Eu não sei para onde ir, ou o que fazer. Eu estou do lado fora do edifício, perdida sem saber qual vai ser meu próximo passo. Eu tenho uma mãe, e ela vive aqui perto, mas estou com muito medo de vê-la. Com medo do que ela vai pensar de mim. Eu não tenho falado com ela há anos, e última vez que fiz isso não foi bom, não foi nada bom.
Uma mão toca meu ombro, então eu pulo e me viro. Erza está me olhando de cima a baixo. Erza era minha melhor amiga, alguém que eu pensei que nunca iria perder, mas eu perdi. Eu perdi todos.
— Lucy — ela sussurra e eu não posso acreditar que ela me reconheceu. Eu não confirmo ou digo uma palavra. Ela pega a minha mão e me puxa para ela me abraçando. E isso tão inesperado, tão diferente dela. Eu fico lá com as minhas mãos ao redor dela, sem tocá-la enquanto ela me aperta forte.
Ela recua, ainda me tocando. Ela parece a mesma com o longo cabelo ruivo e olhos escuros. Ela é mais alta do que eu me lembro então para baixo e vejo os saltos altos em seus pés. Tão contrário da última vez que a vi. A menina que estava em um bar, rebolando, e seduzindo os homens. Capturo um brilho em sua mão, há um grande anel sobre ela. Ah ela está noiva.
Ela percebe meu olhar e levanta a mão. — Eu sei, nunca esperava isso de mim. — ela diz e ri mas não é seu riso de costume, é muito forçado.
— Podemos almoçar? — ela olha do outro lado da rua para um restaurante. Eu não tenho certeza se eu quero, mas minha barriga ronca alto, me lembrando de que eu preciso comer. Por que é tão difícil se lembrar de comer?
— Eu tomo isso como um sim. Vamos lá, eu pago. — ela começa a andar e eu a sigo. Insegura, mas o pensamento de comer leva a melhor, e eu suspiro.
Ela ocupa um lugar no pequeno café e faz o pedido. Ela me olha e ela pede um sanduíche tostado, as bebidas são colocadas a nossa frente, ela se inclina para frente e me olha. Isso me deixa desconfortável. O que será que ela está vendo? Alguém que é tão baixo e quebrado? Ou alguém disposto a lutar por aquilo que quer?
— Eu ainda não posso acreditar que é você. — seu sorriso aumenta, mas meu rosto permanece o mesmo. — Tem sido anos, você simplesmente desapareceu, — continua ela, e meu rosto murcha. Ela não pode estar falando sério, pode? Eu disse a ela sobre ele, sobre Sting, mas ninguém acreditou em mim.
— Você viu Sting?
— Sim. — eu o vi mas não falei com ele.
— Bom, ele ficou tão preocupado depois que você embora. — o sorriso dela cai como se ela realmente acreditasse nas besteiras que esta falando.
— Oh, eu tenho certeza que ele estava absurdamente perturbado. — minha voz é cheia de sarcasmo e ela percebe. Suas costas endireitam em sua cadeira.
— Ele nega tudo, você sabe... — ela faz uma pausa quando a comida vem, — ... Eu perguntei a ele, repetidamente. Eu sei, de fato, que você nunca teria apenas ido embora assim.
— Por que você faz soar como se ele fosse o príncipe a cavalo, então? Porque ele não é, ele está muito longe disso... — minhas palavras são cada vez mais cruéis, estou ficando mais irritada quando eu paro. Eu olho para a minha comida e começo a comer. Ela não tocou na dela. Ela só olha para mim em estado de choque.
— Você não me deu muita escolha, você foi embora. Ele era o único que sabia aonde você foi. Por que você iria sair e não contar a ninguém? — eu coloco meu garfo na tigela, doente por vê-la defendê-lo como eu costumava fazer, cansada de fazer as pessoas pensarem que eu estava errada e ele estava com a razão.
— Porque ele se livrou de mim, me fez fugir. Ele é mal.
— Como, Lucy?... Eu não entendo. — sua cabeça balança e eu quero me aproximar e agarrá-la e fazê-la me encarar, fazê-la ver. Levanto meu braço, mostrando o interior dele. Ela grita, com os olhos colados em todas as marcas. Com sua mão ela cobre a boca.
— Você é uma Viciada? — seus olhos arregalados, demonstram incredulidade.
— Sim — eu cuspo. Ela olha para mim agora, notando minhas bochechas afundadas, os meus ossos salientes.
