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História Black Demigod - Pó de Bezoar, Hidromel e Capim Limão


Escrita por: HyeJi

Capítulo 91 - Pó de Bezoar, Hidromel e Capim Limão


 

 

Meu corpo inteiro doía. Era como se um trator tivesse passado por cima de mim e eu não esperava menos depois de uma briga exaustiva com Dorian, ele era habilidoso demais pra ser subestimado, ainda mais quando estava em sua forma divina. O dia anterior passou como um flash doloroso em minha cabeça, tão rápido que me deu ânsia de vomito. Minha boca tinha gosto de metal, morfina e poção de vitaminas, um combo definitivamente estranho, com sorte eu conseguiria tomar café da manhã sem por tudo para fora e só descobriria os efeitos colaterais no almoço.

- Quando ele vai acordar?! – Ouvi uma voz impaciente e familiar.

- Puta que pariu. – Eu murmurei abrindo um olho só.

- Acho que você o acordou! Gemma aqui ainda são cinco horas da manhã! – A voz de Jackson soou inquieta. – E ai amigão, como está?

- Fudido, o que você acha seu idiota?! – Abri o outro olho pra encara-lo. – O que ela está fazendo aqui?

- Eu sou sua mãe garoto! - Gemma soou irritada.

- E o que esta fazendo aqui?! – Eu retomei a pergunta rolando os olhos e sentindo uma pontada na cabeça. – Mandei chamarem o Jax e não você, ter você aqui só vai me trazer mais problemas e fazer minha pressão arterial subir!

- Deixa de ser dramático! – Meu irmão mais velho disse tentando acalmar as coisas. – Afinal de contas como você parou no Saint Mungs?!

- Longa historia... – Eu murmurei tentando me sentar. – Que porra é essa?!

- O que foi garoto?! – Minha mãe tomou um susto com meu grito repentino.

Não consegui dar atenção a eles devido ao meu choque. Tentei me sentar sem sucesso porque minhas pernas não se moviam. As porras das minhas pernas não se moviam, eu estava paralitico da cintura pra baixo. Forcei-me a sentar fazendo força com os braços sentindo dor nãoo só neles como na cabeça, mas nada nas pernas.

- Ayd, o que aconteceu pirralho?! – Jax me segurou quando minha cabeça tombou com a tontura. – Respire de vagar.

- Eu não sinto minhas pernas! – Eu surtei socando minhas pernas sem sentir nada. – EU NÃO SINTO A PORRA DA MINHA PERNA!

- Mãe chama uma enfermeira! – Ouvi Jax gritar com minha mãe enquanto eu entrava em um ataque de pânico. – Tente se acalmar cara!

- A CALMAR O CASSETE EU TO PARAPLEGICO SEU IMBECIL! – Eu berrei de volta ainda socando minhas pernas com toda a força.

- Você vai quebrar sua perna Aidan! – Ele gritou comigo segurando meus braços.

- Qual é a diferença eu não posso mexer ela mesmo! – Senti meus lábios se curvarem em um sorriso maníaco ouvindo um poc em baixo do meu punho.

- O enfermeiro já chegou! – Meu irmão trouxe o cara enorme vestido de branco até mim. – Meu irmão não consegue sentir as pernas!

- O QUE VOCÊS ME DERAM?! – Eu berrei com o cara o puxando até mim pelo colarinho. – EU CHEGUEI AQUI ANDANDO PERFEEITAMENTE CARREGANDO UMA GAROTA DE 45 QUILOS, COMO CARALH0OS AS MINHAS PERNAS NÃO SE MOVEM?!

- E... Eu não sei... – O cara gaguejou confuso.

- RESPONDA! – O chacoalhei com força.

- Ayd larga o cara! – Jax disse tirando o cara de perto de mim.

- Isso só pode ser efeito de alguma medicação, agora me diz exatamente o que vocês injetaram em mim! – Tentei me acalmar sentindo meu corpo trêmulo e o barulho do monitor cardíaco disparar.

- Senhor mantenha a calma, meu plantão começou agora de manhã! – O cara pelou.

- Só pega a porra do prontuário antes que eu tenha um derrame! – Eu gritei outra vez tentando respirar normalmente ele me entregou a prancheta como se eu fosse um leão.

- Me deram tônico para os nervos, poções pra repor sangue e esquelete de uma vez só?! Vocês têm sorte de eu ter só ficado paralitico! – Eu joguei a prancheta contra a parede com força. – Vá até o boticário e me traga bezoar em pó, hidromel e capim limão!

- Eu não tenho permissão... – Ele começou a gaguejar até que eu o puxei de volta pra perto de mim.

- Não me interessa como vai conseguir, mas é melhor que consigo ou você vai ser o próximo aleijado aqui! – Eu cerrei os dentes sentindo meu coração apertar. – Agora sai da minha frente!

- Agora eu entendi o porquê da pressão arterial. – Jax tentou aliviar a tensão, mas só recebeu duas pessoas o encarando.

- Cala a boca e me ajude a sentar em uma maldita cadeira de rodas! – Eu rolei os olhos.

