História Black Prince - Encontrei O Jackson

Acordei com fortes raios de sol batendo no meu rosto...minha mãe deve ter aberto a janela enquanto eu ainda dormia, ela sempre faz isso 

 Me viro e olho o relógio, estou surpresa por ter acordado mais cedo que o normal, geralmente acordo lá pra 10:00 mas ainda são 9;39.

 Ok não é tao cedo assim, mas é cedo para mim. Levantei, mesmo contra a minha vontade por mim eu continuava a dormir mais tenho que me mudar hoje

Vou para o banheiro, e tomo meu banho, quando sinto a água quentinha molhar o meu corpo a vontade de voltar para a cama e ficar deitada para sempre aumenta 

Saio do banho e vou vestir a minha roupa...A roupa..EU NÃO SEPAREI ELA ONTEM MEU DEUS 

 Abri a porta do meu guarda roupa, e me deparei com ele totalmente vazio. Todo o meu quarto estava vazio, coisas empacotadas, e etc. Então entro em desespero, eu não posso desarrumar minhas malas todas por causa de uma roupa. Eu podia ter jurado que eu tinha separado...começo a procurar pelo quarto e como se Deus lesse meus pensamentos, eu encontro as minhas roupas em cima da estante onde tinha o meu notebook 

 Visto elas (Uma calça jeans rasgada nos joelhos, uma camisa cinza, por cima uma camisa azul quadriculada e um all star preto) 

Desci para tomar café 

 -oi mãe -beijei sua bochecha-

 -filha bom dia...hum está bonita...vai passar uma boa impressão ao seu primo -ela estava lendo o jornal de hoje, enquanto bebericava seu café quente com açúcar 

Parecia até um senhor

 -que primo? -perguntei assim que me sentei- não sei de nada 

-ahn.. -ela fechou o jornal e olhou seria para mim- você não sabe? 

 Fiquei confusa -sei de que? -mordi o pão de queijo 

 -ahn....bom, longa história...sabe, seus avós não são seus avós- ela me olhou fixamente, como se esperasse alguma reação minha 

 -como assim?-

 -sabe...quando eu nasci, a minha mãe biológica me deixou em um orfanato, eu cresci nele e com 10 anos fui transferida a um orfanato chinês, quando completei 12 anos os Wang me adotaram e cuidaram de mim. Eu cresci na China, em Hong Kong, tenho uma irmã que é a filha biológica deles Mao-Tse Wang. -ela fez uma pausa esperando que eu processasse tudo- sua Tia, Mao, se casou e teve um filho. Jackson Wang. O marido dela morreu a 3 anos atrás em um acidente de avião. Infelizmente ela perdeu a casa para o governo e vai ter que viajar a trabalho. Jackson não tem aonde ficar por isso ele irá morar conos...- 

 Surtei 

 -É o que mainha? Você está dizendo que a vovó e o vovô Wang não são meus avós de verdade? Você não é descendente de chineses?- 

 -não sou brasileira mesmo...- 

 -mas... S/M Wang...- estava confusa

-deixa eu continuar...Seu... futuro(?)..padrasto irá com a gente também como eu lhe disse antes...ele tem um filho, Ruan eu acho que também vai morar com a gente, mas como não conseguimos transferência por agora, ele só irá daqui à 2 meses. -ela abaixou a cabeça- então... resumindo, vamos morar eu, você, Jackson, Walter e futuramente Ruan.- 

-meu irmão vai ficar com painho né?- acho que já sabia a resposta -sim.- Soltei um suspiro pesado. -por mim tudo bem, estou ansiosa para encontar Jackson. - dei de ombros e voltei a tomar meu café

 O meu telefone apitou avisando que eu tinha uma nova mensagem. Um email...? 

 "De: Usuário desconhecido. Para: S/N Wang. Olá Lethy. Espero que aproveite os momentos felizes na Coréia, por que eu prometo que, quando eu te encontrar, irei estragar tudo. Com amor, Alguém que você ama e odeia agora. XoXoXoXoXooXoXoXoXoXoXo" 

Ok isso não é normal, mas...resolvi acreditar que era a S/N errada. Mas... Wang não é toda S/N que tem o sobrenome Wang. E outra, quem diabos ainda se comunica usando email?!

 Guardei o celular e voltei a tomar meu café como nada tivesse acontecido. 10:30 o táxi chega, mas não um táxi comum, um táxi especial enviado do trabalho de Omma. Não era um carro pequeno como os táxis costumam ser, era uma van. Enorme. L

evamos exatamente 24 minutos para por as malas, entramos e eu me sentei na janela, minha mãe conversava algo com o motorista, não estava presentando atenção. 

Prendi meu cabelo para não ficar mais assanhado ainda. Meu cabelo é cacheado, não aquele cacheado Black e também não é aquele cacheado sem graça Os cachos são normais. Quando eu era pequena, passei 3 meses com a vovó, ela costumava a me chamar de puddle, eu gostava muito desse apelido, mas quando o pessoal da escola descobriu, o que era um apelido fofo e carinhoso passou a ser um apelido de zoação e deboche 

(em Seul, Coréia do sul)

 Finalmente, terra! 

Fiquei 12hrs trancada naquele avião, do lado de uma pestinha de 7 anos. Gosto de crianças mas aquela era o capeta em pessoa! 

A caminho do aeroporto, minha mãe passou na casa de Walter para busca-lo, ele até que é legal, é divertido, meio baixinho, usa óculos, surfa, anda de skate e é fã do U2 (uma banda de rock anos 80) assim como minha mãe. Ela achou a alma gêmea dela. 

