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História Black - Capitulo Único - Sobre Nós


Escrita por: Taevy_

Notas do Autor


Oi, eu aqui de novo.
Eu sempre quis escrever uma OneShot TaeKook, realmente to curtindo muito escrever, fico feliz fazendo isso.
Espero de verdade que vcs gostem da historia, escrevi com muito amor!!!!!!!

Obrigada Milly por corrigir (ainda pode ter alguns erros, desculpem por isso)
A capa linda e maravilhosa foi minha linda Nate (marida) que fez pra mim!! Obrigada <33

Bom é isso
Boa leitura e ate as notas finais <33

Capítulo 1 - Capitulo Único - Sobre Nós


Fanfic / Fanfiction Black - Capitulo Único - Sobre Nós

 

 

Abro meus olhos piscando várias vezes até que minha visão fique nítida. Fico um tempo contemplando o teto e de repente um gosto amargo me vem à boca. Minha cama já não é mais tão macia quanto costumava ser. Sentia a falta do calor do corpo dele, do peito que por muitas vezes eu repousava minha cabeça pela manhã. Eu fazia um pouco de manha e ele sabia que eu não pararia de resmungar até que fizesse um gostoso cafuné em minha cabeça.

 Arrasto meu tronco até a beirada do colchão e faço um leve esforço com o corpo para me levantar. Fico um tempo sentado tentando despertar totalmente.

Estendo um pouco o braço e pego meu celular que está em cima do criado mudo ao lado da cama na esperança de ter alguma mensagem dele, porém sou tomando por uma grande decepção ao checar e ver a caixa de entrada vazia.

Suspiro pesadamente e tomo um pouco de ar, buscando forças para que eu possa levantar da cama e fazer algo de útil. Passei quase duas semanas sem ir ao meu estúdio. Tinha alguns quadros para terminar de pintar e algumas peças para finalizar.

Vou até o banheiro e vejo a toalha que Jeongguk costumava usar. Ela era banquinha e macia tinha as nossas inicias bordadas na barra.

— Hyung olha mandei fazer para nós. — Jeon dizia segurando uma sacola de papel.

— O que é isso Gukkie? — Tentei pegar a sacola de suas mãos, porém o rapaz a tirou de meu alcance.

— Deixa que eu mostro a você — sorriu e retirou os tecidos brancos de um saquinho transparente. — São toalhas de casal! Tem as nossas iniciais nela. — Ele parecia realmente empolgado com um simples pedaço de pano felpudo.

Mas não podia negar, achei sua atitude um tanto fofa. Respondi com o meu melhor sorriso. Jeongguk sempre foi romântico e até demais eu diria. Sempre se apegava aos detalhes como: andar abraçado comigo, mesmo que em público. Ele nunca se importou com os olhares e não que eu me importasse também, mas não era fácil ver as pessoas nos julgando com os olhos.

 

 

Tomo um banho relaxante e tento evitar qualquer tipo de pensamento que me leve ao Jeon. Coloco uma roupa mais simples. Uma camisa com mangas comprida de cor azul e uma calça jeans. Ponho minhas sandálias, arrumo meu cabelo de qualquer forma que seja prática, apenas ajeitando minha franja para cobrir totalmente minha testa, coloco meus óculos e sigo para a cozinha.

Ainda me sinto estranho andando pela casa. Tudo agora é tomado por um silêncio enlouquecedor. O ar que eu respiro ali não é mais o mesmo, tudo mudou de rumo e eu estou perdido bem no meio do caminho.

Preparo um café bem forte e um pouco amargo, pois foi assim que Jeongguk acabou me acostumando a tomar. Ele dizia que café muito doce perdia o sabor. Acabei mudando meu paladar por conta de sua insistência. E no fundo ele tinha razão.

Eu também o fiz se adaptar a algumas manias e costumes meus. Tentei até ensinar a ele sobre pintura e como modelar em argila. Ele nunca levara muito jeito para isso, ele até fazia, só que por diversão.