Ele não tentou protestar e passou seu braço por baixo de meus ombros me suspendendo com facilidade, mesmo eu sendo três centímetros mais alto, eu ainda era cinco quilos mais leve que ele e estávamos preparados pra carregar um ao outro caso o pior acontecesse. Jackson me ajudou a se sentar em uma cadeira de rodas próxima e colocou um travesseiro em minhas costas, eu teria achado legal se eu não quisesse atirar o travesseiro em sua cara por me tratar como a porra de uma idosa.

- Aqui está senhor! – O enfermeiro chegou suado e pálido com tudo o que eu havia pedido.

Peguei as coisas de sua mão e tentei ignorar seus protestos. Respirei fundo, tentando controlar minhas mãos trêmulas, elas estavam assim desde ontem. Quando encontrei Nina no chão do banheiro.

- Ayd... – Jax me chamou atenção me fazendo lembrar que se eu quisesse vê-la eu não poderia estar assim.

- Irmão, eu preciso de ajuda... – Eu respirei fundo estendendo os ingredientes pra ele.

- Ah claro cara só falar. – Eu odiava quando ele me olhava com pena, mas eu não tinha tempo pra isso.

- Minhas mãos estão muito tremulas então vai fazer a poção pra mim. – Eu disse vendo ele erguer uma sobrancelha, mas pegando as coisas da minha mão.

- Sabe que eu quase fui reprovado em poções, certo? – Ele perguntou se dirigindo a mesinha de cabeceira ao lado.

- Eu vou dizer o que é pra fazer. – Eu disse rolando os olhos. – Abra a garrafa de hidromel e despeje só a metade do pacote de bezoar. Só a metade!

- Okay metade, eu entendi! – Ele disse nervoso me obedecendo.

- Agora pique o capim limão e coloque dentro da garrafa. – Eu disse movendo a cadeira o vendo fazer o que mandei. – Ótimo tá vendo o armário perto da porta? – Ele confirmou com a cabeça. – Quero que você pegue canela em pó e sangue de dragão. – Ele foi e voltou rapidamente. – Perfeito, agora balance devagar a garrafa e pingue três gotas do sangue. – Eu disse fazendo movimentos circulares com a mão direita. – Eu disse devagar!

- Eu estou fazendo devagar! – Ele gritou de volta, sua testa suava. – Droga! Porque não pede pra um enfermeiro!

- Eles quase me mataram envenenado e eu confio em você. – Eu disse rolando os olhos. – Apesar de ser burro...

- Eu não sou burro minhas notas em transfiguração eram excelentes! – Ele ergueu a voz outra vez.

- Tanto faz, continue a mexer! – Eu disse empurrando sua panturrilha com a cadeira. – Ponha uma pitada de canela... Eu disse uma pitada, você quer me matar?!

- Como um pouco a mais de canela vai matar você?! – Ele gritou de voltar chutando o pé da cadeira.

- Quem já é formado em poções, eu ou você?! – Eu exclamei socando seu braço livre. – Agora ponha o resto do bezoar e tampe bem o hidromel.

- O que eu faço agora? – Ele me olhou entediado.

- Chacoalhe com força e não deixe que respingue em você. – Eu disse e ele me obedeceu. – Okay já está bom, agora abra.

- Deuses o que é isso?! – Ele abriu a garrafa desfiando da fumaça roxa.

- A cura da minha paralisia. – Eu murmurei pegando a garrafa de sua mão.

- Não vai beber isso vai?! – Ele me olhou com nojo.

- Não Jackson, eu vou enfiar no cu, é claro que eu vou beber seu idiota! – Eu disse rolando os olhos. – Podia ser pior, a receita original leva mijo de anão, eu fiz algumas adaptações.

- Quer dizer que não aprendeu isso na escola?! – Reparei que minha mãe continuava lá.

- Gosto de fazer experimentos quando estou entediado. – Dei os ombros bebendo a poção no gargalo.

A poção ao mesmo tempo em que queimava a minha garganta em carne viva fazia o meu corpo gelar como um iceberg. Era horrível, mas o sabor doce da hidromel cortava um pouco o gosto asqueroso do sangue de dragão. Ao terminar a garrafa pude sentir meu corpo formigar, com sorte eu já conseguiria sentir as pernas em algumas horas, a perna que eu quebrei já voltaria para o lugar, meu ataque de nervos que já durava dois dias ia passar e eu finalmente iria poder ver a Nina. Se eu fosse vê-la do jeito que eu estou isso iria fazer tudo piorar, e vê-la sofrer é definitivamente a última coisa que eu queria.

- Como está se sentindo cara? – Meu irmão mais velho bateu em minha perna depois de colocar elas em cima da cama.

- Que pergunta mais imbecil. – Rolei os olhos balançando a cabeça em negação. – Me sinto como merda de diarreia.

- Que bela definição... – Ouvi minha mãe zombar de longe, minha cabeça estava pesada.

Essa já era a segunda vez que eu desmaiava e isso estava me deixando puto.



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