— O que seu problema com as drogas têm a ver com Sting? — pergunta ela, as coisas estão finalmente fluindo.
— Ele me segurou, inseriu em mim por dias, então semanas, depois meses. Até o ponto em que eu faria qualquer coisa por drogas. — eu puxo meu braço, tocando as marcas e esperando que um dia elas saiam do meu corpo.
— Como... como? — ela gagueja.
— Eu tentei te dizer no dia que você me expulsou de sua casa.
— Você queria dinheiro, Lucy. Dinheiro para isso! — ela aponta para o meu braço agora escondido.
— Eu precisava de ajuda. Ajuda que você não queria me dar. — eu balanço a cabeça para ela. Ela está tão errada.
— Você estava drogada toda vez que eu via você? — ela grita. Eu opto por não responder a isso. Eu continuo a comer a minha comida em silêncio, e ela faz o mesmo. Nenhuma palavra é dita até terminarmos de comer.
— Onde você mora? — sua voz é suave agora. Encolho os ombros. Eu não tenho trabalhado nisso ainda, eu não fui muito tão longe. — Fique comigo. — me viro para ela incrédula. Ela não pode estar falando sério. A última vez que a vi, ela fechou a porta na minha cara e me disse para nunca mais voltar.
— Apenas uma noite — eu concordo, afinal preciso de um lugar para dormir. As ruas são frias à noite, e eu não quero tentar a minha sorte com Sting. Quem sabe o que ele vai fazer comigo.
— O quanto quiser, Lucy.
* * *
Sua casa esta mesmo modo, como esta de noite e eu estou olhando ela fazer o jantar enquanto ela fala sobre seu misterioso homem. Sua casa é uma casa básica, paredes brancas, sofás creme, sem imagens nas paredes.
— Quando seu noivo estará em casa? — nós estivemos conversando sobre a vida, bem, sua vida. Nada demais, só sobre o quanto ela trabalha em um escritório no mesmo edifício que Sting. Ela não falou muito sobre isso, ela parou quando ela mencionou o nome dele, olhando para mim, em seguida continuou.
— A qualquer momento, — ela sorri com o pensamento dele.
— O que ele faz? — tudo o que sei é que ela está apaixonada por este homem e que ele não é nada como seus relacionamentos anteriores.
— Ele é dono de seu próprio negócio, trabalha em horários estranhos, às vezes ele sai à noite. Mas ele disse que estava animado para te conhecer. Eu disse a ele tudo sobre você. — eu tremo. Conheço Erza a seis anos, e nunca pensei que isso pudesse ser tão ruim como da última vez. Eu pensei que quando visse que algo estava tão errado, que quando as minhas palavras fossem faladas ela teria acreditado na verdade. Ela não fez, ela bateu a porta na minha cara, não querendo me ver novamente. Ela era minha melhor amiga, a única pessoa restava na minha vida, e em seguida, a porta afastou essa parte da minha vida.
A porta bate, Erza grita e corre em direção a ela me deixando sentada no banco. Ouço beijos, sussurros, e então eles entram. Ele não é o que eu esperava. Eu pensei que ele seria alguém mais parecido com Sting, alguém que fosse falso, mas ele não é, posso dizer imediatamente. Ele me olha com olhos curiosos. Ele é alto, quase tão alto quanto E.N.D. Seus cabelos são azuis, ele tem uma tatuagem no rosto, ele é forte, e parece muito perigoso. Seus jeans são rasgados, sua camisa é apertada, mostrando seus músculos. Ele está usando botas pretas que me lembram E.N.D. Por que ele está na minha cabeça? Ele me amarrou a uma cama pelo amor de Deus. Mas ele também me salvou.
— Você é uma drogada, menina? — pergunta ele, dando um passo pra perto. Eu sinto que eu quero afundar na cadeira e me esconder.
— Jellal — diz Erza, envergonhada.
— Sim, — eu respondo, olhando diretamente para ele. Não há necessidade em negar, é evidente pela maneira como pareço.
— Você precisa ir embora — diz ele, dando um passo para trás, e estendendo a mão para a porta.
Eu me levanto e Erza grita: — Não! Ela não vai a lugar nenhum. — ela olha de volta para mim. — Sente-se de novo. Por favor — ela acrescenta, em seguida, puxa Jellal para longe.
