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História Bite - Capítulo 6


Escrita por: txemin

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction Bite - Capítulo 6

– V-você tem certeza que vem essa semana? – Sinto o suor escorrer por minha nuca.

Jungkook mantém o aperto firme em minhas mãos e desvia o olhar para qualquer ponto do cômodo. Fica um tempo em silêncio mordendo o lábio inferior enquanto parece pensar em algo.

Está me dando nos nervos. Como ele consegue ser adorável com qualquer gesto que faz?

– É, eu tenho certeza sim, hyung. Faz três meses desde o meu último cio, só não sei o dia exato.

Solto minhas mãos das suas e levo-as ao meu cabelo puxando os fios do mesmo.

– Só não sabe o dia? – Pergunto irônico. Mas que droga.

– Me desculpe, hyung. – O Jeon diz baixinho e vejo que suas bochechas ganham uma coloração rósea.

Como você é um idiota, Park Jimin! Descontando o nervosismo no pobre ômega.

Levo uma mão ao seu queixo fazendo com que olhe para mim.

– Não precisa se desculpar, eu que tenho que me desculpar por descontar em você o meu nervosismo. – Deixo um selar em seus lábios e afasto-me antes que eu aprofunde o beijo. Ainda tenho que falar com Jungkook sobre seu cio. – Se quiser passar o cio dopado...

– Mas aí o alfa é capaz de vir me procurar. Não sabemos do que ele é capaz. – Diz com um bico nos lábios.

– Eu não o deixaria sequer chegar perto de você.

– E vale a pena o risco?

Olho para ele incrédulo.

– É claro que você vale a pena!

– E se o... – Mais uma vez, suas bochechas ganham um tom róseo e Jungkook desvia o olhar do meu e começa a brincar com a barra de sua camisa.

– E se o...? – Insisto para que continue.

Jungkook respira fundo e ao invés do tom róseo, suas bochechas ficam completamente vermelhas.

– E se o hyung trocar a minha marca no meu cio?

Meu coração falha uma batida. Minhas mãos suam frio. Parece que meu corpo e meu cérebro estão entrando em colapso. Na verdade, meu corpo está entrando em colapso e meu cérebro em guerra. Um lado grita para fazer o que o ômega está pedindo, mas o outro, o lado racional, fica repetindo que apesar de sermos almas gêmeas, não nos conhecemos o suficiente. Jungkook foi estuprado de uma forma horrível enquanto estava inconsciente, isso deve ser tratado com a maior cautela possível.

– Eu não devia ter dito isso. – Jungkook me tira do meu transe e percebo que está com as duas mãos cobrindo o rosto.

– Não é isso, é que, Jungkook, eu e você nos conhecemos há uma semana e eu não acho que seja certo. – Coloco uma mão em seu ombro fazendo carinho. – Agora que estamos começando alguma coisa e quero que tudo seja em seu devido tempo, sem pressa.

Ele tira as mãos de seu rosto e balança a cabeça afirmando. Puxo-o para os meus braços afagando suas costas.

– Tudo terá o seu tempo, e eu não deixarei que aquele alfa se aproxime de você. E dopado, não sentirá dor.

– Desculpe, fui idiota em oferecer isso.

– Ei, não se desculpe por isso e você não é um idiota, certo? – Afasto seu rosto de meu peito e acaricio a pele moreninha de sua face. Deixo outro selar em seus lábios antes de me afastar. – Vamos acordar aqueles dois na sala e saber o que eles aprontaram?  – Levanto-me e estendo a mão para Jungkook que ri em resposta e entrelaça nossos dedos.

– Bem que eu percebi alguma coisa acontecendo entre eles.

– Como quando Hoseok-hyung chegou aqui em casa com as lendas traduzidas e Taehyung virou um pimentão?

– Nunca tinha visto Tae corar tanto! – Sussurra assim que nos aproximamos da sala e encontramos Taehyung deitado de lado e Hoseok abraçando o ômega no estilo conchinha. A cena é cômica e assim que olho para Jungkook, desatamos a rir.

Os dois acordam assustados se afastando um do outro e sentando no tapete, tornando a cena muito mais engraçada.

– Posso saber do que vocês estão rindo? – Taehyung questiona com as bochechas vermelhas enquanto Hoseok finge prestar atenção em arrumar a manga de sua camisa.

– Posso saber o que vocês estão fazendo dormindo agarradinhos no meu tapete? – Pergunto assim que recupero o fôlego.