Jeongguk também dividia seu trabalho comigo. Ele era sócio de uma renomada academia de dança e as vezes quando estávamos à toa em casa eu me atrevia a dançar com ele, mesmo eu sabendo que nunca tive jeito nenhum para isso. Eu era mais desajeitado do que uma girafa recém-nascida andando.

 

Mas o mais importante que eu aprendi com ele foi o quanto eu posso ser capaz de amar alguém. Jeon sempre deu tudo de si para mim. Era gratificante ver que todo amor que eu oferecia, todos os gestos e palavras eram retribuídos da forma mais doce e intensa. As vezes mesmo cheio de trabalho ele me enviava mensagens no decorrer do dia para saber como eu estava, ou apenas para dizer que me amava.

Porém as coisas acabaram saindo um pouco fora de controle. Nós mudamos um com o outro, de repente éramos quase dois estranhos sobre o mesmo teto. Nossos momentos de carícias foram cessando minimamente e deram lugar a brigas sem grandes motivos e noites frias e vazias. A alegria de estarmos juntos e a forma amorosa como nos entreolhávamos deu lugar a uma expressão descontente e tediosa.

A rotina tomou conta do nosso relacionamento e devorou tudo que construímos juntos em dois anos. Nem nossas noites de amor que eram acaloradas, intensas e cheias de luxúria não resistiram ao golpe duro que a mesmice nos deu.

 

 

Pego minhas chaves em cima do balcão da cozinha e vou em direção da porta. Lembro-me do dia em que Jeongguk saiu batendo a mesma sem nem sequer olhar para trás.

Tivemos uma discussão acalorada nesse dia, ambos estavam altamente estressados, eu estava com umas entregas de quadros em atraso e Jeon estava preparando o grupo de dança da academia para uma competição muito importante; o prêmio era uma grande quantia em dinheiro que lhe ajudaria com as despesas do seu negócio.

— Tae, eu cansei, sinceramente eu não aguento mais, suas manias me irritam. Por que tudo tem que ser do seu jeito? Até para assistir TV tem que ser do seu jeito! — Jeon falou comigo de uma forma que não conseguia reconhecê-lo, ele nunca alterava sua voz, mesmo que estivesse realmente nervoso. Mas eu também errei retrucando a altura.

— Tudo do jeito que eu quero? Você só pode estar brincando comigo! Porra, Jeon, você quer discutir comigo por causa da merda da televisão? — Eu não consegui acreditar que nosso relacionamento tinha chegado neste ponto. Foi ali que eu percebi que não tínhamos mais salvação.

— Não é só por causa da merda da televisão, Tae, é por tudo. Olha nossa vida. O que aconteceu com a gente? Parece que somos estranhos! Quanto tempo faz que não rimos de verdade? Tudo entre nós agora é forçado, até pra dizer um “eu te amo” não soa mais natural. — Jeongguk proferia essas palavras com todo ar que tinha em seus pulmões.

Mas eu sabia que bem lá no fundo ele tinha razão, tudo acabou ficando um pouco mecânico e sem graça.

Ele saiu da sala com passos duros em direção ao quarto e uma expressão furiosa em seu rosto. Eu não fazia ideia de como aquele rosto que sempre fora terno poderia me transparecer tanta ira.

 Um tempo depois ele passou pela sala sem nem me olhar e foi direto para a cozinha com uma mochila nas costas. Eu não queria acreditar que estava vendo aquela cena! Me levantei do sofá, minhas pernas até vacilaram um pouco e meu coração batia apertado e acelerado.

— O que é isso? Você vai mesmo embora? — Fui seguindo seus passos até a cozinha. Fiz uma pergunta retorica, mas foi a única coisa que me veio à mente naquele momento.

 Era isso, o fim, tudo que conseguimos sendo jogado fora por conta de uma merda de rotina que não conseguimos lidar, por imaturidade talvez, mas agora não tinha mais como voltar atrás.