Eles desaparecem, palavras são ditas, altas e corridas. Me sento lá, sem saber o que fazer. Talvez eu deva ir, pode ser mais fácil do que lidar com isso. Então ele caminha de volta, sem Erza, me deixando nervosa. Ele enfia as mãos no bolso, levanta a cabeça até que nós estamos cara a cara.
— Eu não conheço você, mas Erza parece pensar que você é uma boa pessoa. Embora as cicatrizes em seus braços sejam a prova de que você não é correta. — minha mão serpenteia para cima e tenta cobri-las. Ele me observa e segue os meus movimentos com os olhos.
— Ela me disse vagamente... — ele faz uma pausa, procurando o meu rosto como se quisesse confirmar alguma coisa —...sobre Sting. — meu corpo estremece. Eu ainda posso sentir os seus olhos sobre mim. Me olhando atentamente, tentando formar uma opinião sobre mim.
— Você vai ficar Lucy, não importa o que ele diga. — diz Erza, passando por seu homem e apontando o dedo para ele.
— Eu não quero causar problemas — murmuro. Eu não quero, não importa as nossas diferenças.
— Sem problemas, — diz ela, voltando para cozinhar. Jellal toma o assento ao meu lado. Não muito próximo, mas apenas para que eu saiba que ele está lá.
— Onde você estava? — ele me pergunta, observando Erza. Acho que ele está falando com ela até que ele se vira para mim. — Ela disse que não viu você por algum tempo.
— Em Magnólia. — Erza suspira. Jellal olha para ela e, em seguida, se volta para mim.
— Por quê? — ela pergunta, deixando o fogão e caminhando para mim. Ela se inclina, e em seguida, se senta no banco e olha para mim, esperando eu responder.
— Eu não me lembro muito, foi um tempo muito ruim. Mas havia um homem, ele me ajudou.
Erza sorri. — Que homem?
— Eu não sei, mas ele parece familiar — murmuro, pensando em seus olhos. A maneira como ele me olhava parecia tão...
— Qual é o nome dele, mulher? — diz ela, animada.
— E.N.D — eu respondo.
Jellal xinga ao meu lado, nos fazendo virar para encará-lo.
— Ele não é o tipo que ajuda, querida — diz ele, balançando a cabeça.
— Não, mas ele ajudou. — eu olho para ele. — Você sabe quem ele é?
Ele balança a cabeça. — Sim, e se você está tentando melhorar, ele não é alguém que você quer em sua vida. Escuridão rodeia o E.N.D.
Natsu Pov’s
Minerva está aqui, ela está sempre aqui. Eu não consigo me livrar dela. Não importa como as minhas palavras sejam duras, não importa o número de vezes que eu a rejeite, e a mande embora, ela simplesmente não vai. Ela está no meu sofá, nua, com apenas os saltos em seus pés. Ela se senta, seus saltos em cima da borda. Querendo algo de mim, algo que eu não posso dar a ela. Eu não gozei da última vez, eu não podia.
Eu viro as costas para ela. Eu ouço o seu desdém. Escolho não reconhecê-lo.
— Coloque suas roupas. — eu pego meu telefone, sem sequer virar para encará-la. Eu tenho várias mensagens, a maioria de números que eu não conheço, provavelmente solicitando trabalho.
— E.N.D — ela geme, e eu me viro para olhar para ela. Ela nem se incomodou em dar atenção ao que eu pedi. Ela agora está se tocando, e meu pau salta. Mas nada mais vem disso. Me viro para sair, parando na frente dela e agarrando o cobertor para jogar sobre ela. Ela para, e quando eu começo a sair um sapato é jogado em minha cabeça, quase acertando.
— Eu vou sair e nunca mais voltar! — ela grita atrás de mim. Eu paro. Ela está agora em pé na minha porta, me olhando. Eu me viro lentamente e a olho.
— Por favor, faça isso — eu digo, e torno a andar. O sapato me bate na cabeça desta vez. Mas eu não paro, eu continuo caminhando até por que seu parar vou mata-la, chego a minha caminhonete e dou partida me afastando.
* * *
Vou me encontrar com Gray na cidade esta noite. E quando eu paro, vejo a sua Harley estacionada na rua. Ela brilha, brilhantemente polida. Eu saio e o vejo automaticamente através das portas. Ele está sentado com outros dois homens, sua postura reta, não relaxado. Ele não esta confortável, isso eu posso dizer antes mesmo de entrar em cena.