– Estávamos assistindo doramas já que quando chegamos vocês estavam dormindo e dormimos também! – Hoseok responde como se fosse simples e óbvio.

– Aham, e como acabaram agarradinhos? – Jungkook retoma minha pergunta com um sorriso divertido nos lábios, arrancando mais algumas risadas minhas ao ver as faces dos dois se fecharem.

– Aish, vocês dois estão muito intrometidos, nós só dormimos e acabamos assim! Não sei!

– Vou fingir que acredito. O que acham de todo mundo jantar agora e depois vocês irem para suas respectivas casas?

– Já está nos expulsando? – Taehyung pergunta fingindo estar ofendido.

– Estou!

Depois que os dois foram para casa, emburrados, devo dizer, já que durante o jantar eu e o Jeon não deixamos de fazer algumas piadinhas, Jungkook foi tomar banho e eu fui ao meu escritório checar alguns e-mails sobre assuntos da empresa quando fui interrompido por um cheiro.

Um cheiro único. E forte.

Cheiro de morangos. O cheiro de Jungkook.

Minha mente só pode estar pregando peças.

Inspiro daquele cheiro e automaticamente recordo da sensação de beijar o ômega e sentir seu gosto. Nenhuma fragrância me embriagou tanto quanto essa. A sensação dos lábios macios e bem desenhados nos meus, sua respiração misturada com a minha.

– Senhor? Está sentindo esse cheiro? – Escuto a voz de um de meus seguranças vindo de trás da porta. Rapidamente, levanto-me e assim que abro-a sinto o cheiro ficar mais forte.

– Quero todos fora da minha casa. AGORA! – Rosno em resposta e o beta sai apressando.

Vou até a sala aguardando todos os empregados saírem do apartamento tentando manter a mente limpa, já que o cheiro do ômega preenche cada vez mais o ambiente.

Assim que o último empregado sai, tranco a porta e verifico se todas as janelas estão fechadas.

Está cada vez mais difícil manter a concentração. Sinto uma dor latente vir de meu baixo ventre. Rosno frustrado, tentando me manter calmo, mas meu corpo não ajuda.

Estou quente.

– H-hyung, dói... – Escuto a voz de Jungkook soar manhosa vinda de seu quarto.

O incômodo aumenta. Apenas com o cheiro fiquei excitado.

Não Jimin, você não pode se descontrolar agora. Acalme seu lobo e ignore o pedido de Jungkook.

Caminho até a cozinha e abro uma das janelas para respirar um pouco de ar puro e fazer com que minha mente permaneça em ordem. O frescor do ar limpo? Eu senti? Bem que eu queria, mas o cheiro de morangos me invade e sem que eu perceba já estou fechando a janela. Paro meus movimentos e vou em busca do remédio para dopar Jungkook e, mais uma vez, meu corpo me trai e noto que estou indo em direção ao quarto do ômega.

– Jimin, por fa-favor... – Fecho meus olhos mais uma vez tentando manter algum resquício de sanidade e inspiro profundamente. Meu pior erro. O cheiro fica ainda mais forte e meu lobo interior rosna a pedido de um contato.

Decido ouvir meu lobo e ando em direção ao quarto do Jeon.

Tenho que me segurar no batente da porta de seu quarto ao ver a cena dele sentado na beira da cama com o short e a cueca no chão e com a mão fazendo movimentos lentos em seu membro, enquanto está com a cabeça jogada para trás com a boca entreaberta.

– Por favor, hyung... Dói...

Assumindo minha derrota para meu lobo interior, ando a passos lentos até o ômega. Coloco minhas mãos em sua nuca e o puxo para um beijo que inicia calmo, mas que fica cada vez mais quente e mais necessitado. Exploro sua boca com minha língua, chupando e mordendo vez ou outra seus lábios sorvendo de seu gosto único e viciante.

Minha cueca já começa a incomodar, mas procuro me concentrar em dar prazer apenas a Jungkook.

Afasto nossas bocas por falta de ar e delicadamente, deito-o na cama ficando por cima. Distribuo vários selares por sua face, parando vez ou outra para beijar seus lábios tão bem desenhados. Arfamos juntos quando nossas ereções roçam e acabo apertando sua cintura um pouco mais forte. Desço os beijos pelo seu pescoço, mordiscando e chupando a pele macia e lisinha, deixando a minha marca.