— É, Taehyung, isso mesmo, preciso esfriar a cabeça e você também deveria fazer isso. Nós não conseguimos ter dois minutos de conversa sem que acabe em uma briga. Preciso pensar se é isso mesmo que eu quero para mim.  — Ele dizia tudo tão friamente. Eu olhava em seus olhos e procurava o Jeongguk que eu havia me apaixonado, mas eu tinha certeza que com ele acontecia o mesmo. Eu sentia que ambos haviam se afastado de uma forma brusca. — Depois eu volto para pegar o restante das minhas coisas. — Disse seguindo até a porta e a bateu com tanta força que o vaso de cristal que ficava pendurado na parede ao lado da porta caiu e se partiu em mil pedaços, assim como meu coração.

 Recolhendo os pedaços do vaso que ficaram no chão eu quase não podia enxergar nada, meus olhos estavam inundados de lágrimas e por um descuido breve acabei cortando um de meus dedos. Foi o pretexto que faltava para que minhas lágrimas caíssem de vez. Minha mão amargava a dor do corte e meu peito amargava a dor e a tristeza.

Aquela mesma sensação de dor voltou como um golpe de espada em meu peito. Não fazia um mês que tínhamos nos separado, mas era como se já tivesse passado anos. Eu ainda o amava muito, sei disso, sempre soube. Apesar do tempo que passou, eu sinto que meu sentimento não havia morrido.

Pensar em Jeon fazia meu coração bater forte e acelerado. Porém prometi a mim mesmo que não iria procurá-lo, ele quem decidiu sair, então quando ele estiver pronto eu sei que vai me procurar. Pode ser orgulho, porém ele deixou claro que precisava pensar, mas por quanto tempo? Eu me pergunto isso todos os dias.

Saio de casa para ir ao estúdio. Vou a pé mesmo; eu tinha conseguido alugar um espaço próximo de casa.

Saio na calçada de casa e me deparo com crianças brincando ali próximo do portão; estavam tão despreocupadas e sorridentes. Eu sempre amei crianças, acho que elas são ricas de uma pureza e inocência que nenhum ser humano entendera. Elas nos passam uma sensação de bem estar e de que tudo sempre acabará bem. Quisera eu agora poder disfrutar de toda essa alegria que as sinto emanar, mas eu não consigo me sentir animado nem as vendo sorrir.

Nós até planejávamos em adotar uma criança, decidimos em adotar um casal, pois eu sempre quis uma menina e Jeon um menino. Mas com o tempo até esse assunto que já estava certo era motivo para brigas.

 

 

Tudo está negro em minhas vistas, eu não enxergo mais nada como antes. Parece que toda a cor que existia fora tomada por uma grande e intensa cor escura, na qual não era capaz de colorir sozinho. Faço o meu caminho perdido em meio meus pensamentos. As lembranças tomavam conta de mim mesmo que eu as evitasse.

Chego ao meu estúdio; ele não é muito grande e nem organizado. Tinha dois andares onde eu usava o andar de cima como um depósito de bagunça. Coloquei alguns vasos de plantas no chão e nas paredes para dar um ar mais alegre. Haviam muitas prateleiras onde eu guardava meu material de trabalho, um armário onde eu colocava minhas telas em branco e também um pequeno forno onde eu usava para finalizar minhas esculturas de argila.

Comecei a organizar meus materiais para que eu pudesse terminar um quadro que estava atrasado há alguns dias.

Fui até uma das prateleiras pegar algumas tintas e passei pela mesa onde eu costumava fazer meus primeiros rascunhos. Vi um dos meus quadros sobre a mesa, com a parte da frente virada para baixo. Na verdade, já tinha visto ele ali, mas não me importei de olhar, faziam quase duas semanas que eu não ia até o estúdio. Quando o peguei e virei-o para mim uma sensação gélida passou pelo meu corpo.

— Tae, olha só, eu consegui! — Jeon disse animado, mostrando-me uns rabiscos que eu não conseguia identificar muito bem.

 — Nossa, amor que lindo — eu disse sorrindo — mas o que é?

Ele me olhou desanimado. — Somos nós dois TaeTae, fiz uma pintura completamente abstrata. —   justificou com um tom de voz um pouco baixo.

