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História Black Wings - Uma escolha


Escrita por: And990

Capítulo 9 - Uma escolha


    Meu pai.
    A salva de palmas foi cessando enquanto ele levantava a mão, pedindo silêncio. Quando acabaram, mesmo sem microfone, a voz de papai podia ser ouvida com clareza de qualquer lugar do salão. Ele claramente tinha experiência em falar pra grandes platéias.
    - Meus alunos, eu sou Acriel, mas podem me chamar pelo meu nome humano, John. Muitos de vocês me conhecem por muitos títulos diferentes, mas minha obra profissional da qual mais me orgulho é este lugar, o Instituto Black Wings!
    Uma grande salva de palmas acompanhou a última frase. Quando acabou, John voltou.
    - Muitos de vocês sabem, e muitos ainda vão descobrir, que este lugar não foi desenvolvido para ser uma escola comum. Este lugar é um refúgio. E agora, eu vou lhes contar nossa história. Nosso legado. O legado dos Anjos Caídos. Peço aos veteranos paciência, e aos recém - chegados, muita atenção. Se minha voz não for o suficiente para cativá - los, espero que isto baste - disse ele, e nesse momento, disparou para cima uma fagulha azulada, que ao atingir certa altura, se expandiu tornando - se uma  grande imagem de três dimensões que girava, podendo ser vista de qualquer lugar do salão. Mais uma salva de palmas que ele esperou acabar.
   Nessa imagem, eram representadas três figuras: três homens altos de aparência imponente. Quando as cores se definiram, pode - se ver que um dos homens tinha cabelos muito longos, e assim como seus olhos, eram de um dourado toralmente vibrante. Tinha pele muito clara e uma expressão rígida. Outro deles tinha cabelo tão longo quanto o primeiro e vermelho vivo, cor de sangue, e olhos da mesma cor um tom mais escuros. Não pude deixar de notar que lembravam os olhos de Cain. Este tinha uma expressão de rancor evidente, talvez inveja. Ele tinha pele um pouco mais morena que o primeiro, e do mesmo tom do terceiro. Este último tinha cabelos que desciam até a base do pescoço, totalmente negros, e olhos de um tom vibrante de azul - escuro, pouco diferentes dos meus. Ele tinha um expressão mais brincalhona, espontânea... até de divertimento.
    Os três tinham asas de um branco muito reluzente e trajavam roupas longas de um tecido da mesma cor exata das asas.
    - Estes, como a maioria de vocês já sabe, são Michael, Lúcifer e Azazel. Os três primeiros anjos e seres da criação. Irmãos, compartilhando a mesma origem, sendo esta mesma geratriz, curiosamente ainda desconhecida. A história da criação têm como personagens principais estes três. Michael, o primogênito, criou o céu. Depois, os três juntos criaram a terra. E então Azazel, o mais novo, ficou entediado e saiu enfeitando o universo com estrelas e planetas e outras formações cósmicas. E como podemos avaliar pelo resultado, ele tinha mania de grandeza.
    Um monte de risadas preencheu o salão.
    - Eu sei, eu sei. É difícil de acreditar. Todos os fatores que alguns de vocês podem ter aprendido a considerar apontam teorias muito opostas. Mas lembrem - se, os que os humanos conhecem são as migalhas que deixamos cair bem diante dos seus olhos, e que eles interpretam do jeito que querem.
    - Isso pode soar cruel. Eu sei. Eu entendo. Os humanos são inteligentes, e muitos chegam a acreditar na existência de algo que suas ciências não explicam. São a criação mais pura de Michael, e que Azazel achou genial. E nós não acreditamos que eles são "inferiores" a nós. Essa é a maneira de pensar de nosso famoso Lúcifer, o que nos leva de volta à nossa história.
    - Michael foi o primeiro dos três irmãos a descobrir as ciências sombrias, que se utilizam de energia obscura. E ele as abominou. As proibiu vêemente aos irmãos. Ele viu nelas e potencial para corromper.
    - Mas Lúcifer não entendeu a decisão de Michael. Não concordou com ela. Para ele, as ciências sombrias deveriam ser dominadas, não vetadas. E então ele fez o que fez. Ele as aprendeu e desenvolveu, por si só.