– Hyung, mais... p-por favor. – Jungkook enlaça suas pernas em minha cintura fazendo com que mais uma vez nossas ereções se encontrem.

– Shh, calma Kookie...

Subo minhas mãos que agarravam sua cintura, levando-as para a barra de sua camisa retirando o único tecido que lhe resta.

Passeio os olhos por todo o seu tronco, parando o olhar em sua marca que hoje está vermelha. Passo os dígitos delicadamente na mordida e isso de alguma forma deixa meu lobo inquieto.

– D-dói. – O ômega fecha os olhos enquanto passo os dígitos pela marca. Aproximo minha boca no local e deixo um selar, recebendo um olhar curioso. Ainda não é hora de trocar a marca.

Dou atenção aos mamilos rosadinhos, alternando entre lamber o direito fazendo movimentos circulares com a língua, vez ou outra, distribuindo algumas mordidas, enquanto pressiono com os dígitos o outro. Ouço Jungkook soltar um gemido arrastado, ele aperta ainda mais suas pernas em minha cintura aproximando nossas intimidades mais uma vez, arrancando um gemido manhoso do ômega e um sôfrego por minha parte. Dou atenção ao seu outro mamilo, ganhando mais alguns gemidos baixos de Jungkook. Céus, como manter a minha sanidade?

Não querendo enrolar muito, passo minha mão por todo o seu tronco, mantendo os olhos fixos em seus orbes negros que queimam em desejo. Chego perto de sua intimidade e em uma pergunta muda, peço se devo continuar. Jungkook assente e delicadamente, desço um pouco mais minha mão até chegar perto de seu membro.

Olho para o corpo de Jungkook; suado, com a respiração falha e os olhos em puro deleite. Tão lindo e perfeito. Mantenho o contato visual ao finalmente tocar em sua glande e massagear o local. O ômega solta alguns suspiros baixos, mas não quebra o contato. Passo o polegar por toda a extensão de seu membro, fazendo um leve carinho, tendo em troca um resmungo do mais novo.

– Mais, hyung...

Acelero os movimentos e noto Jungkook fechar os olhos e jogar sua cabeça para trás, maltratando seus lábios.

– Geme para o hyung. – Não me contenho.

Jungkook para de morder seus lábios e deixa que sua voz rouca ecoe por todo o cômodo. Continuo movimentando minha mão por seu membro e depois de mais algumas vezes, percebendo que está perto de seu ápice, paro o toque e me desvencilho de suas pernas, colocando-as afastadas no colchão.

Outro gemido manhoso escapa de sua boca, claramente reclamando por eu ter parado. Deixo um selar em sua glande fazendo Jungkook arfar, e aperto suas coxas fartas distribuindo algumas mordidas nas mesmas, vendo que arqueia suas costas completamente entregue ao prazer. Meu membro lateja necessitado de atenção e quase gozo ao ver suas expressões. Tudo porque estou lhe dando prazer.

Aproximo-me de sua entrada notando uma quantidade significante de lubrificante natural e quase o tomo para mim nesse mesmo momento ao sentir o cheiro tão característico de Jungkook. Passo minha língua por sua entrada provando de seu gosto e percebo que Jungkook arqueou as costas novamente, soltando um longo gemido.

– Mais, Jiminnie.

Sem conseguir resistir a esse pedido, retiro apressadamente minhas roupas e volto a ficar por cima do ômega e dessa vez, eu envolvo minha cintura com suas pernas. Aproximo seu rosto do meu e olho fundo em seus olhos. Entrelaço sua mão direita na minha e aproximo minha boca da sua orelha, mordendo seu lóbulo.

– Você quer que eu continue?

– Sim, Jiminnie.

Posiciono meu membro, que está doendo, em sua entrada e, antes que eu o penetre, beijo seus lábios com muita vontade, sugando a parte inferior antes de me afastar.

– Farei sua dor passar, mas iremos com calma.

Jungkook assente e me olha em expectativa. Ele está tão quente.

Penetro-o lentamente soltando um longo gemido sendo acompanhado por um do ômega. Sua entrada, apesar de já estar preparada, é apertada e vou com todo o meu cuidado, contra a vontade desesperada de meu lobo interior, para que Jungkook se acostume.

