eventualmente, se conseguiria digerir a “verdade”. Camila não perguntou mais nada, apenas foi em direção ao seu quarto, para poder ter uma boa noite de sono, como há muito tempo não conseguia.

Uma semana depois...

Havia se passado uma semana desde que Lauren tinha entregado Camila, ou como ela gostava de chamar “mala sem alça”, para Shawn. Se ela tinha esquecido de sua pequena vingança? Claramente isso não era do feitio de Lauren Jauregui. Ela queria que Camila pagasse por ter quebrado seu coração e a trocado por aquele ridículo. E ela faria da melhor forma possível.

- Está tudo pronto? – se dirigiu a Veronica.

- Tudo certo, chefona. Só pega-la e coloca-la dentro dessa belezura. – Se referiu ao grande baú que cabia uma pessoa. – Mas eu tenho uma pergunta. Como você vai carregar esse negócio até o elevador sem que ninguém perceba?

- Pela garagem obviamente. – Lauren suspirou se olhando uma ultima vez no espelho. – Como estou?

Lauren usava uma peruca ruiva, maquiagem escura, uma saia vermelha e uma bota de couro cano alto também vermelha, uma blusa qualquer, um casaco listrado com algumas flores de enfeite e uma boina cinza. Ela estava pronta para a ação.

- Você está incrível! Ela nunca te reconhecera desse jeito.

- Então quer dizer que eu vou ter que tirar todo o meu disfarce? – Ela fez biquinho. – Mas ficou tão bonitinho.

Veronica riu do pequeno drama da amiga.

- Você sabe que não, idiota. Agora vamos. Quero que nossa viajem comece logo.

Lauren, Vero e Lucy entraram no carro e foram rumo ao prédio onde Camila morava. Enquanto elas dirigiam pela rua da cidade que nunca dorme, cantavam várias musicas, mas uma em especial.

- Bitch, better have my Money. Y'all should know me well enough. – Cantarolou Lauren e depois explodiu em risadas com suas amigas.

Ao chegarem ao grande e luxuoso prédio, Lauren logo tratou de entrar na garagem. Como ela fez isso? Mais um de seus segredos. Estacionou o carro e com a ajuda de suas fieis companheiras tirou o grande baú de dentro do mesmo. Ela foi puxando-o até chegar ao elevador. Escolheu o último andar e esperou o lento elevador chegar até lá.

Ela passou o plano várias e várias vezes em sua cabeça e não conseguia evitar o sorriso involuntário. Mais e mais andares se foram, obviamente algumas pessoas que entraram no elevador a olharam estranho pelo fato das suas roupas e de seu enorme baú.

Quando finalmente chegou ao andar que ela tanto ansiava a bela Latina entrou na pequena caixa metálica, a qual era chamada de elevador. Ela nem se deu conta de quem era por trás daquela peruca ruiva e roupas chamativas.

Assim que as portas do elevador se fecharam Lauren não perdeu a chance. Tratou de colocar um pano na boca de Camila, que continha um liquido a qual quem cheirava perdia a consciência na hora. Foi um sufoco para colocar a latina dentro daquele baú, mas quando conseguiu Lauren sorriu gloriosa.

(PLAY)

Bitch, better have my money
Vagabunda, é melhor você ter meu dinheiro
Y'all should know me well enough
Vocês devem saber bem quem eu sou
Bitch, better have my money
Vagabunda, é melhor você ter meu dinheiro
Please, don't call me on my bluff
Por favor, não ache que isso aqui é um blefe

Quando as portas do elevador se abriram no térreo, Lauren começou a arrastar o corpo de sua ex-namorada que estava dentro da grande mala. Assim que Veronica viu o esforço que a amiga estava fazendo, tratou de ir ajuda-la.

- Essa mulher é mais pesada do que eu imagina. – Reclamou Lauren ao terminar de colocar o baú/mala, no porta-malas do carro.

- Não reclame tanto, vai valer a pena quando você jogar todas as cartas na mesa.

