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História Black - Prólogo


Escrita por: Josyanneh

Notas do Autor


Amoras, voltei trazendo mas uma fic pra vocês... Espero que gostem...
Amo vocês.

Capítulo 1 - Prólogo


Ela estava apenas sentada lá, fazendo nada além de pegar as pétalas de uma flor.

Eu achei estranho, afinal que garota de dezesseis anos se senta no chão e tira pétalas de flores? Era uma coisa estranha de se assistir, seu longo cabelo loiro correndo todo o caminho pelas costas era limpo e escovado, suas roupas muito bem alinhas, continha marcas em suas pernas onde ela estava ajoelhada no chão. Eu podia ver sua boca se movendo, se ela estava contando ou dizendo algo eu não sei, de onde estava não entendia muito bem, e eu não tinha tempo para sentar lá e vê-la. Eu tinha lugares para estar, além de promoções que precisavam ser feitas. Mas quando eu passei pelo parque aquela noite e a vi apenas sentada lá, isso certamente me fez querer perguntar por que. Era tarde, o céu estava coberto de nuvens, eu tinha certeza que ia chover a qualquer minuto, senti isso no ar, mas ela não pareceu notar. 

Que garota peculiar.

Eu olhei para ela uma última vez, a lâmpada no parque iluminando-a como um anjo. Chutando uma pedra, eu me virei e voltei a andar.

— Pare! — uma voz gritou para mim e meus pés pararam.

Aquela voz era doce e suave,   eu queria colocar um pé na frente do outro, e me forçar a andar, queria ignorar o que ela queria ou o que tinha dizer. Mas eu não conseguia. Eu estava atraído por ela o que era estranho. 

Eu já a tinha visto antes, porque ela estava na minha sala na escola. Uma que eu mal tinha ido, mas fui obrigado a participar de algumas aulas porque as autoridades se envolverem, ela se sentava com as crianças legais, pessoas ricas como ela. Ela era dois anos mas nova, eu sabia que era, afinal ela estava na maioria das minhas aulas, sempre sentada lá com os óculos sobre os olhos, perdida em pensamentos.

Eu me mexi, me escondendo ainda mas na escuridão. Ela estava em pé agora, olhando em minha direção. Ela procurava um meio de me ver melhor. Seu cabelo era tão longo e loiro quase tocando os quadris. Com suas calças sujas, ela parecia diferente, magoada, algo a incomodava. Tantas emoções correndo por seu rosto, ela deu alguns passos em minha direção. Cada vez mas próxima do perigo. Ela parou, olhou em meus olhos, mesmo ela não conseguindo vê-los .

— Você já amou alguém tanto que pensar sobre eles dói? — ela perguntou em voz baixa. Inclinei a cabeça para o lado. Por que ela iria me perguntar isso? Ela não me conhecia. Ela ficou lá, esperando que eu respondesse. Eu não poderia lhe dar nada em troca - eu não sabia, não podia e não iria.

Ela se aproximou, cada passo mais lento, quando ela saiu do parque ficou cara a cara comigo, olhando para cima, o seu rosto escuro sobre o céu noturno, mas de algum modo tão vibrante na minha frente. Ela pegou minha mão, entrelaçou os dedos com os meus, e me puxou enquanto corria. Eu não a impedi, não podia e não iria.

Ela correu todo o caminho até um penhasco, um lugar em que eu já estive antes. Mas olhando para baixo eu não via nada além de escuridão. A água era excepcionalmente verde, ninguém jamais foi capaz de tocar o fundo desse buraco nadando. As pessoas contam histórias de carros e corpos perdidos ali. 

Mas ninguém sabe ao certo, se alguém pode alcançar o fundo de suas profundezas escuras. 

Ele era basicamente um buraco verde cercado por muralhas. As pessoas vinham durante o verão para tentar saltar dos pontos mais altos. Mas era difícil sair uma vez que você mergulhava. 

Você tinha que encontrar uma pedra que estava perto o suficiente para você se levantar da água e, em seguida, subir pela rocha.

Eu olhei de volta para ela, me perguntando o que estávamos fazendo. Eu não tinha dito uma palavra e ela não tinha falado desde que chegamos. Ela tirou suas calças sujas, as deixando cair no chão, e então sua camisa. Seu cabelo a cobria, mas eu podia ver o contorno de seu corpo.

— Você vai nadar comigo? — ela perguntou, olhando para mim.

Eu pensei sobre isso. Eu estava lá, então por que não? Mas hesitei tinha lugares para ir, os espancamentos que eu receberia caso não aparecesse. Então pensei, foda-se. Valeria a pena apanhar por isso. Eu baixei os meu jeans, ficando de cueca, joguei minha camisa em sua pilha e olhei para ela. Ela estava me observando. E eu gostei disso. Ela pegou minha mão de novo, atou nossos dedos, e começou a contar.

— Um... — ela estufou o peito e gritou: — Eu mal posso esperar para escapar deste lugar.

— Dois... — tomando fôlego outra vez ela continuou — Eu quero ser amada. — eu estava olhando para ela com interesse. Ela era tão diferente. Ela olhou para mim, uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto. Tão solitária. Ela acenou para eu contar, mas eu não sabia o que dizer. Eu pensei sobre isso e tudo começou a ficar branco.

— Três... — eu finalmente falei, e ela deu um aperto na minha mão. — Eu quero acabar com as surras.

Então nós saltamos.