— Ah, amor, desculpe, mas é que não sabia que bonecos palitos eram abstrato — Eu ri enquanto me explicava.

Jeon fez um bico que evidenciava que estava chateado com o que eu disse. Voltou a olhar a tela e eu fiquei me sentindo terrível por ter lhe dito aquilo. Me aproximei de Jeongguk que estava olhando o desenho que acabara de fazer, envolvi sua cintura em um abraço e depositei meu queixo na curvatura de seu pescoço.

— Não fique chateado comigo — eu disse no tom mais carinhoso que consegui.

— Tae, eu não acredito que você achou mesmo que eu estava falando sério! — Jeongguk disse entre risos.

— Ok, você venceu e me enganou novamente. — Eu disse tentando parecer bravo com a sua atitude. Ele adorava me pregar peças assim apenas por pura diversão. As vezes ele parecia uma criança e não posso negar que adorava esse jeito brincalhão, era totalmente contagiante e eu me sentia como se tivesse cinco anos de idade novamente. Então entro em sua brincadeira.

— Já que é assim, não quero te chatear, mas você não tem talento para desenhar. — Jeongguk me fuzilava com o olhar e eu caio na gargalhada.

— Não precisa falar assim também né, TaeTae, poxa! Eu sei que não tenho muito talento para isso. Na verdade, eu tenho para pintura o mesmo talento que você tem para a dança. — Retrucou afastando-se de mim.

 — Mas olha que criança audaciosa! Isso não vai ficar assim, agora terei minha vingança, 1,2,3... — Comecei a contar e Jeon sai correndo pelo salão em uma tentativa falha em fugir de mim, ele sabia que eu lhe daria meu golpe fatal. Uma sessão quase que interminável de cocegas e que só iria para quando estivéssemos exaustos. Não cheguei ao número dez e sai correndo atrás de Jeon, ele parecia uma criança fugindo de sua punição por ter feito alguma travessura.

Começamos a correr em volta da pequena mesa que fica bem no meio do salão — Gukkie, é melhor você se render, ou terá o castigo dobrado. — Disse entre risos.

— Não, hyung, eu sei muito bem onde isso vai acabar! Da última vez eu acabei te machucando sem querer. — Tentou argumentar.

Aproveito um pequeno momento de distração do mais novo e corro no sentindo contrário que ele e o surpreendo.

 — Boo! Agora você não tem pra onde correr — disse segurando-o pelos braços. Estávamos completamente ofegantes. Aproveitei-me de seu cansaço para começar a puni-lo. Ele tentava de as maneiras desviar de meus ataques.

— Hyung, por favor, eu não aguento mais — disse em um tom de suplica.

Eu sabia que Jeongguk poderia ter dominado a situação em qualquer momento, pois ele era muito mais forte que eu. A dança o ajudava a manter seus músculos vigorosos. Mas no fundo eu sempre soube que ele adorava minhas punições. Fiz cocegas nele até cairmos sentados no chão de tão cansados.

 

 

Quando voltei a mim percebi que eu já estava a um bom tempo olhando aqueles bonequinhos palitos desenhados no pequeno quadro. Soltei um pequeno riso soprado, tinha uma pequena assinatura no canto inferior esquerdo, “JJK” estava rabiscado ali, passei a mão sobre o desenho e o devolvi a mesa.

 Precisava terminar aquele quadro logo apesar da minha inspiração estar a quilômetros de distância de mim, o valor que consegui vender o quadro já aliviaria minha situação financeira durante um bom tempo. Preparei todo eu material, peguei minhas tintas e pinceis na prateleira. O quadro já estava quase terminado, respirei fundo, coloquei uma música calma, deixei em um volume agradável. Fiquei olhando-o tentando por minha cabeça para funcionar, coloque meu avental, tomei o pincel em minhas mãos e dei a primeira pincelada na minha paleta de tinta. Foi como se por um longo tempo eu me desligasse do mundo e estivesse apenas eu ali, dando vida a minha arte, a música entrava por meus ouvidos e parecia que a mesma guiava minha mão. Há tempos eu não sentia o quão bom era a sensação de criar alguma coisa.