Finalmente, com meu membro inteiro dentro de si, espalho vários beijos por todo o seu rosto na tentativa de distraí-lo. Beijo seus lábios em um beijo completamente diferente dos que já tivemos. Necessitado, quente e desajeitado, porém prazeroso. Jungkook é o primeiro a movimentar seu quadril em um sinal claro para que eu continue. Não consigo segurar um gemido alto e o rosnado que vem junto. E ao meu primeiro movimento dentro de si, sentindo a mão de Jungkook que não está segurando a minha arranhar minhas costas, noto minhas presas saltarem e meus instintos me levarem a marca do ômega. Finco meus dentes no local e ambos soltamos um grito de dor horrível. A respiração de Jugnkook está mais rápida e antes que eu tente acalmá-lo, meus instintos me guiam para o seu pescoço, que por algum motivo, o cheiro está ainda mais forte. Finco meus dentes e espero que a dor venha ou que Jungkook solte um grito de dor, mas tudo o que sinto é um misto de prazer que jamais senti em toda a minha vida. Dessa vez, sou em quem gemo manhoso e começo a me mexer dentro do meu ômega.

Mexo-me mais uma vez dentro de si e aumento as estocadas conforme Jungkook pede por mais. O quarto ganha o som mais erótico que já ouvi. Nossos gemidos se mesclando e o som de nossos corpos se unindo a cada vai e vem de meu corpo sobre o seu. Finalmente nos completamos e, assim como eu me sinto completo, meu lobo se sente extremamente contente e percebo que ao chegar a meu ápice junto com o de Jungkook, o prazer que senti pareceu ter se multiplicado por 1000, pois pude sentir o que Jungkook sentiu. Permaneço dentro do ômega por conta de meu nó.

Ele me olha profundamente com seus olhos negros como a noite e beija demoradamente meus lábios.

– Acho que estou te amando.

 

Taehyung

– Você não quer uma carona? – Hoseok me oferece assim que saímos do apartamento de meu primo após o jantar e entramos no elevador.

Tomado por minha timidez e pela minha confusão mental, nego sem responder e sem olhá-lo, mantendo fixo meu olhar no espelho onde tenho visão das costas do mais velho, que está parado na minha frente com as mãos no bolso.

Por que estou agindo assim?

Bem, só porque eu tive um “encontro” magnífico onde Hoseok segurou minha mão e depositou um simples selar na mesma e porque meu primo e o adorável Jungkook me viram deitado no chão da sala praticamente agarrado ao Jung, dormindo! Ora, Taehyung, isso não é motivo suficiente para quase morrer de vergonha e não falar com o mais velho!

E como se lesse meus pensamentos, pergunta:

– Por que está agindo assim?

– Assim como? – Finjo-me de desentendido arrancando um suspiro de Hoseok.

– Olhe para mim. – Faço o que pede, mesmo sabendo que minhas bochechas estão claramente um pouco rosadas.

Não quero ter que responder. Porque sei que bem lá no fundo, possuo sentimentos muito conflitantes. Sentimentos por Min Yoongi também. Certo dia da semana, o alfa entrou sorrateiramente na cozinha em que eu e a cozinheira preparávamos o almoço, e depositou duas rosas em cima da mesa. Eu e a cozinheira fingimos não notar e esperamos ele sair, o que não demorou muito.

Eram duas rosas de cores distintas. Uma amarela e uma branca que possuía um pequeno cartão. Abri-o encontrando uma única palavra. Um nome.

Taehyung.

E posso jurar que a sensação de ter o coração saindo pela boca fora a mesma quando o Jung beijou minha mão. Ainda no mesmo dia, no final da tarde, escutei o Min falando algo sozinho enquanto segurava uma rosa branca e outra vermelha, sentado em um banco no jardim da família Park.

“Um é puro e inocente e o outro é experiente e ao mesmo tempo proibido. Dois opostos e sentimentos parecidos.”

Não entendi, mas também não saiu de meus pensamentos.

Percebo que passei esse tempo todo encarando o Jung sem proferir uma única palavra, quando escuto o som das portas do elevador se abrirem.

– E-eu sou muito tímido e Jimin ter nos visto daquela forma me deixou muito envergonhado. – O que não deixa de ser verdade, mas acredito que Hoseok não acreditou, porém não demonstrou.

Ele se aproxima de mim, vale ressaltar que ainda estamos no elevador, e segura meu pulso direito com uma de suas mãos e com a outra segura minha cintura, fazendo com que nossos corpos fiquem perigosamente próximos. Aproxima sua boca da minha sem quebrar o contato visual. Minhas bochechas esquentam e esquentam ainda mais após o breve selar de seus lábios macios sobre os meus.

