História Black Wings - First job

Eu não nasci assim, toda essa coisa não é como se fosse ter um "don". Sei coisas sobre pessoas que nem mesmo conheço, seu passado, seus desejos mais profundos, só de observar sua alma.

Nunca quis ser assim, apenas aconteceu, eu vivo minha vida como alguém normal e até mesmo ajo como alguém normal.

Tenho um emprego, mesmo não sendo um dos melhores, tenho necessidades, tenho preferências... Eu seria alguém normal com exceção de um fato... Eu morri.

É como se meu corpo continuasse na terra, mas minha alma não está aqui, e ainda tem esses "pesadelos" constantes, são mais como memórias, eu sino frequentemente minha mente queimar é como uma dor insuportável, sinto-me morrer todos os dias a noite.

O fato é que isso pode não ser tão importante no momento.

Já que vou contar essa história, vamos começar pelo meu emprego.

-Doutora Lilith... - Chama o interfone, eu fico perdida, faz uma semana que eu trabalho no hospital e ainda não sei o que fazer quando me chamam no interfone. - Dirija-se ao escritório. - A voz ecoa do interfone.

O que o doutor quer? Ele vem pegando no meu pé ultimamente, sinto ódio por ele, mas acho que é normal para um demônio.

Me dirijo até seu escritório, a parte que eu mais gosto em ser como sou, é o fato de poder ver a alma das pessoas... Quase nunca vi uma alma completamente branca, a alma do doutor por exemplo, é cheia de arrependimentos, cheia de manchas negras... Quantos erros ele cometeu?

-Eu sinto muito... - Diz o doutor jogando uma carta na mesa, provavelmente com dinheiro... Ele ta me demitindo?... Argh, mataria ele agora mesmo, mas ele tem família... E provavelmente já não vai viver muito, ele tem uma doença e nem sabe... Pra que eu mataria ele agora?

Me dirijo até a mesa pegando o envelope, cabisbaixa... Eu realmente estou tentando viver como alguém normal, eu tenho até um amigo e divido um apartamento com ele.

-Isso é sério?... Fiz algo de errado? - Pergunto o olhando nos olhos, sem expressão.

-Sim... Eu realmente sinto muito... Tivemos que cortar alguns gastos... - Diz o Doutor me olhando, ele parece triste... Porque? Eu em reprovação encaro seu copo de café fazendo-o cair sobre seu colo.

Eu apenas encaro o doutor sem expressão, ele está tentando se secar.

-Seu nariz ta sangrando... Deveria ver oque é... - Falo, me concentrando na minha bioquinese e fazendo o notar o sangue em seu nariz... Talvez agora esse babaca vá no médico e descubra sua doença.

Saio da sala e vou para o terraço sentando na beirada e olhando o envelope... Eu sou um demônio, porque ainda tento ajudar alguém?... É estranho... O fogo do inferno costuma queimar toda a humanidade... Mas eu consigo perceber que... Eu me lembro da minha humanidade... Eu me lembro do meu nome real, me lembro da minha idade, me lembro do motivo, ou melhor dizendo, dos motivos de que eu fui para o inferno... Amor... Apenas não me lembro como é sentir isso.

Estou realmente estressada, sabe oque me acalmaria? Voar. Demônio também possuem asas, negras, normalmente usam o teletransporte, mas eu gosto de voar.

Me levanto sentindo o ar... Faz tempo que não sinto o ar desse jeito, sinto uma presença se aproximar.

-Hey!? What are you doing? (Hey!? Oque você está fazendo?) - Diz uma voz masculina vindo de trás.