[Cinco anos atrás]
Nós somos vasos feitos para amar.
Amor, essa palavra que era tão estranha para uma pessoa como eu, alguém que nunca tinha experimentado os verdadeiros sentimentos de tal palavra. As pessoas falavam muito sobre isso, as pessoas matavam por isso, mas valia a pena? O mundo tem esse ideal de amor, a ideia de que pode mudar tudo, e tudo pode ser corrigido se você o tiver.
Eu não era crente, eu nem sequer entendia a palavra. Para mim, era apenas isso, uma palavra. Nada mais.
Ninguém me amava, ninguém se arriscaria a me amar. Eu era uma peça danificada e quebrada de um ser humano, um ser destruído. Meu trabalho era levar as pessoas para longe daqueles que eles amavam, eu era contratado por pessoas que diziam amar as pessoas, fui enviado para destruir. Mesmo que eles as amacem, as queriam mortas.
Eu não entendia e ainda não entendo.
Mas ela me fez acreditar.
Me fez acreditar que havia mais do que a escuridão.
Ela me levou para um lugar com cor, o lugar como era agora. O mundo era frio, meus olhos estavam constantemente fechados, e eu tentei com tudo o que eu tinha para mantê-los abertos, por ela. Tudo era para ela. Mas a escuridão me tomou, me sugou para seu caminho interminável.
Ela brilhava mesmo quando meus olhos estavam fechados, era como se ela estivesse bem na minha frente. Suas expressões faciais me mostrava o quando me amava, estava escrito por todo o rosto em cada vez que tínhamos estado juntos.
Quando tinha dezoito anos, pela primeira vez percebi o que eu era. Quando ela se desfez debaixo de mim, os lábios rosados. Mas foram os olhos, seus olhos que eu sempre observei. O castanho neles, a maneira que eu poderia ver tanta coisa refletida neles. Como se eles tivessem sido feitos apenas para me ver, me amar somente.
Então, ela desapareceu e tudo ficou escuro...
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