Um demônio vive dentro de mim. Alguns o chamam de Satanás, eu o chamo de Danificado.
Você vê, há algo escuro dentro de mim, tão escuro que eu não o compreendo totalmente. Mesmo depois de cinco anos, eu ainda estou tentando descobrir o que é.
Suas mãos deslizam pelo meu corpo e eu tento duramente não jogá-la para longe de mim. Suas mãos me tocando. Não sei da onde vem a força de vontade, para eu não a empurrar. Ela aperta seus seios em mim e quando ela faz isso, seu cabelo branco curto faz cócegas em meu peito. Ela olha para mim, percebendo que nada está acontecendo. Está começando a acontecer mais e mais. A necessidade que uma vez eu tinha por ela está lentamente desaparecendo, se tornando cada vez menor. Seus olhos penetram os meus, os castanhos tão vívidos me olhando. Eu pego debaixo dos seus braços e a levo até a mim. Ela ri, é irritante. Às vezes me pergunto como nós duramos tanto tempo, então sua boca se envolve em torno do meu pau e eu sei.
— Venha aqui. — minha voz rouca, a desejando. Ela sorri brilhante, suas covinhas aparecem. Eu me inclino e as beijo, uma de cada lado. Sua mão desliza entre nós.
Agarrando o meu pau, ela o aperta, me deixando ainda mais duro do que eu estava antes. Seus lábios estão de volta lá, ela sempre começa chupando o meu pau.
— Eu te amo, Zeref — ela sussurra em meu ouvido quando ela morde minha orelha e se posiciona sobre mim. Sua cabeça levanta e ela deixa cair para trás, ofegante. Eu movo as minhas mãos para ambos os lados de seu rosto, agarrando e a puxando para mim. Seus olhos estão abertos, ela olha para mim com prazer e amor. Eu a puxo e beijo a sua boca, ela abre, me concedendo acesso e começa a se mover.
Houve um tempo, há cinco anos, que eu não acreditava em uma palavra do que ela me dizia. As palavras que ela falava sobre mim não parecia se enquadrar ou se encaixar. Mas eu comecei a acreditar nela. Ela era constante e cada vez que eu precisava dela, ela estava lá. Estava lá quando eu entrava e saía da consciência. Ela cuidou de mim quando nenhum outro o fez. Então eu tive que acreditar no que ela estava dizendo e algo sobre ela me parecia tão familiar.
Eu ainda não tinha dado a ela essas palavras, aquelas palavras que ela sussurra para mim cada vez que eu a seguro, quando transo com ela. Elas simplesmente não conseguem sair. Eu tentei uma vez, eu tentei, mas ficou preso na minha garganta como se uma faca fatiando.
Ela grita lágrimas em sua garganta, golpes de prazer correm através dela. Ela deita a cabeça no meu peito, circulando meu coração com seus pequenos dedos. Nós estamos em nossa cama, em uma casa na qual estive por cinco anos, uma que eu nunca lembrei. Eu não consigo me lembrar de nada, nada volta, nada. O médico disse que levaria tempo, que me familiarizar com certas coisas ajudaria. Ela tem tentado fazer isso. Ela me mostra roupas que costumavam ser minhas, armas que eu usei. Mas nada está de volta e espero que algum dia tudo isso volte.
Ou é melhor não saber? Não saber o que eu fiz para merecer o castigo que me foi dado. O tiro que quase me matou.
— Você vai ir em breve — Lisanna se queixa no meu peito, os dedos param de traçar e ela envolve as suas mãos em torno de mim. Eu a empurro para o lado, não com força, apenas o suficiente para que ela saiba que deve parar de me tocar.
— Eu voltarei.
— Eu sei. Mas eu odeio que você me deixe. — seu lábio inferior treme. Começo a falar, sem saber o que devo dizer, palavras não são a minha praia. Então, o universo fodido me dá uma saída, uma batida pesada vem da porta.
— Zeref, traga seu traseiro até aqui. Agora, — Ivan late através da porta. Eu pego a coisa mas próxima que posso e jogo na porta. Ele ri e vai embora. Ela é a primeira a se mover, sabendo que eu tenho que ir até lá ou a batida não vai parar. Ela sabe disso melhor do que eu.