- Espero que valha mesmo.

Kamikaze if you think that you gon' knock me off the top
Você é suicida se acha que vai me tirar do topo
Shit, your wife in the backseat of my brand new foreign car
Merda, sua esposa no banco de trás do meu novo carro importado
Don't act like you forgot
Não finja que esqueceu

Elas riam escandalosamente de seu feito. Acenava para garotos e garotas pelas ruas. Nada estragaria a felicidade daquelas três agora. Elas fariam uma viajem completamente louca, divertida e cheia de perigos. Iriam se aproveitar bem da sua nova hospede.

Lauren pegou uma estrada para fora da cidade, rumo há um dos seus milhares balcões espalhados ali pelos arredores. Obviamente ela escolheu o mais distante, pois queria aproveitar ao máximo tudo aquilo. Ela perdeu a conta de quantos postos de gasolina ela parou para comprar bebidas ou comidas. Só sabia que estava se divertindo e muito.

- Você viu a cara daquele homem quando você falou “A mesma fruta que você gosta eu como e muito mais”. – Veronica soltou uma risada escandalosa. – Ai meu Deus! Foi hilário!

- Você não presta mesmo Vero! – Comentou Lucy também rindo.

- Eu não presto, mas você gosta. – A garota de cabelos castanhos escuros lançou um olha malicioso para a menor, fazendo Lauren revirar os olhos.

- Por favor, deixem para se pegar outro dia! – Retrucou. – Não estou nem um pouco a fim de servir de vela, para vocês duas.

Turn up to Rihanna while the whole club fuckin' wasted
Dançando ao som de Rihanna e a balada toda enlouquece
Every time I drop, I am the only thing y'all playin'
Toda vez que passo, sou sempre eu que estou tocando
In a drop top, doin' hundred, y'all in my rearview mirror racin'
No meu conversível, andando mil milhas e todos vocês tentando me acompanhar pelo meu retrovisor
Where y'all at? Where y'all at? Where y'all at? Where y'all at?
Cadê vocês, hein? Cadê vocês, hein? Cadê vocês, hein?

- Pare de ser chata Lauren! – Reclamou Vero, jogando um pouco de M&M na amiga. – Aproveite porque a noite é uma criança!

Com isso as três garotas caíram novamente na estrada. Pararam várias vezes para beber, fumar ou fazer gracinhas com quem quer que fosse pela estrada, mas a que com certeza elas se lembrariam eternamente seria a parada em um bar cheio de motoqueiros. Elas simplesmente fizeram a festa ali.

- Lauren, Lauren! – Chamou Lucy. – Por que não fazemos uma pequena baguncinha ali? – Disse apontando para o bar.

- O que você pretende fazer lá Lucy? – Perguntou Veronica.

- Não sei. Quebrar algumas garrafas, cair em uma competição de braço, sei lá. – Deu de ombros.

- Parece interessante. – Avaliou Lauren. – Vamos lá.

Ela estacionou o carro na única vaga que tinha ali perto. Não se preocuparam em conferir se Camila estava acordada ou não. A dose tinha sido bastante forte. Forte o bastante para ela acordar apenas amanhã.

- Ora, ora. O que as belezuras vão querer? – Um homem perguntou assim que elas sentaram no balcão.

- A bebida mais forte que você tiver. – Respondeu Veronica.

O barman olhou para ela meio desconfiado, mas acabou por pegar uma garrafa que continha um liquido transparente e colocou uma dose no copo.

- Essa é a bebida mais forte que você vai encontrar nas redondezas.

Veronica encarou aquele copo e deu de ombros. Virou de uma vez e sentiu a bebida descer queimando pela sua garganta, seus olhos até lacrimejaram e foi impossível conter a careta.

- Eu avisei. – O rapaz riu.

- Veja uma dose para mim. – Pediu Lauren e assim foi feito.

Ela virou o copo com o liquido dentro de uma vez, mas ao contrario de Veronica não sentiu nada, apenas uma leve coceirinha. Ela colocou o copo de volta ao balcão e disse:

- Já tomei mais fortes.

