Minha cabeça cai pra trás, meu nariz começa a jorrar sangue, eu limpo e olho para ele. O homem está ali, sorrindo, então ele caminha até mim, me bate nas costas e me abraça. Eu quero matá-lo, eu penso nisso até que ele fala.
— Você merecia isso, não faça isso com ela de novo.
— O quê?
— Você me pediu para protegê-la com a minha vida. Então vou protegêla, mesmo que isso signifique de você.
— Quem diabos é você? — ele está vestido parecido com os meus irmãos do clube. Posso dizer automaticamente que ele é um motoqueiro. É por isso que minha mão está na minha arma, sem se mover.
— Seu irmão, cara.
— Eu sei quem meus irmãos são e logo eles estarão todos a sete palmos da terra. Preciso reformular isso?
Ele ri uma boa risada para mim. — Ainda o mesmo.
Eu me movo na cama, eu estou assim desde que ele me bateu, eu não tenho sido capaz de me mover desta cama desde a noite passada. Meu corpo está quebrado em todos os lugares, eu estive doente durante toda a noite. Eu só me movi polegadas após o soco para alcançar minha arma, que ainda está na minha mão, não importa quem ele diz ser.
Eu tento ficar de pé, eu tento, mas meu corpo não consegue. Eu me apoio na parede, e isso não dura muito tempo, a vertigem toma conta, e logo eu estou caindo.
* * *
Acordo com pessoas me rodeando. Um homem em um terno está aqui e fala com uma mulher, sua voz é calmante. Eu gosto de sua voz, eu não posso vê-la. O sono me leva novamente.
* * *
Eu posso sentir as mãos dela no meu braço o seu toque é macio. Ela corre os dedos, calmante, exceto que uma parte de mim quer se afastar. Então eu me afasto, ela se levanta abruptamente. Ela parece cansada, seus olhos estão vermelhos. Ela trocou de roupa e a cama em que estou, eu não reconheço.
— Você estava tendo recaídas. — sua mão treme, enquanto ela corre através de seu cabelo, seus longos cabelos loiros. — Nós não entendemos muito bem de quê, mas temos uma ideia.
— Ideia? — minha voz é áspera. Quantos dias eu dormi? Ou bebi água? Minha boca se sente tão pesada e os lábios rachados. Eu observo o gotejamento no meu braço e puxo para fora, o quarto em que eu estou é preto, e parece estranhamente reconfortante.
— Você tem marcas entre os dedos dos pés, você fez isso? — choque e raiva irradiam através de mim, raiva por eles acharem que eu fiz isso. Choque de como eles conseguiram fugir com isso. Ela me pergunta novamente, — Você fez isso, Natsu? — seu rosto está apertado, tão cansado. Será que eu a deixei assim?
— Quanto tempo eu tenho estado... aqui? — pergunto olhando ao redor.
Ela se senta de volta no final da cama, com o rosto enrugado, machucada por minha causa sem responder a sua pergunta. — Há alguns dias, quase uma semana.
— Porra! — eu levanto, minhas pernas estão trêmulas. Ela se levanta, automaticamente pronta para me pegar. Estou polegadas dela agora, seu rosto está tão perto. Seus lábios rosados são cheios, tão adoráveis, tão perto.
— Este é o seu quarto. — eu vejo os seus lábios quando ela fala. Levo momentos para entender o que ela está dizendo.
Um barulho, um barulho tão alto me puxa dela. Ela dá um passo para frente, mais perto de mim. O ruído que a afasta, me seduz. Um ruído que é produzido em mim soa de novo, eu não a impeço quando ela se afasta e abre a porta. Não posso, meu corpo é muito lento, muito quebrado agora, a minha energia foi drenada para o inexistente.
Outro tiro, desta vez eu não a vejo, ela desapareceu pela porta. Eu vasculho debaixo da cama, puxando uma caixa preta. Abro, me pergunto por que eu a peguei, não querendo saber como eu sabia exatamente onde estava.
Tinha duas pistolas, um revólver e um rifle sniper. Eu puxo o rifle, isso é algo que parece meu. Parece ser a única coisa que eu toquei que parecia todo meu. Eu sabia tudo sobre isso, mesmo sem ver claramente.
Outro tiro, mulheres começam a gritar.
Eu uso as paredes para me ajudar a sair e quando eu entro na sala principal, eu vejo um sofá vermelho com paredes coloridas, tão brilhantemente e cobertas de graffiti. Esta é a casa que ela me trouxe antes que eu a pegasse contra uma parede suja como uma prostituta.
Eu chego até a janela e olho para baixo, Red está a poucos metros de distância de Lisanna. Lisanna tem uma arma em sua mão, acenando ao redor como a cadela descuidada que ela é. Ouço a voz calma de Red, tentando acalmá-la. Não vai funcionar, porque Lisanna é um tipo especial de louca.