Ela desliza os shorts em cima de seu traseiro nu, tão curto que eu podia ver a sua buceta se ela se inclinasse, especialmente desde que ela não tem nada por baixo. Ela agarra a camisa mais próxima, puxando-a, parando um pouco acima do umbigo. Ela não precisa cobrir qualquer coisa, seu corpo é um dos melhores que eu já vi. Curvas em todos os lugares certos, peitos maiores do que da maioria e uma bunda como a de uma stripper. Ela se vira para mim e a vejo jogar minhas calças e camisa para mim. Eu estou nu, deslizando em minhas calças, em seguida, camisa, enquanto ela faz exatamente a mesma coisa, me observando. Meu colete é o próximo. Ela caminha para mim com o colete em suas mãos.
— Hora de festejar, baby, — diz ela balançando a bunda, em seguida, deslizando sobre os saltos, abrindo a porta sem esperar por mim. Eu pego a minha arma, guardo, e sigo seu rabo para fora da porta e para a música que toca no bar lá embaixo.
Vivemos no andar de cima. Apenas ela e eu, na sede do clube. O Prez*, eu o avisto assim que eu entro. Ele está ali no canto. Os outros irmãos estão o rodeando, segurando bebidas em suas mãos, conversando e segurando as mulheres nuas. Mulheres cercam os homens como abutres. Alguns estão até mesmo no bar, completamente nuas, balançando a bunda para a música que está tão alta que eu quero abaixar pra ter algum sossego.
Ivan caminha até mim com uma garrafa de água na mão, sabendo muito bem que eu não gosto de beber. Eu tentei algumas vezes após a perda de memória e não gostei. Eu não gosto da ideia do meu controle sendo levado pelas minhas próprias mãos. Eu aceno para ele e ele para ao meu lado com uma cerveja, sorrindo, olhando para todos, assim como eu. Eu avisto Lisanna falar com o Prez. Ela sorri brilhantemente, se inclina e beija sua bochecha, em seguida, ela se vira, sentindo os meus olhos sobre ela e pisca para mim.
— Você é um sortudo filho da puta, sabia disso? — Ivan me bate na parte de trás da nuca, observando Lisanna. Eu aceno com a cabeça, observando como os rapazes a vem. Ela pode não estar completamente vestida, mas ela está mais vestida do que as outras mulheres daqui.
— Dois dias até sairmos, — diz Ivan. Eu assinto. Eu não sei quem é o alvo, eu só sei que é o que eu tenho que fazer.
Quando eu acordei, eu descobri que eu era um membro de um clube de motoqueiros. Eles me acolheram em suas casas, cuidaram de mim quando ninguém mais o fez. Além de Lisanna, que era a filha do Prez.
Eu questionei isso há muito tempo. Por que eu iria ser parte de algo assim? Em seguida, eles colocaram uma arma na minha mão e eu sabia que eles estavam certos. A arma era minha, era a única coisa que me deixava confortável. A única coisa que eu sabia com certeza que era inteiramente minha. Eu sabia exatamente como usá-la, eu não era bom nisso, eu era o melhor.
Tomo decisões com o clube, sim. Eu também sou a pessoa que destrói pessoas, sim, eu sou a morte. Alguns até me chamam disso. Os outros clubes me chamam assim. Então, minhas habilidades com uma arma vieram a calhar e agora estou fazendo o trabalho para o clube para ajudar a fazer mais dinheiro do que eles jamais poderia imaginar. Pegando clientes tão grandes quanto os seus contracheques.
Ivan fala no meu ouvido, ele acha que eu não vejo ou noto os olhares que ele dá a Lisanna. Eu posso ver isso claro como o dia quando ele olha para ela, que ele a quer e ele quer muito. Embora ele não faça nada sobre isso. Afinal, ele sabe que ela é minha.
Às vezes eu quero dizer a ele que ele pode tê-la, mas eu não quero compartilhá-la. Ela faz com que me sinta bem, mesmo que seja apenas por alguns minutos, às vezes meros segundos. E a única outra coisa que eu encontrei que pode fazer isso por mim é minha arma.
— Vai levá-la com você? — Ivan pergunta, acenando com a cabeça para Lisanna. Eu a olho, ela é linda, não há nenhum ponto em negar isso. Suas costas estão viradas para nós, as tatuagens que tecem suas costas estão em plena exibição.
