História Bizarre Triangle Love - Newbie

Pov Lauren

Vi a mulher que eu amei por anos, se afastar de mim com calma. Cheia de coragem e razão, deixando pra trás uma aliança e um amor covarde e fracassado.

Eu estava horas atrás tão certa também de que eu vinha fazendo a melhor coisa pra mim, me esquecendo completamente que há anos eu já não era uma pessoa só, eu tinha a Camila e eu tinha o dever de sempre colocá-la no plural ao meu lado. Nós. Éramos nós. Eu e ela.

Fui egoísta por meses desejando que a Camila notasse, e que mudasse, mas  em momento algum eu havia sido inteligente o bastante pra conversar. 

Tínhamos agora, uma única coisa em comum, ainda no plural da nossa relação. Tínhamos um passado, um término de 4 anos. Era o fim, eu sabia que ela não daria um passo atrás e voltaria naquela sala, mesmo que a ilusão crescesse em mim, mesmo que eu realmente me deixasse iludir. E foi justamente por essa Camila que eu me apaixonei. Decidida, segura de si. Mulher do sim e do não, nunca talvez.

Depois de muito me questionar e com a ajuda de todo o álcool no meu sangue, dormi na sala, jogada no tapete. Eu estava agarrada com um porta retrato e fui pega por dois olhos castanhos me fitando com calma, como se nada tivesse acontecido por ali.

- Bom dia!

- Eu realmente não sei pra quem, Camila...

Tentei me levantar o mais rápido possível e caí no sofá. Minha cabeça sentia dez vezes a dor do meu coração.

- Estou indo pra faculdade. Não sei se você lembra de tudo sobre a noite passada, mas se resume ao nosso fim. Infelizmente não posso ajudar com as suas coisas.

- Cala a boca Camila, pelo amor de Deus, só cala a boca.

Nos olhamos assustadas. Eu por ela, ela por mim.

- Eu logo vou arrumar minhas coisas e saio desse apartamento!

Ela assentiu pegando suas chaves e batendo a porta, me deixando pra trás.

Durante toda a semana, nos evitávamos pela faculdade. Os boatos sobre o nosso rompimento era como notícia quente e doce para eles. E já não bastando evitar a Camila, me mantive evitando Dinah, Ally e Normani. Eu sabia que nenhuma ficaria do meu lado e o que eu menos precisava era que me julgassem, eu já estava fazendo isso por mim o bastante, a ponto de me sentir mal, de ir pra faculdade por necessidade. Não havia vontade alguma de estar lá.

Contudo, notei como eu havia mesmo me tornado outra Lauren. Brit, Vero e Lucy, vinham sendo minhas companhias inseparáveis, mas eu nunca tinha sido capaz de compreender que eram situações completamente diferentes.

- Ah vai, Jauregui, chega de se lamentar, hoje temos uma festa halloween e você vai.

- Brit, não acho que hoje seja um bom dia...

- Qual é?! Você passou meses saindo com a gente todos os dias e agora que seu relacionamento foi pra lama, vai querer ficar em casa? 

- Você é realmente uma ótima amiga.  Obrigada por me lembrar disso!

Me levantei pegando minha bolsa, deixando a sala e a Brit pra trás que em seguida, alcançou meus passos. Eu não podia julgá-las por não terem me alertado sobre os meus exageros, mesmo que eu estivesse mudando, eu deveria ter colocado a Camila em todas essas mudanças. Era a pessoa que eu podia dizer que aceitaria tudo por mim, desde que eu tivesse conversado com ela.

- Hey, Laur. Eu só quero que apesar de tudo, você fique bem. Uma hora a poeira vai baixar, e sei lá o que vai acontecer, mas agora é bola pra frente.

- Tudo bem Brit, eu só preciso ir pra casa e mais tarde a gente se vê!

Segui até o estacionamento da faculdade e dei de cara com Shawn encostado numa moto conversando com alguns amigos.

- Vem cá... Quando ele voltou?

