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História Black Wings - Jogar futebol a poucas horas da cerimônia. Ótima ideia!


Escrita por: And990

Capítulo 7 - Jogar futebol a poucas horas da cerimônia. Ótima ideia!


    O cheiro era muito bom. A maior parte das barracas era de alunos, que tentavam vender comida caseira. As outras vendiam comidas diferentes, mas eram da mesma firma. Eu reconheci aquele logo.
    As outras barracas eram do ramo alimentício da rede de indústrias do meu pai.
    - Alguém está com fome? Dê uma olhada, Christian. Aposto que não conhece algumas dessas coisas - disse Elizabeth.
    Realmente, haviam alguns croissants, folhados e tapiocas, mas algumas comidas eu não reconheci. Não tinham aparêcia estranha ou exótica, simplesmente eu nunca tinha visto. Talvez fizessem parte da cultura dos caídos, ou algo assim.
    - Bom, eu não estou com fome. Estou mais interessado em mostrar outra parte... - disse Cain.
    - O quê? - perguntou Seline.
    - As quadras - resopondeu ele, apontando pra uma região a algumas dezenas de metros de distância e sorrindo de empolgação.
    De onde eu estava dava pra vê - las, ou pelo menos algumas delas. Eram definitivamente bem grandes, provavelmente semi - profissionais.
    Muitos esportes eram praticados. Arco - e - flecha, futebol, arremesso de lanças, e eu acho que vi um pessoal jogando queimado.
    - Ei, peraí... agora? A gente nem veio pronto pra isso... - começou a dizer Elizabeth, meio hesitante.
    - Ah, qual é, você que disse que eu devia tirar a cara dos livros! A gente tem que se divertir um pouco... - respondeu Cain.
    - Eu também acho que a gente devia dar uma olhada - disse Gabriel.
    Elizabeth e Seline se encararam durante um bom tempo. Já consegui me comunicar com amigos sem falar nada, é fácil quando a mesma coisa ocorre aos dois... mas aquilo era diferente. Seline deu de ombros enquanto esboçava um sorriso. Elizabeth encarou - a durante um tempo e depois virou pra nós.
    - Tá, tudo bem... pode ser legal...
    - Então vamos lá! - disse Seline. 
    Fomos os cinco na direção que Cain indicava, e ele seguia na frente. Quando chegamos bem perto, a primeira quadra que vimos foi a de futebol. Tinham exatamente dez jogadores, duas casas organizadas. Cain foi o primeiro a gritar.
    - Aí! Têm espaço no jogo? A gente quer entrar - disse ele, quando pararam a partida pra falar conosco.
    - Pode até ser, mas vocês são cinco - respondeu um dos jogadores.
    - Não tem problema, eu vou assistir - respondeu Seline na hora, sem deixar brecha pra discussões.
    - Ok, então vai ser assim: Lizzie e Gabriel vem pro nosso, e Cain e o calouro pro de vocês - disse uma garota, pro cara que falou com a gente primeiro. Ninguém discordou.
    Decidiram recomeçar o jogo, e nós entramos. Me colocaram de goleiro sem pensar duas vezes. Eu não tive propriamente "opção". Gosto de futebol, mas ninguém gosta de ser goleiro. Quem gosta, só joga disso.
    A garota loira de pele bronzeada que nos organizou era atacante do time deles. Como eu esperava, ela e Elizabeth dividiam a função. Ligando alguns pontos como o sincronismo entre as duas, a maneira de chamar Elizabeth: "Lizzie", e a autoridade da garota loira no momento de dividir os times, cheguei à conclusão de que deviam ser grandes amigas.
    E de fato, elas eram difíceis de se barrar. Ambas eram rápidas e muito habilidosas, além de não errar um único passe.
   Mas quando eu já me via sendo entortado pela atacante, Cain roubou a bola colocando corpo na loira. Ela xingou alto, mas Cain já estava contra - atacando. Não tinha tanta agilidade nem velocidade quanto as duas, mas foi abrindo caminho pela zaga inimiga sozinho, usando a vantagem de tamanho e força.
    Mas quando já estava quase na grande área, foi cercado e forçado a tocar. Acontece que o goleiro adversário abandonou sua posição e interceptou o passe em um bote muito, muito rápido.
    Só então notei que o tal goleito era o Gabriel.