— Ela quer ir — digo a ele, ela sempre quer. Ela pretende vir comigo em meus trabalhos. No início, eu não queria, mas ela está lá drogada e ela abre as pernas de bom grado e com entusiasmo para que eu sinta o mesmo. Ela anseia por isso tanto quanto eu. Eu sempre digo que não, mas ela geralmente me suborna.
— Ela sempre quer ir. — Ivan sorri, sabendo muito bem como nós somos. Às vezes eu acho que é apenas algo para exibição.
— Você deve estar cansado da mesma buceta, cara. — ele não cala a boca, ele está sempre conversando. Eu não gosto de conversar. Balanço a cabeça e volto para o bar.
Eu tenho que fazer uma aparição, é parte da irmandade. Eu só não gosto de participar de todas as coisas e muitas vezes me pergunto se eu sempre senti isso, me senti assim. Ninguém me diz muita coisa, dizem apenas o que eles acham que eu preciso saber. Não o que eu deveria saber.
Eu me viro para voltar para o meu quarto sem que ninguém me pare ou me siga. Eu jogo todas as minhas roupas e deito na cama, esperando que o sono vá me consumir. E esperando que os sonhos me mostrem um rosto, em vez de palavras e toques.
***
— Você já quis tanto algo? — uma voz tão doce sussurra para mim. Essa voz me enche.
— Sim — eu respondo, me aproximando para ver essa pessoa, para tentar colocar um rosto a essa voz. Ela suspira, e não é o seu suspiro baixo, é profundo. Eu posso sentir isso, o significado do suspiro.
— Eu preciso de você. Eu preciso que você acorde. Eu preciso que você me encontre.
Eu começo a garantir a ela que eu quero fazer isso, mas tudo fica preto.
***
Os sonhos sempre vieram com a mesma voz, mas nunca um rosto. Eu acordo, logo que os sonhos desaparecem. Às vezes, eles são tão vivos que eu posso sentir sua pele, seu cabelo, mas nunca o seu rosto. Eu daria tudo para ver aquele rosto. Eu quero saber por que me assombra, por que ela está presa lá. Eu não disse a ninguém sobre isso.
Lisanna me acordou uma noite, eu estava rígido, apertado e encharcado de suor. Ela queria saber com o que eu estava sonhando. Eu não podia dizer a ela, não parecia bom compartilhar algo parecido com ela.
— O que há de errado, baby?
Ela se arrasta para o meu colo, me montando. Eu pego ela e deslizo para trás, de modo que ela está sentada na cama. Ela parece confusa.
— Eu preciso que você seja honesta comigo, — eu digo. Sua cabeça cai para o lado enquanto ela me avalia. — Como eu era com você antes?
Seus olhos se arregalam em choque. Ela vai falar mas em seguida fecha a boca. — Você fodeu uma viciada se bem me lembro. — ela me olha nos meus olhos, eu posso dizer que o que ela diz é a verdade. Mas qual parte é a verdade, realmente verdade?
— Apenas fodi?
— Não sei. Talvez mais de uma vez... — ela me avalia com dor no olhar. — Porque, Zeref? Por que você precisa de saber isso?
— Eu preciso saber de tudo.
— Isso não muda nada, você está onde você está destinado a estar. Quando você aceitar isso e me aceitar, isso vai ficar mais fácil. Porra Zeref! Já se passaram cinco anos, como você não pode aceitar?
Eu opto por não responder a ela. Em vez disso, eu me levanto e me visto. É hora de começar a embalar minhas coisas, hora de ir e fazer meu trabalho.
* * *
Eu estive no carro por cinco horas, cinco horas longas e fodidas horas ate chegar a essa merda de pequena cidade. Lisanna parece nervosa, constantemente olhando em volta e remexendo com as mãos. Ela me subornou para vir comigo, não que isso me surpreenda. Ela sempre o faz, não importa o que, onde ou quando eu vá, ela sempre vai para onde eu vou.
— Fique aqui, — eu digo a ela quando saio da caminhonete. Ela olha para mim e tenta alcançar a maçaneta da porta. — Lisanna, fique na porra da caminhonete!
Ela balança a cabeça e eu vou para a cafeteria. Me viro para vê-la me observando, ela sorri, mas é fraco, seus olhos se afastam de mim, então ela começa a olhar em volta mais uma vez.