Perguntei olhando pra cena ridícula dele ainda achar que era a sensação de Nova Iorque. Foram segundos pra ele notar minha presença e me olhar tão diretamente quanto eu o olhava.

- Nem mesmo eu sabia disso...

Brit jogou suas coisas dentro do meu carro e ficou do meu lado esperando ele se aproximar a cumprimentando.

- Brit, cada vez mais linda, hein?! 

- Shawn, além de você falar a mesma coisa pra cada garota que vê, ainda tem o fato de eu não gostar muito de garotos...

Ele riu dando um beijo na sua mão e virando-se pra mim.

- E aí, Laur, tá tudo bem? 

- Tudo ótimo!

Dei de ombros e ele continuou me olhando com uma cara de deboche.

- Jura? Achei que você não estava muito bem já que seu namoro com a Camila acabou...

- Acho incrível como você aparece por aqui do nada e como fica sabendo rápido das coisas.

- Nem tudo, só aquilo que realmente me interessa!

- Que meu relacionamento na merda te interessa, eu sei, só não acho que você deva ficar muito feliz porque duvido muito que entre milhões, você seja uma opção pra ela. Pode tirar a merda desse riso idiota da cara, moleque!

Virei as costas entrando no carro. Rezando para não cair na provocação dele, eu precisava de tudo, menos brigar com Shawn naquele momento.

- Tem certeza, Lauren? Acho que você não conhece mais a Camila!

Desci do carro o encarando. Algumas pessoas já ficaram a nossa volta. Minha cabeça continuava a rezar, pedindo paciência para todos os santos possíveis que eu conhecia. Mas ninguém tinha o direito de dizer que eu não a conhecia, ninguém poderia se atrever a falar da Camila pra mim, ou insinuar contra a pessoa que eu conhecia de olhos fechados.

- Shawn, não sei se você entendeu bem, mas a Camila e eu, terminamos! Se eu a conheço bem ou não, isso não importa, eu falei o que eu acho. Você é um merda e sinceramente, se eu fosse ela, escolheria qualquer amigo seu, menos você!

- Engraçado, nem a opinião de vocês batem uma com a outra, porque se eu tô aqui, é justamente por conta de uma ligação dela!

Suas palavras vieram como um chute no estômago. Como poderia? Uma semana e a Camila já estava em outra? Pouco me importava no momento se eu havia sido uma namorada idiota, péssima, mas a gente se amava ou eu achava que nos amávamos o bastante para pelo menos sentirmos a dor do fim. Eu era mesmo idiota de achar que ela ficaria mal como eu estava depois de tudo o que eu fiz. Sabia que ela não iria acreditar em mim quando disse que nunca a traí. Na verdade eu também não acreditaria com todas as circunstâncias.

Talvez eu estivesse definitivamente, caindo nas provocações dele. Nem o meu corpo pedia mais para que eu evitasse, tudo estava reagindo contra. No fundo, ainda tinha algo me pedindo pra conversar com a Camila mais tarde, apenas entrar no meu carro e ir embora naquele momento.

- Se ela quer parecer uma vadia que mal tirou nossa aliança e já tá atrás de você, bom... Aproveita!

Virei as costas mais uma vez e naquele momento, Camila estava com os olhos grudados em mim. Eu conhecia todas as suas expressões, aquela inclusive. Eu sentia o que minhas palavras acabara de causar nela, e o arrependimento jogando toneladas em cima de mim.

- Nós vamos aproveitar bem, Lauren, valeu!

A voz dele se fez presente novamente, acabando com o pingo de consciência que eu tinha. Sem pensar em mais nada, o ataquei. A cena foi tão rápida pra mim que eu socava o vento quando ele desviava, mas acertava sua cara quando ele não conseguia ter a mesma agilidade. Vi Brit e Vero correndo pra me separar dele e eu já sentia alguns socos acertando o meu rosto. Naquele momento pouco me importava depois de ver a Camila ajoelhada no chão, perguntando como ele estava.