Sem pressa alguma, se afasta e mantém o olhar preso ao meu.

– Sempre quis fazer isso. – Passa a língua entre os lábios.

Arregalo os olhos diante de seu atrevimento e engulo seco. Não é mentira alguma para mim que eu também queria e ainda quero sentir seus lábios sobre os meus.

– Vamos, eu te levo para casa. – Sem responder, acompanho-o até seu carro entrando no mesmo.

O carro é aconchegante, mas o clima é tenso, pesado. Sinto-me mal por alimentar sentimentos por duas pessoas ao mesmo tempo. Por querer estar com essas duas pessoas ao mesmo tempo. É tão errado, mas meu coração e meu corpo me traem quando estou perto de um dos dois, como se me dissesse que é certo, que não há problema.

– Está fazendo aquilo de novo. – Encaro-o confuso, percebendo que me observa enquanto espera o sinaleiro abrir. – Está aéreo, em outro mundo. Duvido que seja por timidez.

Engulo em seco começando a morder meu lábio inferior.

– Não faz isso. – Entendo sobre o que está falando e paro o ato instantaneamente, aumentando ainda mais a minha vergonha.

Conto mentalmente até dez antes de responder.

– Tem algo que ultimamente vem me deixando quase louco. – Solto e vejo Hoseok me lançar um olhar surpreso, mas logo volta a atenção para o trânsito, o que me encoraja a falar já que assim não preciso olhá-lo nos olhos. – Uma coisa não. Uma pessoa. Ou melhor, duas pessoas. E uma delas é você.

Dentro do carro apenas nossas respirações são escutadas. Admiro a vista do lado de fora, que está chovendo, enquanto tomo coragem para contar o restante.

– E a outra pessoa? – Questiona calmamente.

– Um alfa. O motorista da família Park.

Continuo olhando as pessoas do lado de fora com seus guarda-chuvas para se protegerem contra os pingos gélidos, sem ter coragem de ver qual a reação de Hoseok.

O tempo em silêncio permanece até chegarmos ao nosso destino. E sem olhá-lo ainda, desafivelo o sinto de segurança e pronto para sair, sou impedido por uma mão quente. Viro-me para Jung que está de olhos fechados.

– Eu também tenho algo para te contar.

 

Jungkook

“– Acho que estou te amando.”

Eu estava sentindo um prazer tão grande, tão forte, eu estava sentindo o que meu alfa sentia e também estava sentindo que aquele momento e aquela mordida sempre fora o certo a se fazer. Uma conexão inexplicável. Como se realmente tivéssemos nascidos um para o outro. Foi mágico e dizer aquela frase pareceu tão certo.

Não me lembro se Jimin me correspondeu, pois por causa do meu cio, minha mente sempre fica uma bagunça total, onde meu lobo clama por prazer e alívio e é só isso o que importa. E logo que o nó de Jimin se desfez, em pouquíssimo tempo fui novamente consumido pelo prazer. E apesar de a primeira transa ter sido mais que excelente e memorável por ser minha “primeira vez”, as outras que se seguiram com o decorrer da semana foram muito mais intensas. Passamos a semana inteira despidos, eu recobrava um pouco melhor meu juízo depois de me satisfazer, então me alimentava ou Jimin me alimentava e tomava algum banho que nem sempre conseguia terminar.

Não ficamos apenas em meu quarto. Fizemos na sala, na cozinha, no banheiro e por último em seu quarto. O apartamento ficou um caos.

Ainda fico extremamente envergonhado ao me lembrar de algumas partes.

Como quando Jimin estava de costas comendo um sanduíche que fizera as pressas. Eu tinha total visão de seu peitoral definido e arranhado através do reflexo da janela. Mas o que mais chamava minha atenção naquele momento era o movimento de sua boca comendo o sanduiche. Eu estava vidrado, nem tinha tocado no que ele fizera para mim. Senti meu corpo inteiro parecer entrar em combustão ao observar o alfa passando a língua entre os lábios para tirar o farelo que ali tinha. Céus, nunca tive pensamentos tão impuros e naquele mesmo momento, percebendo que eu necessitava de atenção, Jimin parou de comer instantaneamente e veio até mim, atacando meus lábios com voracidade. Ele me colocou em seu colo e deitou-me em cima da bancada.

Nesse momento, eu fui e voltei ao paraíso incontáveis vezes.