Finalmente consegui terminar o quadro, lavei minhas mãos e como de costume tirei algumas fotos de mais uma obra finalizada para que eu adicionasse ao meu catálogo.

 

 

Muitas vezes eu perdia a noção do tempo trabalhando e Jeon acabava indo me buscar. Ele sempre dizia que a nossa casa ficava muito grande quando eu não estava lá. E agora eu sinto a mesma sensação de vazio que ele sempre reclamava. 

Limpo toda a bagunça e lavo os pincéis que usei. Penduro o avental no cabideiro que fica próximo ao armário. Pego meu celular e verifico as mensagens novamente e o fio de esperança que eu tinha se esvaio sem deixar rastro, nenhuma mensagem dele.

 Vou até os contatos procuro o número do meu cliente para avisá-lo que seu quadro já estava pronto. Ele havia encomendado há algum tempo e já estava ficando sem paciência devido a espera ser maior do que havíamos combinado.

Dou uma última olhada no local e bato a mão no bolso de minha calça jeans procurando minha chave. Sigo até a porta respiro fundo e saio. Não queria enfrentar mais uma noite naquela casa grande e silenciosa sem Jeongguk.

Resolvo fazer um caminho que raramente fazia, um caminho mais longo, queria demorar o máximo possível para chegar em casa.  Vou caminhando a passos calmos aproveito para respirar e admirar o céu que estava tão bonito aquela noite.

Mas minhas pernas me levaram a um lugar que foi a última cartada para que eu sentisse a maior facada no meu peito. Existia um pequeno parque naquela rua e foi exatamente lá que tudo entre nós ficou definitivamente mais sério.

Depois que conheci Jeon, costumávamos nos encontrar naquele lugar. Ali era calmo e sossegado, podíamos trocar caricias sem que ninguém nos visse.

 

 

Estávamos deitados no gramado olhando as estrelas. O céu estava tão lindo que a única coisa que fazíamos durante essa noite era admirá-lo sem pressa. Porém, nada brilhava mais e era tão bonito quanto o sorriso de Jeongguk, quando ele sorria era como se eu pudesse tocar o céu.

— Gukkie — deixei minha fala morrer um pouco.

— Hum...

— Me promete uma coisa? — Perguntei levando meu corpo para mais perto do mais novo.

— O que, Hyung? — Jeon deixou de contemplar o céu e virou-se para mim. Seu olhar era tão intenso que por muitas vezes me perdia em meio aquele par de olhos negros.

— Você vai ser a estrela que sempre brilhará no meu céu? — Ele me olhou um pouco surpreso, mas logo em seguida brotou em seus lábios o sorriso mais terno que eu já havia visto.

— Claro que sim, TaeTae, eu amo você e eu não deixaria você por nada nesse mundo — ele acariciava meu rosto enquanto me dizia tais palavras. Ficamos por um breve momento em silêncio e Jeon aproximou o seu rosto um pouco mais do meu e me deu um breve selar.

— Nossa, TaeTae, isso soou um pouco brega. — Ele ria e eu fiquei em silêncio por algum tempo.

— Gukkie, será que você pode me deixar ser um pouco romântico? — Eu tentei falar seriamente, mas acabei caindo na gargalhada.

— Mas é esse seu jeito brega que eu acho fofo! — Jeon encostou minha cabeça em seu peito e ficou brincando com meus cabelos.

Ficamos ali durante algumas horas apenas curtindo a presença um do outro.

Minha cabeça estava uma bagunça e a cada passo que eu me aproximava de casa eu me sentia estranho. Mas eu tinha que reaprender a conviver comigo mesmo e com o vazio dentro de mim. Me peguei pensando, se meu amado seria uma estrela no céu de outro alguém e porque ele não podia brilhar só no meu céu, assim como ele me prometeu.

 

 

Chego em casa e faço que mesmo ritual de sempre: entro, fecho a porta, encosto nela e tiro meus sapatos. Coloco-os no canto da parede, calço meus chinelos que deixo próximos da porta, sempre deixo dois pares ali, as vezes Jimin ou Hoseok vem me visitar para saber como estou, então sempre deixo um par reserva.