O cheiro me bate primeiro, o forte cheiro de grãos de café. Eu olho em volta, por força do hábito, avaliando tudo antes de eu entrar na fila. Assim quando eu estou prestes a ser servido, a mão de alguém bate no meu ombro. A reação é instantânea e eu estou procurando a minha arma tão rápido quanto essa mão se remove. Quando eu olho para cima, um homem está de pé lá, um homem muito alto com uma cabeleira azul. Ele me olha de cima abaixo, então faz uma segunda vez como se ele não pudesse acreditar no que ele estava vendo. Minha mão fica onde está, em minha arma.
— E.N.D? — ele pergunta. Suas sobrancelhas amassadas em confusão. Meu olhar deve coincidir com o dele. — Não pode ser... — a cabeça dele começa a balançar, — ...você estava morto, — ele diz apenas que um sussurro.
— Quem? — pergunto. Quem é este homem e do que ele fala? Por que esse nome soa familiar?
— Você não me reconhece? — pergunta ele. Uma acenada simples é tudo o que eu lhe dou antes de eu ver Lisanna andando na minha direção. Seus olhos se ajustam à sua direção, ele é bom, ele percebe as coisas.
— Babe, você está demorando muito. — ela envolve um braço em volta da minha cintura e olha para o homem. — Quem é você? — ela é rude quando ela quer ser. O nariz do cara se enruga, ele dá de ombros para ela, claramente revoltado. Percebo que o mesmo acontece com ela, e ela não gosta nem um pouco dele.
— O meu nome é Jellal, — diz ele me oferecendo sua mão. Eu olho para ele inseguro. Mas minha mão vai automaticamente para cima e quando ele a sacode, eu sinto ele escorregar algo entre nossas mãos é um cartão. Eu escondo e logo nossas mãos se soltam.
— Zeref — eu aceno, dando a ele o meu nome. Ele acena com a cabeça como se ele entendesse, e talvez ele entenda. Ele olha uma última vez para Lisanna, que está em torno de mim como uma cobra antes que ele saia.
— O que ele disse? — são as suas primeiras palavras.
Dou um passo para trás, querendo saber o que está acontecendo? E quem é este E.N.D?
— Nada! — eu me viro e faço o nosso pedido, ela permanece onde ela está, me observando.
— Você não o conhece? — eu viro para encará-la, agarrando os nossos cafés e saindo pela porta. Eu vou direto para o meu carro, notando que Jellal está no final da rua nos observando. Lisanna não o nota, seus olhos estão grudados em mim querendo respostas.
— Chega. — eu a olho e em seguida o homem pelo qual eu vim sai de um escritório, ele olha para o relógio.
— Zeref — ela geme bem ao meu lado.
— E a última vez que você vem comigo. Você entendeu? — meu rosto está no dela, ela balança a cabeça e faz beicinho. Eu olho para cima e o vejo subir em um carro esportivo vermelho. Foda-se essa mulher. — Entra no carro, porra, ou eu vou deixar sua bunda aqui. — ela não fala nada quando sobe, mas em seguida, pega seu café e o bebe tranquilamente ao meu lado enquanto eu o sigo. Ele para em uma casa, então paro a uma distância suficiente para que eu possa vê-lo. Ele caminha até a porta e uma mulher vestida de lingerie está lá, sorrindo. Ela o puxa para dentro.
Agora... agora eu espero.
Nós ficamos no carro por uma boa hora. Ela mexe em seu telefone e não diz uma palavra. Eu sento e observo a casa em silêncio. Ela sabe que eu preciso do silêncio, eu já disse. Ele sai usando gravata. Seu sorriso é brilhante em seu rosto, eu tenho o meu rifle sniper já carregado e posicionado,então assim que ele sobe em seu carro.
Tudo ao meu redor fica preto e não vejo qualquer outra coisa, além do alvo. Eu ouço a respiração de Lisanna perto de mim e eu juro que é a última vez que ela vai vir junto comigo. Assim quando ele se senta, eu dou o meu tiro. Sua porta está fechada, mas suas mãos soltam do cinto, caindo. Sua cabeça cai no volante, fazendo a buzina soar. Nós ficamos onde estamos, estamos longe o suficiente para que ninguém nos veja. Eu verifico meu redor de novo e é quando eu o vejo. O homem do café, com um sorriso no seu rosto e ele está olhando diretamente para mim. Ele balança a cabeça e vai embora.
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