Bitch, better have my Money
 Vagabunda, é melhor você ter meu dinheiro
Pay me what you owe me
Pode me pagar o que me deve
Bitch, better have my (bitch, better have my)
 Vagabunda, é melhor você ter meu (vagabunda, é melhor você ter meu)
Bitch, better have my (bitch, better have my)
Vagabunda, é melhor você ter meu (vagabunda, é melhor você ter meu)
Bitch, better have my Money
Vagabunda, é melhor você ter meu dinheiro

Lauren virou de costas para o balcão e observou o resto do bar. Era bem caidinho. Tinha vários homens bebendo, fumando, jogando e com putas em seus colos. Era uma cena horrível e nojenta. Aqueles homens barbudos e barrigudos com roupas de couro eram simplesmente o cumulo, mas Lauren queria se divertir, por isso se dirigiu até uma mesa onde vários caras estavam jogando.

- Posso me juntar a vocês? – Perguntou em sua voz mais “feminina” possível.

- Aqui você pode tudo meu bem.

O cara a olhou dos pés a cabeça como se ela fosse um prêmio ou qualquer coisa do tipo. Lauren teve vontade de vomitar, mas se segurou. Sentou-se no colo do homem e pegou algumas cartas.

- Você sabe jogar docinho? – Perguntou o homem enquanto apertava as coxas da mulher de olhos verdes.

- Sei sim, mas não vou negar se você quiser me ajudar. – Ela deu seu melhor sorriso sínico, mas que funcionou perfeitamente.

Então ela começou a jogar. Fingiu-se de burra no começo, mas logo após estava faturando bastante. Lauren era dona de dois dos maiores cassinos de Las Vegas, ela conhecia todas as manhas, era impossível engana-la.

- Você vai dividir esse dinheiro comigo, não é mesmo docinho? – Perguntou o cara, aparentemente nervoso.

- Mas é claro... – Ela sorriu, para só então fechar a cara. – Que não.

Ela se levantou e pegou todo o dinheiro que havia ganhado que se encontrava dentro de uma maleta.

- Você achou mesmo que eu estava dando em cima de você? – Ela riu. – Pelo amor de Deus! Olha só pra você! – Disse com escarnio. – Só estava querendo faturar um pouquinho, apesar de eu não precisar.

- Sua filha de uma...

- Han-han. – Negou, apontando uma arma para a cabeça do cara. – Acho que você deveria ter mais respeito. Afinal sou eu quem sustenta esse seu moto-clube ridículo. – Ela suspirou. – Meninas! Vamos embora. Precisamos voltar para a estrada.

Assim que Lauren guardou sua arma e estava pronta para seguir seu caminho o mesmo, insistente e irritante homem segurou seu braço a virando para si.

- Você pensa que é quem? Acha que pode simplesmente vir aqui e pegar meu dinheiro? Não é assim que as coisas funcionam aqui docinho.

Lauren alternou seu olhar do rosto do homem para a mão que segurava seu braço e não pensou duas vezes. Usou a maleta em suas mãos para acertar a cabeça do “velho barrigudo”. Ele caiu desnorteado no chão.

- Eu sou Lauren Jauregui. Eu pego e faço qualquer coisa que eu quiser.

[...]

Quando Camila acordou estava completamente tonta e sentia bastante frio. Ela não conseguia se lembrar de tudo o que tinha acontecido apenas pequenos flashs.

- Parece que nossa bela adormecida resolveu acordar.

Aquela voz, ela conhecia aquela voz. Camila tentou inutilmente se levantar, mas não conseguiu. Foi ai que ela percebeu onde estava. Ela estava deitada no banco de trás de um carro apenas de calcinha e salto, seu busto completamente desnudo, braços e pernas amarrados e sua cabeça pousava no colo de alguém.

- Espero que tenha tido uma boa noite de sono. Por que foi a sua ultima.