Fui em direção ao meu quarto e tive a impressão da luz estar acesa e parei no meio do caminho. Voltei até a cozinha tentando caminhar o mais leve possível e não fazer barulho, abri cuidadosamente a porta do armário onde eu guardava as panelas, peguei a primeira coisa que eu vi e voltei para o quarto.

Cheguei na porta respirei fundo e entrei de uma vez só. — O que você faz... — Minha fala morreu em questão de segundo. Eu vi Jeongguk sentado na beirada do colchão olhando para mim com uma expressão assustada, talvez seja porque entrei gritando como louco.

— Que isso, Tae? Tá’ maluco? — Falou sem hesitar.

— Eu maluco? Você entra sorrateiro na minha casa e eu que sou maluco? Achei que fosse um ladrão — estava um pouco exaltado por conta do susto, mas confesso que fiquei aliviado em saber que não tinha nenhum ladrão em minha casa.

— Sei, aí você teve a brilhante ideia de pegar uma frigideira para atacá-lo? — Debochou.

Olhei para minhas mãos e foi aí que me dei conta do que tinha pego. não consegui segurar o riso. Me sentei no chão pois ainda estava um pouco tremulo do susto, começamos a rir como há tempo não fazíamos.

— É você tem razão esse meio não foi muito inteligente. — Disse entre risos. Mas o meu riso logo se apaga quando me dou conta que a situação não é lá muito alegre. Se Jeon estava lá era porque já tinha se decidido o que iria fazer.

Paro de rir e me levanto em seguida, Jeongguk permanece sentado. Me aproximo dele e sento ao seu lado. Ficamos um breve tempo nos encarando, ele tinha um olhar diferente, mas nada que parece ou me passasse algo ruim. Respirei fundo e antes que eu começasse a falar ele deu início a conversa.

— Tae, você sabe que precisamos conversar. — Eu apenas faço um sinal com a cabeça e volto a encara-lo.

— Sabe, esse tempo ficamos separados me abriu os olhos para muitas coisas. Eu sei bem que não agia certo com você e por mais que seja difícil pra mim, eu admito que falhei com nós dois. Também sei que não fiz nada errado sozinho! Então em primeiro lugar eu queria me desculpar pelo modo que falei com você antes de sair de casa. Você não faz ideia de como eu me senti horrível depois que passei por aquela porta. Eu ainda fiquei parado ali durante um tempo e ouvir você chorando foi a pior coisa que já me aconteceu na vida. — Jeon pegou em minha mão e naquele momento eu só sentia as lágrimas rolando sem para em meu rosto.

Era como se um peso enorme tivesse saído do meu coração, consegui respirar mais aliviado apesar de tudo.

— Olha, Jeongguk — respirei fundo tentando me acalmar, minha voz ainda estava um pouco embargada, mas mesmo assim continuei. — Eu sei que também errei e muito, não devia ter deixado nosso relacionamento chegar àquele ponto. Nós acabamos dominados pela pressão de nossos trabalhos e o estresse. Admito que descuidei de nós, nossa vida se tornou algo tão mecânico que não existe amor que resista. Me desculpe por ser um chato cheio de manias e estar sempre cansado demais para fazermos algo diferente. Eu queria voltar atrás e concertar tudo, fazer tudo diferente, tenho certeza que não estaríamos nessa situação agora. — Falei tudo de uma vez só e cada palavra que saia de minha boca eu tinha a sensação que meu peito ficava mais leve e sentia Jeon apertar minha mão e fazia uma leve caricia nela.

— Tae, olha bem pra mim e presta atenção no que eu vou te dizer. — Ele segurou em meu queixo levantando-o um pouco para que meu olhos exatamente na direção dos seus. Mais uma vez eu apenas maneei a cabeça e suspirei pesado.