Ele beijou e mordiscou meu corpo inteiro e quando eu não aguentava mais a espera, me fez seu mais uma vez naquele dia.

E assim os dias da semana foram passando, e quando finalmente meu cio acabou, mal conseguia ficar em pé. A dor era terrível.

Jimin cuidou de mim nos próximos três dias, trazendo-me remédios e dando-me comida. Fui completamente mimado. Se eu gostei?

Recebi uma ligação de Jin-hyung em um desses dias em que estive acamado e quase fiquei surdo por causa de sua bronca e ainda me chamou de irresponsável por passar um cio com um alfa que conheci em uma semana. Eu ri horrores porque ainda não tinha contado totalmente sobre esse negócio de almas gêmeas, o que deixou meu hyung ainda mais irritado. Quando ele vier aqui em casa novamente eu explicarei com calma, tudo certinho.

Quando finalmente a dor passou por completo, assim como meu cansaço, a primeira coisa que Jimin fez, foi me levar à uma loja só de doces!

Doces de todas as cores, tamanhos e sabores. Deliciei-me em experimentar cada um, descobrindo novos gostos e me apaixonando novamente pelos os que eu já gostava antes.

Tudo o que eu provava e gostava, Jimin colocava um monte em uma sacola. Ele quase não provava nada, apenas me observava e vez ou outra me roubava um beijo que me deixava tonto e dizia.

“– Gostei desse.”

Acho que nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Sabe quando uma criança vai ao mercado com seus pais e vê um chocolate que quer muito, mas eles negam dizendo que está caro ou que outro dia compram? Pois bem, no início meus pais davam essa desculpa, mas conforme fui crescendo e entendendo melhor as coisas, descobri que eles não compravam os doces que eu pedia porque simplesmente não queriam gastar para um ômega engordar, já que eu deveria ganhar um bom alfa com uma boa aparência. Ridículo.

Nunca fui amado por eles de verdade, e acredito que saber disso, mesmo que eu discorde de praticamente tudo o que eles já fizeram para mim, chega a ser uma das piores dores que alguém pode sentir. O sentimento que a rejeição traz, ainda mais de duas pessoas que te trouxeram ao mundo, é horrível e jamais desejarei que alguém vivencie isso.

Mas com Jimin eu nunca me senti assim. Mesmo quando nos conhecemos, pois ele acolheu e cuidou de um estranho. Não me julgou, apenas queria que eu ficasse bem. Até mesmo com Taehyung eu sinto isso.

E agora com a marca, com nossas almas unidas, sinto-me amado, acolhido. Sinto-me em casa. Eu não tive uma boa família de sangue, mas ganhei uma de coração e isso é extremamente valioso para mim.

– Vamos comprar algodão doce? – Jimin me abraça por trás, colocando sua cabeça no vão do meu pescoço, fazendo com que eu sinta um arrepio ao sentir sua respiração chocar contra a minha pele.

– Onde? – Viro-me para trás e deixo um selar em seus lábios cheinhos.

– Ali do outro lado da rua. – Ele me vira na direção contrária e aponta para um senhor de cabelos brancos segurando um carrinho cheio de algodões doces. – Vá lá escolher um que eu vou terminar de pagar aqui. – Deposita um beijo estalado em minha bochecha.

Ando em direção ao senhor de cabelos brancos e me maravilho com o cheiro doce que emana. Sorrio ao me lembrar que eu, Jin-hyung e Namjoon-hyung sempre comprávamos no final da aula um algodão doce para dividir entre nós três. Enquanto comíamos, jogávamos conversa fora até dar o horário de cada um ir para sua respectiva casa. Momentos como esse, por mais simples que fossem, faziam-me feliz e enchiam meu coração de alegria ao saber que eles se importavam comigo.

Escolhi o algodão doce azul, que mais parecia uma nuvem comprida e fofa, paguei pelo doce e ante de me virar e ir em direção a Jimin, meu pior pesadelo vem à tona.

Sinto o cheiro repugnante e o tecido fazendo pressão sobre meu nariz.

Em poucos segundos, perco a consciência.

***

Abro os olhos demoradamente percebendo que estou sentado em uma cadeira e que o local está completamente escuro. Confuso, aos poucos me lembro do que acontecera anteriormente e passo a me desesperar. Ao meu primeiro movimento, solto um grito de dor. Minhas mãos estão amarradas na cadeira.



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