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História Black - RED - Por tudo o que passei... Culpado


Escrita por: Josyanneh

Notas do Autor


Boa leitura amores

Capítulo 38 - RED - Por tudo o que passei... Culpado


Gray está aqui, ele parece estar sempre aqui. Rondando. Eu me pergunto o que ele vem fazendo nestes últimos cinco anos. Ele está bebendo uma cerveja, assistindo algum reality show de merda quando eu entro. Ele nem olha na minha direção, mas acena com a mão em reconhecimento. Eu chuto meus sapatos, minhas botas clicando alto no chão. Ele desliga a televisão, sua atenção se voltando para mim. Conversamos por pouco tempo, ele sabe um pouco sobre onde eu estive, o que eu tenho feito. Mas não a história completa. 

— Eles são seus rivais? — ele sabe o que eu estou falando, e ele acena com a cabeça.

— Depois que ele morreu, eu me afastei. Eles ficaram chateados, mas agora que eu penso sobre isso, eles não ficaram chateados como deveriam ter ficado. Milhares de dólares foram tirados deles, eu acho que você é a razão por isso acontecer?
  
— Ele está escondido. Jellal esteve procurando por mim, ele não conseguiu encontrar nada. — Gray acena com a cabeça em entendimento. 

— Eu tenho contatos, contatos ruins. Zero tratava disso, mas sou eu agora.
  
— Você disse a ela que você estava limpo? — ele está se referindo ao que Lucy tem dito sobre o clube dele. 

— Esse era o único jeito que ela poderia lidar em estar perto da gente. Somos bons, END, mas também fazemos um monte de coisas ruins... isso não mudou.
  
— Em quantos lugares você se infiltrou, Gray? — carregamentos, armas, drogas. Seu pai era uma lenda, sempre fora do radar. Ninguém conseguiu pegá-lo, até eu, o sorriso de Gray não é nada agradável. 

— No país inteiro. — eu balanço a cabeça para ele, ele não deve se afundar nisso, ele deve recuar. 

— Use seus contatos, o encontre! 

— Estou saindo, END. 

Isso me pega de surpresa. Ele pode ver isso no meu rosto, a cabeça balança para trás. — Não é bom ficar. Eles são a sua família, não minha.  

— Eles conhecem você. — ele se levanta e se aproxima de mim. 

— Ela ama você. — ele a ama. Eu vejo a dor em seus olhos quando ele diz isso. 

— Ele mentiu para você. 

— Quem? 

— Seu pai. — ele dá um passo atrás de mim, sem ter ideia do que estou falando. 

— Leo, o agente da polícia. Ele parece familiar para você?  

— Não. 

— Deveria. Vocês têm o mesmo pai. — ele toma uma respiração pesada, então se vira para a parede e bate com o punho nela, deixando um grande buraco para trás e os dedos sangrando. 

— Me diga que você está mentindo. 

— Como você acha que Obra sabia onde estávamos naquela noite? Por que você acha que seu pai nunca foi o principal suspeito em qualquer um dos assassinatos? Eu armei para prendê-lo. Meu plano era perfeito, tudo ligado a ele. Exceto que ele tinha alguém de dentro, alguém para cobrir para ele, para se livrar provas. 

— Ele está em sua casa, agora. — Gray puxa o colete do banco da minha cozinha, os sapatos nas mãos, uma arma sob a camisa. Então ele se foi. 

Não demorou muito tempo para segui-lo. Ele está descendo da moto e na porta dela quando eu estaciono. Ela sorri quando o vê, mas seu sorriso cai quando ela me vê. 

— Natsu — diz ela olhando para mim, depois de volta para Gray. — Gray? 

Ele chama as crianças, eu observo como eles escutam suas demandas e todos vêm de imediato, ele diz à Lucy para pegar as chaves do carro. Ela tenta argumentar, mas vê o olhar sério no rosto dele, então vai e volta em segundos. Gray não fala, apenas acena para o carro dela. 

— Natsu, o que está acontecendo? — eu não a vi por um dia, um dia e ela é ainda mais bonita. As crianças olham para mim por respostas, por respostas que não posso dar. 