— Esses dias que eu passei longe de você foram os piores dias da minha vida! Eu nunca imaginei que toda essa distância só faria aumentar o meu amor. Eu não tive ânimo para nada, a única coisa que ficou em minha cabeça foi o som do seu choro que soava tão magoado. A minha vontade era de voltar naquela mesma hora e te abraçar e dizer que estava tudo bem, mas não estava e eu não podia voltar atrás, não naquele momento, por isso eu segui, mesmo sentindo tanta dor em meu peito, que eu tinha a impressão que ele iria explodir. Eu realmente pensei muito esses dias todos e percebi que não posso seguir sem você. — Bastou apenas essa frase para que o tomasse em um abraço saudoso e apertado. Afundei meu rosto na curvatura de seu pescoço. Jeon correspondia o abraço e me fazia um leve carinho nas costas.

Nos afastamos um pouco ele beijou minha testa delicadamente e eu passei a destra em seus cabelos. Limpei meu rosto, imaginei que minha cara deveria estar toda inchada e vermelha.

— Jeongguk, eu quero muito dar uma chance para nós, cada dia que passei longe de você foi uma tortura. Eu senti muito sua falta, a saudade nunca me maltratou tanto como nessas últimas semanas. A única coisa que eu quero é você ao meu lado. Hoje eu posso te dizer com mais certeza do que já tinha antes, eu te amo, Jeongguk, e sempre vou amar, não importa quanto tempo passe, nem quantas crises venham, vamos enfrentar isso juntos, sempre. — Eu disse com todas as forças que me sobraram. Olhei em seus olhos e vi aquele brilho intenso e profundo que a muito eu não conseguia enxergar.

Beijei sua mão e acariciei seu rosto, ele fechou os olhos e segurou minha mão para que permanecesse em seu rosto, abriu os olhos lentamente, ficamos ali durante um tempo nos encarando.

Jeon aproximou sua destra do meu rosto puxando um pouco até que nossas testas encostassem fechei meus olhos apenas me deixei dominar por aquele perfume que exalava de sua pele e me invadia.

— TaeTae, abra os olhos. — O som da sua voz era quase inaudível. Assim o fiz. — Eu nunca vou deixar de brilhar no seu céu, eu te amo demais. — Terminou a frase em um beijo intenso, cheio de saudades e apaixonado.

Só nos separamos para buscar o ar que faltara em nossos pulmões Trocamos vários selares entre sorrisos, retomamos o beijo que começou a ficar ainda mais intenso e profundo, Jeon começou e deitar meu tronco lentamente na cama sem afastar nossas bocas por nenhum segundo.

Paramos por um breve tempo para que eu pudesse me ajeitar melhor na cama, Jeongguk deitou-se sobre mim me fez uma caricia leve no rosto e retomamos nosso beijo. Quando dei por mim minhas mãos já estavam passeando pela extensão das costas do mais novo. Fui levemente subindo sua camisa até que tivesse conseguido tirá-la por completo. Porém um barulho estrondoso fez com que parássemos na hora.

— Caramba, Tae, mas que droga!  — Jeon esbravejou. — Eu não acredito que você ainda não arrumou essa porcaria de cama. — Eu tentava, mas não conseguia responder, eu ria tanto que parecia que ia me faltar o ar. Respirei fundo tentando me acalmar.

— Gukkie desculpa, eu não fazia ideia que a cama ia desabar agora. — Voltei a rir como a tempo não ria.

O mais novo jogou seu corpo em cima do meu e gargalhava daquela situação constrangedora. — Não podemos nem ter uma reconciliação decente, TaeTae. — Ele dizia entre risos. Quando finalmente os risos cessaram Jeon olhou para mim com aquele mesmo olhar intenso pelo qual me perdia. — TaeTae, eu nunca mais quero ouvir ou ver você chorar de novo. Seu sorriso é o que me dá forçar para continuar seguindo por mais difícil que sejam as situações. — Me deu um selar um pouco mais demorado. De repente Jeon se levanta e me puxa com ele. — Vem Tae, vamos arrumar essa bagunça logo antes que eu me arrependa e vá embora novamente. — Disse sarcástico.