- Não se preocupa Camila. Ele não tá e nem vai ficar pior do que você me deixou!

Ela me olhou de baixo, balançava a cabeça em sinal negativo. Não sei se desacreditada do que eu havia feito, ou ela realmente não acreditava que eu seria capaz de sofrer depois de tudo.

- Laur, para, vamos!

Vero tentava me empurrar pro carro, mas eu ainda olhava pra cena dos dois. Sem que eu esperasse, Camila levantou, vindo em minha direção.

- Claro, além do mais, decidi ser uma vadia agora que tirei a sua aliança do meu dedo e assim que você entrar no carro e sair, eu vou dar pro primeiro cara que estiver a minha frente!

Ela respondeu amarga, uma lágrima visivelmente teimosa desceu pelo seu rosto e eu a vi limpando rapidamente como se gritasse silenciosamente que eu não merecia nem mesmo aquela lágrima. E eu sabia, as palavras machucavam mais do que qualquer chute ou soco que eu levasse. Tantas vezes, durante quatro anos, ressaltávamos o quão perigoso aquilo era e que jamais deixaríamos o nosso relacionamento chegar a esse ponto.

Brit me jogou no banco de carona do meu carro e foi pro lado do motorista. Eu estava completamente confusa e perdida

- Leva ela direto pra casa. Vou pegar a Lucy e já vou pra lá...

Vero se encostou na janela, me olhava preocupada e Brit apenas assentiu me tirando dali. Tentei olhar pelo retrovisor e vi o babaca se levantando. Camila ainda tinha os olhos no carro, os meus ainda estavam nela.

A loira não disse nada durante o caminho e eu agradeci. Tudo o que eu menos queria, era abrir a boca depois de ter falado demais, o suficiente pra me arrepender e machucar a Camila.

Assim que chegamos na minha casa, me joguei no sofá, me afundando nele com vontade de me afundar na mesma intensidade num litro de whisky, porque no fundo do poço eu já tinha afundado a minha vida - ironicamente, já que aparentemente, era essa a vida que eu queria pra mim - Brit por sua vez, estava sentada à minha frente ainda sem dizer uma palavra, eu sabia que ela estava esperando que eu me pronunciasse pra deixá-la mais tranquila sobre como eu me sentia. Mas eu não o fiz e ela não teve outra alternativa.

- Temos que limpar isso. Sua mão tá machucada e tem um corte pequeno no canto da sua boca...

- Nem notei!

Olhei para as minhas mãos.

- Que ótimo, uma mão tem a porra de alguns cortes de um copo e a outra tá machucada por me envolver numa briga idiota.

- Justo o seu instrumento de trabalho sexual!!!

Ela brincou e eu sorri fraco. Sabia do seu esforço pra me fazer bem.

- Minha língua tá inteira pelo menos. Traiçoeira, mas inteira... 

- Eu sei que você não quis dizer aquilo, muito menos se você soubesse que ela estava ali.

- Por que... Aiiiiiii!!!

Ela tirou o algodão com álcool do canto da minha boca assim que reclamei.

- Por que não me avisou? Ela estava ali por muito tempo? 

- Desde o momento que você saiu do carro. Mas ele quem provocou tudo, Laur, não se culpe. Eu vi a cara que ela fez quando ele disse que estava ali por causa de uma ligação dela.

- Você acha que ele pode ter mentido? Mas mesmo assim, não tem sentido, ela foi cuidar dele.

- Vamos esquecer isso, pelo menos por hoje. Temos uma festa pra irmos e eu quero te ver animada!

Assenti deixando ela terminar de limpar o meu corte. Seria péssimo se depois de ter mudado radicalmente a minha vida por uma que eu realmente estava gostando de viver, agora eu resolvesse ficar em casa e melancólica. Todos os erros já tinham sido cometidos, e eu não sabia até onde tudo o que o Shawn tinha dito, era verdade. Eu iria sair, beber, curtir e esquecer todo o resto.