    O jogo seguiu por alguns lances, bem disputado. A zaga adversária não era forte, mas os botes de Gabriel eram eficientes e Elizabeth e Rafaela (a garota loira) tinham sozinhas metade da posse de bola do jogo.                                        Em um determinado momento, Rafaela teve uma chance de finalizar. Ela estava em um ângulo difícil, lateral, mas exceto por mim o caminho estava livre. O tiro foi rápido e mirando o canto, mas eu consegui ler a trajetória da bola e me movi por instinto. Empurrando a bola pra longe com o braço, desajeitadamente. 

    Pareceu um lance de sorte, mas o que importava era que por hora eu estava a salvo.
    Acontece que alguns momentos depois, aconteceu algo mais estranho. Elizabeth recebeu um passe perto da grande área e passou pelo último zagueiro simplesmente acelerando. Agora ela estava a poucos metros da minha frente, e tinha o gol inteiro pra ela acertar.
    Ela não arriscou. Chutou com força em uma linha reta, direto pro ângulo. Era um tiro muito difícil de interceptar.
    Mas eu li. Cada segundo, cada mudança do ponto de equilíbrio me indicava a trajetória da bola, e ela era clara como água. Eu agarrei, esticando a mão direita tanto quanto podia.
    Foi rápido, mas fiquei pasmo consigo mesmo. Ninguém me parabenizou, mas por uma fração de segundo todos encararam pasmos. Mas acho que fiquei tempo demais embasbacado comigo mesmo. Gritaram pra seguir o jogo, me tirando do transe, e eu passei a bola pro primeiro jogador do meu time que eu vi.
    Acontece que dali pra frente, meu recém - descoberto surto de habilidade cessou. Fui confrontado por Rafaela denovo. Mas desta vez nada me ocorreu. Nada. Li o movimento, mas não tinha nada demais. Gol.
    E aconteceu denovo. Primeiro Elizabeth e depois um garoto aleatório do time deles. Três a zero. Ninguém me culpou, mas alguns minutos depois, Cain "cansou da palhaçada" nas palavras dele. Claramente ele detestava perder, mas isso era algo que qualquer um podia saber, era só olhar nos seus olhos.
    Acontece que ele voltou a jogar, mais agressivo. Novamente, avançou sozinho pela zaga inimiga. Novamente, foi cercado. Mas desta vez, Gabriel incluía o cerco.
    Achei que ele ia ser impulsivo, e arriscar um chute claramente bloqueado, mas ele deu um passe muito alto, por cima de um garoto do cerco. O cara que recebeu o passe, ficou sozinho com um gol praticamente inteiro.
    Para a sorte do garoto, ele não ficou nervoso a ponto de errar. Caso contrário, não tenho certeza se Cain se responsabilizaria por seus atos.
    Agora, pelo menos ele estava mais calmo. Parar de jogar com o gosto de fracasso total ainda na boca é uma angústia que tem que viver pra entender.
    Ficamos mais um tempo jogando. Sem gols, só puro desperdício de tempo. Mal sabíamos que o tempo não estava a nosso favor.
    Nesse momento, Seline gritou.
    - Gente, detesto interromper, mas... lembram que a cerimônia começa às sete e meia?... então... - enquanto ela ia falando, Cain, Elizabeth, eu e Gabriel íamos percebendo algo ruim... - Nós estamos longe de casa... precisamos de banho, de novo... de comida... se arrumar...
    - Fala logo que horas são! - gritou Cain.
    - São seis horas. 


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