— Você que não se atreva a sair por aquela porta novamente! — O repreendi. Ele sorriu para mim, me abraçou e começou a dar vários selares em meu rosto.

— Eu não vou embora nunca mais, vai ter que me aguentar o resto da sua vida.

— Meu Deus que punição horrível — respondi levando minhas mãos até suas bochechas e apertando de suavemente. Ele me deu um leve tapa no ombro como reprovação ao que eu disse.

Arrumamos a cama no lugar e mesmo com medo que ela desabasse novamente nos deitamos. Aconcheguei-me ao seu peitoral, Jeon brincava com meu cabelo e eu acariciava seu abdômen. Um breve silencio pairou no ar como se ambos apenas quisessem registrar esse momento de carinho.

— Ah, Gukkie, sabe aquele quadro que você desenhou?  — Disse animado e quebrando o silêncio.

— Sei sim, o que tem aquele desastre? — desdenhou

— Não fale assim, depois de um tempo comecei a achá-lo bonitinho! — Ergui um pouco a cabeça para olhar seu rosto. — Então, eu estava pensando, vou trazê-lo para casa e pendurar bem ali na parede do quarto, o que você acha? — Perguntei torcendo para que ele aceitasse.

— Por mim tudo bem. Eu só não estou acreditando que queira realmente fazer isso! — Ele sorriu para mim e aquela sensação maravilhosa de tocar o céu me tomou novamente. — Pode apostar que estou sim, vou fazer uma moldura bem bonita. Agora dê um nome para que possamos batiza-lo. — O rapaz bateu o indicador em seu queixo algumas vezes demonstrando que estava pensando em um nome.

— Já sei! O que você acha de TaeGukkie? — abriu seu melhor sorriso para mim. — TaeGukkie? Parece um pouco brega, mas eu gostei! E depois você eu que sou brega — debochei. Ele apenas me fez uma careta.

— Ah, Tae, tenho outra coisa pra falar sente-se aqui por um momento! — Seu tom era animado batendo a palma da mão no colchão indicando para que eu sentasse ao seu lado. Sentei-me ansioso para saber o que era.

— Fui procurar um advogado para saber como funciona o processo de adoção.

Eu mal pude acreditar no que estava ouvindo, era como um sonho para mim, Jeon sempre soube o quanto eu queria criar um filho com ele.

— Bom, ele me disse que é um processo um pouco demorado, mas que com certeza dará super certo. — Eu já estava pesquisando sobre alguns lugares para irmos conhecer nossos futuros filhos. Eu fiquei tão lisonjeado com a notícia que me joguei em seus braços e o cobri de beijos. — Calma hyung, assim você vai me sufocar — ele disse procurando um pouco de ar e me afastando um pouco.

— Desculpa, é que estou tão feliz, você não tem ideia do bem que me faz ouvi-lo. — Meus olhos se encheram de lagrimas, mas daquela vez era de pura felicidade.

Jeongguk me puxou suavemente para si, depositou um beijo em minha testa e fez com que a mesma encontrasse com a sua.

— Eu tenho certeza que você será o melhor pai e mais babão do mundo todo! — Zombou de mim.

— Olha só quem fala, eu já cansei de ver como você age com a crianças da academia, olhando do bobo — eu disse fazendo uma careta.

 Voltei a me deitar em seu peito. Ficamos ali deitados de mão dadas não sei por quanto tempo. Jeon acarinhava meus cabelos e eu já estava quase pegando no sono quando ouvi sua voz — TaeTae, você é só o que eu preciso para ser feliz. 


Notas Finais


Eai, o que acharam? me contem quero muito saber !!!!!!
Eu tenho outra OS e uma "long" que estou tentando atualizar
pra quem quiser ler vou deixar o link aqui

https://spiritfanfics.com/historia/hyung-6497425

https://spiritfanfics.com/historia/wish-you-were-here-6415869

Quem quiser me achar no twitter
https://twitter.com/aquela_unnie


Era só tudo isso mesmo, eu espero que tenham gostado

Ate a proxima
Flw,Vlw
Bjs


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