Eu já estava pronta, tinha meus olhos fixos no espelho, ouvia de longe as vozes da Lucy, Vero e Brit conversando. Eu me olhava e criava toda a coragem que eu precisava pra vida. Agora eu era definitivamente a Lauren que deixou o apartamento da Camila naquela manhã, com os mesmo pensamentos e com os mesmos novos ideais.

- Podemos ir?

Cheguei na sala interrompendo a conversa das meninas.

- Surreal... Sua beleza é uma desgraça Lauren - Brit e Lucy riram do comentário da Vero que se esforçava para que deixássemos a casa em direção a festa, sem que eu ficasse mal com todo o fato ocorrido na faculdade.

O ambiente da casa onde estava acontecendo o Halloween era delicioso. Música, luz, muitas pessoas e bebida em dobro. Aquilo realmente me faria melhor.

- Laur, lembra que eu falei sobre uma amiga que chegava hoje e que vai estudar com a gente?

- Claro, você disse que ela vinha pra festa, ela tá aqui? 

- Então, ela acabou de chegar...

Brit virou e eu acompanhei seu olhar pra uma morena com um punhal entre os seios, meu queixo caiu com a beleza dela, não era incomum, mas sua atitude ao andar e no olhar, chamava a atenção. Logo atrás dela, vi chegar também, nada mais, nada menos que a Camila acompanhada do Shawn. No mesmo momento, reconheci que ele tinha razão, eu não a conhecia mais. Ela era a última pessoa que eu esperava encontrar.

- Laur, essa é a Keana!

- Ela jamais teria vindo comigo, teria?!

Brit levou seu olhar para os dois entendendo do que eu estava falando e só então, percebi que a morena na qual eu olhava momento antes, já estava conosco. A loira me olhou tentando fazer com que eu entendesse que ela estava mesmo me xingando mentalmente, pedindo que eu acordasse pra vida.

- Okay, Lauren né? Meu nome é Keana e já vi que não é um bom momento, mas talvez você possa me levar até o bar pra pegarmos alguma bebida e se redimir comigo!

- Me desculpa... Acho uma ótima ideia. Vamos?

Depois de uma boa conversa no bar, Keana me levou até o jardim da casa, gentilmente para que eu me acalmasse

- Então quer dizer que você e a latina bonita estavam juntas por quatro anos e de um dia para o outro, acabou tudo...

- Não de um dia para o outro. Pra ela as coisas vinham ganhando um fim dia após dia. Pra mim pareceu de um dia pro outro. Agora ela aparece com esse cara...

- Ele é bonito!

Ela riu esperando minha reação.

- Ah, muito obrigada! Você pagou uma bebida pra mim, me trouxe num lugar para que eu não ficasse vendo os dois, me ouviu e agora diz que ele é bonito...

Rimos da situação. Eu já me sentia mais leve, não exatamente por desabafar, mas por encontrar alguém com disposição pra ouvir minhas lamentações sem me julgar ou me encher de perguntas sobre as minhas atitudes.

- Na verdade o cabelo dele é bem ruim, o seu é mais bonito!

- Um ponto pra mim?

- Vários pontos pra você!

Nos olhamos ainda com um sorriso no rosto. Eu não era inocente pra não perceber que aquilo tinha sido um flerte e também não era idiota de evitar. A Camila estava ali se divertindo com outro, eu não poderia ser tão culpada por aceitar um flerte com uma mulher bonita e que me deu um ombro num momento idiota e preciso.

- Não Shawn, não dá pra conversarmos aqui...

Uma semelhança naquela voz me tirou do transe. Pensei que aquilo só podia ser perseguição, eles estavam um pouco a frente, e eu fiquei na duvida se eles não haviam visto que eu estava ali por conta do jardim estar escuro, ou se o Shawn queria mesmo criar uma situação onde a Camila visse a novata comigo.

- Já tem gente, vamos incomodar...

No mesmo momento, me levantei e a morena do meu lado me acompanhou.

- Camila... Shawn...

Camila me olhou um pouco assustada, não sei bem. Talvez por me encontrar acompanhada ou por medo que eu causasse mais uma briga com ele.