-Filha, vamos pegar as nossas malas -ela apontou para Walter e ela- e você pode ir encontrar Jackson no portão de saída 

-mãe eu nem sei quem ele é!- 

-ah Filha, vocês brincavam quando eram pequenos, brincavam muito, sempre deram trabalho, evitavamos deixar os dois sozinhos senão iam por fogo na casa -ela riu, junto com Walter- ele vai reconhecer você.  

-hum...ahn...ok - Suspirei e caminhei lentamente para o portão de saída, o aeroporto não estava cheio, algumas pessoas andavam rápido como se fossem perder o vôo, outras tomavam café nas lanchonetes. O portão estava quase vazio, todos eram velhos que aparentavam ter 30/60 anos de idade. 

Exceto por um jovem sentado em uma cadeira olhando para os lados nervoso, deduzi que aquele era o Jackson, ele tinha um rosto familiar.

 Me aproximei dele devagar, ao me ver ele sorriu e se levantou, me olhou de cima a baixo, parecia estar surpreso e disse 

-S/N? Você? Vo... você cresceu tanto...- fiquei um tempo encarando ele, era ele... Jackson Wang meu querido primo que eu aprontava junto, meu fiel companheiro para aventuras. Queria perguntar como ele estava, como ele aprendeu coreano, como a Tia Mao estava e a vovó e o vovô... 

 -J-Jackson? Vo...vo... você mudou...e-eu não consigo te reconhecer- por fim isso foi tudo que eu consegui dizer 

-seu coreano é muito bom... -ele parecia estar meio desconfortável- ahn...- 

-Oh sua praguinha, vem aqui -o abracei forte, como se ele fosse um urso de pelúcia gigante 

 -Puddle, você não mudou nada!- ele me ergueu do chão e me girou no ar, quem nos via achava que nos éramos namorados apaixonados. Quando ele me colocou no chão, nos sentamos 

 -Jackie, como a Tia Mao tá? 

-Ahn..Ela esta bem, ela está trabalhando em uma agência de turismo, agora ela está no Canadá- ele parecia não ligar 

-uau! E o vovô e a vovó? 

-Estão bem, eles sentem sua falta, a vovó vive falando "Como a Puddle está? Será que está se alimentando?" -ele tirou o celular do bolso- vamos tirar uma selca 

 Ele fez um sinal de V com os dedos, eu deitei minha cabeça no seu ombro e fiz biquinho 

 -Jackie apaga, eu saí feia -resmunguei  

-que nada, tá linda!- ele riu 

 -Apaga!- 

 -N-Ã-O -ele disse pausadamente-  

-Jackson Wang você tem 10 segundos para apagar- disse fazendo uma voz grave

 -Puddle está revoltada- ele começou a rir, então em questão de segundos, nos dois estávamos rolando no chão, eu tentava pegar o celular, ele ria freneticamente e desviava o celular da minha mão

 -VOU FAZER CÓCEGAS, APAGA JACKSON!-  

-O que está acontecendo S/N? -minha mãe e Walter chegaram, empurrando 6 carrinhos cheios de malas com dificuldade, Jackson se levantou e correu para trás dela

 -Ela quer fazer cócegas em mim Tia A/M..ah, Oi Tia é um prazer te ver de novo- ele beijou a bochecha dela 

 -AHHH EU VOU TE MA...Ahn.. desculpa Omma. -abaixei a cabeça com vergonha, ele me olhava como se fosse me matar, Jackson percebeu o que estava acontecendo e começou a se explicar mas minha mãe fez um gesto com a mão para que ele se calasse 

-Jackie, esse é Walter meu namorado, Walter esse é Jackson Wang meu sobrinho- Jackson se curvou e logo Walter fez o mesmo. 

 Seguimos para o carro, que era um táxi especial igualzinho ao que nos pegou no Brasil e fomos para casa, minha mãe e Walter dormiram, eu e Jackson ficamos acordados, conversando sobre tudo. 

 Ele me contou sobre seus amigos, Mark, Yugyeom, YoungJae, JaeBum, JinYoung e outro tailandês que eu não lembro o nome mas o seu apelido é BamBam, porque uma vez que JinYoung foi pronunciar o nome dele, ele se embolou e saiu BamBam. Me contou como eles são retardados, um pouco pervertidos como qualquer adolescente, divertidos e protetores 

 -Somos amigos desde que eu entrará na escola...em 2012...5 anos de amizade - Seus olhos brilhavam ao falar deles. 

Eu contei para ele como minha vida era no Brasil. E de repente seu olhar passou de Feliz para Transbordando ódio.

-Esse menino...fez isso mesmo com você? -balancei a cabeça concordando- como assim, você é linda -ele pegou nas minhas bochechas- eu nunca recusaria os sentimentos de uma menina dessa, ele é retardado- sei que ele estava tentando me fazer com que me sentisse melhor 

Jackson é muito bom em ler minhas emoções. Se estou com raiva, triste, animada, empolgada, possuída pelo capeta (as vezes ele diz que eu fico tão louca que fico incontrolável... concordo com ele) ou qualquer sentimento, por mais que eu tente esconder ele sempre descobre. 

Jackson e eu temos um bom relacionamento, ele me trata como sua irmanzinha, me mima muito, me trata como se a qualquer segundo eu fosse me despedaçar e o vento me levaria. Como uma delicada flor. Mas também não perdia a oportunidade de me tirar do sério ou me zoar. 

Eu o tratava como meu irmão mais velho. Sempre perguntando se ele precisava de algo, abusando, tirando do sério e sempre corria para os braços dele quando estava mal.   

Perdemos contatos quando me mudei para o Brasil, eu sabia como ele estava sempre por cartas enviadas pela vovó, ou por cartas dele, mas ele é preguiçoso e só mandava cartas uma vez na vida 

 Por fim, depois de tanta conversa eu apaguei, deixando Jackson cuidando da segurança.