A anfitriã pede minha jaqueta. Eu nego e continuo caminhando para Gray. Seu corpo parece relaxar ao me ver. Me sento ao lado dele, em frente a dois homens de terno. Um nem sequer olha para cima para reconhecer a minha presença. Os outros me olham atentamente. Eu olho para trás, e ele começa a sorrir. Eu não.
— E.N.D, estes homens exigem o seu serviço. — eu olho para ele, então de volta para os homens. Ambos estão agora olhando para mim. Esperando que eu responda.
— Gray — Eu advirto. Ele sabe a minha resposta. Eu não lido com pessoas que se reúnem comigo. É assim que o problema é causado, acusações acontecem. Culpa, e etc.
— É um favor para o clube, — ele murmura. Eu balanço minha cabeça em negação. Eu não vou fazer isso, isso não vai acontecer. Ele pode ser um dos meus companheiros mais próximos, mas eu estou cansado de limpar para o clube, muitas vezes essa merda acontece.
— Isso não vai acontecer! — eu me levanto e o homem de terno azul se levanta comigo. Ele me olha diretamente nos olhos.
— Eu preciso disso feito. Limpeza. Rápido. Você pode fazer isso! Tenho ouvido falar de você. Basta fazer e eu vou pagar o dobro. — minha cabeça sacode de novo, e seu rosto se transforma em raiva. Mas isso não me incomoda. Estes homens, estes tipos de homens, eles são preguiçosos. Eles acham que matar um amante desprezado ou um rival vai resolver todos os seus problemas. Não vai, e eu não vou lidar com isso, mesmo que o dinheiro seja bom.
Eu não fico lá por mais tempo e não ouço mais nada. Eu saio e vou direto para a minha caminhonete. Sinto um aperto no meu ombro, me fazendo girar. Eu já sei que é ele. Se eu não conhecesse a pessoa que me tocou dessa maneira eles estariam no chão.
— Mãos. — eu grito e Gray recua para os degraus. Vendo como isso me faz sentir, ele mostra as mãos em sinal de rendição.
— Bebida, precisamos de uma bebida, — diz ele, acenando com a cabeça para o bar do outro lado da rua. Eu quero ir para casa. Espero que vá estar tudo quieto. Isso significa sem Minerva . Embora eu não apostasse na minha sorte.
— Minerva ainda se prostitui por aí? — Gray pergunta enquanto nós deslizamos para os bancos em frente ao bar. Ele acena para o barman para duas cervejas e eu balanço a minha cabeça.
— Ela é uma cadela nível dez, e eu nem sequer a deixei me tocar.
Ele começa a rir. — Você não deixa ninguém tocar em você. Mas, falando sério, você quer que eu vá pra lá e a pegue? — ele se inclina perto, esperando pela minha resposta.
— Se ela estiver lá quando eu voltar, eu vou te chamar. — ele assenti, enquanto as cervejas são colocadas na nossa frente.
— Eu comi uma puta na noite passada. Ela era como uma fodida ginasta, cara. Já esteve com uma ginasta? — pergunta ele animadamente. Eu nego, já que ele está muito animado. — Então, de qualquer maneira, tem o estilo de cadela rica, ela até empina para trás quando eu levanto o dela rabo no ar. Quer saber o que ela faz? — ele se inclina para perto, um sorriso toca meus lábios. — Ela se desdobra em pleno ar, o meu pau enterrado profundamente dentro dela, fodida santa mãe de merda... — sua cabeça torna inclinar para trás.
— Ginasta? — eu pergunto, tentando conter meu sorriso. Este filho da puta é muito animado.
— Sim, eu transei com ela três vezes, três vezes sem a ajuda de qualquer droga. A maneira como ela se dobra... — ele assobia em voz alta — ...me deixo querendo mais.
— Você é um garanhão, três vezes meu amigo, isso é um novo recorde. — eu toco suas costas e ele dá de ombros.
— O quê? Você fez isso mais de três vezes? — ele questiona.
— Mais — murmuro, pegando a minha cerveja e colocando em meus lábios.
— Quantos mais? — ele questiona, esperando pela minha resposta.
— Muitos mais. — eu sorrio.
— Porra, E.N.D — diz ele, acenando para o barman. Meu telefone toca e eu olho para a mensagem.
Número Desconhecido: Eu sei que não deveria entrar em contato com você. Mas muito obrigada. Lucy.
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