A água estava fria. Me deu arrepios, que descia pela minha espinha. Nossas mãos se separaram quando nós batemos na água. Eu subi primeiro e não podia vê-la em qualquer lugar. Olhei em volta freneticamente. Ela não poderia ter se afogado, poderia? Certamente ela sabia nadar? Certo? Senti duas mãos se enroscarem ao redor do meu pescoço, me puxando para baixo. Ela riu no meu ouvido quando me recusei a fundar. Seu riso era a coisa mais linda que eu já tinha ouvido. Eu queria ouvir mais do mesmo, muitas vezes.

— Eu gosto de você, — ela sussurrou, e eu me perguntei instantaneamente o por que. Como poderia essa menina bonita esta interessada por mim? Eu era a pessoa mais odiada da escola, as pessoas tinham medo de mim. Elas nunca falavam comigo, sempre olhavam para o outro lado. E ainda assim, aqui estava ela, colada à minha cintura rindo ao meu ouvido.

— Você sabe quem eu sou, certo? — eu disse, e então comecei a nadar com ela pendurada nas minhas costas. Ela ria, ainda mas quando eu tentava derruba-la, finalmente consegui desamarrá-la de mim e a girei para que ela ficasse cara a cara comigo. Ela olhou para mim e eu pude ver o castanho de seus olhos. Seu sorriso estava amplo. Passei meus braços pela cintura dela e a joguei para trás tão longe quanto possível. Ela veio à tona rindo e novamente enroscou as pernas em mim. Eu nadei ao redor com ela em cima de mim, e rapidamente fiquei cansado. Ouvi que ela cantava pacificamente. Ela é tão inocente, serena. Eu gostava disso nela.

— Eu tenho que ir para casa, já é tarde, — disse ela, nadando para longe de mim, indo em direção à pedra, onde ela encontrou uma que pudesse subir. Se vestiu rapidamente, e pouco antes dela desaparecer, ela gritou para mim.

— Venha para a escola amanhã, — e, em seguida, ela foi embora.

* * *

Meu rosto não estava tão ferido como normalmente estaria. Na noite passada eu tinha feito o meu trabalho, mas já era tarde. Então fui espancado, um olho roxo e uma possível costela quebrada, mas eu estava indo para escola. Quando me virei, ela estava sentada nos degraus. Seus óculos empoleirados no nariz, cabeça baixa enfiada em um livro. Eu estava pensando em tocar o seu ombro, para lhe dizer que eu estava lá. Então eu pensei melhor e passei direto por ela. Porem ela me pegou, esticou a mão e prendeu meu tornozelo, meu primeiro instinto foi o de chutar, mas eu não queria machucá-la. Ela olhou para cima, e seus olhos agora pareciam uma intensa tempestade. O castanho que me lembrava a chocolate estava diferente. Mas ela logo sorriu e se levantou.

— Temos aula de matemática juntos. — ela disse, me entregando a bolsa, e novamente manteve a cabeça baixa lendo. Eu joguei a bolsa por cima do ombro e nós caminhamos para a nossa primeira aula, as pessoas nos dava olhares estranhos enquanto caminhávamos.

A aula quase tinha terminado antes que ela dissesse uma palavra para mim. Ela sentou ao meu lado, mas não tinha olhado para cima enquanto devorava o seu livro.

— Eu acho que nós deveríamos nos beijar — disse ela, sua cabeça agora deitada sobre a mesa, olhando para mim. Eu fiz uma careta para ela, porque essa era a coisa mais estranha que ela havia dito. Considerando a noite estranha ontem, isso era ainda mais estranho.

— Ok, eu quero que você grafite o meu nome na parede para mim — disse ela. Eu me perguntei se ela estava me usando. Eu pensei no que  estaria acontecendo, mas logo deixei isso de lado. Assim que o sinal tocou e eu peguei a mão dela, desta vez, fugindo da escola. Ela gritou e riu, e meu coração se encheu. Eu amava esse som.

Eu parei na estação de trem. Os trens já tinham ido. Não havia ninguém por perto, então eu puxei duas latas da minha bolsa. Nós andamos para trás de um trem o mas longe possível do povo e marquei seu nome. Eu dei a ela a outra lata que ela levantou e pulverizou em mim. Eu estava em choque, mas ela estava tentando não  rir muito alto. Então simplesmente fiz o mesmo com ela, pintei a sua camisa branca de vermelho brilhante. Logo estávamos ambos cobertos de tinta azul e vermelho, rindo e nem mesmo prestando atenção até que gritaram com gente. Eu agarrei a mão dela novamente e corri. Paramos no mato, ambos sem fôlego e cheios de adrenalina. Ela olhou para mim, sorriu e colou seus lábios macios nos meus.

Era surreal, eu já tinha sido beijado antes, eu mesmo já tinha até fodido, mas nunca alguém me beijou como ela. Com tanto carinho, ela era perfeita, tão linda.

Ela se afastou, sorriu e disse: — Eu disse que queria beijá-lo.

Eu estava viciado nela, e daquele dia em diante eu fui a escola todos os dias só para vê-la. Só para ter um vislumbre dela. Ela me recompensava todo dia com seus beijos, e continuou assim por um mês. Algumas vezes nós ficávamos na escola, mas muitas vezes nós fugíamos fazendo as coisas mais aleatórias que poderíamos pensar. E isso me fez feliz, ela me fez feliz. Então, um dia, ela não apareceu, no outro dia ela também não veio, e no outro, e assim meses se passaram, comigo a sua espera.

Até que eu percebi que ela tinha ido embora e não voltaria. Então voltei aos meus antigos caminhos, de volta para o mal. Ela era a minha luz, ela levou tudo o que eu tinha naquele dia. 

Ela os roubou e nunca me deu de volta.


Notas Finais


Se vocês gostaram por favor comentem, eu realmente preciso saber a opinião de vocês.


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