    - Dessa forma, Lúcifer foi a primeira entidade a conhecer a dor. O medo. O sofrimento. Estes sentimentos estavam entranhados na magia obscura, que ele absorveu e administrou no próprio corpo. E ele também conheceu o prazer, de uma forma que seus irmãos não conheciam. O prazer desmedido. O prazer ilimitado. Mas quando a fome de satisfazer os próprios desejos carnais ultrapassa a consideração pelos outros, surge o pecado. Quando Lúcifer descobriu que os humanos, a "criação pura" de Michael podiam lhe conceder prazer de tantas formas diferentes, ele optou por se aproveitar deles.
    - Lúcifer apresentou o pecado aos humanos. Teve filhos. E é assim que funciona: um filho de anjos, a não ser que um dos pais seja um demônio, vai nascer um anjo. E um filho de demônios, mesmo que um dos pais seja um anjo, vai nascer demônio. E nesse momento, Lúcifer já era demônio.
    Nessa hora, o salão entrou em um silêncio pesaroso. Pelo jeito, aquilo era verdade. E talvez, a mais dura e desagradável das verdades.
    - Sim. Uma vez entranhada no sangue, a magia negra segue e corrompe os descendentes do infectado. Não há antídoto, não há cura. E os filhos de Lúcifer com os humanos nasceram demônios. Azazel confrontou Lúcifer antes de Michael, e o irmão do meio tentou convencer o mais novo a seguir seus paços, pois Michael não conseguiria destruir os dois juntos.
    - Porém, Azazel negou. Ao descobrir que a magia negra faria o infectado ter prazer com a dor alheia, Azazel a temeu. O irmão mais novo sabia o quão perfeito pode ser o prazer, mas o quão perigoso também. Essa foi a lição que Lúcifer, acidentalmente, deixou a seus irmãos: que a tentação do prazer em excesso pode tornar - se mais forte do que a  consideração pelo próximo, e quando isso acontece, surge um ser cruel. Surge um demônio.
    - Enquanto Azazel somente se negou a socorrer Lúcifer, Michael se enfureceu. O irmão mais velho encontrou o primeiro demônio, e o destruiu. Sangue do seu sangue. O anjo dissipou a essência do pecador e a dissolveu.
    - Mas já era tarde. Os filhos de Lúcifer já existiam, alguns tão cruéis quanto o pai havia se tornado. Então, Michael fez o inferno e os baniu pra lá. Mas os demônios eram poderosos. Eles voltaram ao mundo, e apresentaram, para os humanos que o quisessem, o pecado.
    - Azazel e Michael tinham diferenças. Eles discordavam quanto a muitos assuntos. O irmão mais novo não concordava com o mais velho, mas o respeitava. Confiava nele. Essa era a diferença entre Lúcifer e ele.
    - Desta forma, Azazel desceu do paraízo, e tanto espontaneamente quanto com a permissão de Michael, foi viver entre os humanos. E assim como o irmão ele teve muitos, muitos filhos. Alguns descendentes um do outro optavam por viver da maneira que não era a do seu pai de sangue. Alguns filhos de Azazel foram viver no paraíso, e alguns de Michael, na terra. O que difere um Anjo celestial de um caído é nada mais nada menos que uma escolha. Os que habitam o paraíso escolhem seguir as regras de Michael, e os que habitam a Terra, escolheram a liberdade. Mas lembrem - se: a liberdade mal regida leva a consequências dolorosas. Agora, uma notícia ruim para quem ainda não sabe: Azazel foi destruído por demônios há muitos séculos. Sem dúvida, a mais lamentável das perdas para os Caídos. Ele foi um líder exemplar. Um pai do qual qualquer um se orgulharia.
    - E agora, uma boa notícia. Azazel se foi, mas os Caídos nunca ficariam sem um patriarca. A posicão de líder dos Caídos é muito, muito, MUITO honrosa, e atualmente, quem carrega esta imensa responsabilidade, tanto quanto este imenso orgulho, sou eu mesmo: Acriel. E quando vocês, meus filhos, estiverem perdidos... quando vocês precisarem de orientação... não quero que pensem em mim como seu diretor. Quero que pensem em mim como seu pai.
    Uma ensurdecedora salva de palmas preencheu o salão.



Notas Finais


Terminei esse capítulo em duas horas, de tanta empolgação. Não fiz revisões, então como de costume, lamento qualquer erro de português. E, também como de costume, espero que curtam!


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