- Lauren...

Sua voz saiu baixa. Percebi que mais uma vez, o jogo dele estava funcionando.

- Não vamos brigar, eu... Eu só estou querendo esquecer um pouco da vida lá fora...

Suas palavras e seu gesto veio como um tiro certeiro no peito, eu já não sabia o que pensar. Ela parecia feliz, mas suas palavras me diziam que ela estava apenas tentando, nada daquilo era verdade. O que eu enxergava era muito além do que estava sendo de fato.

- Ela é a Camila e ele o tal, Shawn?

Keana perguntou estendendo a mão para cumprimentá-los e eles retribuíram.

- Sim, essa é a minha ex namorada. A única mulher na qual eu amei de verdade...

- Laur, quantas doses você já bebeu?

Sorri fraco com a pergunta da latina ao perceber que talvez eu estivesse dizendo tudo da boca pra fora. Ela sabia o tamanho do meu ego, do meu orgulho e que eu normalmente não me deixaria levar pela emoção sem ingerir álcool o suficiente.

- Não sei se te conforta, mas tomei uma única dose...

Olhei pra Keana. Camila e Shawn permaneciam em silêncio. Ele tinha sua mão na cintura dela e aquilo transmitia conforto para os dois. Ao mesmo tempo, me irritava e tirava todo meu juízo.

- Bom, vamos aproveitar o momento para eu contar uma história pra Keana...

Camila me olhou se entender e eu prossegui.

Shawn foi meu amigo um dia. Nos conhecíamos desde os 10 anos, ele ia lá em casa pra jogar basquete com o meu irmão...

Camila estava com os olhos marejados, Shawn estava desconfortável e Keana tinha suas mãos no meu ombro como se soubesse que eu poderia atacá-lo.

- Pra que isso, Lauren? Sua mágoa é comigo, ou com o fim de vocês? Eu não tive nada a ver com isso.

- Cala a boca!

Minha voz saiu um pouco mais alta e Camila repousou as mãos no peito dele.

- Shawn, por favor...

Eu queria que o mundo explodisse com as minhas palavras. Deixei que a emoção me batesse, que me derrubasse ao menos mais uma vez, eu jurava silenciosamente que era a última vez. Peguei na mão da Keana e saí com ela deixando uma Camila que chorava tanto ou mais que eu, só que nos braços do cara que eu menos queria do seu lado.

- Lauren, deixa eu te levar pra casa?

- Sinceramente? Não! Estou bem e quero dançar!

- Então será que pode dançar comigo?

Fomos pra pista e encontramos todas as meninas, bebidas eram entregues a nós e combinavam perfeitamente com a batida da música e o ritmo das luzes. Meu reflexo já era bem vago e eu já não me importava de ter as mãos da morena no meu corpo, mas me preocupava com o que a Camila pensaria sobre o nosso passado

- Se esse nervosismo todo quando eu te toco é por ela, não se preocupe que eles já saíram. Mas se é porque eu te causo alguma coisa, sugiro que relaxe...

A morena colou os lábios no meu ouvido e no mesmo momento, notei o quão idiota era a minha preocupação. Eu precisava entender de uma vez por todas que tinha acabado, que eu quis assim e que a Camila estava com o Shawn, mesmo que aparentemente.

- O que você acha?

Sorri mordendo o lábio.

- Eu adoraria que fosse a segunda opção.

- Você quer uma resposta?

Mantínhamos o rosto em poucos centímetros de distância.

- Eu quero uma boa resposta!

Peguei-a pela mão mais uma vez, e em silêncio a levei até o carro jogando seu corpo no capô. Era como gritar um foda-se para as pessoas que estavam ali.

- Tá preparada pra sua primeira noite em NY?

Encostei o meu corpo no dela e apertei suas pernas devagar. Suas mãos alcançaram meu rosto e senti seus lábios nos meus. Sua língua em poucos segundos na minha deixou seu rastro quente, com sede de beijo, de corpo e de sexo.