Ela me vê na janela e sorri brilhantemente. Red segue seus olhos e olha para mim ao mesmo tempo em que Lisanna faz. Elas não estão muito distantes, metros na melhor das hipóteses, mas Red está bloqueando Lisanna a partir do ângulo que eu olho.
— Você acha que pode simplesmente sair? — ela ri, levantando a arma para Red. Red olha para trás, Lisanna não está olhando para ela, seus olhos estão em mim. — Por ela? Pela viciada?
— O que você fez comigo, Lisanna?
Seus lábios enrugam. — Tendo recaídas, baby? — seus ombros sobem em confiança. — Venha comigo e eu posso deixar tudo melhor, baby.
— O que foi, Lisanna?
— É um supressor de memória, meu amor. Eu dei a você no seu jantar para ajudar você a adormecer à noite. Você nunca teria descoberto se não me deixasse. — os olhos dela caem de volta para Red, ela sorri para ela. Quando ela fala, ela fala para mim, mas constantemente olhando Red.
— Se você ir comigo, podemos esquecer tudo o que aconteceu e eu não vou machucá-la. — ela remove a segurança da arma, e Red começa a tremer.
Eu miro,ela não me vê e eu atiro. Ela sorri brilhantemente.
Lucy Pov's On
A dor é tão intensa, ela rasga o meu ombro como uma faca torcendo. Lisanna cantarola em diversão, seus dentes brancos me lembrando do diabo. Ela abaixa a arma, olhando para Natsu e sopra a ele um beijo. Ela vai para levantar a arma novamente, tendo como objetivo a minha cabeça, então, quando seu sorriso se torna sinistro, seus olhos rolam para trás. Há um buraco entre seus olhos, bem na testa. Ela cai aos meus pés. Pouco tempo depois, eu faço o mesmo, nós duas ali colorindo a grama verde de vermelho.
Ouço passos, meu corpo está à beira de desmaiar. Eu posso sentir o sangue que se derrama do meu ferimento, a dor tomando conta. Dói, e sim, eu tive pior. Essa, porém, é uma dor que não para de torcer, uma dor que meu corpo quer parar dormindo.
Eu vagamente o sinto, eu sinto o cheiro dele. Eu ouço sua luta enquanto ele me leva até as escadas. Ele não tem nenhuma energia, ele não tem comido comida sólida há mais de uma semana.
Ele me coloca no banho, corta minha camisa com uma faca do bolso, e eu derivo para dentro e fora da consciência.
— Morda, — ele comanda, colocando algo na minha boca. Eu não posso, eu quero dormir porque o sono leva a dor embora.
Meus próprios gritos batem em meus ouvidos. Ele está cavando em meu ombro procurando a bala, seus dedos dentro da minha ferida aberta. Sua mão livre coloca a camisa em minha boca, tentando cortar os meus gritos, mas isso não funciona. Ouço quando ele remove a bala, fez barulho quando ela atinge a porcelana e eu me recolho um pouco mais.
Ele me levanta de volta para que ele possa pegar o meu ombro com facilidade. Desta vez, quando ele coloca algo em minha boca, ele comanda, — Morda. — eu faço e desmaio com a dor, quando ele coloca o meu ombro no lugar.
* * *
Ele está dormindo ao meu lado quando eu acordo novamente. Eu observo o perfil dele. Ele dorme exatamente do mesmo jeito que ele fazia da última vez. Não se movendo, de costas. Como se ele estivesse morto.
Ele tem uma cicatriz na sobrancelha, uma que ele nunca teve antes. Me levanto em meus cotovelos, olhando-o de cima, ele tem uma camisa preta lisa. Eu não consigo ver muito, especialmente com suas longas calças pretas que se encaixam perfeitamente em seu corpo tonificado. Suas mãos, porém, eu as avisto. Ele tem uma cicatriz tão profunda em ambas às palmas das mãos. Eu levanto a mão delicadamente enquanto o examino. Está em ambos os lados como se algo tivesse atravessado a sua mão.
— A última pessoa que eu conhecia que me tocou enquanto eu dormia, acabou com uma bala, Red.
Eu largo sua mão com um choque enorme, seus olhos estão abertos e ele está me observando, mas é com interesse. — Você me conhece — eu respondo.
— Não, você costumava conhecer uma versão de mim. Mas eu não conheço nenhuma versão de você. — ele coloca as mãos no estômago.
— Você sente alguma coisa quando você está comigo?
— Sim. — suas respostas são curtas, assim como elas sempre foram.
— O quê?
— Que eu quero te afastar. — ele se senta, ficando cara a cara comigo.
— Isso não é nada novo, você tentou isso uma vez e não deu certo. — eu encolho os ombros, é a verdade.
— Me diz o que aconteceu.
— Aconteceu?
— Sim, eu quero saber por que ninguém me procurou se você diz que eu era tão importante?
— Você é... para mim. — eu viro minha cabeça para sua janela, e preta, para combinar com a escuridão deste quarto. — Eu não posso falar sobre isso, nem mesmo com você.