— Saia, agora. — ela não me questiona, eles estão saindo da garagem logo que Gray remove sua arma. 

Leo emerge, seus passos são lentos. Ele está completamente vestido em seu uniforme, o olhar de Gray está perdido. Ele não está vendo claramente, ele está perdido na névoa do assassinato. Leo não entra no seu espaço, ele mantém uma distância segura dele, e estou impressionado. 

— Gray... — seu tom não é nada agradável. Ele olha para mim, bufa e olha de volta para Gray.

— Solta isso, — Gray comanda, apontando para sua arma. Eu nem sequer noto. Leo tem a mão enrolada em torno da sua arma, segurando-a com força. Ele balança a cabeça, dizendo que não. 

— Tudo o que ele disse é mentira. — Leo me olha com nojo. Os olhos de Gray vão para mim por um segundo, em seguida, voltam para Leo.

— Você acha que END iria mentir para mim? — ele não hesita quando ele acena com a cabeça. 

— Ele me odeia e ele faria qualquer coisa para ter certeza que eu fique longe de Lucy. — isso é verdade, eu o odeio. Eu pensei que ele estava me ajudando da última vez quando eu estava tentando encontrá-la, mas ele não estava. Ele estava protelando. 

— Você acha que eu sou burro o suficiente para contar mentira? — Leo não responde imediatamente, ele sabe que precisa pisar levemente. Gray é como uma bomba, e ele está prestes a explodir. 

— Gray... — é tudo o que ele diz, tentando fazê-lo ver a razão. 

— Você sabe o que eles fizeram comigo? — ele dá um passo mais perto, sua voz baixa, eu só posso ouvi-lo de onde eu estou. — E é tudo culpa sua, não é? Você é o único que disse a eles sobre ela. Você é o único que disse que eu estava ajudando ele. Você é o único... — a arma dele levanta, a de Gray não. A dele fica exatamente onde está, enfiada nas calças. Ele não tem medo, às vezes eu acho que ele quer morrer. Ele tem um olhar em seus olhos que diz venha. Ele já passou pelo pior, eu sei que sim. 

— Ele não deveria ter estado com ela, ele deveria ter ficado longe. Eu poderia ter feito ela me amar. Eu poderia ter feito ela esquecê-lo. — a arma está agora apontada para mim, uma arma em minha direção não é nada inteligente. 

— Não, você não poderia. Aqueles dois são unidos em sua própria loucura, dois fodidos que somente eles podem alimentar isso. — então a arma cai, e um grito sai dele. Gray se vira para mim, balança a cabeça, levantando o olhar. — Você tinha que atirar nele? — eu encolho os ombros. Sim, ele não deveria ter apontado uma arma para mim. — Olha, você precisa ir se você vai atirar nele novamente, não é a sua vez. — Leo começa a gemer, segurando sua mão. 

— Eu nem mesmo atirei em um bom lugar, — eu digo apontando para o saco de merda no chão, segurando sua mão como uma cadela.

— Eu não me importo, não é a sua vez. Ele é meu. — eu encolho os ombros para ele, ele se aproxima. — END, mantenha a sua mão fora do gatilho ou vá para casa.

— Mesmo se ele apontar para mim de novo? — eu o questiono. 

— Sim. 

— Mesmo se ele apontar para você? 

— Sim. 

— Mesmo tendo nojo da cara dele? 

— END... — levanto minhas mãos. 

— Entendi, sem atirar em idiotas. — ele acena com a cabeça, então caminha de volta para Leo e o levanta pela camisa e o empurra para o meu carro. 

— Ei, eu não quero sangue no meu carro. 

— Você não deveria ter atirado nele então. 

Verdade. Da próxima vez tudo o que ele verá será a minha bala. 

 

***

 

Leo está entre nós, gemendo e chorando sobre sua mão. Nós dois ignoramos seus gritos, ele não vai ter qualquer simpatia de qualquer um de nós. 

— Quando você vai embora? 

Gray se vira para mim, um olhar sério em seu rosto. — Em breve. 

— É por minha causa? 