Nos afastamos ainda com o olhar uma na outra e entramos no carro. Particularmente,  não olhei para os lados, mas sabia que muitos  assistiam a cena.

Durante o caminho optamos pelo silêncio, mas a morena me deixava ciente das suas intenções e me testava a fim de saber das minhas. Suas mãos percorriam minhas pernas e eu a respondia com sorrisos e vezes selando nossos lábios quando encontrávamos um sinal fechado, adiando a aproximação maior do nosso corpo.

Não eram as mãos pequenas da Camila, mas eu ainda era mulher e tinha minhas necessidades de modo que os toques da Keana além de me deixarem em alerta, também me enchiam de ansiedade. Entramos no elevador nos devorando com os olhos e aquilo já era demais pra mim. Encostei seu corpo no espelho e levantei sua perna na altura da minha cintura, beijando seu pescoço e instigando qualquer toque no teu sexo.

- Adoro essa sua impaciência!

- Adoro você tentando esconder que também está impaciente!

- Seu porteiro vai adorar esse show!

- A melhor parte ele não vai ver...

Chegamos até a cobertura e eu a empurrei pra fora abrindo apressadamente a porta do apartamento. Não me preocupei muito em constatar se o empurrão com o pé, tinha sido o suficiente pra porta fechar. Minha boca distribuía beijos por todo o seu tronco nu, seus ombros e pescoço 

- Esse punhal está tão sexy em você...

Mordi o lóbulo da sua orelha e seu gemido fraco escapou me deixando ainda mais nervosa e ansiosa para o fato.

- Somos o seu brinquedo essa noite!

Ela provocou e eu explodi cegamente no meu instinto e no meu desejo aflorando. Segurei seu pescoço a empurrando pra trás até que caíssemos no sofá. Sem tirar os olhos dela, passei a língua de baixo pra cima no punhal entre seus seios. Ela me olhava atenta com um sorriso bom no rosto, e eu o tirei de lá...

Ela sentou com uma perna de cada lado da minha cintura e nos beijamos até perder o fôlego, nos desfazendo do nosso vestido. Segurei seus seios já rígidos e os chupei me lembrando do quão sexy eles estavam com aquele punhal. Ela rebolava no meu colo e eu senti toda a sua excitação e a sua boceta encharcada.

Enquanto eu me deliciava com o seus seios, sentindo-a rebolar em mim e pensando na sua excitação, ela desceu sua mão até a minha entrada e sorriu como se dissesse:

 "você tá bem pior que eu"

Sua mão era habilidosa e me masturbava com maestria arrancando gemidos altos da minha boca.

Levantei com ela no meu colo, ela pôs suas pernas entre a minha cintura e eu caminhei até o quarto. Minha boca deixava marcas no seu pescoço e suas unhas marcavam as minhas costas. Joguei-a na cama entre risadas abafadas pelos beijos, abri suas pernas e encaixei meu corpo, descendo os lábios do seu pescoço aos seios, dos seios ao seu pescoço novamente até passar a arranhar de leve seu braço, enquanto beijava a sua barriga.

Suas pernas faziam tentativas de se fecharem para contar a animação ali no meio, mas eu a segurava e aquilo parecia uma tortura pra ela.

Desci lambendo sua virilha, passando a mão no seu clitóris, lambendo sua coxa na parte interna e por fim, passando a ponta da língua, junto com o dedo no clitóris. Ela levantou o tronco pra me observar e eu levantei os olhos até enxergá-la com um sorriso de satisfação e mordendo os lábios.

Prendi o seu clitóris nos lábios e posicionei dois dedos na sua entrada. Ela jogou as costas de novo na cama, levando suas mãos para os meus ombros e em seguida, para os meus cabelos

Seus gemidos eram de puro prazer e aquilo me impulsionava a aumentar o movimento dos meus dedos dentro dela e da minha língua. Keana rebolava contra meu rosto e seu ápice chegou, junto dele, ela cravou as unhas nos meus ombros e deixou que um gemido sem pudor escapasse da sua garganta.