— Por quê? — ele está olhando para mim, sem emoção no rosto, embora seus olhos... eles dizem algo diferente.
— Você deve se lembrar em breve, e se você não o fizer, eu vou te contar. Mas no momento eu... simplesmente não posso, dói demais.
— Você era importante para mim, não é? — eu simplesmente aceno com a cabeça. Ele não era bom em definir as coisas, então eu também não. — Se eu não me lembrar, o que você vai fazer? — minhas mãos tocam o seu rosto, a barba em minhas mãos, e seus longos cílios vibram com cada piscada que ele dá.
— Eu vou fazer você se lembrar de mim.
* * *
Romeo vem depois da escola, Natsu está lá embaixo, ele disse que precisava limpar a sua cabeça. Eu vejo como Romeo sorri para ele, Natsu fica ali o olhando, sem falar, apenas ouvindo. Ele cuidou de seu corpo e limpou a bagunça. Eu caí no sono depois que conversamos, então liguei para minha mãe para ver como as crianças estavam.
Romeo é velho o suficiente e agora ele não tem que pedir minha permissão toda vez que ele quer ir a algum lugar, só que ele ainda o faz. Ele me disse que estava vindo. Eu disse que o Sr. END não vai se lembrar dele, mas ele não se importava, Natsu é o seu Santo Graal, seu salvador e nada que alguém dissesse poderia impedi-lo de vê-lo, nem mesmo eu.
A cabeça de Natsu chicoteia para trás, ele olha para mim, sentindo que eu estou lá. Seus óculos de sol cobrindo os seus olhos, e eu ainda sinto o peso de seus olhos em mim.
— Você precisa ir para a sua família, — diz ele uma vez que ele caminha de volta para cima. É cedo. Preciso ir trabalhar ainda hoje. De preferência na hora certa.
— Eu vou.
— Eu não preciso de você aqui.
— Você não precisa, mas eu quero estar aqui para você.
— Você sabe muito sobre essas drogas?
— Por quê? — ele está tão parado, sempre foi estranho ter uma conversa com ele. É como se ele não precisasse se mover.
— Porque eu quero ir atrás das pessoas que fazeram essas coisas.
— Eu sei que é uma droga no mercado negro. Tudo o que sei é que ela suprime memórias, e ela precisa ser dada corretamente. Tem que ser em doses pequenas, para não livrar a memória atual, se é dada com muita frequência, acaba com toda memória. Basicamente, é como um supressor de memória mesmo.
— O seu médico te disse isso?
— Sim. Ele disse que sua memória deve voltar uma vez que a droga estiver fora do seu sistema, mas não é garantido porque você o teve durante um extenso período de tempo.
— Quem diabos faz essa merda?
— Há relatos de um farmacêutico local que vem fazendo isso por um tempo agora. Porém, ninguém realmente o encontrou. Eu sei que Leo estava procurando o farmacêutico, mas ele não teve sorte.
— Leo? — oh, é mesmo, a memória.
— Ele é um agente da polícia.
— Você confia nele?
— Sim.
— Você não deveria... — é tudo o que ele diz, enquanto se afasta.
* * *
Gray está aqui, ele se vira pouco tempo depois que Romeo sai. Ele me vê, se mexe quando ele me toca e me vira para inspecionar a ferida. Ele rasga a atadura da mão dele.
— Quem atirou em você? — ele fala rápido. Sua respiração está se tornando mais pesada na parte de trás do meu pescoço.
— Eu não me lembro, é tudo um borrão.
— Eu atirei nela, — Natsu diz de pé, ele está vestido exatamente como eu me lembro dele. Em um terno com uma camisa branca e sem gravata. Meu coração martela duramente.
Eu sou muito lenta para parar o que acontece em seguida. A arma de Gray se levanta, em seguida, o mesmo acontece com Natsu, é tão rápido que é como um borrão. Balas atiram, Gray cai no chão, Gray está lá com um rosto inexpressivo. Nada incomum.
Eu caio para o lado de Gray, ajudando-o, mas ele me dá de ombros. Natsu acetou a mão dele, a que estava segurando a arma. Eu posso ver o sangue pingando no chão, ele arranca uma parte de sua camisa e envolve em torno dela.
Eu paro com o que ele tinha dito. Minha cabeça vira para Natsu. Eu pego a arma de Gray e aponto para Natsu.
— Você atirou em mim? Você... porra. — a cabeça dele inclina para o lado.
— Lucy, a arma dele está carregada, não o tente.
Eu olho para sua mão, o dedo está no gatilho, a arma em nossa direção. — Você vai atirar em mim, Natsu Dragneel? — eu o insulto e ele abaixa a arma.
— Você estava no caminho do que eu queria. Machucar você me fez conseguir o que eu queria.
Eu largo a arma e caminho até ele, em seguida, bato com força em seu rosto e saio.
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