Ele balança a cabeça. — Você e ela, é tudo que eu conheço. Sim, eu tenho irmãos, mas eu não falo ou deixo que ninguém me conheça do jeito que vocês me conhecem.  

— Por que não pode ficar então? 

— Porque eu amo vocês dois. Vocês são tudo que eu conheço. Ela agora é tudo o que conheço. Como posso seguir em frente, quando eu não consegui o que eu quero?  

— É ela, é ela que você quer? 

Ele balança a cabeça, Leo se acalma no meio. 

— Sim e não. Eu a queria porque ela é tudo que eu tenho conhecido durante os últimos cinco anos. Eu a confortei e estive lá para ela. Ela foi para aquele lugar que você vai quando você mata, ela estava presa lá. Sua morte realmente a comeu por dentro. Eu a trouxe de volta a partir daí. — ele está olhando diretamente para mim. 

— Você estava lá quando ela nasceu? — eu não sei tudo o que aconteceu, eles me dizem o que se lembram quando se lembram. Eu não fico lá perguntando, eu não acho que tenho esse direito. 

— Estava, esse é o momento em que eu acho que eu me apaixonei por ela. Apesar de tudo, essa mulher sabe como te fazer abrir espaço para ela.  

— É verdade. — e como é verdade. 

— Eu ia pedir a ela naquele dia, para ficar comigo. Saí para pegar uma bebida, e quando voltei, ela estava na cama com o bebê em seus braços. Chorando, segurando os cartões estúpidos que você usava, e eu sabia que ela não me amava do jeito que ela te amava. Ela tinha acabado de experimentar a coisa mais linda, e tudo que ela queria era você.  

Eu fico quieto por um tempo, não sei como processar isso. Os dias se passaram, e eu não a vi, eu queria vê-la. Eu só sei que não posso estar com ela ainda. Ela não precisa do que eu tenho para oferecer. Eu gosto de fazer o que eu faço, é tudo que eu sei. Mudar totalmente levará tempo. Tempo que eu não quero perder, tempo que ela não deve perder. 

— Ela está esperando por você para fazer o que for preciso. 

— Ele precisa morrer. — Gray concorda com a cabeça, entendendo o que eu preciso. Eu não posso viver se ele ainda estiver lá fora. 

* * *

— Esta é a forma como vai ser, Leo — Gray diz, se inclinando sobre seus pés, então ele está nível dos olhos dele. Leo está amarrado, as mãos acima de sua cabeça, os pés amarrados à cadeira. 

— Você vai dar à END tudo o que ele precisa, então você e eu vamos conversar. — os olhos de Leo param nos meus, então voltam para Gray.

— Não me deixe com ele, — ele implora à Gray. Eu sorrio, não sou eu que deveria estar preocupado. 

— Você está com medo de END? — Leo tenta endireitar os ombros amarrados, mostrando que ele não está com medo, mas eu sei que ele está. 

— Não é de mim que você deve ter medo. — seus olhos param nos meus, em seguida, para Gray. — Agora me diga, onde está August? 

Ele balança a cabeça. — Eu não sei. 

— Eu não posso matá-lo? — pergunto à Gray, e Gray balança a cabeça. — Posso fazer outras coisas? — Gray olha para Leo depois de volta para mim e balança a cabeça. Dou um passo em direção a ele, e ele começa a falar imediatamente. 

— Ele está no complexo desde o dia em que você matou seus homens. 

— Por quê? 

— Ele está enterrando-os, e recrutando novos homens para acabar com você. — eu assinto com a cabeça, em seguida, me viro e sento no banco neste buraco do inferno. O lugar onde foderam com Gray. O mesmo lugar onde a encontrei novamente. 

— Só mais uma coisa. — seus olhos se estreitam. — Me diga por que os assassinatos não foram conectados à Silver. — eu sei a resposta, eu só quero ouvir dele. 

— Ele me pagou para encobri-lo. Cobri seus trabalhos sujos, seu pedaço de merda.  

— Esses trabalhos eram para ligá-lo a cada assassinato. 

Ele ri de mim. 