Subi pelo seu corpo, trilhando beijos pelo caminho. Passei meus dedos pelos seus lábios e ela abriu a boca lentamente segurando a minha mão e chupando-os. Sorri com a cena e me deitei ao seu lado, acariciando seu corpo. Não nos atrevemos a dizer uma palavra se quer e o álcool me fez adormecer com mais facilidade e sem consciência pesada.

Acordei sentindo minha cabeça pesada e antes que eu abrisse os olhos, me lembrei da noite que tive, dos altos e baixos. Pude sentir a presença de um corpo ao meu lado. Tentei levantar sem fazer muito barulho e fiquei de longe olhando aquela morena na minha cama. Havia sido, sem duvidas, um bom sexo.

Fui pro banho pra tentar tirar todo aquele peso da ressaca de mim e segui pra cozinha a fim de comer algo, mas meu estômago rejeitou só de ver e acabei ficando apenas com um chá. Eu sabia que era uma tortura beber e encarar o dia seguinte, mas a bebida era um santo remédio para os meus problemas.

Fui até a sacada e me sentei fechando os olhos, a luz estava terminando de acabar com a minha cabeça, mas o vento que estava ali, me fazia bem. Por um momento eu precisava estar onde estava. Tranquila e sozinha. Por um momento eu queria pensar, mesmo que na verdade, eu não pensasse em nada!

- Vejo que tem gente que caiu da cama...

Keana apareceu com os cabelos molhados e com uma calça e uma blusa minha.

Desculpa ter invadido seu banheiro e seu closet, mas eu não podia colocar o vestido de ontem...

- Imagina, eu não me importo e você definitivamente não podia!

Rimos calmamente e logo permanecemos em silêncio.

- Achei que não lembraria de mim, hoje!

Ela se sentou na rede.

- Eu estava bêbada, mas estava consciente!

- Eu sei, só achei isso porque você me chamou de Camila...

Sua frase fez meu coração acelerar.

- Durante... É... Quando? Foi durante???

Ela riu despreocupada e negou a com a cabeça.

- Quando estava quase dormindo, pediu pra "Camila se aproximar mais porque você estava com saudade", mas isso realmente, não importa!

- Me desculpa!!!

Pedi sincera.

- Não me importo, mesmo. E... Gostei do seu sorriso quando você solta uma gargalhada... É realmente bonito.

Eu ainda tinha os olhos pra paisagem lá fora e notei que ela estava com o celular tirando fotos. Me virei pra ela rindo e ela continuou.

- Pode me levar? Eu deixei meu carro lá no local da festa, nem sei se ele ainda existe.

- Você já comeu? 

- Eu prefiro comer em casa, se você não se importar. Nos vemos na faculdade na segunda...

Assenti e me levantei pegando as chaves do carro. Passamos pelo porteiro e ele nos olhou assustado, com certeza tinha visto o pouco do que aconteceu no elevador, mas eu realmente não me importava. Ele no mínimo, estava preocupado apenas por ser Keana e não a Camila!

Durante o caminho, fomos conversando sobre a faculdade e alguns cursos, ela tinha muitos ideais e eu admirei por ela ser como poucas garotas da nossa idade.

- Bom, se esse é seu carro, ele ainda está aí!

Falei rindo pro jeito que ela o olhava, parecia seu bebê.

- Eu confesso que estava desesperada por tê-lo deixado.

- Estou vendo, você precisa enxergar sua cara olhando pra ele.

Gargalhei e ela me olhou dando um tapinha na minha perna.

- Bom... Então nos vemos segunda, não é?

- Claro! Obrigada pela companhia!

Ela sorriu de canto, depositou um beijo no meu rosto e saiu do carro. Esperei que ela entrasse no dela e sai rumo à minha casa. Agora eu só queria ficar literalmente sozinha e descansar 

Desliguei o telefone, esqueci do mundo uma semana, me vi beijando os travesseiros, rolando na cama...