— Eu sei. 

— Você ama seu pai tanto assim? Tanto que você queria protegê-lo? — seu olhar é de raiva. 

— Não, eu só queria você morto. 

— Eu, morto? 

— Ele não me queria, ele tinha você e Gray. Por que a necessidade de outro filho? Você era o seu menino de ouro, Gray era o segundo. Não havia espaço para mim, então quando ele disse para esconder a evidência de assassinatos, eu fiz. Eu sabia que eu poderia achar meu caminho de volta. Então... — ele balança a cabeça, — ...você teve que levá-la. Você teve que amá-la. Não foi só a minha família que você queria, você queria ela também. Então eu o alimentei com informações, a lealdade dele só vai até certo ponto.  

— Sabe o que você começou? — Gray pergunta, eu não falo mais. Leo não percebe que tudo o que ele disse apenas lhe deu um aviso de morte. Não era só eu e Lucy que se machucou em tudo isso. Gray também. E por nos ferir, ele se feriu mais ainda. Ele podia se curar, ele sabe disso. Ele tinha que viver sem mim por cinco anos, para alguns isso pode não parecer muito. Mas para pessoas como nós, é uma vida. Ele e eu, é tudo o que conhecíamos. Nós não confiamos em ninguém, ele especialmente. Para ele, era só eu. Ele tinha seus irmãos, mas eles não eram meus. Eu sei isso. Ele queria matar, deixá-los todos no passado, ele nunca fez isso por minha causa. 

Leo está jogando a Gray um olhar confuso. — É por causa de você que eu fui torturado pelos meus homens. É por causa de você que END foi baleado. É por causa de você que a pequena Nashi cresceu sem pai. E Lucy... ela não é a mesma, você sabe disso. Ela tenta agir duramente. Mas eu ouço seus gritos durante a noite e os pesadelos que a atormentam. Isso é tudo por causa de você. — sua cabeça balança de um lado para o outro tão rápido que está me dando dor de cabeça só de olhar para ele. 

— Ele não me queria, ele nem mesmo te contou sobre mim. — ele tenta falar em um tom mais suave, Gray realmente não tem um lado suave. Ele só tem isso para mim, Lucy, e as crianças. Ninguém mais toca esse lado dele. Ele pode te enganar com sua boca espertinha, ou seus sorrisos, mas isso é exatamente o que é, ele está enganando você. 

— Eu posso te deixar viver. — Leo lhe dá um olhar de esperança. — Se ela disser que você pode viver. 

Gray pega seu telefone, eu ouço sua voz apressada quando ela atende, perguntando o que está acontecendo. Ele espera pacientemente que ela termine. Então diz a ela para vir aqui, sozinha. Eu a ouço perguntar por que ela tem que vir a este lugar, esse lugar detém muitas memórias ruins para ela. 

— END está aqui, — diz ele, se virando para mim, então eu a ouço concordar. Ele desliga o telefone e o coloca no bolso, em seguida, se vira para Leo e dá um soco na cara dele, seus dentes da frente voando. 

Ele começa a chorar, a tentar mover as mãos. Ele quer tocar seu rosto, mas ele não pode. 

— Ela não vai deixar você me machucar, — ele diz, sua voz é baixa e quebrada. É revoltante. Apenas alguns tapas, uma bala, e ele está quebrando. 

— Você acha que não? — diz Gray.

— Você quer saber o que eles fizeram com ela só porque você disse a eles sobre ela? Só para se livrar de END? — sua cabeça está baixa, mas ele levanta o olhar para Gray. Gray se inclina para perto. 

— Eles a cortaram, morderam os mamilos dela tão forte que você não seria capaz de reconhecê-los. — seus olhos se estreitam. — Ela quase morreu por sua causa. Ela quase perdeu o bebê por sua causa. Ela perdeu END por sua causa. Agora me diga, o que é mais importante... você ou END? — sua cabeça gira para mim, ele sabe a resposta. Eu sei a resposta. Ela sempre vai me escolher. O quebrado e desprezível eu. 

Como tive tanta sorte? 

Por que tenho que acabar com isso? 



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